Tinta
Caminho certeiro
No longo caminho da estrada
conto estrelas no céu.
Absorvo a luz, como a tinta no papel.
Noite escura, fria e só a lua ao léo
é inverno rigoroso e o caminho longo, mas prazeroso.
Sinto gosto, sinto cheiro, sinto a vida sem anseio
e foi na chegada do destino, que descobre porque veio.
É o mar, a companhia, o vinho e o palheiro. São vagas as palavras, mas o destino foi certeiro.
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Em volta dos meus braços
Quando a sorte não quiser me escutar
Só se for pra entender o que eu digo
Ser sempre o meu amigo
Sem perder aquele jeito de amar
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Caber bem nos meus braços
E fazer a sorte desabrochar
Só se for pra tornar o seu sorriso
Meu mais seguro abrigo
Sem perder aquele jeito de amar
Gelo
Na cor da minha morada
a tinta da minha faixada
é feito o gelo que eu te dei
quando passou acompanhada
jogando beijos de mão dadas
mereceu o gelo que eu te dei
vá se refrescar
em outro lugar
bem longe daqui
não tem por que ficar
não vou me entregar, não,não
congelei o nosso amor
em outras palavras
o gelo que eu te dei
derrete em brasas
entretanto do meu jeito
friamente a seu respeito
não adianta nem tentar
o seu fogo apagará
não, derreto, não me perco
desse jeito eu me encontro em paz
vá se refrescar
em outro lugar
bem longe daqui
não tem por que ficar
não vou me entregar, não,não
Esfriou o que restou de nós
Vou escrever em seu livro de sonhos, derramarei minha alva tinta quente tatuando palavras de puro prazer em sua alma de mulher.
Um amor puro que um dia desenhei
num pedaço de papel
com a tinta doce do meu coração
Vivendo ao teu lado
num laço eterno
cintilando lindos sonhos
Ah, lindos sonhos
em que o fel da tua indiferença
fez questão de amassar
e me distanciar .
- Paula Monteiro .......... trecho do meu poema Sol Nascente !
PHRASIS
Tinta a recantar
Aroma a compor versos.
Verbos expressos a expressar
Como fosse o teste unitário do poeta,
seu inquietante aprovar.
Tangenciando sentimentos dispersos
Na oficiosa trama de melodramar .
Criando verbos, suprimindo vírgulas,
Desapontando a cada ponto de parar.
Onde o poeta extenua suas forças.
Como se lhe exaurisse a inspiração.
Perdesse o olfato, desaprendesse a conjugar.
Imo termo onde o leitor reside
entre o enleio de ler e o de parar.
Simbologia.
A tinta no papel faz a simbologia.
Redijo nele sentimentos selecionados e profundos.
Uma lágrima inevitavelmente cai.
Até sem dor,
Talvez solitária.
Talvez carregada de amor.
Este papel que tudo aceita,
Não traz da felicidade a receita.
Nem tem a perfeição do amor infinito.
Ainda assim o amor sempre ama alguém.
Ele é bom. Ele vale sim, a pena.
Nas esquinas do coração tem marcas,
Que o tempo ali fez.
Tem incertezas, tem dúvidas e um mínimo de lucidez.
Por vezes corroído de saudades.
Por outros de desejos e vontades.
Se paga o preço,
Quando o amor não se sente amado.
Que a ternura, ainda assim, nunca saia de você.
Nunca perca este teu jeito carinhoso de ser.
Mantenha sempre mole o coração
Para o amor se instalar.
Crescer e se consolidar.
E se não puder ser pra sempre,
Que seja só e tão somente eterno.
Palavras molduradas com a suavidade de teu toque, seguem a tinta azul que escoa no papel pelo atrito e desenha sensações ao som pulsante do coração.
Agora o silencio cala, a tinta azul esmaeceu. Podem se passar décadas, mas a tinta azul não existe mais, cinzas cobrem nosso leito, e o "nós" é singular agora. Vestígios da tinta azul na pagina seguinte mostram sua mácula a cada nova pincelada.
