Textos de Saudade do Pai q Morreu
A saudade vem e vai como a onda do mar, totalmente abstrata, algo longe de ser tocado. Um sentimento que, às vezes, vem como uma adaga, muito bem trabalhada, fazendo com que um frágil coração seja afligido, causando tormento de lembranças, ora em sorriso largo, ora com nó na garganta, enfim, fazendo com que as veredas do passado se tornem um imenso deserto no presente.
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Mas será que é só isso? Não! A inocência é bela, repleta de graça, tornando em realidade como se tocasse as nuvens, enchendo os olhos de vida e um burburinho acelerado no peito trazendo a saudade do amor, da pureza, da ingenuidade de uma criança. O cocheiro muito volátil nos coloca na porta!
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Sim, na porta e com um leve toque conseguimos abri-lá e então ser surpreendida com turbilhões de sentimentos, onde a saudade é a chave e que está na sua mão lhe permitindo e lhe outorgando poderes para sorrir, abraçar, bailar, chorar largado, cochichar, beijar e tocar o oposto do abstrato a ponto de ouvir o coração e se derramar na saudade que chegou ao fim.
AMOR DESFEITO ....
No sentimento esquio e acre, a saudade pura
Suspirando, arfando, a procura de um talvez
Sente a emoção vagar e sem a fulcral ternura
Que larga a sensação numa silenciosa surdez
Enquanto o lacrimejar escorre pela fissura
Do olhar. Há aperto, dor no peito outra vez
São as lembranças tão cheias de amargura
Dum afeto que se vai e ali então se desfez
Quando surge, então, a poética derrocada
A quimera pela janela se afasta desfolhada
E o sentir se faz delicado igual a um cristal
E o sentimento desamparado, acre e esquio
É ante o querer: - apático, indiferente e frio
Então, no amor desfeito, o irrefreável final! ....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/01/2021, 19’52” – Triângulo Mineiro
Lembrança de folhas verdes!
Fica as vezes em nós
Uma saudade, de o quê?
A saudade de uma saudade,
Vejo quando olho as flores do jardim,
Toda a minha saudade linda e perfumada,
Posso sentir o lírio a seduzir as rosas,
Saudade de luas anteriores,
Luas em que fiz das noites meus dias,
O calor de um sol que ainda em mim queima.
Na profundeza da alma,
Em um pequeno porta joias ,
Guarda-se o infinito mar de lembrar,
Muitas vezes as ondas ficam enormes
Até transbordam no olhar amendoado dos olhos,
Que dá alma quando de janelas abertas
Podem ser colhidas,
Sementes de uma vida.
É no peito que bate um coração...[um coração],
Que arde em chamas, sentimentos já em cinzas,
Minhas nostalgia é de um tempo só meu,
Mesmo que as vezes as guarde.
É na calmaria do pensar que posso assim navegar
Sem ideias ou projetos de mim mesmo,
Sendo a semente de muitos outros,
Flor ou fruto de alguém que nunca saberei.
As flores com suas folhas verdes
Falam a minha alma silenciosamente
Me encantam com sua calma e a certeza de um bem.
A saudade não é nenhum diamante,
É só um pedaço de sal bruto que se dissolve em lágrimas,
E por ser ...é como uma estranha mão,
Um abraço do milagre.
Deixo a saudade nas flores do meu jardim,
A minha alma hoje é uma nova rosa,
Quer viver em mina vida como som de harpa
Em seu doce som me planto
Sou de folhas verdes
Falo aos corações com rosas em meus lábios
Tenho o sol , a lua e meu mundo,
Noites e dias em meu jardim,
Numa primavera sem fim.
Zé Poeta.
A ignorância cega, e pior ...faz o próprio ignorante se perder na sua própria ignorância...
Saudades do tempo da avó, e bisavós onde as pessoas faziam o pão caseiro, bolo fuba, o cafezinho coado no filtro de pano, e dividiam com os vizinhos, as ruas eram de terra, existia sítios, plantas e flores nas casas, as cercas eram de arrame, podiamos ver os visinhos, sentados a beira da calçada para conversar, saudades de ver as crianças brincando na Rua de estátua, pega pega, jogar queimada e voleibol, saudades do tempo do respeito aos mais velhos, do tempo que as pessoas se amavam e se casavam cedo, tinham filhos e casas simples, e se amavam, e eram felizes, hoje as pessoas se preocupam mais com coisas, do que pessoas, em todos os lugares o exibicionismo e fundamental, mostram muitas vezes uma aparência falsa, de uma alegria falsa, e conseguem enganar ate si próprios, os antigos carregavam armas da fé, da humildade, da educação, do sorriso simples no rosto, e dignidade de olhar ao lado, e sentir orgulho de quem é, e termos a certeza que ainda da tempo, que ainda somos muitos, acreditando em um mundo melhor, emais humano e gentil, e que esta busca seja constante, e incansavel, e que jamais desistamos, mesmo que tudo esteja mostrando ao contrário....
