Soneto 18
"SOLIDÃO"
Hoje me sinto sozinho
Sem teu amor, sem teu carinho.
Mas não sinto falta da frustração:
Como é linda a solidão.
Onde está meu coração?
Veja bem, já não preciso disso,
Já não me incomodo com isso:
Como é linda a solidão.
Cometi uma calamidade,
Que os deuses me perdoem,
Inventei de ceder à vontade;
Vontade de viver,
Que os deuses me perdoem,
Viver sem você.
Já ouvi do amor mil promessas
e compartilhei minhas esperanças
entre as penas de duras andanças
e as desgraças de vis remessas.
Promessas de fidedigna pureza,
tenros dias, cálidas madrugadas
Dores remotas, ledices abafadas,
toda mofina e nenhuma riqueza!
Hei vingar-me desse tal amor,
amando sem amor e sem glória.
Hei vingar-me de todo estupor
que é fruto da impoluta vitória
da esperança vazia de rancor,
amando sempre a cada história.
DEPRESSÃO
Se alguém pudesse ler o teu olhar
enxergaria uma neblina densa,
ventos, tornados e a tormenta imensa
que o teu sorriso insiste em disfarçar...
Se alguém tivesse o dom de mergulhar
no que tu calas, e a cabeça pensa,
descobriria a correnteza intensa
do mais revolto e perigoso mar!
E, sob o véu desta aparente calma,
veria monstros te assombrando a alma
soprando escuras nuvens do desgosto...
E entenderia todos os momentos
nos quais a chuva dos teus sentimentos
transborda o peito e escorre no teu rosto...
POEMA PARA MINHA MÃE
Queria dar-te o que é teu por direito:
a poesia bem metrificada
feita com rima rica e rebuscada
e que outra igual, jamais se tenha feito.
Queria dar-te o verso mais perfeito,
criar aquela estrofe iluminada
que fosse bela, simples e inspirada
nesta emoção que mora no meu peito.
Mas sabe, Mãe, nenhuma poesia
vai conseguir dizer o que eu queria,
porque este sentimento que é tão meu
somente o coração pode guardar.
E o coração eu não posso te dar...
Não posso dar-te o que sempre foi teu!
COVARDE
Vós que habitais a profundeza fria
de onde espalhais venenos sem alardes
e navegais a nau da hipocrisia,
e governais o reino dos covardes.
Vós que escondei-vos no final das tardes,
vinde enfrentar-me sob a luz do dia!
Eu hei de expor aquilo que ocultardes,
desmascarando a vossa covardia!
Correi covarde! Que eu já vou marchar,
fazer ruir, tremer, desmoronar
vossas muralhas cheias de mistério.
Ao confrontar a própria decadência,
vossa arrogância há de implorar clemência...
Correi covarde! É o fim do vosso império!
FILHO PRÓDIGO
Um dia resolvi ganhar a estrada...
Ardia em mim uma revolta interna,
busquei nas ruas a vida moderna,
andei sem rumo, sem rota traçada...
E em cada noite, no bar, na taberna,
uma amizade falsa era encontrada.
Fui enganado... e ao ficar sem nada
restou-me o rumo da casa paterna.
E ao encontrar, justo ao abrir a porta,
o beijo doce, o abraço que conforta,
fui entendendo, após andar demais:
Mesmo que os filhos vivam a vagar
eles somente vão chamar de “Lar”
a casa onde reside o amor dos pais!
INDECISÃO
Quero querer-te menos do que quero!
Já não desejo desejar-te assim...
Quero findar a espera que é sem fim
pois de esperar-te, enfim, me desespero.
Sinceramente, eu não fui bem sincero...
Quero querer-te e desejar-te, sim!
E se esperar, preciso for, te espero
na indecisão do amor que habita em mim.
Amor? Repulsa? Não sei bem ao certo,
pois te rejeito quando estás por perto
e te desejo quando estás ausente...
Neste meu ódio, que de amor foi feito,
vou odiando amar-te deste jeito,
e vou te amar, negando eternamente!
MELODIA
Os filhos são quais notas musicais
de uma canção que na vida tocamos.
Mas como os sons, depois que os libertamos
não há maneira de prendê-los mais.
E quando vão ao mundo, é que notamos
que nossa "afinação" deixa sinais,
os filhos são espelhos de seus pais,
nos bons e maus exemplos que ora damos.
Por isso o nosso orgulho mais profundo
é ver um filho, nos "palcos" do mundo
viver sua "canção" com harmonia.
Sempre que um filho, em sua caminhada,
escolhe a trilha honesta e afinada
a nossa vida ganha melodia.
RELIGIÃO
Por trás das regras de uma religião
você se põe a criticar meu jeito.
Contabiliza cada um defeito
que não se encaixa em seu “padrão cristão”.
Você idolatra um deus que é preconceito,
e se aliena em horas de Oração,
mas desconhece o amor e a compaixão
que vêm da cruz, que pende no seu peito!
E dessa forma, “em nome de Jesus”,
você decide quem vai pôr na cruz,
julga... Apedreja... Igual aos Fariseus!
Mas Deus, que abraça ovelhas desgarradas,
deve estar dando muitas gargalhadas
desta visão que você tem de Deus!
VEREI QUE É PRIMAVERA
Verei que é primavera se o poente
cobrir com raios rubros nosso leito,
e a flor do nosso amor (que era perfeito)
surgir desabrochando lentamente.
Verei que é primavera se meu peito
sentir brotar o ardor que estava ausente,
e, então, tendo-te perto novamente,
unir as partes do que foi desfeito.
Verei que é primavera se chegares
e o teu perfume em todos os lugares
vier recompensar tão longa espera.
O inverno da saudade irá sumindo,
deixando, em seu lugar, o amor florindo,
e ao ser feliz verei que é primavera...
