Um Estranho Impar Poesia

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TRANSLADO

Essas marcas, essa pele
um dia irá se acabar
sucumbirá com as favas
que em sua derme esta.

Ficarás os seus rascunhos
moldado com sentimentos
desenhos feitos em punho
configuração dos pensamento.

Você vai... Você fia
estudo de tudo novo
sabedorias te indica
avanço de novos povos.

Te copiarão como cria
no refazer da geração
serás novo nesse dia
ao cunho de novas mãos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SONETO AO PÉ DO PEQUI

O fado ao pé do pequi, no cerrado
pôs-me a ouvir e um soneto narrar
estórias que eu não podia imaginar
e que fez da gratidão o meu agrado

Era o destino me propondo reciclar
pra me tirar do espírito aperreado
do fútil que estava acorrentado
me dando a chance doutro lugar

Sim, ai eu pude então ser evocado
qual a terra prometida, vim me achar
na eterna busca de ser encontrado

De filho pra pai, pai me vi no olhar
então na compaixão fui anunciado
e entendi o doce sentido de amar...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ao meu velho pai

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE (soneto)

Um segundo, não mais que um segundo
o andamento já vivido, num tal lampejo
derretido na lembrança, passado mundo
do tempo no tempo num sucinto cortejo

E neste breve segundo, e tão profundo
o antigo tornou-se não mais que desejo
duma tal recordação, em que me inundo
numa saudade que fala e na alma arpejo

Neste minuto conciso o suspiro oriundo
traz agridoce eternidade... num ensejo
pra amenizar o ser em ser moribundo

E ao final, nesta saudade em manejo
o que teve de valor foi o amor fecundo
que no sentimento... - palpito e adejo!

Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Sobre a verdade

A verdade não é relativa,
não a minha, nem a tua,
a verdade de cada um
é inexorável como o sol,
todos a verão...

Mesmo que a ignorem,
saberão da sua existência
cruzarão com ela
face a face...

Minha verdade
assim como a de Pilatos
não é relativa...
ela não é discurso de Cícero
nem retórica de Homero
ou banquete de Platão.

A verdade é transparente
e purificadora, na tragédia
e na comédia ela revela
a alma do seu agente
expõe o abismo das palavras
a verdade não é divina
a verdade é humana
é a soma das nossas ações.

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

NADA SERÁ...

Se a vida for um vazio,
um vazio de vida será...
Se o gesto for sem brio,
hostil o gesto será...
Se o ter lhe for tardio,
o possível não lhe será...
Se o existir não for sadio,
a existência nada será!
Pois, ser é tornar o amor luzidio,
aí a vida proverá..

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ALMA (soneto)

Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier

Se não vem, tudo bem, sou o que for
Adiante, radiante, serei o que quiser
Depende de mim e de onde estiver
Então, posso ser razão ou sonhador

A idade em mim nunca será mister
É estado de sentimento, um exterior
Garoto ou velho, vai do que dispuser

Às vezes amador, noutras um jogador
Porém, o corpo, não é o que eu disser
Já a alma, estará ao meu total dispor...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier

Luciano Spagnol
cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NUTRITIVO

Se liberte por demais da vã filosofia
No fado não se tem um alvo certeiro
Tenha a harmonia, seja companheiro
Avigore o tudo e o nada sem utopia

Tudo passa, se transforma por inteiro
E nesta corredeira leve-te sem agonia
O bom da esperança é sair da galeria
Sonhar o possível, lutar como guerreiro

Vencer é armar-se de amor, ter cortesia
O generoso partilha glórias de cavaleiro
Achar-se na sombra é meta de covardia

Não te percas no efêmero, só nevoeiro
Ter, não pertence a ninguém, é fantasia
A alma se nutre do bem, do verdadeiro

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ENFADO (soneto)

O quarto penumbroso e triste. Meu viver!
Um silêncio na alma que ela parece morta
Eu num olhar vago, uma pujança absorta
Não tenho ânimo, nem uma reação sequer

Rabisco gestos pálidos que a nada importa
O mundo lá fora a passos largos. Ouço dizer
O meu aqui dento de solidão põe a embeber
O vazio lânguido, num isolamento que corta

E neste enfado, no enfado inquieto do ser
Que é que me interessa além desta porta?
Se sempre é o mesmo, o mesmo parecer

Aqui neste útero meu sonho se transporta
Que diga a sorte, e o destino o que quiser
Aqui poeto quimera, que abre comporta... (do meu envelhecer!)

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A FAIXA

O verde da faixa dos pedestres,
em um piscar, esta lá, todo verde...
Movida a água, secando de sede.

No alto do poste, piscando não cansa
ali, abre alas em seu enfoque...
O tempo todo, demarcando a esperança.

Esperança de um sonho alado, sonhado
que esta do outro lado ao imaginar...
Tudo aquilo, que se pode encontrar.

Ali, sobre o solo, tintas no asfalto...
Em duas cores como se fosse zebra
demarcando os rumos dos seus passos.

