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Coração é terra fértil que tem sua própria sazonalidade: pode e deve florescer o ano todo, independente de aqui fora ser verão, primavera, outono ou inverno.
"Hoje, senti novamente aquela brisa quente, de verão, me açoitar a face.
Aquela brisa, que traz frescor à pele, mas o coração arde.
Aquela leve brisa, que me lembra o seu beijo, a cada fim de tarde.
Brisa leve me traz você aos pensamentos, mas a ventania, não me leva a sua saudade.
Se és tu, uma parte do meu eu, então sou só metade.
Eu tentei fazer-nos um só ser, não deu, faz parte.
Disse mil vezes ao meu eu, que é amor; ao mundo, que é só uma paixão; mas eu sei, é insanidade.
Fantasia, faz de conta, nada de realidade.
Queria seus cabelos sobre meu peito, o seu beijo em minha face.
Mas o desalento é cruel, e meu âmago é só saudade.
O culpado sou eu e minha leviandade.
Ou talvez, a culpada seja aquela brisa quente de verão, por te lembrar, ao me açoitar a face..."
Conforme o VERÃO
se converte em OUTONO,
a natureza vai revelando
a sua magnitude
e despertando a elegância
da nova estação.
Rosa despedaçada
Uma rosa jogada no chão,
Dói muito no coração.
Despedaçada no silenciar do verão,
Chorando por quem nunca lhe deu a mão.
Me enganei
Pensei que fosse mais um beijo de verão
O sentimento foi maior que uma estação
Pra ver o paraíso
É só mirar no teu sorriso
Tu é um solstício
Aquele que marca o início do verão em meu peito
Que faz-me inclinar 23,5° só pra admirar o brilho de teus olhos
Os quais denomino como o centro do meu universo.
Fui na chuva e não me molhei
andei no calor e não me queimei
fiquei no inverno e não me congelei
Porém quando vi você eu me apaixonei
Encontro de alma e paisagem
Como uma tela pintada em tarde de verão comtemplo a vida, brindo amantes e fujo da solidão.
O azul de um céu plana nuvens doces de algodão acalmando como sol que derrama licor de maracujá em minha confusão.
O mar insiste e afronta fantasmas que se aglomeram ali na feia e frágil construção. A fera verde se faz " Forte" como praia, suave feito brisa e intensa como maré de março transbordando a revirar.
Nem céu, nem sol, nem forte e nem mar, Sou navio a deriva sempre pronto a navegar.
Estudamos numa escola de trouxas, moramos numa cidade de trouxas, que todo verão atrai hordas de trouxas do mundo inteiro que se reúnem para se sentirem menos trouxas.
Mesmo quando as flores caem,
e os caminhos do outono nos levam ao inverno,
ainda assim é uma beleza sem par,
ver o mar beijando a areia
e a lua beijando o mar!
A Folha
Aquela folha amarelada e já castigada por pragas não veio trazida pelo vento, foi o meu cão quem trouxe. Na face da folha já moribunda os buracos feitos pelas lagartas e a marca de ferrugem gravada em sua pele devido à ação do tempo. Sinal da vida se esvaindo por entre os dedos e da morte se aproximando e se fazendo perceber. Em minhas mãos a percepção da dor e do lamento na alma, por entender a importância daquela simples folha e às inúmeras fotossínteses a que ela se prestou ao longo de toda a sua vida. É mais uma estação que se encerra e mais uma folha que cai e ao sabor do vento é levada. Nos olhos do meu cão o pedido de socorro: Salve-a, por favor!
Quando você aprende a viver
no inverno
O verão torna-se insuportável
Quando você é tempestade
A fina garota te rasga a pele
Não sei ser leve
Meu furacão interno
diariamente me consome
Era o primeiro dia da primavera, estou entre o inverno e o verão da alma, época associada ao reflorescimento da flora terrestre, tempo de florescer!
Você, sol de verão que faz chover
Som da maré, é luz e cor
Pro bom da vida acontecer
Onda que invade é o amor
O amor seguem as quatro estações ... brota na primavera, floresce no verão, murcha no outono e desaparece no inverno. Mas, se for forte o bastante a ponto de enraizar ... brota novamente na primavera!
Não sei quantos tipos de valor de dólar andavam circulando. Ninguém sabia direito quanto as coisas valiam. O peso se desvalorizava, havia inflação. E começaram os controles do câmbio. Como se em pleno verão você fosse pago em gelo e proibissem geladeiras.
No verão o sol brilha intensamente e as plantas crescem.
No outono o vento desfolha as árvores e as paisagens ficam cinza.
No inverno chuvas, frio, gelo e neve fazem as plantas ficarem ociosas.
Mas com a chegada da primavera a vida renasce e as cores voltam a prevalecer.
Assim são as nossas vidas, passamos também por várias estações que fazem a gente crescer, termos paciência, prudência, resignação, renascimento, esperança, paz, tristeza, alegria e felicidade.
Como a natureza, vamos fazer a transformação de tudo aquilo que nós queremos mudar.
Por que a natureza faz a dela com perfeição.
VERÃO NO CERRADO (soneto)
Lá fora o vento em agonia e rebeldia
Redemoinhando o taciturno cerrado
Do silêncio carrascal, fez-se agitado
Sob a chuva nua, acordando o dia
Na vastidão do chão, o tempo arado
Da sequidão para o sertão em urgia
Molhado da tempestade em romaria
Empapando o alvorecer enovelado
E neste, porém de tão boa harmonia
O horizonte na ventura é amansado
Enxurrando na procela a melancolia
Assim, vai-se avivando o árido cerrado
Do acastanhado que ao verde, barbaria
Ao rútilo encarnado do verão variegado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
