Textos sobre infância que encantam todas as idades
►Carta da Saudade
Olá, bom dia, como você está?
Eu estou bem, eu acho, não sei
A cidade está barulhenta como sempre,
E ela nunca irá se calar, mas, tudo bem
Provavelmente eu irei conseguir sobreviver
Mas, e quanto a você? Você está feliz?
Faz tempo que não te vejo, como está o seu sorriso?
Ainda sorrindo? Ou se sentindo sozinho?
Eu estou escrevendo de fora de casa, acredita?
Estou perto da calçada, refletindo sobre a vida
Estava curioso em saber como você está se sentindo
Peço-lhe de antemão, perdão, se estou sendo um empecilho
Mas, me preocupo com você, afinal sou seu amigo
Quero o seu bem, quero que você alcance seus objetivos.
Então, como você está? Onde está? Morando fora?
Eu ainda vivo naquela mesma casinha, no final da rua
Lembra-se dela? Aquela que brincávamos por horas
Eu me lembro que às vezes era na minha casa outrora na sua
Memórias, o que seria de mim se não as tivesse, certo?
Bom, você não vai acreditar, mas, vou comprar um terno
Encontrei minha prometida, irei me casar
E o que desejo é que o nosso amor se torne eterno
Acho até que essa minha ambição é singela,
Mas, não vejo por que pedir nada mais do que uma vida bela
Por isso estou disposto a compartilhar minha cama,
Farei de tudo para a pessoa que tanto me ama.
Desde a nossa infância eu lhe disse,
Que, quando me casasse, você receberia o convite
Ainda digo mais, um convite especial, pois você merece
Sinceramente, estou até sem palavras, "até parece"
Provavelmente duvidará de mim, mas, crescemos juntos
E, agora, cheguei a um ponto muito importante
E eu gostaria, sinceramente, que você estivesse junto
Para desfrutar da alegria que seu amigo irradiará,
E sentir aquele antigo garotinho te abraçar, a chorar.
Estou feliz, tão feliz que mal consigo suportar
Depois de tantos desencontros, finalmente consegui encontrar,
Um motivo para estampar um sorriso sobre o meu rosto
Lembro-me ainda, fora no mês de agosto,
Que eu a vi, em um Gol antigo, da cor verde fosco
Ainda consigo sentir aquele beijo, seu gosto
Gosto de quem hoje, me tornei noivo.
Venho aqui não só para lhe convidar
Venho, por meio dessa carta, a saudade saciar
Saudade de nossa antiga e honesta amizade,
Saudade de nossa cômica jornada, das brincadeiras na velha cidade
Saudade, essa é a palavra que intitula essa carta, saudade.
Pois bem, perdoe a minha inconveniência
Mas, eis que vos fala minha alegria e insistência
Que berra aos meus ouvidos para que você venha
Espero-te no meu casamento, será na sexta
Assinado teu eterno amigo, filho de Helena.
AGÁ, DOIS...Ó?
Qual um anjo...ou drone? Vejo o algo a mais
Que os reles pensamentos dos homens;
Vejo os algodões de outrora
Supérfluo luxo da agora.
Qual a mais célere...ou célebre?
Ave de rapina, que plana acima da biosfera
Acima dos agás, dos dois, dos ós
Sinto àquela criança franzina e curiosa
Que transformava qualquer espécie de nuvem
Em brincadeira, em prosa
Em assunto profundo de roda
Em contos sobre Dumont, Zeus, Deus
O sideral não era espaço, o tempo não tinha compasso, o azul mais que uma cor.
Os meninos gargalhavam às custas dos
Devaneios.
As meninas, não.
Algodão do doce azul do céu
Que agora vejo por cima
Qual uma ave de rapina
Qual uma nave espacial
Qual o próprio tempo em si
Me trague,
Me traga o menino, sempre.
O franzino que até hoje é deslumbre
Em suas silhuetas — formas, cumes, patos, gumes
Do cirros à quase cirrose do poeta
Dos cúmulos dissimulados dos falsos profetas
Do nimbo Argento
Do ninho,
Do chão, onde o vôo é mais alto.
Luciano Calazans, Céu Brasileiro, 27/08/2018.
Lembro-me dos dias de criança
Cujo tempo não podem trazer,
Das brincadeiras, amigos e esperanças,
Momentos de imenso prazer.
Lembro-me da chuva caindo,
Sem nenhuma piedade,
Das flores da primavera,
Momentos de tranquilidade.
Lembro-me das terras que percorri,
Nas imaginárias aventuras,
Dos obstáculos que venci,
Momentos de glória e farturas.
