Suspiro
"Quando o pôr do sol beija o mar"
Quando o pôr do sol beija o mar,
há um suspiro no universo inteiro,
como se Deus descansasse os olhos cansados
numa tela viva de luz e silêncio.
O céu se curva com humildade,
num gesto de ternura que só os puros entendem,
e o mar, velho confidente dos ventos,
abre os braços em ondas de encantamento.
Não há pressa.
O tempo se descalça para caminhar sobre as areias douradas,
e cada segundo parece uma eternidade
vestida de paz, cor e esperança.
É ali, nesse limiar entre dia e noite,
que os corações mais sensíveis se encontram consigo mesmos.
Alguns choram baixinho sem saber por quê.
Outros apenas respiram, gratos por existir.
Porque quando o pôr do sol beija o mar,
algo em nós se acalma.
As dúvidas dormem, os medos se recolhem,
e o amor — mesmo sem nome —
nos visita com os pés descalços e alma leve.
As lembranças antigas dançam na espuma,
e as promessas do futuro se pintam no céu
como se dissessem: “Vai ficar tudo bem…
a vida sabe o que faz, mesmo quando parece não saber.”
Há poesia em cada reflexo dourado,
em cada pássaro voltando ao ninho,
em cada barco que silencia no horizonte,
sabendo que não se chega a lugar algum
sem antes se perder um pouco na beleza.
E tu, que olhas o pôr do sol em silêncio,
carregas dentro de ti um mundo inteiro:
as dores que ninguém viu,
os sonhos que ainda não contaste,
as alegrias escondidas em pequenos detalhes.
Mas naquele momento, tudo cabe num só verso:
“Estou vivo. Sou parte disso tudo. E sou amado pelo céu.”
Quando o pôr do sol beija o mar,
há um recomeço disfarçado de fim,
uma luz que se despede só para voltar mais forte,
e uma certeza suave:
mesmo nas sombras, ainda há beleza.
E que belo é saber que, enquanto o sol beija o mar,
o amor também nos beija em silêncio,
nos convida à leveza,
e nos recorda — sem dizer palavra —
que viver é, sobretudo, saber contemplar.
Antes de meu último suspiro, atravessarei altos e baixos, abraçando a plenitude das experiências que a vida tem a oferecer.
Eu tenho meus dias de sim
Eu tenho meus dias de não
Um suspiro na noite
Uma solidão
Que aperta e prende
Meu coração.
Eu tenho meus dias de lua
Eu tenho meus dias de sol
Uma manhã que clareia
Outra dor que lateja
Talvez um amor me deseja
E me beija
Como flor de cereja.
Eu tenho meus dias de inverno
Eu tenho meus dias de verão
Uma tempestade de neve
Um vento quente de ilusão
Um cachecol de vento
Um sopro de vida
Que sim e que não.
Eu tenho meus dias de luz
Eu tenho outros de escuridão
Brilho de estrela que cega
Um coração de cristal
Uma alma de poeta
Que respira
E de perfume transpira.
Eu tenho meus dias de raiva
Outros de toda gratidão
Um dia de dor
Outros de viva paixão
Muitos só de alegria
Tantos de solidão.
Eu tenho meus dias de lágrimas
Tantos de risos e alentos
Sonhos dourados de amor
Pesadelos de loucas insônias
Desvarios, cansaço e perdão
Tem dias que sou flor
E outros que sou só rebentos!
Às vezes me perco a noite, em meio aos meus pensamentos e nesse instante um suspiro profundo da alma, onde o vento leva e traz mistérios do dia e da noite. Olho a mim mesmo, me conheço, todavia perco-me em pleno ar Conspirando sobre o outro lado Como um marinheiro sem mar. No silêncio da noite, a solidão vem de açoite e num amanhecer gelado, assento-me calado. Olhar para trás é uma escolha arriscada, Pela janela embaçada vejo a cidade a passar. Decidi deixar nela uma marca Para cada pessoa que amei, dei nome a uma estrela. Por fim, mesmo nas noites mais escuras, terei pra mim um céu de estrelas a brilhar. Boa noite.
Às vezes, ela chega mansa, nas asas de uma borboleta, me rouba um longo suspiro e, novamente se vai.
Sou aroma
Sou Cor
Sou Beleza
Natureza
Sou Suspiro
Afeição
Perdão
Sou Flor
Inspiração
Sou Amor
Sem Condição!
Silêncio e Destino
Basta-me um olhar furtivo,
um suspiro, um eco distante,
para que sigas meus passos
e eu te guarde além do instante…
— Mas esse olhar, eu não darei.
Uma sílaba perdida
nos abismos da memória
poderia erguer impérios,
desfazer o tempo e a história…
— Mas essa voz, eu calarei.
Para que me desvendes,
sou neblina sobre o abismo,
sou um traço na alvorada,
sou mistério e exorcismo…
— Máscaras que eu mesmo fiz.
E enquanto não me percebes,
as marés dançam sozinhas,
os relógios perdem as horas,
os ventos rasgam as linhas…
— Até que eu desapareça.
Suspiro de Desgaste,
De Alívio, Suspiro,
Suspiro Emocionado,
Aflito Suspiro,
Sentimento Profundo
formando, aos poucos,
um Tornado
Até o último suspiro.
diga-me que odeia ficar comigo
diga-me que odeia que eu seja o seu suspiro
diga-me que não sou seu tipo
tente ferir meu coração em mil pedacinhos
me machuque no inverno
me cure no colchão
diz o quão grande meus olhos são
aprecie o vento que vem com memórias
olhe para mim como se você tivesse no fim do seu livro favorito
eu te acolho e digito
"esse não é o único livro que existe"
" VEREI? "
Verei, de novo, a noite enluarada
silenciar-me a alma em seu suspiro
e despertar-me à carne outro vampiro
no veio da poesia em mim sangrada?
Debruçarei por sobre o sol no giro
de um ano a mais na solitude dada
ou deixarei que a luz da madrugada
descanse em mim o verso em que respiro?
Contemplarei, de outra nudez, o encanto
ou, da paixão, a voz em acalanto
chamando-me à união uma vez mais?
De novo, já nem sei se o esplendor
verei, de reluzente e incauto amor
a se atracar no escuro do meu cais!
Eu vou viver, mesmo depois do meu último suspiro. E quem me viu viver, há de dizer que: "Ele é eterno!".
É assim que o mundo termina, não com uma explosão, mas com um suspiro.