Textos sobre a Morte

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"Não aprendi dizer adeus."

Preciso confessar que não sei lidar com despedidas. Por mim, toda pessoa querida morava no meu condomínio. Ninguém ia embora e principalmente ninguém morria. Como diria uma amiga minha, "eu juro, juradinho" que não sei lidar com a morte, não sei dar pêsames, detesto ir a cemitérios e só guardo lembranças boas dos que já não estão perto de mim. Minha mente apaga a maioria das minhas vivências ruins. Até me esforço para lembrar de detalhes e simplesmente não consigo, minha mente bloqueia esse tipo de lembrança. Sem contar que muitas vezes, me pego falando da pessoa como se ela ainda estivesse entre nós. Fraqueza, fuga da realidade, infantilidade... só Freud para explicar, afinal ele também continua vivo nos seus textos e teorias.

ELE

O momento em que eu sinto
O arrepio sufocante entrando em meu corpo
A minha mente gira e transborda loucura
Meu olhos exalam fúria, sonho morto

É eu sei, é paranoia
Não, a vida que é uma paranoia
É uma maçã podre, lugar de estórias
Um cristal escuro, um relógio sem ponteiro

Mas a questão do arrepio
Do toque à um canto afinado
Me leva a um questionamento tão vil
Ele aparece em diferentes estágios?

Em segundos ele arranca a pele com um sopro
Da emoção ao pensamento flutuante
Do medo ao frio do inverno
É aí que ele e a morte viram amantes.

Passamos uma vida inteira construindo nossa fortaleza. Um 'eu' interior que seja capaz de suportar o mundo e tudo o que vem com ele. Com nossa fortaleza desejamos repelir tudo aquilo que venha a fazer o império de quem nós somos, desabar.
Porém, há uma coisa que não há fortaleza que impeça. Lentamente, porém avassaladora, como a água ao bater na pedra sucessivamente: Esta é a morte, e dela, nenhuma fortaleza escapa.

Rosmaninho da saudade.
Quando eu morrer meu amor..
Quero a minha campa cheia de rosmaninho
Para que te lembres do meu corpo perfumado.
Quando eu morrer meu amor...
Planta-me aos meus pés, camélias de todas as cores.
Para não te esqueceres dos filhos, que eu pari com amor.
Quando eu morrer meu amor...
Planta-me um roseira de rosas vermelhas.
Para recordares o amor e o desejo que senti por ti.
Quando eu morrer meu amor...
Canta muito, chora o que tiveres de chorar.
Mas nunca te esqueças de viver, de sorrir e de amar.
E nunca culpes Deus por me ter levado!

— Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.

Gosto de ser otimista. Sou daqueles que veem o copo meio cheio enquanto os outros consideram ele meio vazio.
A melhor parte em ser otimista é saber que sempre que eu abrir os meus olhos e ver que o dia amanheceu, Vou em alegrar por ter ganho um dia a mais para viver, e não um dia a menos de vida...

Os dias ruins não são anunciados e raramente chegam com grandes tempestades, os acontecimentos sim, chegam como raios, parte-nos ao meio, quebram pilares, desestruturam mentes, ironicamente acontecem em dias belos e ensolarados.
Seu dia ruim pode ser um dia comum e bom para muitas outras pessoas, parece injusto e cruel, porém é a lógica divina, ilógica da maneira sarcástica como age na vida de cada indivíduo.
Se eu tivesse o poder de mudar o roteiro da vida, faria com que o nascimento fosse uma surpresa não anunciada e, a morte teria o aviso prévio de 9 meses como uma gravidez.
Insanidade, morbidez? Talvez, vejo que seria a última chance de vivermos 9 anos em 9 meses, sugando até o último gole de vida, lúcidos, testando limites, amando puramente. Para que quando chegasse o dia ruim, acalmasse o interior dos envoltos ao luto, com a certeza de que aquele corpo honrou a vida, vivendo=a como quis!

Que essa Páscoa seja um momento de reflexão profunda sobre a vida e a ausência de vida, processo este vivido por Jesus na sua morte e ressurreição.
Assim como ele, nós da educação experimentamos diariamente este processo de morte; morte das expectativas, das vontades, da esperança, mas também, porém nos reerguemos plenos de fé,
crentes de que podemos mudar o mundo por meio da educação.
Utopia? Só poderemos saber quando todas(os) enxergarem a educação como nós, como o caminho para a transformação, para a vida.

