Sogra Boa Tarde
Cedo ou tarde nos reuniremos com Deus para um acerto de contas. É bom termos em mãos as chaves de entrada para o segundo round.
É tarde de brisa quente
Me seguras de um jeito gostoso, largo, solto
Deixas sempre uma brecha entre os dedos suados
Quase não quero, mas escapo
Observada por teus olhos
Rabiola de pipa assanhada
Rebolo longe, vou alto.
Memórias do Espelho
Naquela tarde ensolarada de outono, onde o verão ainda imperava, ela olhou-se no espelho, entretanto, não conseguiu ver-se. Ao contraio do que acontecia fora das muralhas do seu quarto, ali, em frente ao espelho havia tanto frio, tudo era cinza, chuvoso...
Sentiu vontade de gritar, percebeu que sua voz nãos seria ouvida...
Havia nela tanta culpa por senti-se assim, ela não tinha nenhuma doença física, deformidade, a vida lhe dera oportunidades, não era ignorante em muitos sentidos, e no entanto, havia em si tanta dor, tanta certeza do incerto.
Nesse momento, eu, o espelho, olhei para ela, seus olhos verdes ardiam em meio as lágrimas, dando-lhe nuances azuladas e turvando-lhe a imagem.
_ As lágrimas lhe caem bem _ sua voz interior ecoou como uma sentença fazendo seu coração quase parar por um segundo. Sim, ela parou de respirar por um instante, quase senti sua dor, as horas implacáveis seguiram em um tique-taque frenético movido pelo tempo, mas nada aconteceu, nada mudou dentro daquela menina. Então, ela vestiu-se de solidão, blindou-se de desesperança, sepultou qualquer réstia de sonho e adormeceu para a vida.
Dormiria ela todos os dias que restassem dentro da sua rotina viciante do dia-dia. Sabia que nunca mais iria despertar então, aceitou o sono e esperou que uma nova vida chegasse.
A tarde caiu
Com ela também caiu
Os amores loucos
Os gritos sufocantes
As decepções
As mágoas
Uma vida
Noite vem vindo
Com ódio
Com brasa e dor
Com mortes trágicas
Rompimentos e alucinações
Pesadelos
Lágrimas
Mas disso tudo eu já sei.
17/08/18
Nunca é tarde para se arrepender e buscar levar uma vida plena,pois até no último suspiro Deus ainda pode perdoar e salvar
Em uma Tarde de agosto
Agosto. No cerrado. Abro as janelas
Sob o céu calado, e poucas nuvens,
Invernado. Flutuam cinzas penugens,
Das queimas, sobre flores amarelas (dos ipês).
Pra quem as vês, as fazem de reféns,
Do belo. Caindo ao clarão das estrelas.
Ao vir o vento, se abri ao vento as velas,
Em um balé de harmonias e de poréns...
Por que, horizonte tão gigante e distante,
Se a angústia é semblante, não arrogante.
E me fazes por um instante, profanidades.
Porém, olho o céu deserto, e o vejo triste,
E minha alma insiste, e no amor consiste.
Inverno... chega à noite e é só saudades...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"E todo fim de tarde é igual, essa vontade de te chamar
De perguntar como foi o teu dia
De contar os minutos pra sair correndo pros teus braços como já fiz um dia
Mas teus braços já não se encaixam nos meus
Todo fim de tarde é essa saudade do cheiro, da voz, do tom, do som
Todo fim de tarde me vejo menos sua
Todo fim de tarde vejo mais fim
E quando a noite cai não me vejo mais em mim
Quando a noite cai te vejo em cada canto
Quando a noite cai, teu vazio me preenche em pranto"
Iasmin Borges
Choro de madrugada.
Já é tarde, e os meus olhos continuam abertos.
O vento esgueira-se pela janela a dentro, e o meu corpo já há muito que ficou frio.
No céu, um manto de escuridão cobre o meu olhar, e pergunto-me se o vez também tu do mesmo geito.
No silêncio, o barulho da minha mente calou-se, e o único som que restou, foi a tua voz perdida numa recordação.
Levemente, fecho os olhos e vejo-te. Pergunto-me se continuas do mesmo geito.
Baixinho, escuto uma melodia.
Pergunto-me...
Serás tu a cantar para mim mais uma vez?
Receio que não... A tua voz já há muito se perdeu nas minhas recordações.
Abraço levemente o meu próprio corpo, mas ele continua frio.
E então, na mais intima das recordações, os meus olhos choram.
Pergunto-me...
Terás também tu chorado durante a madrugada?
Já é tarde, mas eu continuo a chorar e a saudade não me permite dormir.
Pergunto-me...
Estarás também tu acordado envolvido nas tuas recordações?
Tal como tu, também o sono me abandonou, e eu choro na solidão.
