Textos de Aniversario p Amiga

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⁠CONSTRUÇÃO

Ele construía tudo.

Desde o alicerce mudo
Até ao telhado
Que lhe cobria o pecado
De pintar as paredes
Com cordas e redes
Para sustentar o verbo
Das falas que adjetivava
Um presente sem futuro
Quando mergulhava
Nos advérbios do obscuro
Sem pretéritos perfeitos
Ou mais que imperfeitos.

Ele, o poeta, contruía tudo,
Mas a si próprio, não!
Arquiteto de ar sisudo,
Com a pá da paz na mão.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠PLANTEI

Plantei rosas em pedras.
Nasceram só cardos de espinhos
Rudes, abruptos, mesquinhos,
Sem vontade de afagar.
Voltei a plantar.
Rosas em terra dos campos
Negra, de húmus santos,
Como mulher nova a engravidar.
E os cardos sempre a medrar.
Enxertei cardos com rosas
Plantei e surpresa minha:
Nem cardos, nem rosas,
Apenas teimosos espinhos
Tantos como bichinhos.
Nunca mais planto uma rosa.
Ou por sina ou meu azar
Só nascem espinhosos cardos,
Como pesados fardos
Às costas do meu penar.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 26-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O GALO

Cantava o galo rico
Na noite a dormir,
Toda ela em lençóis de linho.
Na mansão rica ainda fornicavam
Na adoração do falo
Que empratavam.
O rei cobridor bramia,
Como um gato feito galo.

O galo pobre, gemia,
Sem galo, na noite acordada
Na miséria dos lençóis do nada.
Na casa pobre,
Não havia fornicações,
Só falos murchos
E alguns estrebuchos.
Só gatos e gente que não come
Aos estalos no ar,
Aos murros,
Dando urros
Para afugentar a fome
De mais um dia.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 17-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠RECADO AO PENSADOR:

Que triste! Que vergonha vai ao Brasil da censura ainda no poder, senhores do PENSADOR! Coitados, já nem pensam! Que dó, que nojo vocês (censura do site) me metem!) Tenham verguenza! Que palavra ou palavras impróprias para a vossa "pureza tipo iurdiana" eu empreguei hoje, no meu tão singelo e despretensioso poema , sem maldades, nem palavras de ofensa para ninguém? Vá, digam-me a mim e ao mundo!!!!!!!!!!!!! que o vai ler!!!!!!!!!
Porque não publicam a imagem do meu poema "Olhos Sem Lágrimas" !?...
Porque é que, por exemplo: a poesia "desabrida e de palavras ditas pecaminosas" de Charles Bukowski e seus pensamentos, têm assento no PENSADOR? Mais há centenas de outros/as autores que vocês têm no vosso rol, cujos textos "abertos" já não são atentatórios contra a moral e a religião, no vosso pobre e alienado conceito, pois não!?...
Mas isso, aí pelo Brasil, não muda nunca, não!?...
Pobre país, de tantos cérebros bons, dominados por uma censura atroz!

Carlos De Castro, in No Brasil Há Censura, Aqui Não, em 05-12-2022

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠RESQUÍSCIOS DO CORPO

Nem te amo
Nem te reclamo
Nem por ti oro
Ou desadoro
Ruína do meu corpo
Morto,
Feito carne balofa.

Se nesta vida
Rude e sofrida
Nunca me serviste de alcofa,
Que lá na outra menos dura
Onde a fineza e rijeza perdura,
Não me envergonhes cachopa,
Com tuas esfinges de gordura.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 12-12-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠DECEÇÃO

Nunca de longe ou de perto
Pelo certo do incerto,
Chegarei a ser poeta,
Ou dizedor de palheta.

E assim me tornei anacoreta
Sem relógio ou ampulheta
Nesta gruta
Abrupta,
Onde vou morrer
Sem saber
O que é ser
Realmente,
Verdadeiramente,
Poeta!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-01-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠E L E

Era ele, de canastro robusto,
Sempre o foi, mas de cintura fina,
Calçava no pé, com perna de menina,
Quarenta a quarenta e um de justo.

Isto, é história dos anos de fusto:
Forte, baixote e de rosto sisudo,
Cantando e declamando poetas de rudo,
Mas moço bom de ímpeto augusto.

Poeta, por favores e epítetos tais,
Em recriações de fugidios tempos,
Tornados tormentos de amores reais.

Pouco desfrutou ele de galais eventos
Com luzes malignas, de cores fatais:
Por ser amante do escuro dos mortais.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-01-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠QUANDO O MALABARISTA É TAMBÉM MANIPULADOR

Nasceu na ralé dos seres impuros
Fruto de sexos inseguros
De sífilis que atacavam a esmo
Mesmo
Quando procriavam
No cio que inventavam.
Mostrava cabeladura farta
Escondendo nos entrefolhos
Rimas e rimas de piolhos
À conquista da cidade
Que não era dele na idade
Nem na pureza das raças
Das couraças
Da verdade tripeira
Por inteira.
Tocava, diz com nostalgia,
Em conjunto de esfolar ao bicho
Nas guitarras e batuques do prolixo
Que vozes, de verdade não havia!
Hoje, um dos tantos vadios,
Homem sem caráter e de palavra falsa,
Arranjou uma senhora de brios
E faz relação com ela, como se fosse valsa
Dançada ao som da vaca fria.
É um malabarista
Que se diz artista
De manipulador,
Esterco, o estupor.

(Carlos De Castro, in Praia dos Pescadores, em 31.07.2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠É na leitura que vemos a liberdade do
conhecer, uma nova vida ao amanhecer,
Que nos ajuda a entender, que a nossa vida
É um livro que nem todos podem compreender

Não podem compreender, por que
jugam sem saber, e sem conhecer
O quão é difícil viver na sociedade
machista que lutamos tanto pra não haver

Falamos e debatemos, mas nunca
resolvemos pois, a vida de quem bate
É mais fácil de quem está vivendo,
Um livro julgado sem nenhum conhecimento.

Viver hoje em dia, está cada vez
Mais difícil, vemos pais matando filho,
E muitas brigas entre irmãos, uma família
que deveria se unir, só vive em desunião.

Políticos, e leis, e mais novas leis
Para um novo país melhor, onde
onde? pois muitos fazem o que querem
Mesmo sabendo dos riscos que correrão.

Mortes, vem acontecendo
Vemos nosso povo morrendo e muitas vezes
Não podemos ajudar pois, a violência e tão grande
Que nos falta a coragem de se expressar.

Por que há tanta criminalidade
No nosso país ? é a causa da política ruim ?
O que incentiva a ter tanta violência assim?
Sim é um país de lei, ò que lei, que muitos até dizem
Haaa não seguirei.

Há tanta violência assim,
Mais de diversas formas, podemos citar:
A violência piscologica que vem causando
várias revoltas e muitas pessoas são encontradas mortas,
Por causa de uma violência tão rigorosa que é a violência piscologica.

Encontradas mortas com seu pulso, cortado,
Porque de tanta atrocidades e preconceitos
E muitos corpos que não são aceitos porque de uma tal
Normalidade que é chamado de padrãozinhos da sociedade.

Um lugar onde, muitas mulheres
Vivem de medo e espancadas, e
Muitas permanecem caladas porque
De várias ameças que sofrem durante a agressão.

Lembrando que nem todos são assim
Ainda há esperança por aí
Que um dia todo esse caos, que esta acontecendo
Por aqui, será destruido porque tudo tem um fim.

A vida é difícil pra muitas pessoas
E compreensível para várias delas
Enquanto uns choram por não terem um lá
Outros cantam como a vida é bela.

Um país cheio de criminalidade e de muitos povos sem coragem de garantir uma vida digna no nosso país.
Falo também sobre os povos da população
Muitos não tem voz e nem levantam
A mão, Pra da se quer, uma opinião

Se eu fosse definir o Brasil
Definiria como um país da criminalidade,
Mas também rica na culturalidade
Mas isso não cabe a mim, cabe a todos vocês,
E sabemos sim, que nosso país tem lei, mais exitem pessoas que dizem não seguirei.

Inserida por Thais_Santos17

PRAGA ROGADA

⁠Diziam-lhe
E rediziam-lhe
Que quando ele se fosse
Um dia
Para a eterna enxovia,
O diacho do Demo
Rei dos infernos
Eternos,
Nem queria
Vê-lo lá.

Não é que de rir
Foi tanta a vontade
Que ele o fez às despregadas,
Saiu-lhe o umbigo fora
E agora
Olhando por si abaixo
Consegue apalpá-lo,
Massajá-lo,
Ao umbigo,
Que saiu do seu postigo.

Continuou a olhar para baixo
Do umbigo
Apalpou,
Massajou,
E nada...
Não viu nem apalpou nada!
Então disse aos seus botões:
- Medo do inferno !?...

No inferno, já estou eu!

E adormeceu...

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-04-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠SAUDAÇÃO DE UM BICHO

Nunca eu vos enganei
Ó gentes do meu amar
Porque haveria eu de vos lograr
Se não sei o que sequer serei?

Tal e sempre por bem vos amarei
Com raízes espetadas no coração
Que alimentam como se fosse o pão
Vivo de esperança, ai, eu o hei!

Trago-vos vivos no meu olhar
Aqueço-vos na minha fogueira
Mesmo que ela apague a noite inteira.

É este o bicho homem a saudar
Outros da mesma massa de amassar
O pão da vida ainda por levedar...

Carlos De Castro
Finisterra, 26-05-2022.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠LETRAS POR ESCREVER
Serão escritas um dia, da serra
Rumo ao mar
Outras letras minhas
Sereninhas,
Inocentinhas
Que enviarei desta terra
Ao vento do meu gritar
Para poisarem no telhado
Da casa da escuridão
Em que escrevo versos
Controversos
Sem me deixarem comer
Desta fome de paixão!
Que ilusão
Que bendito chão
Da pocilga em que nasci...
Pelo menos aí
E ai,
Eu era carne de minha mãe,
Que Deus tem,
Sangue dela
E a dor sentida
Repartida
A acender a primeira luz da vida
Na vela
Pelas mãos nervosas de meu pai.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

AS BRUXAS DA BANDA DE CÁ
NAS NOITES DE LUA MEIA
ENQUANTO NÃO HOUVER LUA CHEIA

Ó bruxas, que seguem cegamente o poeta
Porque o perseguis, inúteis madraças
Nas arremetidas das noites baças
Quando ele só quer paz de anacoreta?

Senhor meu das odes minhas, ó profeta
Livra-me destes vulcões de lava
Deste bruxedo que não se acaba
Neste peito cansado de correr sem meta!

Fugi de mim, loucas sombras feiticeiras
Do meu leito de desprezo e desamor
Deixai-me sentir o viver, ó coveiras!

Da minha vida já ida de sonhador
Neste tempo amargo em que as bandeiras
Ficaram sem mastro de adriça, nem amor!

(Carlos De Castro, em Maiorca, 07-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

PEREGRINAÇÃO

Ele...

Ontem, ao cair da noite
Saiu do mundo sem destino
Nem lua, só ele num afoite
Para beber tempos de menino.

Saltou caminhos, subiu montes
E relembrou visões fantasmagóricas
E sons de corujas a beber nas fontes
Das suas memórias pitagóricas.

Cansado, sentou-se numa pedra
Que teimosamente ali estava
Desde os tempos da sua medra
Como marco da sua vida brava.

Viu e chorou o casebre onde nasceu
E o espetro das casas das avós eternas
No vazio de já não ver o céu
Dos tempos de um ontem que morreu.

Meteu pernas de volta, mas não sozinho
Levava então com ele para casa
Naquele breve e longo caminho
Os lugares e rostos dos idos em brasa.⁠

(Carlos de Castro, in Argoncilhe, 21-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

O CÃO QUE CANTAVA ÓPERA

⁠Eu já tive um cão
Baixinho como eu que o sou
No destino e na pernada,
Que cantava ópera farsada
Sempre que eu dizia ao serão
Versos de dor a uma fada.
A ópera do meu cão, uivava
Numa voz tão pura de fina
Como alguma jamais encontrada
Em cantares de gente canina.
Tinha um não sei quê de magia
Saída pelos foles da garganta,
Sim, porque um cão triste canta
E encanta
No silêncio da noite vazia.
Um dia de sábado pela manhã fria
O meu cão de ópera já não operou...
Estava rígido, teso, na alcofa
Que ele tinha, meu Deus, tão fofa!...
Nem se despediu de mim
O companheiro amado...
Ele acabou o seu fado
E eu, sozinho assim
Não voltarei a dizer poemas
Porque dão azar e penas!

(Carlos De Castro, in Igreja de Argoncilhe, 22-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ATÉ AMANHÃ CAMARADA NOITE

Preso, que nem animais de circos
Em gaiolas sem horizontes
De ferros que cortam de tão frios
Que regelam corpos e mãos
Como águas gélidas das fontes
E matam de fome nos montes
O poeta eremita dos chãos.
Um dia, ele vai quebrar as correntes
Do mal da maldita união
Em que o afundaram na ilusão
De vidas coloridas, tão diferentes.
E quando as grades estalarem
Por força do seu querer,
As águas da revolta soltarem
Os gritos do seu sofrer
Ele vai querer dizer à noite
Do seu acoite:
Até já,
Até amanhã,
Camarada noite!

(Carlos De Castro, in Outeiro de Pena, 23-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O VAGABUNDO DAS FOLHAS CAÍDAS

Ando perdido há tanto tempo
Na noite de um amarelo profundo,
Quase cego
Sem meu ego,
Que fará o do mundo.
Sou no tempo, um vagabundo
De olhar iracundo,
E de sonhos quase igual
Vestindo roupa de gente
Mas sempre nu,
Tão diferente
No ser e na mente
Infelizmente desigual.
Mundo, não leves a mal
A distorção dos sentidos
Porque há acessos proibidos
Nesta vida de mortal.
Desejo tanto ser esquecido
Por mim,
Mesmo sem ter ainda vivido
O meio do princípio do fim.

(Carlos De Castro, in Porto, 25-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠QUANDO AS HIENAS CHAMAVAM MAMÃ E PAPÁ AOS URSOS

Nasceram com semblante de predadores
Tão engraçados na sua graça
De hierarquias de carapaça,
Tais lacaios do mundo devoradores.

Sempre, por demais bajuladores
Dos que vendem a alma ao diabo,
Engraxadores de botas e ladrões de rabo,
Quadrúpedes homens e algozes mores.

Dormem de dia; atacam pelo escuro
Em bandos de covardes avejões,
Escondem a fronha em panos de esconjuro.

Eis as hienas malcheirosas como caixões
Que encerram a podridão do impuro;
Serão elas, lambedoras de ursos, o futuro!

(Carlos De Castro, in Torre Velha, 26-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A LATA DE SARDINHAS E OUTRA DE
CONSERVA DE FEIJÕES
Há dentro de mim
Muita fome de aprender
A ser
Independente!
E quando à outra fome física
Que leva à tísica
Me querem à força matar,
Eu lhes digo e redigo:
Mesmo seco de morrer
Hei de vos ver
Aqui ou lá, num sofrer
De arrepiar...
Ontem, já no hoje do amanhã
Alguém de outros me trouxeram
E ofereceram
Comida nova
Que fizeram
Quentinha a escaldar
Pelas alminhas,
Que a renova
E me disseram
A abraçar:
Come, é o fruto da nossa paixão!
E eu, depois no aido, engoli;
Mas pensei:
Benditos os que sabem que eu
Não posso viver só de sardinhas
E de feijões de lata!
Se não, morro pelo estômago meu
Na mais breve data...
(Depois, de ter o estômago "enganado" é que me lembrei dos sem-abrigo, mulheres e homens e crianças que as latas de sardinhas e outras de conservas de feijões são uma miragem e então chorei... chorei... por ser tão indiferente e injusto ao males do mundo.)

(Carlos De Castro, a tentar saber de onde vem a razão do lápis de censura do Pensador, in, 27-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

QUANDO O VENTO MATAVA A FOME A ALGUNS POETAS

Agreste vento do meu viver
Arrasta-me nas tuas asas contigo,
Seja por amor ou maior castigo,
Sou aquela besta de um ser
Que nunca quiseste ser comigo.

Credor sou da má sorte de bicho
Devedor és tu de falsas esperanças
Mortas à nascença como crianças
Abandonados fetos em sacos de lixo.⁠

(Carlos De Castro, in Rio da Cerezelha, 28-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

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