Eu vejo um morto andar
Eu nao vejo um morto mija, mas sinto seu cheiro podrificar
O morto sua ou é seu proprio cheiro
Varios banhos o morto vai tomar, mas seu cheiro não vai mudar
Cheiro de morto, o morto
Que mesmo morto se mata
Conhecendo ou desconhecendo o morto
Ele é o morto que não morre
Enquanto morto sorri
Em sua propria morte chorara

Medo

Medo de ver a polícia estacionar à minha porta.
Medo de dormir à noite.
Medo de não dormir.
Medo de que o passado desperte.
Medo de que o presente alce voo.
Medo do telefone que toca no silêncio da noite.
Medo de tempestades elétricas.
Medo da faxineira que tem uma pinta no queixo!
Medo de cães que supostamente não mordem.
Medo da ansiedade!
Medo de ter que identificar o corpo de um amigo morto.
Medo de ficar sem dinheiro.
Medo de ter demais, mesmo que ninguém vá acreditar nisso.
Medo de perfis psicológicos.
Medo de me atrasar e medo de ser o primeiro a chegar.
Medo de ver a letra dos meus filhos em envelopes.
Medo de que eles morram antes de mim, e que eu me sinta culpado.
Medo de ter que morar com a minha mãe em sua velhice, e na minha.
Medo da confusão.
Medo de que este dia termine com uma nota infeliz.
Medo de acordar e ver que você partiu.
Medo de não amar e medo de não amar o bastante.
Medo de que o que amo se prove letal para aqueles que amo.
Medo da morte.
Medo de viver demais.
Medo da morte.
Já disse isso.

Os minutos serão eternamente melancólicos e carnavalescos sem a sua presença.
Minh'alma chora com a sua ausência; os planetas do meu universo se desalinham sem teu amor, ainda que seja por um segundo sequer.
Sentirei sua falta, por favor não crie caos onde te cedi morada, por favor, volte para o mundo que jurou governar e que por ti as terras sangram.

Ascendência

Eu, filho do caos e da isolamento,
faço deste pequeno e ínfimo verso
nascido em meu lúgubre universo,
meu último testamento.

Meus sentimentos jamais serão perdoados.
Detentores de natureza renitente,
Estes são meus pecados.

Quando elas me gritam,
meu peito dói.
Não suporto mais isso.
Quero acabar com essa dor que me destrói.

Eu, filho do amor e da exaltação,
hei de enterrar em meu túmulo
todo sentimento que em acúmulo
me levou a pecar contra meu coração.

O céu jamais se fez azul sobre minhas pestanas.
Mas quando o encaro, peço que me mate.
Que em meu túmulo se enterrem mentes insanas,
e assim como meu sangue se façam escarlate.

A constrição aumenta em meu peito.
Em meu quarto se mostra desconfortável sensação.
Recende a solidão.
E mais uma vez, a morte atavia o meu leito.

Eu, filho do rancor e da ardente paixão,
Renuncio toda dor.
Amaldiçoo todo amor
que me levou a cair em depravação.

Quando tamanho sofrimento
descera sobre minh'alma,
senti o último momento
em que me fora roubada a calma.

Abnego minha existência.
Já não sinto mais inevitável
vontade de com meu eu ser afável.
Em meu calvário se pagara a penitência.

Eu, filho do ver e da verdade,
através de meus versos encontro piedade.
Oriundo da terra, verdadeiro colo,
anuncio meu retorno ao solo.

Meus olhos, frutos da própria terra,
vis criaturas peçonhentas
que na verdade encontram tormentas,
sua Ascenção encontram na guerra.

Se ao teu ver, minha existência enfraquecida,
em meus olhos, expressão da realidade,
se encontre tamanha debilidade,
toma tua foice, ceifa a estéril vida.

Eu, filho da vida e da própria morte,
a quem rejeitara a própria sorte,
tornara-me da dor, escravo passivo.
À noite, sofredor cativo.

Quando em meu andar
eu hesitar em dar o primeiro passo,
deixe que em meu penúltimo ruflar
se desfaça esse eterno laço.

Elas, cujas lâminas marcam em meu braço
a falta de um único abraço
gritam o notar da minha ascendência.
Seu nome, depressão.

⁠Assim mesmo, sem se despedir, foi que ela partiu.
Não quis dar o definitivo adeus
Não lançou olhares de lamento
Porque era chegada a sua hora.
Somente se foi.

Não precisava dizer aos que amava
Que assim os queria.
Seu olhar meigo e penetrante
Sempre essa mensagem transmitia.
Desnecessário pedir que dela se lembrem
Não há quem a tenha visto sorrir
Que possa esquecer-se de tanto brilho.

E foi assim, com a suavidade própria de uma diva
Que recebeu seu chamado para ir fazer poesia no céu
Deleitar-se com os harmônicos musicais dos anjos.
Agora é mais um com eles!

