Um Velho Pescador
Cidade de Goyas (Goiás Velho)
Hoje, eu fui o menino de cabelos brancos,
que andou na ponte da menina feia (Aninha)
poetando suas lembranças em cânticos
do rio vermelho e das serras que recitam poesia em ladainha
E lá em sua janela a figura dela, Coralina, de versos românticos
tão meigo, tão terno, tão teu... que alegria
poder caminhar nos teus passos semânticos
das ruas indecisas, entrando e saindo em romaria
em trovas dos teus larguinhos e becos tristes
ouvindo os cochichos das casas encostadinhas
fui cada trepadeira sem classe, que vistes
cada morro enflorados, lascados, grotinhas
fui cada muro da ruinha pobre e suja, momentos tão teus...
Eu,
só quero te servir de versos, meus...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
A Cora Coralina (paráfrase)
Após minha primeira visita a sua cidade
09/06/2015, 19’13”
Cidade de Goyas
Porque preservamos alguma coisa?
Porque é bonita ou traz uma boa lembrança ou...
é velha e necessita estudar.
O resto é demagogia!
“Quando tio Libório ficou viúvo, chorava copiosamente ao lado do caixão com semblante triste e desolado. Passada a quarentena da viuvez decidiu viver a vida e frequentar os bailes tal como fazia nos anos de juventude. Agora usa gel no cabelo e um largo cinturão de couro na cor branca abotoado com uma reluzente fivela em formato de cavalo. O sapato com solado de madeira impecavelmente lustrado reflete o brilho da camisa de cetim com mangas longas e listradas. Suas calças de tergal foram feitas sob medida em tons que variam do marrom ao abóbora. Voltou a falar gírias e palavras que eram consideradas modernas nas décadas de 1960 e 1970. Chama as garotas de `broto` e `brotinho` e cumprimenta usando o termo `chuchu beleza` no instante que estende o polegar. Para as coisas ruins acrescenta os dizeres `é de amargar`. Desde o início do ano adquiriu um `smartfone` e ingressou com força nas redes sociais. Ao final da tarde manda mensagens de boa noite em todos os grupos e ao nascer do sol replica narrativas de bom dia. Sua Belina II na versão Ghia é lavada e polida semanalmente junto com os tapetes e os coxinilhos dos bancos. Tio Libório agora é outra pessoa. Tá esbanjando saúde e no último sábado foi visto tomando uma tigela de açaí na praça de alimentação do shopping. “
Se cada pessoa separar os materiais recicláveis na sua casa e doar para um catador ou vender, além do impacto positivo ao meio ambiente, a pessoa colabora com uma economia que sustenta milhares de pessoas
“O tempo passa, a terra gira e o mundo dá muitas voltas. Só a tia Márcia continua morando exatamente no mesmo lugar. A mesma pintura da casa, agora já descascada. A mesma solteirice, sem ambição nem projeto de futuro. A mesma blusa cor de manga, já num tom amarronzado e com um fio de cabelo branco impregnado. A vida passou e a tia Márcia ficou lá, parada no ponto de partida. Ninguém decifra a vibe dela e ela nem sabe o que é vibe. Tia Márcia não sabe mexer no celular, em compensação, sabe fazer um bolo de fubá e um café passado na hora daqueles que não se encontra em cafeteria nenhuma do mundo. Quando recebe visitas, não gosta que tirem nada do lugar. Da velha televisão, tem medo que mexam no botão e tirem do canal costumeiro que assiste todos os dias desde os tempos de `Roque Santeiro`. Ontem ela se mostrou feliz com o fim do horário de verão. O que isso implica pra ela ? Só sai de casa uma vez por mês pra ir no mercado e sacar a pensão, e às vezes vai ao posto de saúde pegar remédio e medir a pressão. “
Um dia um velho disse - já não tenho vontade e eu perguntei a onde a deixas-te ele respondeu perdi e nunca mais encontrei e eu dei-lhe a mão e sorri enchi o de esperança e vontade e tudo voltou a ter outro sentido.
