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Quando o que você tenta proteger é exatamente aquela parte que dói, pra que se abrir se isso inevitavelmente vai levar a mais dor e mágoa?
Na angústia de quem fica
reside a esperança do regresso
de quem parte, onde a ansiedade
do reencontro pode ser apenas
a triste ilusão de não aceitar
o que a verdade não pode ocutar.
Ela não fazia parte de nada. Em sua solidão contínua, ela estava completa. Nunca se sentiu tão exposta, mas tão poderosa.
Mamãe é parte de mim, do que gosto e do que não gosto de ter comigo. É muitas coisas. Às vezes, demais.
O espaço é parte da natureza. A natureza como ela é. E ela não é a sua amiga. Ela é uma inimiga, que vai te matar se você baixar a guarda.
Meu tempo
Tempo,
se de ti eu fosse o dono
e como tal, eu pudesse dividir-te,
usando-te em obrigações,trabalho
e amores.
Faria com que o trabalho
e deveres, pouco espaço tomassem,
e como forma de compensação aos
amores,
o tempo e espaço não teriam
limites.
Dos amores tu terias do meu tempo, um
lugar especial,
bem sabes que para mim
és o todo principal.
De minha vida, és a dona de todo tempo
que eu tenho,
és o meu mundo, e sem ti
nem mundo ou tempo existiriam.
Quem dera se do meu tempo eu fosse dono,
mas mesmo eu não o sendo, em todas as
horas dele fazes parte,
és constante em meus dias, e horas.
És a marca de um inicio e meio.
Para o fim, espero que nunca haja tempo.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E.
Acadêmico da Acilbras- Roldão AIres
Cadeira 681
Patrono Armando Caaraüra- Presidente
Esse fator integridade só é válido quando estamos destituídos do apego.
Quando entendemos de fato que tudo passa, inclusive cada ser humano, entenderemos que não somos separados de coisa alguma.
Somos seres colaborativos.
Somos seres Humanos!
Somos uma criação do multiplicador amoroso...
Tu vai perceber que eu sou um cara difícil
A marra e o estilo fazem parte do ofício
Eu me inclino, adentro muito ávida no mundo, à parte, ao ler mais um livro. Eu me revisto de coragem, sendo uma viajante aventureira incentivada, afagada, sempre, indo em frente até o clímax, desfecho do enredo instigante; milhares de palavras mudas reveladas, sussurros alheios desconhecidos decifrados, sem mais exclusões, nem distâncias, nem tampouco, abraços imaginários apertados sem serem vividos sua realidade.
Havia uma parte de mim que sabia
Que não terminaria com nós dois juntos
Porque você sempre se aproveitou e me deixou com o dano
De todas as coisas dolorosas que você me disse
VIAGENS PELO INTERIOR DO CONGO – Parte 4
Marcial Salaverry
Durante o tempo em estive no Congo, efetuei diversas viagens por essa região. As estradas continuavam sempre a mesma “maravilha”, ou piores ainda, dependendo da quantidade de chuva que caísse. Todavia, em outras viagens passei por outras situações, no mínimo curiosas. Contá-las-ei aleatoriamente, sem especificar em tal ou qual viagem.
Em certa ocasião, estávamos chegando a um dos inúmeros “bacs” necessários para a travessia dos diversos rios que cortavam a região, fui surpreendido pela atitude do barqueiro que se limitou a dar de ombros diante de meu pedido para atravessar. Certo de que estava esperando o “matabisi” (gorjeta) , preparei-me para enfiar a mão no bolso, quando Alexander cutucou meu braço, apontando para o meio do rio. Lá estava, nada mais nada menos, do que um alegre grupo de hipopótamos brincando, justamente no caminho da balsa. Com aqueles alegres animaizinhos que, possivelmente deveriam estar ensaiando para o coral de Domingo, tal a farra e a cantoria, não havia a mínima condição de travessia, pois se eles resolvessem nos convidar para a festa, não sobraria nem um só pedacinho da balsa, ou do jipe e, lógico de nós mesmos, pois o hipopótamo tem aquela expressão simpática do gordo bonachão, mas é uma fera quando incomodado.
Só nos restou ficar aguardando que terminasse a “festinha”, e os simpáticos bichinhos fossem para outro lugar, para descansar, pois se eles resolvessem dormir por ali mesmo, teríamos que esperar muito tempo. Felizmente os “hipos” são muito metódicos, e tem seus lugares próprios para repouso. Assim sendo, após quase 4 horas de espera, pudemos finalmente atravessar o rio.
