Saudades Flor
Assim como as flores são atingidas por insetos até mucha - las. Da mesma forma é o coração que é pego de surpresa por uma tristeza profunda.
LEMBRA
Lembra de mim
Quando o vento soprar
E a árvore florescer
E sentir o cheiro da chuva
Mesmo antes do céu escurecer.
Lembra de mim
Quando a música tocar
E quando o sol nascer
E o horizonte estiver colorido
Fazendo tudo mais emudecer.
Lembra de mim
Quando o frio ceder
Deixando o calor voltar
E for possível correr pro mar
Marcando pegadas na areia
Numa mistura de som, cheiro
e pés molhados.
Lembra de mim
Quando ouvir algo
Que eu não podia dizer
Quando a vida estiver difícil
E der vontade de partir
E a vontade de chorar for vencida
Por encontrar um motivo pra sorrir
Lembra de mim
Quando o incômodo valer a pena
E as pedras e conchas não forem perfeitas
E o livro usado retomar seu lugar
Lembra, quando suspirar ao lembrar.
Publicado em " Grandes Nomes da Poesia Brasileira" - Ed 2018
“Vale mais uma flor ofertada em vida do que centenas delas numa coroa de flores oferecida pós morte.”
Sol se Flor,
para entender que a vida enseja por novos sentimentos
lhe despertando de um sonho que já não podes mais viver.
porque voltar ao começo é ir ao fundo do fim e se perder!
Era uma linda história de uma flor e um beija-flor.
Os dois até se casou.
Queriam viver uma história de amor.
O pequeno beija-flor se descuidou.
Não cuidou a flor então murchou.
Ela partiu esqueceu o que passou.
Seguiu sua vida com outro amor.
Desde o início eu poderia dizer que os mais doces são os mais difíceis de encontrar, como as flores mais belas, assim como você...
Fiz poesias em todo o papel, mas faltou espaço para eu me expressar.
Te mandei flores, mas murcharam antes de receber.
Hj cantei pra te fazer feliz, mas chorei ao te ver partir.
Amanhã travarei batalhas por vc, para viver tudo aquilo q vc queria e não pode fazer.
Descanse e fique em paz, pois te amarei eternamente.
Oh o amor
mas que amor, se um dia já tive amor
esse dia passou
o amor pra mim e
como uma flor que logo
murchou.
Dor
mas que dor
não sinto mais nada
se riu e uma farsa
se choro poxa acabei
de lembrar faz muito
tempo que chorei
eu só aprendi a sentir
um vazio quando fico
triste me sinto, igual um
rio que nunca existiu.
Alegria são só momentos
onde me sento paro e penso
na tristeza que vivi
de tanto ser bipolar
me acho igual a alguém
sem um par ou
um ultimo cliente de um bar
mas olha onde vim parar
com lembranças e saudades
da infância.
SONHO DE AMOR
"Dormia, como dormem os tristes
Entre os lençóis da saudade
Pedindo o amor em prece
E um pouco de felicidade...
Então você chegou num sonho
E estendeu as mãos para mim:
Numa havia um poema,
Noutra flores de jardim.
Vendo você sorrindo
Envolto em névoa encantada
Nem sei se estava dormindo
Ou mesmo se estava acordada.
Não vivemos o amor na noite
- logo veio a madrugada
Acordei apenas a tempo
De um beijo ardente e mais nada...
Sozinha outra vez no quarto,
Com o sol em raios nascentes
Sorri, chorei e abracei-me,
Querendo reter na alma
O perfume de teus presentes.
E entre o sono e a vigília
Fiquei lembrando no leito
do sonho da noite vivido
em doce e estranho torpor,
Segurando junto ao peito
O poema que não foi lido,
E as flores de teu amor."
(Sonho de Amor - Presença Astral)
ÁRVORE DESARVORADA
Eu sem você
sou árvore desarvorada
Um braço de rio que carrega as flores caídas
trazidas pelo outono
O vento quer soprar por aí
a minha solidão...
E fico eu sem você assim
Nesse vazio
Cheia de mim
A cada dia
Um dia a menos
Mas nunca vou te esquecer
Seja a olhar o céu estrelado
As flores, o verde
A lua cheia
Um cheiro...
Tudo a minha volta
Traz você!
Vinha
.
