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Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008.

Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.

José Saramago
O Conto da Ilha Desconhecida

A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo?

Luis Fernando Verissimo
O Gigolô das Palavras

Os professores da minha escola

A professora de Matemática,
com suas contas complicadas,
falando em equações,
no Teorema de Pitágoras.

A professora de Português,
com seu modo indicativo,
falando em advérbios,
interjeições, substantivos.

A professora de Geografia,
com seus complexos regionais,
falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais.

A professora de Ciências,
com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,
em estudos biológicos.

A professora de História,
com seus povos bizantinos,
falando na Idade Média,
no Imperador Constantino.

A professora de Inglês,
com seus don't, do e does,
falando em personal pronouns,
na diferença entre go e goes.

A professora de Artes,
com suas obras e seus artistas,
falando em artes ópticas,
em pintores surrealistas.

O professor de Educação Física,
com suas regras de voleibol,
falando sobre basquete,
em times de futebol.

Os professores da minha escola,
com suas matérias que às vezes não entendemos,
falando em todas as coisas,
que aos poucos vamos aprendendo.

Palavras e classes

Substantivo, sempre, substantiva...
Quer seja concreto ou abstrato
Próprio ou comum, primitivo ou derivado
Dá nome para tudo, por todo lado.

E o adjetivo quando é sujeito...
Adora dizer: mudei de classe!
Fui substantivado pelo artigo
Pratico, agora, a ação na frase.

O bonito, aqui, é substantivo
Ser menino, uma qualidade
O amanhecer não é mais verbo
No português, todos mudam de classe...

Ó Língua maravilhosa, sempre justa!
Justiça que leva à igualdade...
As palavras podem ser o que quiserem
Não ficam presas em suas classes...

Tem pronome de tratamento...
Mais gentil do que muitos homens ogros!
Uns são demonstrativos, alguns indicam posse
Mas existem os que se põem no lugar dos outros...

Tem advérbio meio militar, de afirmação ou negação...
Os que só querem por e impor, modos e ordens
Eu prefiro os de lugar, de tempo ou de intensidade...
Mas são os de dúvida que nos tornam melhores...

Os artigos indicam o número e o gênero...
Algumas vezes definidos, outras, indefinidos
O grama? Neste caso, como podemos explicar?
O artigo é masculino, mas o substantivo termina em “a”!

Português é complicado

Apesar de não poder comer doce por ser diabético, era um doce de pessoa.

Português é complicado

A cerca da construção da cerca, garanto que em cerca de 30 dias a cerca estará pronta

Quando a pessoa responde “intendi” eu suspeito que nunca tenha entendido nada a vida inteira.

Bullyng, ou búlingue em português, é praticado por aqueles que não toleram pessoas inteligentes. Assim, que vivam no estábulo!

Quem escreve errado protesta. Pelo ensino e pelo português.

Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando que ‘não sabem português’ ou que ‘português é muito difícil’ é porque esta disciplina fascinante foi transformada numa ‘ciência esotérica’, numa ‘doutrina cabalística’ que somente alguns ‘iluminados’ (os gramáticos tradicionalistas!) conseguem dominar completamente.

⁠Em quantos mares naveguei
Cheios de esperança ou cheios de lágrimas
As minhas, não as tuas
Por amar alguém que sequer encontrei

De onde vens, de onde vieste
Não sei
Porém almejei o teu abraço
O conforto que não me deste

Soubeste, pelo acaso
De uma grande paixão
Paixão essa, fracassada
Por um longo amor sem prazo

Não adiantou sorrir entretanto
Falsa esperança, traiçoeira
Levou todo o sentimento ao qual foi dado
Deixando a tristeza consumir cada canto

Oh, se eu pudesse, quisesse
Não deixaria o teu barco passar
Alcançar-te-ia, então
Sem agarrar a tua mão
Sei que não a iria largar

Querido alguém, ou ninguém,
Foi difícil te amar
Porém, o mais árduo,
Foi não saber como te alcançar

⁠Percorro uma estrada
Incansável, insegura 
Um caminho responsável 
Pela tamanha amargura

No teu olhar, perco-me
No teu coração, perco-me

Estarei eu a sentir falta 
De um amor que não existe?

Penso estar a cair
Num buraco ilimitado
Nunca quis te magoar 
Arrepender-me-ia se o fizesse

Então, que farei eu?

Percorro uma estrada
Incansável, insegura 
Um caminho responsável 
Pela tamanha amargura

Dar-te-ei o meu tesouro?
Lamentar-me-ei, depois?

Com o meu coração, embevecido ficaste
Já eu, com o teu, nem uma gota de amor me deixaste 

Cada "amo-te" uma faca
Cravada no meu peito
Ao saber a força das palavras
Que me enfraquecem, sendo cruas

No teu olhar, perco-me
No teu coração, perco-me

Estarei apaixonada?
Então, que farei eu?

Ao perceber o teu olhar
Choro internamente
Quem me dera saber te amar

Como faço o medo parar?
O medo de te magoar...
Por querer te amar!
E não haver paixão

Estarei apaixonada?
Não, não poderia estar mais enganada!

