Coleção pessoal de aroldoarantes

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Os horrores e amores de um verso sem cor, engolido pelas sílabas que não cicatrizaram e vomitado pelas letras que nunca rimaram!

Custa-me acreditar que o caminho leve há algum lugar. Então sorrio, pois desconfio que o importante mesmo seja o caminhar.

Sua boca era minha confusão. Em seus lábios me sentia em uma intensa rebelião, de sentidos, de sorrisos e de verdades. Tudo o que eu tinha como concreto, perto de ti se desfazia, e se transmutava em perguntas. E as poucas respostas que possuía, você as consumia, com apenas o roçar de sua língua em minhas vontades.

À parte de amar-te, quero ser seu acorde, tocando as notas de seu corpo inteiro. À arte que invade, o grito que envolve, sentindo o dizer calado de seu doce cheiro. E então bate, rebate, o desejo que sabe, justificando as horas perdidas no ponteiro. Coração arde, batendo feliz a felicidade, que nasce e renasce em seu sorriso faceiro.

Há um misto de muitas coisas que se multiplicam dentro de mim e me dividem em tantos outros porquês, em algum senão e um monte de talvez.

Me ame assim, bem de vagar, antes que o tempo se acabe assim. Me ame assim só por lembrar que o amor que vale não sabe o que é fim.

Nem tudo que eu ouço é voz, nem tudo que esqueço é fim. Nem tudo que eu vejo é nós, nem tudo que eu quero é sim. Nem tudo que acabou é foz, seu beijo não foi de festim. Seu verbo me foi um algoz, destruindo o então e o assim.

Rimas avessas, que não param em minha cabeça, façam-me o favor, de não remar pra longe, pois o amor anda revolto, e o mar não me responde.

A rima deseja que você se acerte. A vida enseja que você a desconcerte.

Tem gente que complica o simples e impossibilita o difícil. Tem gente que simplifica o complicado e viabiliza o impossível.

Quem é você que julga com um olhar que não enxerga além da vírgula, adjetivos e verbos alheios, que estão nas entrelinhas?

O amor não enxerga muito bem e invariavelmente age sem razão alguma! O amor entende tão bem o que para a mente são coisas absurdas.

Ah, o amor! Esse sofrimento eterno, que engole a calma, que envolve a alma e engana o cego, o fazendo achar que enxergou.

Prefiro os desusos, as texturas e os excessos, do que a mesmice; Prefiro os parafusos, as ranhuras e os restos, do que a superfície.

Sou de lá, sou de cá, sou de qualquer lugar, não tenho parada, nem paradeiro, gosto de céu, de sol, de mar, de amar sem travesseiro.

Não busque respostas onde apenas a dúvida ressoa. As vezes o tempo gosta de brincar com a cara de quem não se doa.

Qualquer poesia é reversa, pois ela se completa do vazio que reflete, chorando palavras vagas de lágrimas caladas que o poeta verte.

Faça como as flores, se dispa dos espinhos e se vista de todas as cores. Inale humor, exale amor, pois nada nessa vida se alimenta do rancor.

Hoje sei, que se houve algo, foi apenas posse. Até no vazio, há quem se encoste.

A pintura do palhaço esconde a tristeza dos olhos e a lágrima do coração. Quem brinca com os sentimentos alheios, vira brinquedo ou decoração.