E quando eu for desejo... sacia -me ...
quando eu for saudade ... mata me de amor..
quando eu for lembrança ... me abrace pra sempre ....
quando eu for embora ...simplesmente não deixe ... me faz tua morada ...tranque a porta e fique com a chave..
um grande amor nunca morre ...
quando se tem desejo , vontade , quando se tem química... é porque nasceu pra ser pra sempre ...
Você traz aquele ar de fim de tarde, de calmaria, de saudade também quando perto de ti não estou .
Você traz a leveza do ser, o sorriso da alma e o aroma do viver, do meu viver.
Assim encontrei o que mais amo nessa vida, a leveza, o aroma, o sorriso e o viver, só que o último só tem sentido se for em teus braços.
Quando voçê ama alguém de verdade
Esse amor nunca se esquece
O tempo passa a saudade atormenta, Quem ama não esquece por mais dias que possam passar
O amor é como uma tempestade.
Eu tenho esquecido muita gente
Mas ela eu nunca esqueço
Por ela esse amor é infinito. sou um sonhador
A cada sonho cada lembrança sempre me lembro o quando seria belo ver o seu sorriso todas as manhãs.
E é assim o meu amor sem limites
O maior e mais forte que existe.
VIOLÃO DA SAUDADE
De tempos em tempos,
flutuando entre o abandono e a adoração,
entre o barulho e o silêncio,
entre a vida e a morte;
você sai do canto da sala...
no canto da vida,
deixa seu sono profundo,
me empresta seu corpo num abraço,
se deixa ser tocado, cantado e desafinado para me encher de vida!
Sem se preocupar com o estrago ou com os vizinhos, me diverte, leva alegria até minh’alma
Quem sabe chega ao céu o som da saudade!
Arrebentem-se as cordas, mas não meu coração!
TEM SAUDADE, TEM ...
Hei de sentir uma sensação que não impeça
Qualquer coisa que da emoção seja nascida
Tentando surpreender, criando sem pressa
O soneto, que diga, quão ao coração és vida
No exato amor, talvez seja a essencial peça
Poética, e um sentido na paixão repartida
Em que, em ter-te, é prazer, é bom à beça
Concebendo ventura, a chave na acolhida
Há no cerrado um senso de melancolia
Sem o teu olhar, alegria e, só em tê-los
Tudo fica tão mais sedutor no meu dia
Sim, muito mais agrado, quimera e além
Do cheiro, beijos, aqui nos meus apelos...
Tem saudade, tem! E dela eu sou refém! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/02/2021, 10’21” – Triângulo Mineiro
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!
Princesa e sereia
Quando você viaja eu sinto uma parte de saudade.
Que me deixa triste e feliz porque é assim...
Feliz por ser amada e tudo certo no seu riso.
Triste as vezes por querer está a jardinar no seu paraíso.
Você se vestiu do melhor brilho
E fez as lembranças de menino
Voltar em pensamento do baú do tempo.
Era só um fim de tarde sua imagem no pensamento.
Coisa de pintor que leva na boca o pincel e um juramento.
Pintar o perfeito e a beleza do seu silêncio.
Não ia chover só a tarde e seu escurecer
Trazendo.
O melhor da sua presença esse olhar pequeno.
Eu devoro sua carne em sentimento,
Seus olhos me frita por dentro.
As vezes sou apenas o invisível da ilusão
As vozes de homem calando na alma e coração.
Eu não sei o que você arruma
Eu não sei se você vai ou você vem.
Eu fico ali no banco no mesmo lugar
Espero uma luz te espero chegar.
Peço a Deus que não sejas sempre assim.
Não te ver chegar e não te ver partir.
Pois o mundo é para quem arisca,
E acredita que o mundo é inconstante.
Já vi sonho pequeno sonhos ficarem gigantes.
E o valor do sentimento de um rato não é melhor que do elefante.
Sentimento é sentimento tem a essência do mais importante.
Cuidar para que o outro se torne o próprio navegante.
As viagens que fiz com você é puro prazer...
Foi a melhor miragem que a saudade escreveu de você.
Seu vestido longo e seu corpo quase nu na areia.
É assim que viajo contigo horas é princesa e outras é sereia. 23.05.2022
PRELÚDIO
Estes versos que faço estão dispersos
Em uma saudade que me faz perdido
Tal um bardo com versos sem sentido
De sentimentos duramente perversos
E a intensidade de afeto encandecido
No olhar, agora, vazios, e tão reversos
No acaso vil, fadados a findar imersos
No silêncio... de um poetizar repartido
Versos sem poética, sem a singeleza
De um toque, do cheiro, e da certeza
Do ter mais. Um prelúdio enfadonho!
