Texto em versos
Faço Versos como quem Ama
Choro, como quem perdeu
Peço a Deus, como quem deseja
E sempre falei como quem pensa
Faço versos como quem chora,
Cai, gota a gota do meu coração
Fecho meus pensamentos, só se for agora!
Pois, poucos versos que ai vão
Em lugar de outro é que os ponho,
Tu que me lê, deixa aos teus sonhos,
Imaginar como serão !!
RAZÃO DOS MEUS VERSOS
Já que nos amamos desde sempre
e a cada dia um pouco mais
Vem e fica ao meu lado
faz da minha vida, a tua vida
Faz do teu caminho, o meu caminho
Faz do meu corpo, o teu ninho
Enfeita com carinho nossos cabelos
com belas flores dos jardins do éden
Cobre-nos com o manto perfumado
dos que eleitos são pelo amor Sagrado
Olha nos meus olhos profundamente
mergulha em minha alma, em minha mente
Sentes este calor no meu e no teu coração?
É o amor semeado desta intensa paixão
Então vem e traz tua emoção, traz teu universo,
pois tu és a única razão de todos os meus versos.
Pássaro - Mulher (uma dedicatória em versos)
Mulher, menina e doce essência
Que no meu coração floresceu
Deveras és andorinha ferida
Estando insegura como tantas vezes eu
Amas também tu, com um doce ardor de mulher
Encantadora e sincera sempre atrairá quando isto lhe aprouver
Obstante, não consegues dividir e separar
Este grande amor que seu coração guarda
Deixando uma sobra e desperdiçando seu néctar
Que é diferente do que sua semente recebe e espera.
Olhando pra tí eu sinto amor e desejo
mas também vejo uma asa ferida, quebrada
Que não percebe que o amor pode curar com um simples beijo.
Queria esta ao teu lado e tua ferida certamente seria curada.
Poema incognótico
Em versos personifico
Pois só em versos monto-me ao ufânico
Em estrofes clamo
Pois só nelas confronto-me ao aspirar
São através das linhas transcorridas...
Que me permito cravejar pelo que buscar
Que me permito traduzir noutro patamar
Nessas linhas mais que transcorridas, gestadas.
Ainda para além a ser, sentidas em alvitre.
Trazem em abertos fissuras, que dormiam logo a foz.
Fazem em retumba ecúleos.
Nascem e infecundam, todo campo espaço até longe vista.
Por ser verso, reclusa.
Palavra agrupada, danifica.
Por discursar em proposição-emoção, universaliza.
Tendem a abrigar-me ambigüidades.
Tendem a encobrir-me no manifesto irracional.
Lançam a sentir-me presente num solo nunca antes habitado.
E, por conseqüência, já não mais chego ao meu encontro.
O que é visto, é tido, o obscuro fundo.
Cada vez, ao fundo, afundo.
Jorra-se então de toda minha lírica um marejar.
Corre, foge, o tracejo da selva. (evito!)
Quando não mais o percebo:
Fundiu-se por gênese n’alma.
Também só, minha adjacente
[o que deveria ser parte simbiótica..
Volto ao escrever
Por não ser um risco, rabisco...
Ou um gerundiar cursante;
um particípio dissipado;
Eis um eternicídio submerso.
É eterno, posto que é vício.
É suicídio, posto que a morte é alternância.
Submerso, poucos apreciam, menos ainda, o sente.
Não mais se desinencia
Salta, imensuriza.
Escrever é jogar-se ao vulnerável.
É molhar-se de eu’s
é fazer do fônico-versado sinfonia apoteótica
Entrar em contato com o impalpável
Com o que não se vê, nem existe.
Com o que não se tem, tudo permite.
É se constituir e se ler de si, para si, em si.
É, sobretudo, invadir o sítio de interseção entre o transcendente e o imanente.
Implica, inegavelmente, no entrar em órbita, ao encontro mais profundo da perfeição.