Em outra ocasião, tivemos um problema muito mais complicado do que encontros com elefantes, leões ou hipopótamos. Foi uma espécie de entrevero com o pior dos animais que poderíamos ter encontrado : uma patrulha de soldados bêbados. Por falta do que fazer, um pequeno pelotão de 14 soldados do “glorioso” exército congolês, resolveu “patrulhar” aquela estrada. A meio de caminho, resolveram “encher a cara” com o famoso “vin de palm”. Para melhorar tudo, cruzaram conosco. Quando perceberam a aproximação do jipe, armaram uma espécie de tocaia na estrada, para surpreender-nos. Conseguiram. Calculem nosso susto, ao ver aquela turba, brandindo metralhadoras e revólveres, ordenando nossa parada.
Obviamente, paramos. Pelas divisas, calculei que a turba estava chefiada por um sargento, justamente o mais bêbado de todos. Maravilha. Comecei a ver o tamanho do pepino que nos esperava. Respirei fundo, procurando disfarçar o que estava sentindo, dirigi um amável sorriso ao dito cujo, chamando-o da “mon capitain” .
Primeiro ponto. O sargentinho adorou ser chamado de “capitão”. Quis ver tudo. Documentos, que quase examinou de cabeça para baixo (o documento, não ele). Quando começou a abrir as malas e viu as peças do mostruário seus olhos brilharam com as diversas camisas e calças lá existentes. Não preciso dizer que meu mostruário ficou seriamente desfalcado... Ainda bem que já estava terminando a viagem. Coisas do Congo... Agora, que posso estar contando, posso assegurar que não é nem pouquinho agradável a sensação de estar diante do cano de uma metralhadora, principalmente levando-se em conta que estava nas mãos de um soldado bêbado. Bastava um soluço qualquer, e eu não estaria aqui escrevendo estas reminiscências. Depois que tudo passou, Alexander e eu nos entreolhamos aliviados. O único prejuízo foram as camisas e calças “presenteadas” aos soldados. Seguimos viagem em paz.
Havia outra particularidade interessante nessas viagens. A maioria dos comerciantes não gostava muito de usar cheques, por falta de confiança no sistema bancário do País. Seus compromissos eram sempre pagos em dinheiro. Então, no último dia de visita em cada praça, era feita a “coleta”. Passávamos em todos os clientes, efetuando os recebimentos, e o dinheiro todo era colocado em um daqueles baús. Era o próprio “Baú da Felicidade”... Agora, calculem o que poderia ter acontecido se “aquele” baú, não estivesse estrategicamente colocado no fundo do jipe, e os soldados o tivessem aberto...
Felizmente as calças e as camisas encontradas interromperam a busca.
Essas viagens rodoviárias pelo interior do Congo, sempre mostravam ainda um outro lado, que merece um destaque especial. Era o trabalho das Missões Católicas. Geralmente instaladas em rincões bem afastados dos principais centros, os missionários procuravam fazer um trabalho humanitário e social digno de nota. Quase sem recursos, somente com doações de particulares, procuravam melhorar a vida das crianças da região, ensinando-as a ler e escrever. Esbarravam em um problema sério, que era o poder das crenças locais, que sempre eram um entrave para o trabalho dos missionários.
Além desse serviço humanitário junto aos locais, também davam abrigo a viajantes com problemas, como ocorreu comigo. Enfim um trabalho nem sempre reconhecido, razão pela qual quero prestar minha homenagem a esses heróis dedicados, os missionários e missionárias, que prestavam um serviço humanitário de extraordinário alcance. Realmente a dedicação com que esses abnegados se dedicavam ao trabalho era impressionante. A qualquer hora do dia ou da noite, em caso de qualquer necessidade, não hesitavam em ir às aldeias para socorrer quem precisasse de seus serviços. Eram professores, enfermeiros, médicos, parteiros, mecânicos, enfim tudo que fosse necessário. A remuneração que recebiam à guisa de salário era ridícula, algo como o salário de nossos professores, que sequer lhes permitia morrer de fome, pois não poderiam ser enterrados, por falta de recursos, e mesmo assim, com todas essas condições adversas, cumpriam sua missão. Tenho que registrar essa fato como reconhecimento à sua ação. Ainda há que se levar em conta que as Missões sempre estavam em locais isolados e, por isso, sofreram com as barbaridades cometidas durante as lutas pela independência... Triste demais...
A história continua, e como sobrevivi a tudo, posso sempre estar desejando a quem o desejar, UM LINDO DIA...
Meu pais cansaram de mim
Juro, eu não sou assim
Eu não quero mais o fim
Mas já faz parte de mim
Um homem sábio uma vez disse: "A felicidade é algo que deve ser buscado." Nunca entendi isso até estar morta. Quando está morta e presa em uma casa mal-assombrada, não há muito o que fazer além de esperar e esperar. E a espera, como outro sábio uma vez disse, é realmente a parte mais difícil do amor.
