Sertão
Levando a boiada nas estradas do sertão, minha boiada sentia, falta de alimentação, mas sempre se alimentava um pouquinho do capim da beira do caminho, mas este peão sentia no coração, a falta dos seus carinhos.
Chuvinha cai no sertão, molha a sementinha que luta com bravura na secura do árido chão, sendo regada pelo próprio Deus, no renovo da beleza e o amor do criador, vai florir de novo a natureza, brotando, tomando a brisa do vento e vivendo ao relento, mostra seu talento e valor, e para encantar a gente, em pouco tempo a feia semente será uma linda flor.
Mesmo na tecnologia da cidade, em qualquer idade, quem nasceu no sertão vai sempre se lembrar do privilegio e a felicidade de amar sob a luz do luar.
Flor silvestre do meu sertão, no seu olhar vejo vida e paixão, o seu amor é flor nascida no coração.
A flor doméstica perfuma a cidade, a flor silvestre os campos do sertão, a nossa amizade é a flor que perfuma o nosso coração.
Flor nasceu; no capim do sertão e no Jardim da cidade, no seu coração pra mim nasceu, a flor da sua amizade.
No sertão ou na cidade, uma multidão sem noção e racionalidade, vivendo uma incoerência, parecendo uma demência; querem a construção de um mundo melhor, mas não focalizam o bom e o melhor de verdade, viralizam alto e bom som o pior da humanidade.
A flor do jardim, perfuma a cidade, a flor do capim, perfuma o sertão, a flor da nossa amizade perfuma o coração.
Naquele sertão deserto, no meio da campina, vi o amor de perto no olhar de uma menina, meu coração disparou, uma abelha pousou na flor do capim e um passarinho cantou para anunciar o nosso amor sem fim.
Cada amanhecer, na cidade ou no sertão, é a minha oportunidade de viver e amar com inspiração, trabalhar com suor e muito empenho, fazer o meu melhor, na condição que eu tenho.
Encontrei uma bela morena, lá no meio do meu sertão, com o seu olhar matador, ela jogou o meu queixo no chão, ela estava buscando lenha para cozinhar feijão, perguntei qual era a senha para eu entrar no seu coração.
Poema- O avião das 09h:
O avião das nove riscou o céu do sertão,
como se fosse um sonho escrito em luz.
De cá, fiquei só de pé, no chão
olhando o sol nascer por trás da cruz.
Leva no ventre um punhado de gente,
cada um com seu rumo, sua fé, seu talvez.
Uns fogem da fome, outros da mente,
outros só buscam o que nunca se fez.
Nunca entrei num avião confesso.
O vento me basta, a terra me entende.
Já viajei sem mapa e sem endereço,
pelos caminhos que o tempo acende.
São Paulo, dizem, é cidade que engole,
de tanto brilho e tanta pressa.
Mas o sertão, mesmo quando dói, consola
é dor bonita, é luta e promessa.
O avião das nove leva esperança,
leva o amor de um povo inteiro.
Lá vai o sonho, lá vai a mudança,
lá vai o futuro num céu estrangeiro.
A mulher na janela enxuga o rosto,
com o mesmo pano que cobre o pão.
E pensa será que ele chega disposto?
Ou volta cansado da ilusão?
O menino corre e aponta o dedo
Olha, mãe, o passarão de ferro!
E o pai responde, num tom de segredo
Quem sabe um dia, filho, eu espero.
O chão é quente, o tempo é lento,
mas o coração arde, pulsa, insiste.
Cada rosto do sertão é um monumento
de quem vive e ainda resiste.
E lá de cima, quem voa não vê,
que o mundo é maior do que o mapa mostra.
O sertão cabe em qualquer nascer,
em qualquer alma que seja nossa.
São Paulo é pedra, fumaça e ponte,
mas também tem gente que sonha e sente.
Enquanto aqui, o sol no horizonte
ensina o homem a ser semente.
O avião das nove virou lembrança,
um risco branco no céu vazio.
Mas dentro de mim ficou a esperança,
como um lampejo, suave e frio.
E eu penso, calado, olhando o ar
um dia, talvez, eu vá também.
Mas se um verso puder me levar,
então eu já voei e fui além.
Renovo do Sertão
Novembro tá chegando, a seca vai embora,
O sertão resplandece, é festa que aflora.
Com timidez, o verde começa a brotar,
O mato se enfeita, vem pra nos alegrar.
Os riachos que antes só guardavam saudade,
Agora cantam vidas com a nova umidade.
Água corrente e fresca, dá gosto de ver,
É bênção do céu que faz a gente renascer.
A alegria do nordestino é pura emoção,
Quando as chuvas dançam na palma da mão.
Trovoadas ressoam, é música no ar,
Armazenando esperanças pra um ano de plantar.
Assim, o sertão se veste de esperança e cor,
Cada gota é um sonho, cada chuva é amor.
Novembro é renovo, é vida a florescer,
No coração nordestino, sempre vai prevalecer.
Andanças Climáticas
O sertão vai virar mar,
mas não se engane
o mar não vai virar sertão.
este ser tão só
ama a sua solidão.
iemanjá
não deixe o povo se afogar
eles foram em direção ao mar
e ele por sua vez
fez o mesmo que eles.
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