Sino
É Círio mais uma vez
Outubro vem chegando
Ouço o sino a tocar
No ar o cheiro da fé
Nos olhos uma luz a brilhar
É Círio de Nazaré
A família se alegra
A alma se entrega
E rega a aridez
De um coração sedento
Ansioso na espera
De um dia que era para
E volta mais uma vez
Outubro vem chegando
E eu já nem vejo a hora
A vontade de estar perto
Não espera a demora
vejo mãe em seus braços
O amor que cura a cansaço
A doçura que afaga a dor
A corda que em a ti me atrela
Refaz da forma mais bela
Meu encontro com o senhor
Canto, me entrego, choro...
Faço minha oração
Sinto a paz, uma calma
tomar meu coração
Na alma se refaz
A cura de todo mal.
É nosso primeiro Natal
É nossa escola de fé
É mais que palavras ditas
Uma beleza nunca descrita
É Círio de Nazaré
Outubro vem chegando
Vejo uma multidão passar
Meus olhos umedecidos
A fé de um povo a contemplar
Cada romeiro uma trajetória
Cada história uma devoção
Cada abraço uma graça alcançada
Cada lágrima uma fé renovada
Em cada sorriso a gratidão.
Outubro vem chegando
E eu vejo a solidariedade
Um amparo que gera amor,
Amor que gera a caridade
A sensibilidade no coração
vencendo a intolerância
e reacendendo a esperança
Por um mundo mais irmão
O coração salta de alegria
Os olhos fixa no alto
Os braços firmes aberto
Joelhos no asfalto
Desconhecidos se ajudando
Inexperientes motivando
Como é linda nossa fé
Viva em cada promesseiros
Que se entregam por inteiro
Em cada círio de Nazaré.
Santiago De Maria
Quando você deixa de ser criança, não percebe. É um sino que toca mais do que o esperado, ou simplesmente o resultado de um verão. Quando você deixa de ser adolescente não, nem mesmo isso você percebe. Você está correndo. Você está prestes a perder um trem. Você está concentrado apenas nessa corrida.
E quando você deixa de ser jovem?
Aí é impossível não notar: uma sucessão de sinais, de advertências, te impele, confirma que o suprimento de benevolência que o tempo e o mundo te destinaram está acabando.
quando o sino
dobra o destino
você
pode
ser e se
ver aos moldes angelicais
divinos ao badalar de vários sinos,
quiçá, sentir o revoar de anjos advindos
voando sobre os cais de canais divinos
de lugares lindos, vendo-se bom menino.
quem sabe se: bela donzela. porém,
jamais seja, mais um cretino. foi você
que fez o seu próprio destino. plantou
amora e não vai colher pepino agora.
preste atenção para não se ver valdevinos.
não gosta de se imaginar na peleja, tampouco,
sequer que assim seja. porém, esta vida também se
presta ao além de mais uma festa pela fresta da mais
gloriosa e universal seresta. uns despistam a vida com
igrejas, outros a regam com cervejas, há os que disputam-
na com força maluca e bruta. há os fracos desistentes da luta.
existem os barbitúricos com sabores de frutas, embora, sejam
sulfúricos como cicuta. não vai dar uma de Sócrates, à biruta.
também há trutas a pescarem suas trutas. dizem que há gente
inteligente também as malucas. não vá agora, por isso também,
fundir sua cuca. seja como for: “Viver não é flor que se cheire”.
porém, o forte resiste a vida até à morte e com pouco de sorte
se esforce no equilíbrio do dom do amor o qual também advém
do além. muito além do Sul ou do Norte. porém, a vida ainda é
matizada à cor esmaecida, no laboratório do amor o qual lhe dá
vida colorida. você é o grande mistério, realmente um caso sério
deste nosso hemisfério. mas sua luta e desespero será verdadeiro
tempero da evolução, sem exagero. faça da luta seu entretenimento.
e se você não gostou dessa frase, sinto muito, ao lhe falar de lamento.
pode acreditar, não estou a esperar agradecimento, pois, tenho missão
a completar meu irmão, qualquer escrevente escreve o que lhe vem à mente.
é a prazerosa missão a qual deve se cumprir graciosamente, sorridente-contente.
é uma questão de expressão, na realidade é a Musa que usa a privacidade da mente
do missioneiro-escrevente.
porém, espero
que lhe passe
essa fase de
lastimável
tormento,
lamento.
jbcampos
Conduz o sino num fonema só...
Poderoso, simples, ruidoso, impregna na essência o mistério do infinito;
Insandescente instante de paz e clamor no qual o aço repele a pele;
O som profana e fere sobrepõe o medo do acaso por acaso;
Traduz o bioma, agita o vento, percorre o tempo, o pretérito, o futuro e o momento;
A vida trama , a natureza proclama, a fraqueza do ser mediante o querer.
Vida no interior
O toque do sino da igreja;
o barulho do carro do leite chegando;
o tratamento amigável dos vizinhos;
os ventos fortes avisando que a chuva está por vir;
a beleza da praça no centro da cidade;
as festas regadas á boas conversas, bebidas e pratos típicos caseiros e de um clima gostoso de amizade, bem familiar;
o privilégio de poder olhar para o céu e vê todas as estrelas que antes ficavam escondidas com a poluição;
o prazer de respirar ar puro; o abraço com a paz, a alegria e a felicidade;
são todos frutos cultivados na doce vida do cidadão do interior.
NATAL
No ermo cerrado, árido, na noite, toca o sino
De esperança, pressaga enche nosso ouvido
Em uma toada de paz e bem, no céu subido
Anunciado o Natal do Deus Menino, um hino.