VIAGENS AÉREAS PELO CONGO
Este é um capítulo especial do que foram as aventurosas viagens aéreas pelo Congo...
Os passaportes venceram, e era preciso renová-los. Brasil e Congo não tinham relações diplomáticas.
Assim, foi preciso ir até Luanda, para efetivar a renovação, e foi uma viagem simplesmente maravilinda...
Trecho extraido do capítulo, PASSEIO EM LUANDA...
Como em Kinshasa não havia embaixada, nem do Brasil, nem de Portugal, foi necessário ir até Luanda para renovar os passaportes. E foi uma maratona, pois nos deslocamos de jipe de Kinshasa até Matadi, e lá atravessamos a fronteira para a base militar de Noqui, onde iriamos embarcar num garboso monomotor para ir até Luanda. E lá fomos nós... Apenas Neyde e eu, pois as crianças ficaram em Kinshasa, aos cuidados de nosso amigo Ruy Hasson...
E então, começou uma aventura totalmente inusitada... Senão vejamos.
O comandante militar de Noqui, ao saber estar diante de brasileiros, desmanchou-se em gentilezas, e convidou-me para assistir ao interrogatório de alguns rebeldes capturados. O interrogatório desenvolveu-se no dialeto “kimbundo”, do qual tinha algum conhecimento. Pude, então, constatar com assombro os reais motivos que levavam aquela gente à sangrenta rebelião em que estavam envolvidos. Esperando ouvir as tradicionais declarações de “queremos independência”, “amor pela pátria”, fiquei verdadeiramente estarrecido ao ouvir que o principal motivo que os impelia à guerra, era o fato de que o feiticeiro da tribo lhes dissera que, “para cada branco que matarem, terão 1 ano a mais de vida”. Pode? Fazer-se uma rebelião tão sangrenta só por esse motivo? Enfim... Coisas da África.
Fomos então chamados ao “aeroporto” onde vimos a possante aeronave que nos levaria até Luanda.
Um garboso monomotor de 4 lugares. Ficamos encantados com essa oportunidade de viajar com exclusividade. Só o piloto, Neyde e eu. O encantamento aumentou, quando o piloto com a maior simplicidade, pediu para encostarmos o jipe mais perto da avioneta, pois ele precisava fazer uma “chupeta” na bateria, para poder dar a partida no avião. Achei excelente o sistema. Minha esposa inadvertidamente, perguntou o que poderia acontecer se a bateria “pifasse” em pleno vôo. Muito divertidamente, o piloto só disse: "Aí, madame, não haverá com que se preocupar.." Não se esqueçam de que iríamos sobrevoar uma região de floresta fechada, e em poder dos rebeldes.
Decididamente reconfortador. Felizmente, chegamos a Luanda sãos e salvos, apenas com ligeira alteração nos batimentos cardíacos.
Luanda merece um capítulo à parte. Era uma cidade linda. Muito bem cuidada. Com inúmeros pontos de diversão. Além dos encantos naturais da cidade, outras coisas chamaram nossa atenção, a começar pela gentileza especial que fomos tratados pelos patrícios portugueses. Realmente, nunca é demais salientar esse detalhe. Foi só correr a voz de que haviam brasileiros em Luanda, e começamos a ser procurados por eles. Uma certa tarde, estávamos parados num ponto de ônibus, quando um cidadão veio falar conosco, indagando se “nós éramos os brasileiros que haviam chegado do Congo”. Ante nossa afirmativa, não teve dúvidas em colocar-se a nosso dispor para nos levar a conhecer todas as belezas de Luanda. Jamais havia visto tanta gentileza. Jamais poderei agradecer suficientemente o tratamento que nos foi dispensado. Fomos convidados para sardinhadas, bacalhoadas, passeios. Tudo pelo simples fato de sermos “os brasileiros que haviam chegado do Congo”.
Realmente impressionante." E, sobretudo, inesquecível...
E para a viagem de volta, não houve necessidade de nenhuma "chupeta", mesmo porque o jipe havia ficado em Noqui, e nos levou a Kinshasa de volta...
(Nota da Redação) Chegamos sãos e salvos, pois a bateria não pifou, e assim posso estar contando a história, e sempre desejando a todos UM LINDO DIA...
Marcial Salaverry
Meus dias certamente seriam intermináveis e entediantes sem sua leveza e companhia. Obrigado por fazer parte da minha vida.
O apoio da família foi fundamental em muitos momentos da minha jornada, principalmente quando pensei que não iria conseguir superar algum desafio. Por isso, sou muito grato por vocês fazerem parte da minha vida.
Amiga, quero agradecer mais uma vez por você fazer parte da minha vida. Seus conselhos já me salvaram de muitas frustrações e todos os momentos que passo ao seu lado são inesquecíveis.