VIDA NO INTERIOR
Criança que não brinca
Perdeu a infância,
Adolescente que do mundo,
O dono não se sente, tá doente!
O jovem que não se divertiu;
Partiu!
Na praça não aprontou...
Mudou de cidade.
Se na praça não esteve,
No cair da tarde,
No banco rústico, não se sentou?
Idoso não também ficou.
Se não conheceu personalidades:
Joaquim da padaria;
Manuel do armazém;
Zequinha da Farmácia...?
Não nasceu e nem se criou
Na cidadezinha do interior!
Não nos livramos facilmente dos preconceitos como nos livramos de um casaco velho que já não é mais usado.
Você nunca está velho demais, maluco demais, selvagem demais para pegar um livro e ler para uma criança.
Quando jovem era imaturo, impaciente com tudo, dizia para eu mesmo que meu maior medo era ficar velho, hoje olho para trás e vejo quanta energia desperdiçada, quanta tempo jogado fora usando a desculpa de liberdade, quisera eu poder falar comigo mesmo mais jovem, alertar sobre isso, contudo a maturidade que hoje me preenche também me pede que conviva com esse erro, e seja capaz de aprender e conviver com ele, maturidade gera exatamente isso, compromisso com as decisões e também com as consequências.
Velho 2020
Velho 2020...
Nascido em Janeiro....
Celejado pelos seus dias...
Envelhecido no seu mês de Dezembro....
Enrugado para muitos...
Alegre para muitos....
Entristeceu muitos olhares....
Os meses velhos...
Rumo aos meses novo...
Que Mundo...?
Do inconsciente ao consciente...
Da mesma forma que veio...
Derepente...
Passa tão rápido....
E tudo se acaba....
É como a celulose...
Agora é um simples papel...
E do nada ja não é mais nada...
Molha e se desfaz aquilo que a natureza cultivou por algum tempo...
Se acaba em instantes....
Nem sei se sou eu...
Tudo pode mudar...
Poeta eu sou ou não sou...
Se sou...
Quem sabe...
Um simples aluno...
Que grafa e abafa...
Mas escrevo o que penso...
O que ficou...
Ou que vem....
Ou....
Não deve chegar...
Ou ir....
A alma...
Cada dia rejuvenesce....
Todo dia...
Uma lapidada na mente...
Louco...?
Será...?
Sim....!
Ou Talvez...
Se sou Louco...
Por perder-me
Nas escrituras....
Assim....
Sigo com minha vida...
E ela...
Está em busca do desconhecido...
Acredito eu...
Por ser tão transparente...
Viajo com as asas...
E com elas.......
Vou em busca dos sonhos....
Buscando um calor ardente...
Voar é preciso...
E pousar vagarosamente...
Em sonhos entre sonhos...
Que são realidades...
E tudo pode acabar...
Em um simples piscar de olhos...
Essa é a verdade...
A vida que nos dá...
É a mesma que nos tira...
Sem nem uma piedade
Autor :Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
“ O Hino Nacional eu cantava com a mão no peito, quase de farda, quase um soldado, quase um herói, o hino acabava, e voltava ser quase invisível, só mais um aluno, com o avental velho do bolso rasgado.”
ANO NOVO
Para ser feliz,
próspero,
vencedor,
receber amores e dádivas,
bênçãos e distinções,
podes formular votos,
tecer esperanças,
alinhavar projetos,
enumerar decisões,
vestir cores certas,
brindar à sorte.
Porém,
se no coração,
o homem velho prossegue,
se o ontem ainda te governa,
se melhoras apenas te farão,
mais forte no que te é dispensável,
então prosseguirás,
ano após ano,
imerso no mesmo tempo,
estacionário,
por livre e espontânea vontade,
de um eterno ano velho,
passado.
André Luiz
(Instituto André Luiz, Psicografado por Lori Damm , 27.12.2003)
Retrospectiva
Muita coisa aconteceu. Sorri, sofri, me perdi, me encontrei, errei, acertei, magoei, perdoei, ganhei. Senti paz, aflição, solidão. Partilhei, afaguei e venci.
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