Textos Dramáticos
Hoje sou um corpo estendido no caixão da vida, sem sentimentos, sem força, preso a um destino imutável. Não jogue flores, não derrame lágrimas por mim. Essas escolhas foram minhas, escolhas que agora me enterram, me esmagam, como uma tampa de arrependimentos que não me deixa respirar, como um fardo de culpa que me afunda ainda mais.
Está a porta cada vez mais estreita e o caminho cada vez mais escuro e solitário. Cada vez mais fácil encontrar o perdão e à redenção isoladamente ouvindo e falando com sinceridade ao nosso coração, que tão bem conhece nossas mentiras e armadilhas do que fazendo parte de qualquer grupo de amotinados manipulados por mais uma de nossas tantas versões, quando interpretamos, um outro novo papel como se estivéssemos verdadeiramente à espera de uma santificada revelação.A dramaturgia dos aflitos é sempre contínua.
A poesia surge de uma conversa sem fim entre aquele curioso e insensato que fala com ele mesmo, outras vezes com um ser maior na divindade antropomorfizada ou mesmo com a natureza enquanto energia pura da criação.O curioso que até aqui a grande tríade está presente.Como só fosse possível começar a falar com alguém o que for, seja ele quem for, se for de outra coisa real ou imaginária, ou alguém que seja conhecido ou desconhecido de pelo menos de um, dos dois, ou de nenhum dos dois mas que no momento da fala, esteja ausente.Daí deságua a trinca mais que perfeita para à " fofocação ".Parece mesmo que a boa poesia é um hiato perfeito entre o drama e a comédia, mas vamos deixar isto tudo para os poetas mais confusos do que eu que hão de vir por aí.