Velas
VELADAMENTE
Demétrio Sena - Magé
Eu velo
veladamente
as velas
encardidas
e desgastadas
que velam
secretamente
as vidas
apagadas...
... ...
Respeite autorias. É lei
A missa
Na sombra do luto, a missa ecoa,
O eco dos cânticos, a dor que voa.
Nas velas acesas, a luz que chora,
Ecos de lembranças, memórias que afloram.
Os defuntos repousam, em paz ou tormento,
Na terra que os acolhe, no último momento.
Sob o manto da noite, seu descanso é eterno, na memória o terno.
Lágrimas vertidas, em prece e saudade,
Nas almas que se despedem, na última verdade.
Entre suspiros e sussurros, a despedida se faz,
Enquanto no céu estrelas brilham, num eterno compaz.
Na missa dos defuntos, o adeus se entrelaça,
Entre lágrimas e rezas, a esperança abraça.
Que seus espíritos encontrem o caminho,
E que a luz da eternidade os guie, sem destino.
Assim na memória, os defuntos se eternizam,
Em cada verso, em cada prece, eles renascem.
Que suas almas descansem, num sono profundo.
Na direção do pôr do sol
Somos dois barco a velas fluindo
Na mesma direção
A favor do vento
Projetamos nossa imagem, nas telas
Num mesmo coração
Com o passar do tempo.
Alguns infinitos
São maiores que outros,
No vazio cabe muita coisa,
Mas nada se encaixa.
E sei que já não dá mais
Para viver de ilusão
Se pra você tanto faz
Eu vou agir com a razão
E só caminho agora,
Na direção do pôr do sol
E se você se demora
Eu não vou mais me sentir só.
Não se trata de empilhar as pessoas no seu trem, mas apenas de contribuir para vê-las trilhando, à seu modo, no Caminho.
Se algum dia sua vida estiver à deriva, lembre-se que sempre há vento para inflar as velas, basta corrigir o rumo.
Poema - Dia Dos Finados
Acordo cedinho
Passo no mercadinho
Compro velas
Faço uma reza
Visito o cemitério
Muito tédio
Tá chovendo
2 de novembro
Dia dos finados
Estão enterrados
Nossos ente queridos
Corações partidos
Só resta saudades
Desejo na eternidade
Que nos encontramos
Que nos abraçamos.
Um barco com 7 velas
Ontem se via um barquinho,
um barquinho com sete velas.
E nele eu sempre revia
minhas poesias e novelas.
Um dia, o barquinho afundou,
e nesse dia o sol não brilhou.
Mas ainda estava claro...
Claro, o dia raiou.
O barquinho branco era pequeno
para carregar as sete velas.
Nele, eu costumava acender
outras chamas para iluminar o dia.
O barquinho, a cada dia,
navegava sozinho no escuro.
Por setenta anos à deriva,
parado, mas com destino,
viajava em seus lindos encantos.
As simples luzes de astros tristes
Barcos aportam a mastros ristes
Já outros partem em velas mestras
Buscando terras que inexistem
Divagam em ondas vagarosas
Em vezo evadem suas garrafas
Entonam rezas poderosas
Deflagram então sua desgraça
Perpétua é a ideia de ser livre
Porque promessas não bastaram
Da proa à popa à prosa e verso
De tão imersos se afogaram
Momentos tântricos
Velas, flores, incenso, carícias, beijos…
Amor, deixe que a emoção tântrica dominar o nosso amor,
Que vá ao caos, ao descontrole total
A nossa mente descontrolada nos levara ao abismo tântrico do amor
Lá tudo cheira a amor…
Eu, sua deusa, serei sua consciência Inconsciente levar-te- ei ao reino da luminescência do nosso amor…
02/03/2020