MISTERIO EM MIM
Antes que destes versos eu me arrependa
Que desta alegria eu esqueça
Que este dia anoiteça
Antes, bem antes que eu descubra
Que a lúgubre e dolorosa
Melancolia realmente acabou
Antes que venha a ter revelada
Minha verdadeira identidade
Que seja bem vinda esta divina loucura
Em prol de minha esplendorosa sanidade.
...
Ou será que o mistério inexato em mim
Exauriu-se até o fim?
PERDIDA
Onde foi que fiquei?
A sombra da saudade,
em versos imersos desse meu segredo.
Onde foi que me deixaste?
A romper em desejos,
em pó,em crise,em medo.
O que foi que me fizeste?
A tomar minhas mãos,
incansáveis,sangrando
em vontades intermináveis.
Onde foi você,depois de me roubar?
Teu silêncio me extremesse.
Minha voz não te esquece...
Te chama...te ama...te pede.
Suas palavras
São nada mais que apenas
Profunda sabedoria
Que nas suas vozes
Em forma de versos
Se transformam em canções
Puras mensagens
Para os homens cegos
De humildade,
União e esperança.
E como Jesus
Vieram de braços abertos
Ao nosso encontro
Para nos conduzir
A um mundo melhor
Sem guerras e mortes
Tristes corações
Nos deixaram na solidão
Hoje vivem em nossos
Pensamentos
Numa chama eterna
Que nunca morrerá.
O meu amor
Tento te escrever versos
Tento te escrever melodias
Mais sei q você é meu mais belo poema
Com você não preciso de palavras bonitas
Se tenho você ao meu lado
Tudo se torna amor
Uma silenciosa angústia
Toma posse de mim.
Quero olhar em seus olhos quando estou distante de você
E gritar que te amo sem você sou uma estrela solitária
Meu universo e vazio
Sem você não sei viver
pq você é meu mais belo poema de amor
Rasgue na ponta da caneta,
O papel de sua alma.
Sangre pelas suas veias de tinta,
Os versos da sua dor.
Mergulhe em um vermelho intenso as lágrimas do seu soneto.
Porque nada disso é real e um poeta sempre será um poeta.
Dono dos perfeitos amores e insensivelmente iludido pelo beijo de despedida.
PROCURE-ME NOS MEUS VERSOS
Se acordares com saudades de mim,
me procures nos meus versos,
com certeza, me encontrarás ali.
Se no silêncio das lembranças,
tiveres sede de saber onde estou,
me procures nos meus versos,
com certeza, me encontrarás ali.
Se no vazio da estrada,
no frio da madrugada,
ou no alento do vento
sentires o meu perfume,
me procures nos meus versos,
com certeza, me encontrarás ali.
Mas se olhares pro céu
e veres a lua em nebulosa,
uma nuvem cor-de-rosa,
ou uma estrela incandescendo
Corras pra perto de mim,
Com certeza, estarei precisando de ti.
DESPREZO
Percebes o quão rudes são os versos
Que outrora abrilhantaram com exatidão
Caminhos tortuosos e inversos
Banindo suntuosos, a sofreguidão?
Oras, pois, que os tons destes verbos
Açoites dispersos da inexatidão
Provém de sentimentos incertos
Vis, cruéis e sem compaixão
Então, segues teu caminho,
Que te vem enquanto troça
Perseguido em desatinos,
Por esta dor, tão sem resposta
O primeiro dos quatorze
Há muita gente eu sei que não gosta de versos,
Por que... não sei... talvez... [talvez] porque não queira;
Daí uma asserção de críticos diversos:
Morrerá no Porvir a poesia inteira.
Eu me esteio a mim mesmo em pontos controversos:
A Ciência julgada austera e sobranceira
Pousa no fictício os pedestais emersos
Que sustêm uma bíblia eterna e verdadeira.
Vede: a Química conta as moléculas; dita
A Mecânica as leis tendo por base a inércia;
Outros mundos além a Astronomia habita...
Se mesmo o positivo é sonho e controvérsia
Nem Porvir, nem ninguém, coisa alguma desliga
A Ciência que sonha e o verso que investiga.
Não consigo separar a melodia da poesia...
Com a música meu corpo vibra,
Com os versos minha alma dança.