O presépio em glória, reza ao Filho Divino
A árvore alindada, ornam o amor instituído
Num armento em esplendor num só alarido
Há elevar do opróbrio ao halo o pequenino
E nesta lembrança onde se vence ao destino
O teto de palha, a estrela, os Reis, os pastores
Dobrarás os eleitos, em um respeito peregrino
Humilde, mãe, Maria, das Graças, das Dores
Traz o rebento de afeto, e um amor cristalino
Seu Filho, na manjedoura, todos os louvores!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Que remeteu à puberdade,
Tingida de idealismos e anseio liberal.
Ouviu o sino e depois um hino
Vindo da igreja onde ensaiava o coral.
Rutilante Anoitecer
Foi-se o sol
E um lençol
De saudade
Invade-me
Agora...
E o sino badala
Na calada
Das seis...
Ave Maria...
E um pássaro
Sobrevoa
O céu
E eu
Da matriz
Vejo o sol
Se esvaindo
Como alguém
De mim, se
despedindo.
E antes que se ouça
Se vê
A homilia divina
No prisma
Do anoitecer...
Mary Scotland (Poesia Premiada pela Alacib)
Don...Don...Don
O sino anuncia
Já é hora
Outra cabeça fora
O reino espera
a doce donzela
de destino infeliz
Pobre flor-de-lis
Donde vêm
foi refém
Em muralhas
muito além
Para seu tapete
vermelho
o mais puro sangue
verdadeiro
Sua coroa reluz
Sob olhos acuados
Esperando todos dela
vingança aos desalmados
Desta coroação
Surgiu bela união
Enlace aclamado
Terá fim antecipado
Quando a guerra chegar ao fim
O rei sucumbirá
Sua amada rainha
o acompanhará
Don...Don...Don
Anuncia o sino novamente
Chegou o momento
a cabeça da rainha foi ao vento
Surdina
No cerrado, lá no alto um sino canta
Da capelinha, num badalar soturno
Canta um sino e a melancolia pranta
Finda o turno!
Canta, pranta o sino no campanário
Como se assim se quisesse
Benesse, no chuvoso dia solitário
Resplandece...
Na messe! Canta e pranta silente
Na torre da igrejinha sem estresse
E o dia adormece, docemente
18 horas: - tal uma prece!
O coração abafado e vazio
Num acalanto o sino canta
Nebuloso dia... Que frio!
Triste melodia, triste mantra...
Sina!
Bate o sino... surdina!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/01/2020, 19’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Na colina fragmentos de polem partículas subitamente morre uma flor...
Sino selados lábios e cor hó bela minha...pêssego fugitiva quadris de cisne nenúfar;
Prisioneiro furioso no silo decadente em meio a um cristal de ecos francos
No éter da lua flanco eriçada de luxúria palpa esferas nitentes
Tremeluzem pelos fulvos em bale de pirilampos
Fleches frouxos de luz palpita a ferida crua na sua palidez ardente desovo meu eu em decúbito espasmo
Aguça afaga-lhe os braços curva em arco num delírio de volúpia súbito frêmitos que perdura êxtase se dilata míngua apaziguá adormece..
No encanto de outrora pesamentos busca refugio nos momentos que agora parece tão efêmeros
delir lembranças que corta a alma pela razão do passado não se presente
entoa canções sobre o finamento das costelamentos e sobre as estrelas escrever a mesma historia com fragmentos de memorias tão belas
Sentir saudades de algo tão perto que parece que naveguei na eternidade por longas eras
O tempo passa diferente para nos pois circulo entre ele mas o presente é meu abrigo no momento-fel
By Charlanes Oliveira santos
SONETO NA CONTRAMÃO
O badalo bate, o sino da igreja soa
Qual navalha o som corta a solidão
Chiando no silêncio pesar e aflição
E no relógio a hora a ligeireza ecoa
Num labirinto de saudade e emoção
A lembrança de asas no tempo voa
Desgovernando o sentimento a toa
Num vácuo de suspiros no coração
Então, o seu ganido invade a proa
Da alma, que se sente sem razão
E cansada de tantos ruídos, arpoa
Nesta quimera de dor e de paixão
Os olhos são cerrados pela garoa
Pingada das lágrimas na contramão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
ANUNCIAÇÃO
Momentos delicados,
Momentos sugestivos,
Movemos mãos
E batemos um sino.
É a anunciação
Diferente das demais
Tu já veio, agora vai
Me deixe sozinho que eu vou
Aonde ninguém quer mais.
Nem nos sonhos
Vivi tão bem
Mas o que é real
Não se oculta,
Afinal, gostaria eu de ter culpa?
Não, não gostaria
Mas tenho a minha
Culpa de velocidade,
Culpa de querer mais
Culpa de ser menor
Culpa de não ter seu calor.
Já fui quente.
Hoje sou equilibrado.
Mas não me atiça não
Que eu viro uma brasa
Queimando amor em teu abraço.
Sou poeta, sou sincero
Não vivo o que espero
Mas vivo. E vivo o que tem pra viver.
Só quero alguém pra compartilhar
E esse alguém, lá no fundo
Você sabe, é você.
Se não, por que sim?
Se sim, por que demora?
Se talvez, por que mantém?
Se nunca, por que abre?
SINO DOS PASSOS (soneto)
No sertão do cerrado um sino canta
15 horas, um sino num dobre triste
Canta... evocando os Passos aluíste
Do Senhor. Reclinai-vos é hora santa
Um sino canta... A alma no crer levanta
E ao vento soando em um dobre insiste
O canto solitário, que no tempo resiste
Em prece e o testemunho que encanta
Ao longe, num ar sombrio, arde o sino
Chora, e agradece com seus compassos
E o céu se cobre com o repicar em hino
E nesta hora de fé, ao chão os fracassos
Nossos, e o perdão ao nosso Pai Divino
No campanário, soa o sino dos Passos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 15’20” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
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