Sobe e Desce
Quando a Noite Cai
Quando a noite cai
e o frio desce devagar,
vem com ele a angústia —
silenciosa,
sutil,
letal.
Quando o frio me visita,
sinto falta do teu calor,
aquele que apagava
toda dor,
todo medo,
toda solidão.
Quando percebo tua ausência
no eco da casa vazia,
bebo tuas palavras guardadas,
e nelas,
me cura a poesia.
Quando olho ao redor
e não te encontro,
as lembranças surgem —
nítidas, quentes,
com o gosto do nosso
último beijo.
E quando tudo silencia,
até o tempo se recolhe…
Fecho os olhos —
e, inevitavelmente,
é em ti
que meu pensamento dorme.
No cristianismo, os céus se abrem e Deus desce à terra. Nas outras religiões, é o homem que sempre vemos em ação, tentando, pela conquista do conhecimento, pela observância de todos os tipos de regras ou pela retirada do mundo para o segredo de sua própria vida interior, obter a redenção do mal e a comunhão com Deus. Na religião cristã, a obra dos homens não é nada, e é o próprio Deus quem age, intervém na história, abre o caminho da redenção em Cristo e, pelo poder de Sua graça, traz o homem a essa redenção e o faz caminhar nela.
A alma desce ao corpo como um viajante a um porto estranho, sem mapa nem idioma. Viver é decifrar esse enigma com os olhos fechados.
A maciez do toque , a boca que toca , a língua que desce no corpo , vou prender meu cabelo , fazer com que meu colo , meu pescoço fiquem expostos para você se fascinar , sentir o que quer com seus toques e pensamentos
O amor é uma cobra que se disfarça em colar e desce sorrateiramente até o coração, esmagando-o até não restar mais energia vital
Não é um lamento, apenas uma constatação
Te vi vendendo doces pra ajudar sua mãe
Hoje te vejo descendo com roupas velhas a mão.
Morador de rua?
É o sistema capitalista, máquina de moer gente.
Quando será a nossa vez?
Uma constatação.
Menção para a vaidade,
Desbancando gingados falsos,
Desce o beco como santidade,
A Deusa dos Pés Descalços.
Desce o outono suave e lento
levando as almas a emoção
e as folhas caem do pensamento
como as das árvores em profusão...
Quando a gente quer a mamãe de volta e ela não desce do céu, dá muita saudade. Se eu encontrasse com Deus hoje, pediria a ele que me desse mais um dia para almoçar com ela no Dia das Mães.
"O sol já desce o horizonte
A tarde chega pra nos encantar
Faltam horas para completar o dia
Nem deu tempo de te amar...
Ela tardiamente tece planos
Que inventa pra preencher as horas
Ás vezes eles não se realizam
Talvez seja pra ser assim
O sol leva os planos e traz as cores
(que me lembram você)
A noite leva as cores
E os planos, traz de volta
Se não se realizam na noite viva
Eles ficam para os sonhos
Se não vem em sonhos
Perduram em desejos
Planos, desejos, sonhos...
Perdidos pela eternidade
Na noite escura
Renascem na manhã seguinte
E a tarde os refaz
Pra construir alguma história
Ou só pra não perder a ilusão..."
A tarde
A Areia que desce
Não consigo aceitar o como estou
Mais não consigo lembra o como era
Mesmo com todas essa mudança
Algo que me faz esquecer
E aceitar novas memórias
Um certo premio de consolação
Seria o tal: se acostumar.
Que passe, que venha!
É meu, sou eu, vou sentir!
Vou tirar, chorar e sorrir.
Vou absorver e moldar
Não há controle sobre ele
Há vários fios, direções.
Mais esse nó no centro é meu!
A direção foi tomada por mim
Eu escolhi.
Influenciada pelo que vejo?
Pelo bom, que bom?
Pelo mau, que mau?
O juiz, o juri, o jurado...
É um só! É...
A pele que vai arder
É essa sobre a chama.
Eu sei! Eu sei!
Esses fios e nó
Se entrelaçam em outros
De outros e outros
Que riem e choram...
E choram muito!
Quem não sabe...
Não quer saber!
É melhor assim, não é?
Deixa acontecer?
Do que vai passar
E o quem vai sentir
É melhor escolher.
Se vai chorar... Se vai rir...
Vai ser assim, e é melhor viver.
Balançando desce
suave a semente
sobre o solo pousa
sua leveza
Sutil e natural
sob a terra
chuva o gera
Lunação imediata
Bons ventos
sacodem os galhos
- Vida verde-
Desenha sua boca
Passa sua língua em meu corpo
Desce até embaixo
Cavalga em meu corpo até delirar
Depois deixa eu te dominar até faltar ar
Xinga e grita
Delira esse fogo do ato
PAPAI NOEL BRASILEIRO
O Papai Noel daqui
Não desce na chaminé
Não viaja de trenó
Dá presente, se puder
Ele nunca viu a neve
Só anda de roupa leve
E se chama Seu José
IN SOLITUDINE ...
Quando o cerrado se ensombra, desce
a noite, numa silenciosa negra vastidão
sinto que o atroz tormento reaparece
em uma sensação de aperto no coração
Vejo o teu penoso volto, em pura ilusão
estou assim, queixa posta, numa prece
e o pensamento desprezado na solidão
tento esquecer o que não se esquece
Passaste pelo meu sentido sem o ver
Se o teve, agora não mais, hoje findo
contentar-me?... se triste é o meu ser
E, por te desejar vivamente, no gueto
o sentir, seco, ermo. Vou prosseguindo
“in solitudine”, com arrimo do soneto...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2021, 18’18” – Triângulo Mineiro
Aprende a ler e também a ser singular quantas vezes for preciso desce ao abismo, só não morra no conformismo do “achismo” ou do senso popular.
Pensando no vento onde vai parar? As folhas são levadas sem destino
Não há determinismos, depende da “maré”…As vezes um tsunami, um furacão
ou uma brisa leve, assim é a explosão que se chama inquietação.
Ela move os céus, os” mundos mais profundos” e o inconstante coração.
Aprende a ler e também a ser singular quantas vezes for preciso desce ao abismo, só não morra no conformismo do “achismo” ou do senso popular.
...Pensando no vento onde vai parar? As folhas são levadas sem destino
Não há determinismos, depende da “maré”…As vezes um tsunami, um furacão
ou uma brisa leve, assim é a explosão que se chama inquietação.
Ela move os céus, os” mundos mais profundos” e o inconstante coração...