Minha mente pensa saber o que é amar,
Meu coração pensa ser lógico,
E meu corpo executa toda a loucura
De se entregar em seus braços.
Somos melodia e versos
Atravessando a fronteira do amor.
" O Poeta"
Os versos do poeta encantam...fascinam...
A cada despertar uma nova sensação...dor...paixão...sedução que enebria...
Diante de tamanha mistura de sensações...o poeta subtrai de si o pulsar de sua alma...
Quão indefeso está diante de tamanho encantamento...
Nas linhas vão se traçando os desejos de seu íntimo...
Maior intimidade não há...desnuda...tira o fôlego...
O poeta leva o seu ar ...sua essência a quem o lê...ou quem o despi....
Palavras...sopros...sussuros...
Carinhos...desejos...carícias...
Doce poeta...inunda a vida de amor...
Se faz amor...
É o amor em suas emoções e sentidos...
RECADO PARA MANUEL BANDEIRA
versos, métricas e citações
nada servem.
os neologismos foram enterrados
junto com o que devera.
nobre bandeira...
o que fizeram
"do beijo pouco, falo menos ainda??"
tudo hoje é tão intransitivo.
a duros golpes de chicotes
forçam a poesia ser sempre revolucionária.
uma espécie de menchevic léxico-morfológico-gramatical.
estou farto desta contínua e mutável
transgressionalidade poética
tudo hoje quer ser novo de novo.
eu, minha cuca e minha escrita
querem ficar um pouquinho mais velha....
OESTRUS
Naquele por do sol inusitado
enterrei os versos
e a prosa deixei de lado
No sangue que banhava as vísceras
a dor do estanque na hora da criação
Como o tato do cego homem
eis agora minha misera condição
Nada mais denota velha e hábil, inspiração
Nem a astúcia, um belo estratagema
porem em meu ser, outro serio dilema
De joelhos rogo aos deuses, iluminação
Arrebatam-me agora, esta ficando tarde
Húmile serva, curvo-me, a alma arde
Permitam-me verter somente, composição
Todos os versos que fiz
na minha mais nobre invenção
foi por ti tudo que escrevi
não foi uma paixão em vão
Por mais que tenha q acabar
um fim verídico não darei
estarás sempre em mim
e mais uns versos por ti eu farei
Pois enquanto a hora não chegar
vou expressar o que sinto
vou externar os desejos do fundo
e viver no meu mundo distinto
Isso é para que não esqueças
os momentos que tivemos juntos
não foi história de castelos
nem fadas, nem heróis de outros mundos
Mas foi digno de uma história devota
como Romeu e Julieta outrora viveram
em castas opostas, uma guerra travando
vivendo uma paixão, com uma única meta
Mostrar para o mundo o bem verdadeiro
que para o amor não existe limites
Só uma lei move o mundo em conjunto
amar e ser amado, eis o decreto inteiro
Andando eu vou
estrada a fora
com o rosto molhado
e os versos rasgados
o corpo cortado
pela minha solidão
Andando eu vou
com o coração na mão
em busca de felicidade
esquecendo a saudade
e querendo o bem só de quem me quer
esquecendo as lembranças de uma vida qualquer
pensando em formar felicidades falsas
para de novo um dia eu sonhar, como você faz falta
aqueles versos eu não li
não dei atenção ao que escrevi
o nosso silencio eu interrompi
as batidas do seu coração eu não quis sentir
a você a lágrima que não deixei cair
Pelo meu próprio orgulho eu desisti
de você meu sonho minha realidade
Por você construí versos inacabados
um dia percebi no brilho do seu olhar
que me desperto algo diferente
um filme passava lentamente em minha mente
na sua face um sorriso transparente
dizia que era o fim de tudo entre a gente
Rondel ao meu amado
Oh meu amado
Dedico a você estes versos
que em um devaneio
Sonhos secretos escrevo.
Você é um enigma
Aos poucos vou o desvendando
Descubro segredos
Que jamais imaginastes.
Com um sorriso
Mudastes minha vida
De todos os medos
Que apavoram-me
Liberto-me com seu amor.