Ah! O tempo...
Que te faz mais bela
Entre todas as belas.
Se fosse apenas uma flor
Já teria todo o meu amor.
.
Suave cheiro de jasmim,
É o perfume desse amor
Empregando em mim...
E se não for eterno e só por hoje,
Terá um tempo pra existir
Onde o tempo não é incapaz de ofuscar...
Foi-se a saudade,
Ficou o meu amor...
.
Essa vinha deseja!!!
O tempo passa.
E mais e mais
Ela é amada...
Foi derramada nesse coração de carvalho
Que envelhece com o tempo
fermentando toda a essência desse amor...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
A vida é feita de pequenos pedaços que um dia se chamarão - saudade - e colada num mosaico que construímos no coração. Amanhã teremos saudade desse hoje e amanhã teremos saudade do ontem, assim numa sucessão do que foi vivido ou ainda nem foi. É um sentimento indefinível, até podemos ter gosto nesse sentir, mas às vezes, dói !
Minha vida sem minha flor é como uma vida sem aroma.
O que seria do gosto do alimento mais saboroso sem seu cheiro que aumenta as expectativas do paladar e da fome?
Você me envolve em arrepios com sua sedução natural que encontra no universo da minha íris a constelação da sua.
É lindo observar você existir.
Beleza, sensibilidade e genialidade... Tudo em uma única mulher.
Gratidão me encontro sentindo a batida do teu coração, que palpita mais forte e fora do peito, quando te lembras ou sentes o meu..
O que seria do por do sol se não houvesse a visão?
O que seria da flor se não houvesse o olfato?
O que seria dos passaros se não houvesse audição?
O que seria do amor se não houvesse o tato?
O que seria do homem se não houvesse os sentidos?
Como seria a cor?
Como seria o cheiro?
Como seria?
Vida haveria,haveria alegria?
Talvez não houvesse dor,como seria o amor?
Que contato precisa,precisa de calor
Não haveria tristeza,nem saudade,nem ódio,
Nem rancor,mas também não haveria alegria,
Nem paixão,nem saudade,nem ilusão.
Não havendo sentimento não há sofrimento
Em compensação a vida não teria alento
Pra que acordar?pra que sonhar?
Não sonharia pois sonho exige emoção
Não havendo sentimento não existiríamos então
E a vida teria sido em vão
Dois de novembro
No silêncio íntimo que invade o Dia de Finados, a saudade se debruça. Ela não tem pressa, é senhora do seu próprio compasso. É o dia em que a ausência brinca de ser presença, quando os que partiram voltam, não em carne, mas em sopro, como se sempre estivessem apenas a um afago de distância.
Os túmulos não mentem. São declarações sem palavras de que o que foi vivido realmente existiu, confessando com a solidez do mármore que a vida é frágil e que o tempo é um rascunho rabiscado à pressa. Cada nome entalhado ascende, não como uma mera inscrição, mas como um feitiço sussurrado entre as frestas do esquecimento.
Nem toda ausência é tratada pelo tempo. O tempo não se compromete com permanências. Passa por nós sem desculpas, sem aviso, sem oferecer alívio. Quando alguém que amamos morre, morre também uma versão nossa. Deixamos de existir daquele jeito. É como ter sua casa assaltada por uma ausência. Por isso, não se deve apressar a dor de ninguém. No luto, não se questiona o amor por quem partiu. No luto, deixamos de nos amar, e voltar ao amor próprio demora. Deixe a pessoa doer.
O luto não passa; somos nós que passamos por ele. É um caminho de fragilidades. Não há como sair de uma dor caminhando. Precisamos engatinhar até voltar a firmar os pés novamente. E demora até que essa dor vire saudade. Demora até que essa saudade vire gratidão. A dor é solitária, e você tem todo o direito ao seu luto, mesmo depois da licença do outro acabar. Cada um tem seu tempo de digestão.
No murmúrio de uma prece, na chama vacilante de uma vela, reside a certeza de que, do outro lado do mistério, alguém sorri — os eternos hóspedes da eternidade. Hoje, flores são depositadas por mãos trêmulas de emoção. Mas não é o frescor das pétalas que importa, e sim o gesto. É flor de ir embora. É uma homenagem ao laço que nem a morte é capaz de desfazer.