Foi de tanto acreditar que perdeu a fé
Foi de tanto esperar que perdeu a esperança
Foi de tanto querer ver que pensou estar cego
E assim vai indo em há decepção
É hora de mudar seu rumo
Escolha outra direção
Não existo futuro certo
Tudo é um talvez
Se entregue arrisque-se e se não der certo
Comece tudo outra vez...

°•°•°•°•°•°•°°🍃•°•°•°•°•°•°••°°•
Sacrifícios se jogam da sacada.
Sacrifícios tem balas em seu coração.
Sacrifícios derrama sangue sem precisão.
Sacrifícios perdem tudo por nada.
Sacrifícios vendem tua alma.
°•°•°•°••°•°•°🍃•°°•°•°•°°•°•°•°•

Para onde vai cavalheiro
Com esta espada escorrendo
Sangue alheio ?

Em uma guerra entre
A paz e a escuridão
O mais forte vence
Ou todos morrerão em vão

Ao caminhar a está guerra cavalheiro
Sobre o que sente é egoísta
ou verdadeiro?
Só lhe falo não desista

Olho ao redor, só vejo sangue,
ódio, dor e tristeza
A paz se ergue...
Mas a escuridão ainda estão ao meio a nobreza

QUANDO EU MORRER 🌻

Quando eu morrer, não chores
Eu não te poderei ouvir
Quando eu morrer, não peças perdão
Eu não te poderei perdoar
Quando eu morrer, não me tragas flores
Eu não sentirei o seu perfume
Quando eu morrer, não sintas saudades
Eu não as terei de certeza
Quando eu morrer, lembra-te
Dos momentos felizes
Serei uma poesia no teu coração
Quando eu morrer, não chores
Não lamentes a minha partida
Quando eu morrer não chores
Olha que o Outono leva as folhas
E eu vou florir no próximo Inverno
Quando eu morrer não chores
Porque eu serei eterna em teu coração
Quando eu morrer meus amores
Eu estarei em paz com Deus.

⁠Malus

Meu amor é como a alvorada,
Inevitável, vermelho e sedutor.
Busco ao longe minha amada,
Como o sol no horizonte sonhador.

Meu coração é negro como a noite,
Envenena da forma mais fatal.
Sua ausência é como um açoite,
Profanando essa forma carnal.

Meu toque é frio como inverno,
Matando esperanças por prazer.
Sigo com deboche pelo Eterno,
Dissipando o que Ele fez crescer.

Meu pensamento é como fogo,
Destruindo todos ao meu redor.
Sou a matilha de um lobo,
Devorarei a carne até do menor.

Sou os sete pecados todos unidos,
Irrompendo amores a toque de fole.
Me elevo à desgraça dos perdidos,
Beberei teu prazer até último gole.

Divertiu-se com o mal errado,
Subestimou o demônio principal.
Torturarei seu futuro e passado
E esta será a lembrança de teu final.

⁠Réplica

De longe miro o martírio espectral
Capeado de sorriso, incorporou-se composto
Afirma-se em harmonia, reverbera discordância
Presente que segue, que dia padece.

Segue a caldeira, próxima estação
Abóbada celeste, cativando-se
Já pesado do espírito, não encontra possibilidades…
De fato, já não mais de alma.

Por quem antipatiza sorrisos, já não
Em frente a luz, que foi, que é, que será.
Gratificada por memória, de pandora re-mexida
Brindo a ti, brindo a vida.

(@_bahhgarcia)

⁠E se eu morrer...

Se eu morrer, ainda permanecerei vivo?

Se eu morrer, quem se importaria com isso?

Vejo. O que até aqui construí?

Quantos chorariam por mim?

Já ouvi dizer que todos somos sozinho.
Mas, quem seria apático o bastante para nao ceder a este abismo.

Por vezes pergunto, o que é real?

O mundo físico? O palpável!?

Certamente que não.

As emoções incontroláveis, toda essa química do cérebro que é fatalmente transpassada pela ciência!?

O mundo com sua ética e moral?

Quem parou para questionar a morte, se não aquele quem a desejou?

Quem no vazio indizível encontrou colo na desesperança da vida?

Ouça o grito, ou não.

É silencioso de mais para essa agitação toda.

Sou voz que grita em silêncio. Água torrencial, caverna úmida e praticamente inabitável, a não ser por aqueles que são da mesma natureza dessas pedras.

Sou poesia, sonhos.

O medo do homem comum.

Entretanto.

A algo ainda aqui. Uma centelha.

Querer viver ou morrer, a se todos entendessemos que não há diferença alguma.

Estou em busca do meu paraíso.



Felipe Pereira

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