VISITA
A triste Morte, no final do dia,
veio tentar tirar-me deste mundo...
Pedi a ela só mais um segundo
para encerrar a última poesia.
Ela aceitou, com desprezo profundo,
e ficou lendo os versos que eu fazia,
notei, então, centelhas de alegria
a transformar seu rosto moribundo.
E ela entendeu: como levar-me embora,
se a minha essência estava eternizada
nas tantas rimas e versos que eu fiz?
Então, jurando voltar outra hora,
Pediu-me uns versos para ler na estrada,
deu-me um sorriso e lá se foi, feliz...
1.Logo de cara, no primeiro abraço, você já nasce apaixonado;
2.O filho quer morar no colo, diante de pouco espaço o medo se vai;
3.Mãe é pra sempre ou até mais, o mundo é seu, desbravai!
4.Ela sorri ao te ver chorar, embrulho perfeito, solta o laço do presente fechado;
5.Muito contato, noites longas sem pressa, a confiança lhe sugere os primeiros passos;
6.Sou fruto do amor e de dor em dor, represento a linhagem;
7.Agora já sou jovem, decorei a sua
frase: Agasalho e friagem;
8.Triste é quando, o mesmo abraço ansiado, se torna o último impacto, Adeus ou até logo? Rompendo os laços;
9.Sua voz é uma melodia acalanto,
10.Me faz vivo, valente, vencedor;
11.Silêncio que apara meu pranto;
12.Mãe é amor e até mais, curador;
13.Me abençoe com um beijo de canto,
14.Um anjo emprestado pelo criador!
O elemento que mantém-me aceso
Inspira-me do veículo temporal esmaga- me na camada sideral
Pois nú ainda permanecerei preso.
Das altas camadas fui expelido
Para larva embrulhada de vida.
Capa onde nascem as feridas
Frestas que engolem os fluídos.
Estrela brilha ardente e solitária
Lá no alto clama o amor
Rogo aos céus que honraria
O desejo de amar com ardor
E tudo se transforme em melodia
Na esperança de tocar teu coração
Que no transcorrer do dia
Buscar na alma a emoção
Que o amor venha me Acariciar
No viver com intensidade
Para todos os dias eu vislumbrar
E contemplarmos juntos o amor
Com o brilho da estrela
Num clima sedutor
@zeni.peta
Sou sua amante nos meus sonhos,
e me entrego, na paixão ardente,
me perco, neste amor carente,
que infla meu ego, nos teus carinhos
Um amor misterioso e proibido,
em ter você, nós meus braços, ao meu deleito.
Dominada pelo prazer do ímpeto,
por um amor, clandestino e desvairado.
Neste desejo imenso de amar,
ouvir lindas palavras de amor,
e me entregar sem pudor!
Quando o coração bate forte,
num transbordar de alma,
de uma mente em chama!
@zeni.poeta
Encontro
Um sonho esperado por um dia
Ansia uma felicidade antecipada
O pensamento voa numa melodia
E repousa uma alma ávida
Com olhar fixo no horizonte
Um riso estampado no rosto
O coração num suave deleite
Na busca por um afeto
Uma espera longa
Uma completa ilusão
Para fazer bem ao coração
Que traga o amor tão esperado
Para tranquilizar a alma
Sentindo seu aroma
@zeni.poeta
A natureza tão bela e exuberante
No solo fértil do campo ou na cidade
O colorido que transborda amor e o verde
da serra trás paz para o seu amante
Na primavera onde tudo florece
E embreaga no seu doce aroma
Os raios de sol que na pele queima
A vida com força criadora tece
Ser amante da natureza
Um lugar de encontro Com a paz
Onde a alma se satisfaz
O respeito pelo seu criador
Pelo obra do mundo natural
Onde a vida não é imortal
@zeni.poeta
Se eu pudesse mudar o passado,
reescreveria cada linha, minuciosamente,
sem pressa, para não cometer erros, que afete,
o meu presente vulnerável e delicado.
E neste dilema existencial de sobrevivência,
Que traz dor e sofrimento, pelos caminhos,
Mudaria todos os meus sonhos,
Dando significado a minha existência
Com nova chance de ser feliz.
Mudar o rumo do meu viver,
e belos sonhos reescrever!
E lá eu encontraria a minha essência,
Escreveria lindos versos em poesia,
Vislumbrando bela melodia!
@zeni.poeta
O GRILO ANOSO
Um grilo cantador, de rimas cheio,
Canta as dores de mim, em plena mata.
Sabe ser companheiro, enquanto canta
O que existe em minh’alma de mais feio.
Lá sarcástico, carpe o pranto alheio
Dos amores, dos sonhos… do que resta!
Faz mais bela a canção, demais funesta,
Do desdenhado amor que trago ao seio!
Por calvários da vida, lastimoso,
Quem me alegra é somente o grilo anoso
Que a cantar me traz paz, embalo e sorte!
Bem-fadado é este grilo venturoso
Que mais nada lhe importa para o gozo…
E em paz canta aguardando a doce morte!
.....
António Chaúque / 2007
(In: Fímbrias do Mar de Amor)
CÉU NOTURNO
Vem a noite no céu do meu roçado,
Posso ver as estrelas bem ao lado.
Não há postes, fumaça, impureza,
Só céu limpo, ar puro, natureza.
Parece até um quadro bem pintado.
E a Lua? Lado tão iluminado!
Vejo do telescópio, com clareza,
Via Láctea, céu limpo e beleza!
Constelação, cometa, meteoro…
Astrônomo? Sou mero amador.
Mas no cosmos, eu nada ignoro!
Céu noturno, imenso esplendor!
Tens noção do quanto te adoro?
Mais que os sóis e todo o seu ardor.
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