Lembro-me dos jogos e danças,
Da eterna alma de criança,
Hoje morta, enterrada, e fria,
Assim como a minha vida vazia,
Assim como a solidão:
— Eterna companhia.
Tenra idade
Saudade da minha tenra idade
Na qual não estava conectado
Mas brincava de verdade
Quão boa foi a minha infância
Andava de bicicleta, corria, pulava
E tudo isso tinha muita importância
Na minha geração não havia redes sociais
Ficávamos na rua até altas horas
E levávamos broncas demais
Nos tempos hodiernos, vejo tudo mudar
As crianças não querem mais sair
E anseiam somente brincar com o celular
Essa constatação me entristece
Pois o lúdico está cada vez menos presente
Nas gerações que aparecem
Jovens, divirtam-se muito mais
Ao ar livre, em boas companhias
Dependendo menos das atrações digitais
Vocês em breve adultos serão
Cultivem bons momentos
E da infância, se recordarão com emoção
(Lázaro de Souza Gomes)
Lembranças de Outras Vidas - Luan Garcia Pereira Barros 16\02\2020
Águas que das cachoeiras escorrem,
pássaros que cantam melodias.
Raposas que nos desertos caminhas,
flores que perfuma as manhas.
Sabores que me recorda ha infância,
som que me trazem lembranças.
Domingos que me trazem esperança,
viagem que me faz amar a vida.
Amigos que sempre levarei comigo,
amores que me marcaram a vida.
família que estais sempre comigo.
Não apenas de felicidade vivi a vida,
mas de lutas que batalhei a cada dia.
Amando sempre a vida.
Tenho tanto para falar que chega a ser sufocante o silêncio nos meus dedos.
Expressão essas que não decifrei em letras, a mente pensa os sonhos navegam em pensamento.
Estes mesmo que ainda não decifro nas linhas estendidas sobre o papel este mesmo que já traz sã lembrança.
Da floresta a onde os arbustos ao longe vêm uma florada que ainda não sei distinguir.
Que flores e essa entre cores amarelas e laranjada com um pouco de lilas as folhas verdes dando um destaque a mais!
Olhando para o céu que me faz reflexo do mar no horizonte profundo me recordando da minha infância que tão perto, vem me trazendo uma breve lembrança.
Dos meus desejos que não realizei, me pergunto porque, mais como devo agir nestes universos de anseio e desejo que me faz refletir.
Vem o silêncio entre o barulho trazendo o conforto de que um dia, só mais um dia para agir!
Pisca Pisca
Na casa do meu avô
Tinha eu e mais quatro
Colhemos capim
Colocamos no sapato
O Isaac pediu uma bola
O Mateus um boneco
A Bebel uma saia
A Mychelle uma boneca
E eu uma caneca
Pisca pisca ali na frente e do lado
Meu presente no meio da árvore
Com meu avô segurando o saco
Mas quando abri
Veio uma caneca azul
Era igual a do meu avô
O papai Noel só esqueceu de uma coisa
Que não pedi dessa cor
Que
Duas conversas possíveis:
1)
“É tão legal ser adulto, né”, disse a criança.
“Porque você não é” disse o tio, velho, de 20 anos. “Na vida de adulto a gente se cansa…”
“Mas parece tão legal”, repetiu, “Vocês usam roupas bonitas, falam coisas inteligentes e fazem de tudo”.
“Aproveita enquanto você é criança”, disse o tio. “Não dura pra sempre”.
2)
“É tão legal ser adulto, né”, disse a criança.
“Você não imagina. A gente tem compromissos, aprendemos o que nós queremos, tomamos nossas próprias decisões, cozinhamos… parece vida de super herói”, disse o tio, com um sorriso.
Sensibilidade.
Nunca esquecer de com quem estamos falando.
No meu jardim tem belas flores, com muitas cores com muitos sabores, só aqui tem vida! Só a vida tem sentido...Sem regar, não vou viver... sem luz não vou crescer.
De cores e sabores, de encantos e folias, de saudades da infância e da minha
terra que lá cultiva a vida, vida que vivi na terra... e
Nós aqui morremos para na terra viver!!!
Pois, quando meu ser ressuscitar!
No jardim nós vamos morar.
POLTRONA DE COURO AMARELO
Sinto falta daquela menina
Tranquila, serena, protegida,
Sentada na poltrona de couro
Lendo literaturas e enciclopédias.
Sentia-se feliz e ciente não era
Das recordações que teria,
Dos momentos com teu pai,
E saudade sentiria.
Como gostaria de voltar,
A sentar naquela poltrona...