Tal como tu, também a natureza se calou, e eu choro sozinha.
Tal como tu, também a noite ficou negra e fria, e eu choro com medo.
E tal como tu, ninguém se importa, e eu não paro de chorar.
No silêncio, o meu peito bate, e pergunto-me porquê, se eu não mais tenho coração.
Contra o frio, a minha respiração ouve-se num suspiro, e pergunto-me como, se eu não mais vivo.
Tal como uma folha rasgada de um livro, eu perdi-me no mundo.
E pergunto-me...
Onde pertencerei eu?
Eu não sei.
E no meio de tanta recordação, recordo o que não queria mais recordar. As tuas palavras, que mentirosas são, na qual eu ingénuamente acreditei.
E então penso...
Sozinha me encontraste.
Sozinha me deixas-te.
E sozinha morrerei.
***
Os primeiros raios de sol iluminam-me o rosto, e lentamente abro os olhos.
Devo ter adormecido enquanto chorava.
De repente assusto-me.
Algo frio e molhado descia-me no rosto, e os lábios sabiam-me a sal.
Foi então que me apercebi.
Eu ainda estava a chorar.
Mais cedo ou mais tarde, muitos irão descubri que não valeu a pena ter se preocupado tanto com coisas insignificantes e ter esquecido de ser feliz.
Quando é tarde da noite
No auge da solidão e da melancolia
Onde as ruas mais parecem um cemitério
E os ventos chicotes de açoite a soar na vaga escuridão é que me vejo em espelho
E visito o mais profundo do meu ser
É onde vivo,choro,morro e amanheço.
"Nunca é tarde pra resilientes obter dignidade, humildemente agradeço por ter recebido do destino mais uma chance de tentar ser feliz."
Se alguém desistiu de você deixe ir, talvez mais tarde em algum momento da vida a pessoa nota que perdeu uma pessoal incrível. Sabe, ande mais um pouco um dia a vida te dará mais motivos de viver que você possa imaginar, mas nunca desista de ser feliz!
Shirlei Miriam de Souza
Devaneios da tarde
O teto é meu limite
Meu limite é onde eu quiser
E se não quiser
Não o farei de mim
A vida é meu fardo
A morte minha lembrança
Hoje será passado
E o amanhã dúvida
Luz e trevas são minha sina
O Vazio minha esperança
Tudo e nada passam
Procurando saber o que
As flores já não nascem
Mortos continuam vivos
E eu escrevo sem palavras
Sem saber o que escrever
A CIDADE NAQUELA TARDE
Foi assim que vi a cidade naquela tarde!....
Como gosto do imprevisível, naquela tarde entrei no seio da cidade, como que puxado por uma força de simples curiosidade e, caminhando..., embevecido pelo próprio ar que respirava, sem saber como, encontrei-me no meio daquela multidão que normalmente vagueia naquela encantadora cidade.
E, então, tudo quanto vi, me impressionou bastante. Acrescento: “magoou-me”! Aquele miúdo que pedia esmola. Coitado! Se eu pudesse ler-lhe na alma a mágoa que ele sentiria por certo...; aquelas dezenas largas de sem-abrigos, deambulando por toda aquela zona histórica; traficantes e consumidores dos mais variados estupefacientes; e aquela moça que se exibia em plena Avenida, seduzindo tudo e todos?, isto para não dizer provocando a maioria dos que passavam.
Seguindo, vi:- senhoras sem maridos, “mas acompanhadas”; homens esbanjando tempo e dinheiro, infantilmente, quando em casa, alguém espera marido ou seu papá; senhoras que pareciam “meninas” e senhoras que não pareciam ninguém; vendedores de todas as espécies de mercadorias, em todos os cantos do centro da cidade, gritando e pregoando numa inclassificável conversação.
Acreditem, amigos, se fosse alguém a contar-me, dificilmente eu acreditaria! Mas, ao deparar-me com tudo aquilo que acabava de ver, senti vontade de vendar os olhos e alhear-me de tudo quanto via. Não consegui mostrar-me indiferente àquilo que vi naquela tarde!...
Todo o encanto tinha desaparecido da tão bonita baixa da cidade. Acreditem que vim triste para casa e, perdoem-me se exagero, senti até vontade de não voltar mais àquele local!
Foi assim que vi a cidade naquela tarde!...
Ás vezes, no silêncio da tarde,
Imagino um campo com flores,
Seu aroma? Cheiro de amores,
A vista? Era o teu olhar,
Ficava tola só de imaginar,
Mas que lugar era esse?
Seria um conto de fadas?
Ou só você olhando para um espelho d’água?
Robôs
Espero que não seja tarde
O dia em que a humanidade descobrir
Que máquinas não fazem flor
E robôs jamais escreverão poemas
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