Sol
TARDES DO CERRADO
É o entardecer no cerrado das tardes de todo dia
Solitário no silêncio, chega à noite e, o olhar tardia
Se tarde é, todavia, o tardar apressa a hora vazia
Enchendo de quimeras a noite que no céu sombria
E no breu do tal entardecer que a noite tão pedia
O sol no horizonte abrasa-se e o adormecer regia
Nos galhos tortos, recria, tal qual o poeta na poesia
Em um entardecer rubro, árido e de aspereza fria
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia
Sem saber se é pranto, choro ou remia que prazia
Adentro no entardecer do cerrado que a noite espia
Com seu luar gigante, reluzente que o denso lumia
Vai-se a tarde, num lusco e fusco, e a coruja pia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março, 2017, 18'00"
Cerrado goiano
A TARDE CAI (soneto)
A tarde fria, ressequida, no cerrado poente
Escorrega no horizonte escarlate de junho
Em brumas desmaiadas e tão lentamente
Deixando os suspiros como testemunho
Manso, e de uma realidade inteiramente
O entardecer tão árido e sem rascunho
Vai descendo pela noite tão impaciente
Silenciosamente na escureza antrelunho
E a tarde vai caindo, pelo céu vai fugindo
Presa na imensidão do anoitecer infindo
Esvaindo o sertão indolente e acetinado
Nesta tarde fugidia, as estrelas já luzindo
Cobrindo de melancolia, o sossego vindo
É a tarde que cai, lânguida, pelo cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Ela é a galáxia na terra.
É mais bela
Do que a Galáxia do Girassol.
Ela tem seu próprio brilho,
É aquele que carregas contigo no sorriso.
Ela é grande demais para ser só uma pessoa.
É daquelas que carregas gentileza
Por onde quer que passe.
Ela é o sol na vida das pessoas.
Ela é o destino que qualquer perdido
Deveria esbarrar um dia.
Ela desperta interesse infinito.
Ela é Fromer,
Galáxia Allice Fromer.
Idade Bela
Como o ourives que avalia o ouro,
Apraz-me vem o tempo da idade bela,
Das rugas, o saber; do dia que vindouro,
Soma-se vida, vivida arte tão singela.
Conto horas de outrora, marcas de exemplo,
Entre nuvens que pesa, sol pondera e acalma,
Pois, não é de números que me veste a alma,
Nem tão pouco de sofrimento faço templo.
Cada manhã que da janela monta, desponta,
Advém a graça que minha existência canta,
Graças eu dou pelos anos que me faz viver.
E se a velhice me tomar de fato, amém!
Raros têm a coragem de seguir e ir além.
Cá no que me vem, fonte que me faz reviver.
O mergulhador...
O espelho refletia a densa Luz da magestade, o Astro Rei está se abrindo, iluminando, exibindo suas belas e múltiplas cores, esparramando tinta sem economizar...
O mergulhador sem cor, corajoso, e sem se opor, corta o espelho e se põe a nadar...
Digo que foi um banho de luz, lavou a alma e coração. O homem sem cor, emergiu, manifestando singela elevação.
Não existe solidão, quando a companhia é aquela que para tudo só para ficar ao nosso lado. Não existe sol mais belo do que aquele que resolve acordar conosco. E a noite passa rápido. Com você, o dia amanhece tão ligeiro que o tempo nem anda, simplesmente voa.
Saudade em cores
Se quiser me ver, espere pelo alaranjado do pôr do sol
Se quiser me ouvir, dance com o verde das folhagens
Se quiser me abraçar, repouse no branco das nuvens
Se quiser me sentir, toque no vermelho das rosas
Se ainda assim a saudade persistir, voe no azul do horizonte
Todos os dias o nascer do sol é diferente e uma ocasião especial. Guarda na tua memoria apenas o que vale a pena: as recordações e os bons momentos da cada nascer do sol.
Quem nesse putrificado mundo de putréficos podres animais poderia ser a recusa diante da venustidade, imponência e humildade da lua para com o sol e do sol para com a lua.
Voce me motiva e dos meus sorrisos é o motivo.
Motivo que eu motivo.
Motivo que me mantém vivo.
É voce, meu Sol, meu lírio...
Te amar e não te ter é como ter o Sol em uma estranha noite; há luz, há calor, há brilho mas ainda sim, sinto que, permaneço no frio, na escuridão...