A tinta na caneta pode promover uma catarse. Na delicadeza de um papel inserimos nossas miragens.
Manhã ou tarde escrevemos devaneios, abstrações e utopias.
É pela escrita das palavras que a angustia se enfraquece, e pelo fio da taquicardia se fortalece. E no mover dos laços há tantos ”enlaços”que se tecem.
Há segredos que adentrarão a hora tardia. E é no encontro desse espelho que todos os fantasmas interagem, na busca de uma linguagem morna, quente ou fria.
As palavras quando só pensadas ficam desassossegadas, são inquietas sementes, escritas, exorcizam a alma da gente. E ao rasgarmos o tecido de nós mesmos, destravamos os "nós" do medo, escondidos nos labirintos do esquecimento.
E é permanecendo como réu do próprio isolamento que tecemos , no acolho e no recolho, na licença que se faz, de uma falta a sustentar, desenrolamos o nosso próprio pilar de contentamento. Escrevendo, escrevendo, escrevendo…
E ao rasgar a cortina, viés das palavras, mergulho na maré calma, envolto na própria nascente, há um renascimento "plangente". Urgente forma de encantamento! Palavras nos carregam se nos deixarmos atravessar, eis a forma singular, rio mar afora desce, escreve!
Rio fluente, “catarse nascente”...
Katiana Santiago
Poetiza da noite
Com tinta do coração
Esprime palavras
vindas da alma.
E assim como a música
Suave aos ouvidos de cada um,
Com delicadeza invade
E atrai a calmaria.
Na balança das emoções,
É o desequilibrio constante,
O abraço entre a tristeza e a alegria.
De versos que choram,
Poemas que acalentam,
Mil facetas de um único rosto.
O baú que revela os tesouros
Escritos a mão em sua mesa,
Ou talvez diante de uma tela,
E do mesmo modo,
Mensageiro das reliquias,
Viajante do tempo, evangelista do amor sublime,
A rosa vermelha e a mais negra também,
A valsa e a marcha funebre,
O dia e a noite,
O corpo, a alma e o coração.
Traz os telegramas aos remetentes inesperados
E encanta-os em sua escrita.
Verdadeiro porta-voz da compreensão do incompreendido.
Cada verso é como um filho
Que dá a luz
Pra você,
Compositora da casa das sentimentalidades
Desenhadas em letras
E através despertar aquele feixe de luz no peito desacelerado, secar os olhos que refletem o peso da magoa, ou fazer transbordar por essas janelas do intimo que não aguenta mais.o peso.
Poetiza,
Põe palavras que eterniza.
Lá estava ela, toda moldada
em pincel...tinta e papel..
Era o que pensava..
Ela tinha razão
Nunca se via bonita...
Se via como se fosse uma obra de arte
Mas uma obra de arte não se vê bonita
Tem que fazer sentir......algo..mais!
sacou?
"Se me dessem todo tempo
Se me dessem toda tinta
Se me dessem todo papel
Se me dessem todas as palavras
Se toda sabedoria obtivesse
Se todo conhecimento possuísse
De nada me adiantaria
Pois nem a eternidade de gratidão,
Suficiente me seria;
Para lhe dizer: obrigado por me amar
Sabendo que não merecia..."
Poesia Sem Cor
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Porém minha tinta é Preta
Meu papel é Branco
E as linhas Azuis
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas minha retina é colorida
Minhas roupas desbotadas
Meu mundo é em cores
Gostaria de um país sem cores
Mas a história foi escrita
Com o sangue vermelho
do negro escorrendo pelas chibatas
Com o cinza dos navios a vapor
com italianos e japoneses quase sempre amarelos
Com o verde das matas derrubadas
para trilhar um caminho nem sempre azul
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas os míopes de coração
Apagaram as luzes da lamparina e se esqueceram
Que para se ver ao longe é preciso de LUZ.