⁠Ao te encontrar, amor
Perderei o meu lar
Não sei onde estou
Quero me encontrar

Ao teu lado, dor
Perderei-me no meu mar
Quem sou, não sei
Quero me encontrar

Sem um barco,
Quero remar
Sem um par de asas,
Quero voar
Sem a certeza,
Quero te amar

Amor, estou perto
Estou perto de te alcançar 
Perder-me-ei por completo
Para assim me encontrar 

⁠⁠RESPOSTAS LÓGICAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS DE TODO BRASILEIRO

Por que aprender a matéria de português é tão difícil?
É porque ela foi feita por burros para burros

Por que os americanos são mais inteligentes?
É porque eles não precisam entender nossa Língua

Por que eles escrevem Brazil e não Brasil?
É porque o S tem som de Z

Por que as leis não são cumpridas no Brasil?
É porque nenhum juiz as entende

Por que a classe dos advogados é a mais procurada?
É porque eles são os únicos que podem enganar os juízes

Por que somos obrigados a assistir propaganda eleitoral?
É porque os políticos são um pouco mais espertos

Por que depusemos um presidente?
É porque ele era o mais esperto e o mais ladrão também, além disso, foi o
único a ser descoberto

Por que descobrimos que ele era ladrão?
É porque tinha um irmão dedo-duro e com problemas mentais

Por que nunca estamos satisfeitos com nossos dirigentes?
É porque somos nos que votamos neles

Por que votamos neles?
É porque são os únicos que temos?

Por que são os únicos?
É porque não temos capacidade mental para estar no lugar deles

Eu não ganho sequer um centavo pelos meus pensamentos. Mas continuo pensando assim mesmo. 😭

"Advérbio"

De todas as palavras da linha portuguesa eu gosto mais dos advérbios, por que embora seja invariável, ele é o único capaz de modificar a si mesmo.

Inserida por Erlis

O português escrito pode (e às vezes deve) ser corrigido, mas a tese defendida verbalmente e carregada de impropriedades gramaticais é um erro que se prolata no tempo e que fica à espera da prescrição ou do esquecimento.

Inserida por luiselza

Floresça, fale, cante, ouça-se e viva.
A portuguesa língua, e já onde for,
Senhora vá de si, soberba e altiva!

Inserida por RayannaRutigliani

"Hoje acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter par onde correr ..."
COMENTÁRIO(CRÍTICA)- PORTUGUÊS CORRETO - Se você está sem o Nada no estômago, é porque você está com algo lá então, você precisa, necessita, é obrigado a dizer que :
"Hoje acordei COM nada no estômago, COM nada no coração..."

Inserida por Euler56

O apogeu do Analfabetismo Funcional Brasileiro é: FLUÊNCIA em Inglês e FLATULÊNCIA em Português.

Inserida por flgomes

Ser bom em CARACTERE NÃO FAZ DE NINGUÉM um bom CARÁTER.

Inserida por LeandroPantera

O MEU VARINO

Ao Dr. Francisco Ferreira Neves

Gabão, varino de Aveiro,
quase sexagenário,
tem sido meu companheiro,
com vigor extraordinário;

O alfaiate Gafanha,
autor do risco e do corte,
deu-lhe rigeza tamanha
que tarde verá a morte;

Estaria como novo,
se não surgisse a desgraça,
o descuido, que reprovo,
de defendê-lo da traça;

Acalenta tronco e pernas,
é completo agasalho;
tem o ar das coisas eternas,
no inverno de ele me valho;

Protege cabeça e rosto,
a ser cantado tem jus,
a ser em relevo posto,
seu altaneiro capuz.

Que boa fazenda aquela,
já se não vê no mercado!
Não entrava a chuva nela,
nem o vento mais danado!

Ficou por onze mil réis,
nos tempos que já lá vão,
em que eram outras as leis,
o meu valente gabão.

«Precisa o senhor Roberto»
disse o Diretor, com tino,
para meu Pai, e deu certo,
«de abrigar-se num varino».

Ele deu esta sentença
justa e mui sensatamente,
porque de séria doença
me achava convalescente.

Agora está interdito
vir à rua em tal farpela,
pois o automóvel maldito
quer pressa, tudo atropela.

Mas em casa, no sossego
que não tem tal desatino,
me agasalho, me aconchego,
me envolvo no meu varino.

Gabão, varino de Aveiro,
é trajo tradicional
e português verdadeiro,
mas do antigo Portugal.

Meu gabão dos tempos idos,
dos tempos de colegial,
estamos envelhecidos,
fora da moda, afinal!

Porto, Portugal, Maio de 1963

Inserida por COSTAMACEDO

A noite chega


A trezentos quilômetros por hora
perfumada a noite chega:
Sorrateira pelas frestas
cambaleante a cada esquina
como em um filme português
ou uma cantiga natalina.

Peixe
Vinho
família
um quarto de limão
uma porção de molho rosê.

Gatos pisam o telhado
- se esquivam-
de flores plantadas na terra
dançam em campos minados
junto aos soldados
em revolução.

Livros empoeirados
acumulam-se na estante
enquanto caixas transbordam
corações tristes
em quartos vazios e distantes.

Dor...
Reclamada na ponta do espinho.
Noite...
Acordada a contento.
Verdade em fala nunca dita
é pura perda de tempo.

Inserida por JotaW

Faça do silêncio o guarda de teus segredos...

Inserida por Adelsonsoares