Saudades de quem está longe
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Em meio a toda esta saudade, paro para pensar em você. No quanto te amava e o quanto me faz falta.
E nesta mistura de sentimentos me sinto culpado, e procuro culpados, algo que justifique tanta dor e sofrimento. Percebo que por mais que queira alguém ou algo para me agarrar, para justificar tudo isso simplesmente não há! A morte não é justificável, não é consolável. Nunca, nada, nem ninguém substituirá você.
Saudade é coisa que machuca
É coisa que dá um nó,
Nó na garganta
Saudade é dor doída
Que faz tremer boca e coração
Dos olhos escorrem águas
Se escuta uma canção
Saudade é nó que não desata
Chora a alma
Alma chora
É desatino
Solidão.
Saudade é o que fica, daquilo que não ficou...
Mas nada vai ficar,
Então...
Já tenho saudades de tudo,
Dos amigos que não fiz,
Das garotas que não namorei,
Dos lugares que não visitei
Dos antepassados que não conheci
Dos descendentes que não conhecerei
Do conhecimento que não absorvi
E do que eu desperdicei
Das carreiras que não tive
Dos sonhos que não conquistei
Saudade...
Tenho saudade do que vivi
Do que não vivi
E do que nunca viverei
E aquele epitáfio tinha razão...
Saudade é o que fica, daquilo que não ficou...
De diem in diem (dies primus).
Minuto após minuto, hora após hora
As lembranças vêm, a saudade cresce
E você inexplicavelmente em minha mente aparece
Como é bom amar você, prometo nunca te esquecer!
Dia após dia, sofrendo saudade tirana
A tristeza vem e me chama
A solidão num encanto me seduz
E me engana.
Esse amor estava escrito!
Você veio e como um barco
Ancorou em meu cais
E hoje não me sinto mais tão vazio.
Me sinto tão bem com você por aqui
Que sempre te imagino
Sempre me preocupo e me angustio
Pensando em você fico horas a fio.
Se me sinto sozinho
Quero tua boca
Mergulho em você
Entrego-me a uma paixão tola.
Me dou conta do barulho que o silêncio faz
E da falta de você
Dos seus carinhos, abraços
Da sua calma.
SAUDADE
E o dia era só lamento
Lacrimejava o telhado com saudades dela
Nos dias de chuva tudo é mais difícil
O café na segunda xícara a esfriar
Ele ainda não se deu conta
De que ela se fora para sempre
Sua companhia agora, só a dor!
Tenho saudade
.
Tenho saudade de você,
Do tempo que nos tínhamos todos os dias...
Quando o mundo era só eu e você.
.
Tenho saudade de você,
Do tempo que parava pra unir nós dois...
E o teu sussurro professava não poder me esquecer.
.
Tenho saudade de você,
De saber como foi todo o seu dia...
Se me trouxe ao coração ou a um breve pensamento.
.
Tenho saudade de você,
De lembra “o quanto de você se entregou a mim”...
Pra sentir um pouco de mim que ainda vive em você.
.
Tenho saudade de você...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
NA MADRUGADA
um aperto no peito árido e ramoso
sussurrando a saudade num rigor
suspirando a dor cheia de amargor
um silêncio nu, descalço e moroso
uma encenação do sono malicioso
um pactuar medroso com o temor
um desanimo calado em dó menor
um maldoso sentir vazio assustoso
a soltar dos olhos lágrimas sofridas
partidas, uma sensação desfolhada
como se estivesse esfolando vidas
assim, adentra cada minuto do nada
numa ausência e sofrências nutridas
no compulsar solitário da madrugada
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04’08”, 17/10/2021 – Araguari, MG
Saudades de você, olhar no espelho, aquela cara de desprezo, mas talvez era melhor, mesmo hoje eu estando na pior, enquanto conseguia ver, enxergar o eu, o eu que outrora se perdeu, mas não, não adianta se lamentar, agora estou a chorar. Apesar do olhar, reflexo ao enxergar, um vazio, alma a chorar, o desprazer de ver aquele meu eu problemático, desengonçado e infeliz, covarde que todavia corria de seus pesadelos até certo ponto, ponto que era tarde demais, se pudesse enfrentá-los, achar a raiz e cortá-la, acabar com todos os problemas de uma vez, voltar a ver o meu eu, o meu eu que se perdeu.
Saudade só arde quando encosta na pele
Ela queima, ela rasga e não sossega enquanto não fere
A lágrima lavou o rosto, mas não tira o gosto da solidão
Tá pronto pra experimentar
O que é perder um amor que estava na sua mão?
A morte de um inocente; quando repercutida e sem solução! me incomoda mais que a saudade, a solidão, e o desejo; seja ele qual for, que eu possa estar sentindo.
Terra seca
Chorei...
Cada lágrima corrida
Deste rio de saudade,
Eu chorei...
Águas banham a terra seca
E não saciam a minha sede.
A semente do amor
Dorme tenra sem dar flores...
Mas cada gota destas lágrimas
Não se perde sem destino...
É gotas feitas o orvalho
Que alimenta o nosso amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
Saudade
Transborda em mim uma saudade de não sei o que
Que vem não sei de onde
E me toca, me invade
E penetra escondido
E suga minha libido
E me leva por caminhos
Que não sei onde vão dar
Às vezes parece castigo
E me sinto em perigo
Difícil de suportar
Mas confusa ainda sigo
Uma intuição ou algum sentido
Em busca de um abrigo
Onde eu possa me aliviar
Peço a Deus
Procuro amigo
Que me ceda um ombro
Prá me consolar
Mas sozinha ainda sinto
Com minha saudade a me acompanhar
Vai que nessa história de ficar sozinho cê não aguentou
Vai que cê resolveu descontar a saudade no acelerador
Quando lembrou
Que na sua cama cê dormia bem
Só que na minha você nem dormia
Veio furando o sinal
Buzinando pro povo
É que a saudade dói no peito
Mais que a multa dói no bolso
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