Rimas
CHICOS
O velho Chico é um poeta
Que alimenta o nordeste,
O Chico velho faz rimas,
Encanta primos e primas
Cantando histórias da vida,
Cantou a prima geny,
Idolatrou o meu guri
E ergueu sua construção
O Chico velho desce a canastra
Corre pra Bahia e pernambuco
O Chico velho viu negros,
Indios e mamelucos
Presos e mortos na ditadura
O velho chico tem uma candura
Que traz farturas e irrigação
O Chico velho já germinou
Tantos frutos no meu coração
Talho-te uns versos
De ausentes rimas,
Não "rimas pobres",
mas pobres rimas!
Talho-te uns versos
de rimas soltas...
Falo da flor,
porque o poeta, dela se encanta,
Misturam-se tanto!
Que fazem um pacto,
misturando as seivas...
Ele com sangue, ela com néctar!
Ele, ao colhê-la, ela se vinga...
Espeta-lhe os dedos.
o sangue lhe pinga.
E ali, se misturam, e dá-se a fusão!
Tornam-se um só...
Talho-te uns versos,
porém, pouco posso...
Pois sempre me fogem os ventos
da inspiração...
na solidão
abraço meu coração
com a pequena mão
de uma revelação
- odeio rimas pobres!
mas elas não me odeiam, não...
Minhas preocupações tem rimas, vírgulas, reticências, e até pontos audaciosos. Às vezes são versos livres, quando querem, compõe - se em tercetos; em outras vezes, surpreendentemente são quadras perfeitas. Por isso não tem jeito...
Servem a mentira amassada,
Em rimas de poesia inventada...
Falando de um Amor que não sentem,
Chega-se á conclusão,
Que alguns poetas mentem!
O poeta posta a poesia nos corações e o efeito poético
é sempre o contentamento das rimas de quem as aprecia.
Os poetas e as poetisas são artistas que "brincam" com as palavras e suas rimas viram as melhores canções.
Apanhador de Versos
no Mangue das Rimas
Deixe de aflição cara mia;
Caso o reconhecimento não consiga alcançá-la,
Lembre-se da premissa histórica dos ignorados.
Aqueles chamados de teus contemporâneos,
Quase sempre foram medíocres.
As coisas são belas,
Apenas quando nos dirigimos
Ao passado ou ao futuro.
Pois o sentido da vida, é para frente.
Mas são as lembranças que nos impulsionam.
Já o presente não é razoável conosco,
Nossos iguais não o são.
A chama não queima em oxigênio escasso.
Aquela veemência superficial,
Nos posiciona num fosso inebriado de ingratidão.
Entretanto,
A vida em colapso,
É o maior trunfo de um poeta.
Estando sobre as nuvens,
A crença deixa de ser escolha,
Poema consternado
Neste poema triste
A esperança chora
A inspiração insiste
As rimas em metáfora
Ora fé, ora incerteza
O prazer quer ir embora
Deixando só fraqueza
Nas velhas rimas afora
Onde se quer lindeza
Onde se quer aurora
E eu, nesta correnteza
Consternado, sou fiel
Então, aqui escrevi tristeza
E delas faço barco de papel!
Luciano Spagnol
Ensaios
Nos ensaios de ausentar-me de ti
O meu poetar só falou desta dor
Chorou nas rimas e assim escrevi
Poemas que só falam deste amor
É amor que se compara com flor
Não se esquece do teu perfume
Uma vez cheirado vira o teu odor
Aromatizando a paixão em lume
Às vezes no silêncio eu te ouço
Então aí vejo como é difícil lutar
Pra que eu saia deste calabouço
Olho o retrato, lembro o teu sabor
E a saudade de te me põe louco
Adoçados nestes versos de amor
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Naufrágio
Saudades ainda latentes
Versos sem as suas rimas
Palavras ainda presentes
Madrugadas sem estimas
Tantas vezes choradas
Na solidão das lágrimas
No leito ficaram caladas
Como uma flor sem néctar
E lábios sem boas risadas
Com acusações para julgar
E enganos como ciladas
Quando eu só queria amar
E assim, nos ais você partiu
Com a emoção sem pesar
Deixando o coração vazio
E o ponderar sem ofertar
Desmoronando em fastio
Os sonhos de se sonhar
Restando somente aflição
Entre os teus vários ir e ficar
Adormeci ao lado da ilusão
Após este amor naufragar
Luciano Spagnol
27 de maio, 2016
Cerrado goiano
IMMAGINAZIONE
Eu queria uma sumarenta poesia
Que as rimas dessem paladar e analogia
Aos aromas do fruto maduro do amor
Onde todos degustassem com prazer e sabor
O universo do vário gosto de cada verso
Do poema, carcomendo sentimento diverso
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano
perdulário
gastei todas as rimas ao sonhar...
gastei todos as ilusões ao amar...
me sobrou o poetar.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
DÚBIO (soneto)
Falei tanto de tristura!... de solidão
Silêncio, tortura, nas rimas negaça
Ou ninharia fugaz, que vem e passa
Na brisa breve que veio, duma ilusão
O verdadeiro valor, é cheio de graça
Simplicidade, afago, farto de emoção
Todos lavrados e vindos do coração:
O abraço certeiro, passeio na praça
Falei tanto de melancolia! baixinho
Ou até mesmo em um alto vozeirão
Se bom era poetar somente carinho
E nas tais rimas de delírio e barulho
Só sofreguidão, me fiz pequenininho
Na poesia infeliz, sem amor e orgulho...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp