Texto Sobre Silêncio
À Beira da Tarde -
Sentei-me à beira da tarde,
pus os olhos num silêncio qualquer,
pus a alma no alto da madrugada
e meu corpo, ansioso,
arrancou no limiar da solidão,
palavras ao vento ...
E num voo de gaivota,
num voo de asas paradas,
a memória do teu rosto
desenhou-se à minha frente.
Como se o tempo fosse eterno,
como se a vida fosse breve
e nada nos pudesse separar,
nem a morte que um dia nos marcou!
Que dia especial, esse, em que me sentei
à beira da tarde ...
Asas no silêncio
Eu sei do prazer que é sentir
Crio asas no meu deserto
Sobrevoo devagar
Como quase uma queda
Solto meu corpo
Faço tudo que cismo
Nesse mundo insano
Sei mais de voos que de ninho
Sempre que posso me firmo
Quando não, me atiro
Sem me preocupar com a distância
entre o chão
Nas asas desse silêncio
Sobrevoo distraída
Eu me perco e me acho
Troco a sina pela rima
E todo meu deserto
Transforma-se em poesia
Esse sentimento de liberdade
Toma conta do meu âmago
Torna meus sonhos possíveis
E toda angústia curável
Poema autoria de #Andrea_Domingues
Todos os direitos autorais reservados 04/08/2020 às 11:15 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Pequena Ode aos Poetas -
Entardecer! O vento passa apressado por
entre as frestas do silêncio ...
Algo de vago se alinha no horizonte da
memória.
Talvez o sonho venha e seja o último,
talvez um dia um pássaro surja de
outras dimensões.
Não me lembro do rosto de quem morreu,
apenas do olhar, dos sonhos que trazia ...
Meus olhos esfumados na distância e na
miragem trazem ecos de sangue , pesados,
frios e densos! Vestidos de saudade!
Sinto presenças. Diáfanas presenças ...
Tenho vontade de chorar...
Porque os não tenho eu junto a mim?!
Agora!...
Impressões
Noite de céu crespo sem lua. Silêncio sedicioso derramava em seus pensamentos agonias. O travesseiro ficara quente, as tábuas estalavam a secura do Mês de Setembro. Os ventos frios adentravam sem convites por todas as janelas. A rua já havia se esvaziado da festa e os papeis vagabundos e coloridos faziam folia com o sopro da madrugada.
Caminhou pela casa, pegou um livro, as letras não acolchoavam sua cabeça. Acomodou as malas na soleira da porta. A esta hora ainda estava sem sono. Revirou suas anotações, tentou dar curso e poesia aos guardados e a página permaneceu imaculada. Olhou pela janela e viu que a cidade repousava.
Parecia que já era hora de amanhecer e acendeu todas as luzes e esquadrinhou todo o lugar como se o mapeasse para a sua memória. Deitou com seus pensamentos vazios e muitas perguntas. Revirou na cama e talvez fosse o estômago vazio esta insônia.
Foi à cozinha. Açúcar queimado com canela e leite cheirou, aguçou suas papilas. Os biscoitos de queijo ajeitaram o doído do vazio. Limpou os dentes pacientemente um a um com pasta de hortelã. Passou creme de nozes nas mãos e percebeu que durante sua estadia não havia tocado o piano.
Foi até a sala onde ficava o esplêndido. O lustre iluminou junto o recinto. Talvez fosse o lugar mais austero da casa, moveis delicados com instantâneos das descendências em poses agoniáveis. Todos pertencendo ao passado com histórias confusas e nunca narradas. Mirou cada face como se retirasse de seus olhares suas existências. Tudo mudo. Todos impassíveis.
Abriu a maravilha, o piano, teclado amarelado em marfim liso e gelado; soltou seus tons que espalhou pela casa, e todos valsaram. A cortina dançou, o vento parou para escutar, os papéis se esconderam nas esquinas, os pensamentos acalmaram e os instantâneos dependurados pelas paredes se pintaram. Sua insônia se demitia e na última valsa sentiu um vulto se aproximar. Fechou os olhos sem medo e dedilhou a última melodia.
No avião sua mãe comentou:” Que foi aquela andação à noite pela casa?Agora virou assombração?”
–Foi só indigestão.
–O que comeu?
–As assombrações não digeriram bem os biscoitos de queijo e ficaram por lá brigando, dançando com azias. Brancas, aparentes, empoadas de farinha...
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Bailado de Silêncio -
Há um bailado de silêncio
num palco d'ilusões.
Longe, fora do tempo,
talvez um murmúrio de vozes...
Pássaros voam em meus voos
rasantes,
desce sobre mim a angústia
da madrugada
cheia de punhais que se
entrechocam.
Nascem manhãs sanguíneas
do silêncio e das grades.
E o bailado continua ...
A vida não consente mais soluços.
Meu coração batendo vai além
de tudo,
bebendo das angustias de cada dia,
envenenando o meu destino!
Fechou-se o pano...
O bailado terminou ...
ENFIM O SILÊNCIO
Os cães já não ladram mais...
Parado encontra-se o vigilante relógio
Perdeu-se no espaço a ultima nota musical vinda da velha vitrola
Longe estou
Infindável túnel escuro
Sigo em frente
Aguardando o projétil para a cabeça encontrar
Lenta é a folha seca que cai em silêncio
Jaz o corpo sepultado no próprio corpo
Enfim, o silêncio.
Imagens Paradas -
Há retratos feridos nas pedras
lisas (duras) do chão,
povoados de silêncio, por detrás
dos olhos fechados,
em ruas quase desertas!
Imagens paradas à superficie dos
lagos que pairam nos meus sentidos.
Uma imagem se destaca, teu rosto,
liquida imagem que perfura o meu
destino como a folha d'um punhal.
Pedras se entrechocam nas
profundezas da minha Alma porque
só no extremo da noite se comunga
na fome dos gestos ...
Há retratos feridos nas pedras lisas (duras)
do chão, e eu, permaneço em silêncio!
Há uma Tarde -
Há uma tarde fechada por dentro
caiada de sonhos e cansaços ...
Um quase silêncio vestido de Fado
que ultrapassa a solidão de quem
o canta.
Um quase poema feito de palavras
que não há mas que a Alma sente
e vê.
Um suspiro de marujo num barco
em alto mar ao sabor das ondas
indiscretas.
Uma vontade de ir mais além,
p'ra lá da vida, p'ra lá da morte,
numa busca incessante.
Que triste tarde fechada por dentro
caiada de sonhos e cansaços ...
O que é fazer a diferença?
Quando a sua companhia é apreciada ela é recebida em silêncio ou em euforia?
É estranho como pensamos em importância.
O que é importante?
O que deixa o outro bem? Ou.
O que nos deixa bem?
Está com alguém é fazer valer cada segundo entendendo as fragilidade de cada um em sua essência.
Não precisamos entender, mas precisamos aceitar cada diferença, saber como cada ser humano é e da forma que ele sente, e respeitar isso.
A vida é dividir, compreender e respeitar a carência de cada ser vivo.
Mas compreensão menos desilusão.
E vida que segue!
trago uma flor
branca por sinal
em sinal de paz
de Pazcoa
um minuto de silêncio
um momento de reflexão
um gesto de carinho
que sai do coração
e que chamo de perdão
então Jesus nos perdoa
e a gente se doa
ao próximo com amor
e com beijos na alma!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Olha o céu
Abre a janela e vê o sol
Que no silêncio de estar só
Irradia o quarto teu
Olha o céu
Abre a porta e vê a lua
Que à noite clareia a rua
E ilumina o sonho teu
Olha o céu
Que as estrelas estão lá
E o universo é só teu
Olha o céu
Que o futuro então virá
Nesse mundo meu e teu
SILÊNCIO
Só eu e o mar
Quero o silêncio
Rever meus pensamentos
Ouvir a minha alma
Escutar conselhos.
Quero apenas um segundo
Para entender
Essa bagunça do pensamento
A alma inquieta
Às vezes tento entender
Esse mundo desconexo
Onde tudo não tem nexo
Nem tão pouco a explicação...
Autoria Irá Rodrigues
O silêncio
Às vezes
Me salva
Outras vezes
Me consome
E todas às vezes
Me transforma
Independente
Do meu querer
É sempre mais forte
Do que eu
E também libertador
É muito melhor
Do que engolir
As lagartas à seco
Impedindo-as de se transformarem
Em lindas borboletas!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Combate
Depois da guerra veio o silêncio.
Que me atormenta o pensamento,
Sem sentir resignação,
Que me faz doer o coração,
Pelas sevícias daquele embate,
Todos os dias em combate.
Quer a dormir ou acordado,
Sem estar em guerra sou soldado,
E tanto tempo já passou,
Para mim a guerra ainda não acabou,
Sonho com ela todos os dias,
Nalgumas noites quentes ou frias.
Foram dois anos de tortura,
Sem fraquejar e com bravura,
Combatia o meu inimigo,
Não o via mas estava comigo,
O seu rosto nunca mostrava,
A minha arma nunca se calava.
Nos ouvidos as balas zumbiam,
Passavam por mim e fugiam
Nunca acertaram no meu corpo,
Que me queriam ver ferido ou morto,
Em combate nunca pensava na morte,
Quando acaba, pensava: tive sorte.
Tinha vinte anos apenas, o tempo passou,
Agora já sou ancião, mas a guerra não acabou,
Sonho com ela sem querer sonhar,
Fiquei com as sequelas no meu pensar,
Ninguém mais se lembrou de mim,
Ainda sofro por tudo o que com ela sofri.
Ainda vivo para ir recordando,
E com a guerra também sonhando,
Tenho os distúrbios na minha mente,
Que vou sentir para sempre,
Enquanto o tempo não me levar,
Quando acontecer a guerra vai acabar.
Quem não fala (cala)
Quem tem medo de falar o que pensa
Sabe que o silêncio não compensa
Cala o pensamento e o encarcera
Apenas para reprimir o que não dissera
Por outro lado, quem fala sem saber bem
Fala como se não dissesse nada a ninguém
Deixa sair o que nao foi capaz de reprimir
E sente pouco por não saber, de verdade, sentir
Silêncio.
Venha e me beije,
pegue está canivete a sua frente,
me olhe nos olhos, eles me incentivam a isso.
Eu sei que você quer, você sabe que eu quero.
Não me diga que é tarde, não me faça voltar atrás,
apenas me ajude a fazer isso,
você me beija em silêncio,
e crava em meu peito.
Mas eu não sinto dor,
não sinto arrependimento,
não sinto tristeza,
não sinto paz,
eu apenas lembro de você nos meus pensamentos,
todas as brigas, os momentos,
cada um deles passando como filme em meus olhos,
você não está ali comigo,
estou sozinha no chão coberta de sangue,
você apenas esteve em minha mente,
e todas as brigas foram um incentivo,
mas minha loucura me fez pensar,
que você me ajudou a cometer o que eu não tinha coragem de fazer.
Fecho meus olhos,
e lembro dos seus olhos pela última vez.
Eu não tenho medo da morte,
eu apenas quero um abraço,
quero o conforto de um colo,
e sei que ela é a única a me fornecer isso...
Dentro de mim
No silêncio letal que me persiste;
Há um mar de quietude;
Meus vagares são plenitude;
É a fuga só d’um homem triste;
Por vezes, chego a ser rude;
Quando interrompido ou indagado;
meus pensamentos, não pergunteis;
São abstratos, só em mim existem.
Minh’alma se divide em paz e disputa;
Mas, em meu silêncio, alguém me escuta;
Não se cansa de ouvir, nem de mim desiste.
Em fiel atenção interior;
É onde despejo a minha dor;
Na certeza que não seja propagada.
É paciente, nem se quer reluta ou indaga;
Minhas angústias ou estórias de amor.
Afinal, quem sou eu, quando me escuta;
Na minha fortaleza interior?
Um brilho escuro na escuridão clara
Um barulho silencioso no silêncio barulhento
Um tempo corrido sem ter passado um momento
Uma vida vivida sem ter estado vivo...
Buscando um futuro estando preso ao passado
Esqueci de lembrar, lembrando do não-recordado
Uma vida dura sendo uma vida flexível
Uma vida impossível mostrando que é possível.
Assim É o meu mundo sem ser meu
Assim é minha mente fora de mim estando em mim
Assim sou eu sem saber se sou eu
Assim é minha vida confusa estando orientada.
Paredes
Quarto sombrio
paredes frias,
imaginando o futuro
com medo de tudo.
O silêncio abraça
e tranca a porta.
A saudade invade e
na alma se acomoda.
Quanto grita
as minhas paredes?!
Sem luz, sem brio ,
a alma tem sede.
O silêncio fala,
a luz se apaga.
Quantas tristezas das
paredes exalam?!
Nessa hora
não há corajoso,
todos choram, ninguém vê,
só as paredes, mas
não podem dizer.
Num pequeno espaço,
a conversa é longa,
as dores flutuam e
a alma descansa.
As vezes é bom
ter alguém para ouvir,
mesmo que seja,
quem não pode repetir.
Nesse mundo cheio
de pessoas alienadas, que
buscam o outro, por
interesses e mais nada.
É melhor ser confidente
das paredes, que nos ouvem,
nos encaram e não nos mentem.
Há conversas que
só precisam ficar com a gente,
as paredes podem ouvir
e só Deus pode nos acolher.
"O lema é, engula o choro,
e continue, continue."
Poema de #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 29/05/2019 às 10:30 horas
Meu coração dói com a ausência e o silêncio do meu senhor. Um vazio toma conta de todo o meu ser e sinto o mundo coberto por uma espessa camada de névoa que me impede de caminhar em segurança.
Todavia o sol ressurge em meio ao céu cinzento e dissipa toda treva e sombra, iluminando o caminho para que eu possa enxergar as mãos firmes do Dom que me conduz em segurança rumo a um novo e belo horizonte. Todo meu ser se aquece com o seu calor e a vida pulsa em minhas veias renovando o ânimo e devolvendo-me o viço na face. Os sorrisos são fáceis e fartos dispensando razões para a expressão de tranquilidade e felicidade estampada na feição daquela que sabe que pertence a alguém. Esse alguém que mostra toda leveza e simplicidade de todas as coisas com suas palavras e gestos de cuidado por vezes é duro em seus ensinamentos mas demonstra carinho e proteção em todos os momentos.
Estou segura nas mãos do meu Dom.
Sou grata por pertencer ao meu senhor.
Senhor de tudo em mim!
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