Falte tudo ao aconchego, a inspiração
Mas, me reste a sensação da emoção
Da paixão na poesia, cheia de sonho!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 de maio, 2022, 04’39” – Araguari, MG
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Existem situações que nos levam a uma saudade imensurável, e aí vemos o Universo parar no tempo. Se melancolia remete a coisas não experimentadas, nostalgia é a lembrança vivida na prática.
Ontem senti uma agrura psicológica e quis ser 36 anos mais novo. Balbuciei uma juventude de barba e cabelos brancos.
E essa saudade de você que só aumenta
Essa tal de saudade me faz te querer mais a cada dia
Como não pensar em você me diz
Me ensina a deixar de desejar você ao meu lado
Me ensina a não pensar em você o tempo todo
Assim como me ensinou a te amar
A saudade que invade meus pensamentos
Faz aumentar ainda mais o amor que sinto por você
E te querer a cada segundo se tornou parte dos meus dias
Mesmo sabendo que não vou te encontrar
Passo o dia todo esperando para te dar um beijo a noite
E dizer o quanto eu te amo.
SONETO SENTIDO
Eu te poeto, todavia, porque és, ainda
O bem querer, a saudade, a poética face
A ternura, a doçura, o desejo que nasce
Um ardor na sensação que nunca finda
Eu te poeto a paixão, que é bem vinda
Num canto, no doce verso, no repasse
De amor, te daria o sonho que sonhasse
Em um soneto com aquela emoção linda
Te daria, mas, ah o “mas”, ó meu Deus!
Pouco tenho, os mandos não são meus
E, cá nos versos uma inspiração sentida
Sem encanto, magia, prosa sem beleza
Vertidas na poesia em tons de tristeza
Tal qual, em um bilhete da despedida!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de maio, 2022, 16’17” – Araguari, MG
Será ausência ou só recordação? Essa saudade que invade meu coração. Tento me aquecer num dia frio, relembrar à margem as águas que passaram nesse rio; tento preencher tanto vazio, remendar com imagens, palavras - o que minha alma viu, ou só sentiu, inventou que é para não sofrer, porque os olhos só veem o que querem ver. Aqui é tão fácil de se perder...
(É a terra dos meus sonhos e memórias)
Guardei tanta coisa e nem sem por quê...
(É a terra dos meus sonhos e memórias)
Matando a saudade
Eu já matei a saudade
Milhares de vezes
Tantas foram às vezes
Que já me sinto um assassino
Mais ela sempre teima em volta
Sempre se aproveitando da sua ausência
Basta um breve momento
E já esta ela a me rodear
Como um predador
Em busca de sua presa
Por isso me desculpe
Pelas vezes que te ligue
Sem quase nada a falar
Era a saudade que eu estava a matar.
DESMEDIDA
Quem diz que da saudade é indiferente
Mente, ou simplesmente é um fingidor
Pois, não se mede a quantidade de dor
A quem duma privação, privação sente
Quem suspira, aquele suspiro de amor
Se de uma falta a sede não é suficiente
É porque do vazio, é vazio inteiramente
Sem valor. Ou, apenas, de pouco ardor
Não há um sentimento pela metade
Nem cinquenta por cento de saudade
Se tem ou não tem... - é desmedida!
E quando a nostalgia chora profundo
Deixando o pensamento moribundo
Em vão, tudo é sem sentido, sem vida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 junho, 2022, 14’20” – Araguari, MG
A DOR DA SAUDADE
Um dia eu fui feliz, mas não percebi. Saí em busca da liberdade, foi aí que a perdi. Sentindo-me preso e angustiado eu quis voar alto. Sem pensar me joguei num abismo, foi apenas um salto. Lá encontrei prazeres, sorrisos e muita falsidade. À noite tem festas, encantos, mas também tem maldade. Perdi a família, amor, dinheiro e até a dignidade. E quando acordei já não tinha mais tempo, infelizmente era tarde. Não sei onde busquei, também nunca encontrei essa tal liberdade. Hoje vivo sozinho, doente, velhinho e com a dor da saudade.
Sou momentos, palavras e sorrisos, sou a saudade que aperta o coração.
Aquele sonho em forma de beijos, a alegria que chega de mansinho e sem avisar.
Sou a verdade em meu coração e não, aquilo que dizem sobre mim sem, ao menos, conhecer a minha história.
Sou aquilo que aceito pra mim e também aquilo que afastei de mim, por não querer sem mártir ou, o vilão dessa história.
Então, que bom que tudo seja tão complicado mas, tão cheio do que mais importa: intensidade, verdade, carinho, atenção, respeito e muito amor.