Não tinhas o que tens hoje,
Tampouco sorria,
De forma lapidada
O silêncio continua,
Relembrando de tua infância.
Desejava que o tempo parasse
Em cada página que lia,
Mas, consciente que noutro dia,
Com teu papai estaria.
A Fé brotou...
No coração daquela menina.
Não existe mais a poltrona
Nem teu pai se encontra,
Dando alpiste aos passarinhos:
Pardais que pousavam,
Na calçada do escritório.
O passado não retorna...
No presente memórias valiosas
Ao recordar da poltrona,
Querendo nela sentar,
Lendo os livros do teu pai,
Vendo-o em sua prancha trabalhar,
Ciografia com esmero executar.
Saudades da poltrona amarela,
Dos livros... que ainda pode ler,
E do teu pai...
Que outrora irá encontrar.
SOLTANDO PIPAS
Pode ser pipa, papagaio ou gavião.
Depende do vento, brando ou furacão.
Com ela se encanta a criança crescida
Que no meio da rua se prepara pra vida.
Criança com pipa se cerca de encantos
E através dela faz seus olhos brilhando.
Não sabe que a vida nos cerca de dores
E joga na pipa inexistentes temores.
Quem solta pipa tem uma infância feliz,
Faz do papagaio seu amigo aprendiz.
Com ela a criança seus sonhos balança,
No fio de linha que, com outras, ela trança.
Esqueci como é ser criança,
Problemas...Pesos...Responsabilidades.
Aprendi a encarar essa realidade.
É difícil ser o que me tornei,
Não o "eu" oculto,
Mas o "eu" adulto.
Esquecemos dos sorrisos que dávamos,
O nosso ego nos cegou.
Se quer notamos quem estar ao nosso lado.
Perdemos a inocência,
Movido por desejos carnais e matérias, apenas...
Aos poucos vamos caindo igual Atenas.
O que antes acordávamos
Para brincar com os vizinhos da rua,
Hoje acordamos para servir uma rotina sem vontade nenhuma.
Sons que contam
Apesar de não ver, o pensamento voa longe, a realidade se esvai e as memórias vem à tona tomando conta da mente. Foi ao ouvir novamente aquele som, que me prendi aqueles pensamentos.
Uma infância tomada pelo movimento, pela quantidade. Muitas pessoas, muito trânsito, muito barulho, muitos sons diferentes para se apreciar.
Não sei se é possível expressar, mais é algo como, entrar em choque com a chegada de tantas memórias, ao ouvir alguns sons, o que é estranho já que é apenas som, é como se voltasse no tempo, como se tudo que me ocorreu na infância pudesse voltar. Como se eu pudesse sentir o cheiro dos meus avós ao ouvir a cachorrinha deles latir quando eu ainda hoje vou naquela casa. Como se eu pudesse estar de novo com os meus amigos das aulas de flauta ao ouvir alguém tocar alguma música. Como se ao parar no transito e ouvir o barulho eu pudesse reviver as minha memórias de quando criança. Como se ao ouvir o barulho de dezenas de turistas andando pelo Capivari, e entrando e saindo do hotel e pedindo diversas informações, eu pudesse por apenas alguns segundos lembrar de tudo, lembrar de como eu me divertia correndo pelos corredores do hotel junto com alguns amigos e com a minha prima. Como se o som das ondas, e o latido do cachorro de vizinho que nunca aparecia, eu conseguia imaginar quando eu corria pelo gramado daquela casa gigante, atrás nosso cachorro, e com todos reunidos ao redor da churrasqueira, conversando e rindo muito, era tanta diversão, a piscina, os amigos, as ondas, a união, conversas e gargalhadas, são tantas coisas que um simples som pode nos remeter. Lembro me até hoje de quando minha mãe batia na porta do banheiro e me mandava sair do banho por que eu já havia ficado tempo demais e já estava sendo desperdício, tenho essa memória toda vez que ligo o chuveiro e escuto a água cair tocando o chão e começando a escorrer. Toda vez que ouço cachorros latindo me lembro de quando eu saia pelo condomínio para caminhar levando junto a mim meu cachorrinho, e nós passávamos perto de algumas casas onde eles tinham gangues de cachorros e era como se eu e meu pequeno fiel escudeiro estivéssemos provocando aquela matilha gigante que latia por baixo do portão, sem poder fazer nada.
São tantas memórias que acho que palavras não são capazes de descrever. Não acho que haja espaço o suficiente para isso, sempre vai ter alguma coisa, seja cheiro ou som que nos remeta a alguma situação que já aconteceu. O tempo passa, mais as memórias ficam, e são despertadas nas situações na qual menos esperamos. Por que sem nem percebermos, os sons nos contam mais do que imaginamos.
Caça à palavra
repleta, minha alma espreita atrás do estrume do mundo:
de onde vêm os versos, que face ocultam entre o amor e a morte?
às vezes os sons são os mesmos, as texturas, o tempo,
o mesmo homem a revolver-me as veias
onde se lacram as vãs repetições, que noite veste o poema?
o sol nos vasos de crisântemos, ecos de um triste país,
largos horizontes onde meu pai passeia verbos nem sempre sublimes.
tudo é memória, sirenes ligadas. a infância sempre ontem, mas aqui.
todo verso sugere uma serpente oferecida.
que na minha caça à palavra (que face ocultam o amor e a morte?)
não haja qualquer vislumbre de repouso.
Em fim 25 anos...
25 anos vívidos?
Ou Apenas...
25 anos existindo?
O que me revela esses 25 anos?!
Dos 15 para o 25 lá se foram 10 anos...
Em 10 anos tudo mudou, desde do meu corpo, ao amadurecimento dos meus pensamentos... Aos 17 me arrancaram brutalmente um pedaço de mim, desde então venho aprendendo o que é força para seguir em frente. As vezes percebo o tempo passando quando me olho no espelho, e vejo que a pele em meu rosto já não é tão firme, ou quando percebi um cabelo branco os meus 24 anos e desde então venho achando hora ou outra um perdido. Com meus 24 anos quase me deixei levar pelas decepções e frustrações. Venho presenciando esse mundo de adultos, e me aprofundando a cada ano que se passa. Ahhh minha infância, doce e encatada infância, como eu queria voltar no tempo e estagnar. Só para continuar acreditando no mundo com empatia e amor.
Era uma vez um garoto. Vivia numa aldeia que já não existe, numa casa que já não existe, na orla de um campo que já não existe, lugar de todas as descobertas e onde tudo era possível. Um pedaço de madeira podia ser uma espada. Uma pedra podia ser um diamante. Uma árvore um castelo.
Era uma vez um garoto que vivia numa casa do outro lado do campo onde vivia uma garota que já não existe. Inventavam mil jogos. Ela era a Rainha e ele o Rei. Na luz do Outono, o cabelo dela brilhava como uma coroa. Bebiam o mundo em pequenas mãos-cheias. Quando o céu escurecia, se separavam com folhas nos cabelos.
Um dia a gente cresce
A casca um dia racha
Mas a essência permanece
A felicidade pode estar escondida num familiar cheiro de mato
De quando éramos crianças
Naquele lugar que fazia a gente correr solto
Cheio de alegria entre o orvalho
Quem disse que hoje tem que ser diferente?
Como é bom descobrir que é simples ser contente!
Ouro
Em cada esquina, cada rua...
Sinto no ar
Outra chance, um novo despertar...
Aquelas lembranças da infância
O piso que ando, as paredes e as plantas...
Fazem meu coração de abrigo
Para as memórias profundas
Que trago comigo...
Todo hoje é um novo começo...
Pra uns é apenas uma manhã...
Pra mim é a liberdade
Cantando em mente sã
Os tempos são outros, mas o lar é o mesmo...
Conheci o valor do outro e não parei de lutar...
Mergulhei em águas profundas
Pra aprender a me renovar...
E assim sigo...
Brindando à vida.
POR AÍ
Hoje saí pelas ruas da cidade
Vi edifícios com mil janelinhas
Cada qual com uma história para contar
Vi gente apressada mesmo sem ter onde ir
Vi a moça fazendo bala de coco no tacho
O coco queimado no açúcar tinha cheiro de infância
Por alguns minutos fui criança outra vez
Senti cheiro de terra molhada ao passar por um jardim regado
Senti respingar na pele águas de um chafariz
Senti alegria ao ver o abraço entre duas crianças
Senti uma vontade danada de sentar numa calçada
E sentei
Hoje saí pelas ruas da cidade
Achei tantos tesouros
Que jamais poderia pagar.
Queria ser como um pássaro, para nas asas do vento poder voar.
E queria ser como o vento, para no céu sem limites poder soprar.
Queria ser como um peixe, para no mais profundo dos mares mergulhar.
E queria ser como o imenso mar, para nas grandes fronteiras do mundo circular.
Eu queria um dia voltar a inocência, e correr pelas ruas sem medo de errar.
E como uma criancinha boba, sem saber dos desafios que poderiam me encontrar.
Eu queria voltar ao passado, e como quem hoje sou ir para me encontrar.
E para mim um alerta levar, "o mundo é perigoso mas não chores, pois em tudo vai suportar."
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