Se passa em falso... Em cores erradas
zás! Decisão, inconsequente imatura,
e a conseqüência nem sempre, terá cura.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

LUGAR NEM UM

Eu sei e o será...
Juntou-se ao talvez
E saiu por ai
sabe-se lá quando!
Um papo de: Não sei oque.

Um dia... Quem sabe...
Uma hora... Não agora!
No ano que vem?
Ora, ora, quem diria!

Ah! Não há nada!
Na, dica de nada!
Será mesmo...
Não... Não sei
pode ser... Quando?

Vai chegar?!
Do jeito que a coisa esta
Nã, nã, ni... Nã não!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Nem que a vida te pregue rasteiras
nunca penses em desistir,
sê forte põe um sorriso na cara
só te quero ver a sorrir.

Inserida por TiagoSuil

NO PRETO E BRANCO

Um romance de amor na parede
em moldura de um tempo sem cor
à poeira que queimou nosso verde
um amor que a prisma registrou.

Os abraços e beijos...
No branco, e no preto ficou
os desejos e ensejos
suspenso na parede... Amarelou.

Flores e jardins, no chassi, estão cinza
E o arco-íris...
Um surreal preto esvoaçado no ar.

Pássaros sob espaço
chuva de risco
lágrimas pontilhadas
olhos de carvão...
Água branca para matar a sede
venha menino...
Vamos com essa vida rindo
Me de a sua mão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VEM...

Vem com a alma sorrindo e os olhos fechados
Mas vem como se um novo dia viesse ao nosso encontro
Na nossa frente... Levo-te pelas mãos...
Vem... Qual num sonho viajasse no tempo para lugares
Inimagináveis...
Veste-me como se eu fora tua pele... Vem empresto-te minhas asas
Para que possas voar quais gaivotas em cima do mar...
Na tua frente um céu resplandecente de um azul profundo
Na tua dianteira amor, há um novo caminho... Entorpeço esqueço a vida
Vamos partir juntos
Ao rumo do infinito... Numa viagem sem fim... Vem...!

Inserida por celinavasques

Planeta você

Existe nesse universo
Um planeta chamado: você
E no seu sistema natural de coisas
O sol: é o brilho dos seus olhos
As flores: exalam seu perfume
As ondas do mar: lembram seus cabelos ao vento.
Onde abelhas fabricam a doçura dos seus beijos,
E a natureza é o esplendor do seu corpo!

Inserida por edson13nascimento

MEIO DIA NO CERRADO

Meio dia. Um canto do cerrado ermo
O silêncio quebrado pelo som do sino
A solidão na saudade sem meio termo
Céu nublado e vigorosa chuva a pino
O vazio cai na calma como um castigo
Não há burburinhos e nem um destino
O planalto devastado, ausente e antigo
Está deserto de fantasmas e de almas
A minha angústia não encontra abrigo
O vento nos buritis, parece bater palmas...

Luciano Spagnol
12'00". Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EU-NINHO

Como um ninho de passarinho eu me alojei em tua vida, construindo pela delicadeza dos gestos e palavras. Quantos ovos me habitarão? Um emaranhado de fios de textura gravetosa, um nicho de encantamento para os olhos. Em todas as minhas gestações de eras, meu eu- ninho que te abraça, e te permite voar. Por saber, que a liberdade do nosso amor o sustenta.

Inserida por IvaTai

COESÃO

Depois de um certo tempo
entre, capas e cantos...
Reluziram a ti, os encantos...
Foi-se as luvas as capas
ficasse, sob forte chuva de matraca.

Protegido por seus próprio tre, le, le
... Sob seus dedos de segredo
guarda os desafios do degredo...
Porque não surrupio?!
Porque não desvio?!
Se por outros oceanos...
Em sua caixa de planos...
tens guardado os anéis e ouros
da sua falta de respeito e coerência.

Terá seus dias de proteção confinado
e com os braços rodeados de devotos
voltarás para desviar a nação
os efeito de Ali Baba, lhes pertence
as lagrimas de novo, são do povo...
O que , que há!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SONHO BOM

Era sono, era sonho
tudo aquilo que sonhei
um mundo sem atos medonhos
e sonhos que sempre acreditei.

Sonhei com um mundo sem roubo
ruas, transeuntes sem mendigar
religiões a cantar sem rogos
e politicas sem ludibriar.

Babel... Sem se perder em vozes
Humanidade, coerente com amor
judas sem beijo falso, nem atos atrozes
e jardins, transbordando em cor.

Cristo sem cruz, amor sem divida
mães sem mais preocupação
o mundo sem cerca ou divisa
a terra, sem presença do cão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

TRAÇADO

Para todos os cantos
parecendo encanto,
... Eu tenho um plano.

Mas em todos os anos
solavancos e trancos
todavia, desenganos.

Aglomeram as lagrimas
evapora as pragas
na exposição dos planos.

E ao bater assas
quando voa da casa
lá se vai os tutanos.

Eu tenho um plano...
Um cisco para o ninho
sem lagrimas e jeitinho.

Que sabe se de perto
e na medida da goela
eu decole da terra, tão fera.

É... Eu tenho um plano
tão perto, um reto decreto
desse tempo incerto.

Roedores de tudo
nesse mundo sem fundo
somos todos analfabeto.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes