Relógio Parado
Pegue carona com a felicidade
e permita-se ser feliz.
A vida é preciosa demais para ficar parado
olhando o tempo passar.
Adoro essas crises porque trazem movimento ao terreno parado das mentes inférteis e realizações as que já produzem...MUDANÇAS
E pensar que temos de andar tanto neste mundo para descobrir que ficar parado nos levaria ao mesmo lugar.
🦋 OS OLMOS
Andam pela luz do vento
Sem correr no tempo parado
Num mundano contemplar
Enche a boca num calão perverso
Para não chegar à alma
Profeta da essência mais mortal que os anjos
Que imita um mestre já morto
Mudo esse o seu mundo
Num rio que corre sem correr
Achado instinto de um dom
Sofridão que verte intensamente
A solidão sem poder ver a luz
Entre uma caixa deixada sem almas
De um poeta mudo, amordaçado na carne
Pela lua cheia entre as folhadas dos olmos
Onde se esconde com medo mas não dos lobos
Há em mim um místico sentimento 🦋
De felicidade nesta tela pintada pela natureza
Vista por fora e sentada me encontro
Olhando por dentro sentindo-me a flutuar
Nas cores que vejo e revejo na tela
Deixo-me voar por entre montes e vales
Caminho de terra batida na branca geada
Onde o Inverno morre despido
Pela intensa neblina na serra de Bornes
E em cada degrau me há-de levar ao céu.
Do Outro Lado
Aqui estou eu, parado no escuro.
Cansado de viver sozinho.
Agora vejo o tempo passar.
Olhando por essa janela embaçada.
Esperando a chuva passar.
Meu coração está aqui.
Ainda bate forte por ti.
Eu vou esperar.
Não ligo para o que foi dito.
Porque do jeito que estou, eu não quero ficar.
Eu espero o que for preciso.
Todos os dias.
Até essa tempestade passar.
Eu não posso ir até você chegar.
Você vê o caminho que eu não consigo enxergar.
Vou esperar você bater na janela.
Você é a melhor que já tive.
Você não pode ter ido longe demais.
Aqui estou eu, preso entre céu e inferno.
"Parado em frente ao mar
me peguei a pensar
as ondas são como nossas memórias
nos trazem que queremos esquecer
E nos leva o que queremos lembrar".
Arrume sua alma a pedido do amor! Guardar sujeira na alma é ficar parado no tempo passado, tempo impossível de se viver.
O medo de arriscar é o que te impede de evoluir, é o que te faz ficar parado no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas, sentindo as mesmas sensações, no mesmo ciclo vicioso de uma existência pomposamente cansativa
Eu só queria ter meu tempo,
E com ele a leveza do vento,
Meu lar,
Meu momento,
Parado no tempo,
Entre meus livros,
Reflexão...
Um freio nesse mundo louco,
Uma taça de vinho,
Um disco na vitrola,
Nada para dar bola,
No oitavo andar do meu apartamento,
A leve brisa,
A rede balança,
Meus cabelos em quase uma dança,
O cheiro de banho tomado,
Ninguém do meu lado,
Meu espaço,
No Amor da minha companhia me enlaço...
Hoje quando saí do banho, me permiti ficar alguns minutos parado antes de pegar a toalha para me secar, apenas sentindo o vento frio bater no meu corpo, nada saudável mas de alguma forma reconfortante, meu corpo esfriando até chegar na temperatura do meu coração, ele por sua vez agora não queimava mais minha carne, o exterior expressando o interior, se tornando um só... Acho que foi aí que eu finalmente entendi a tua paixão pelo inverno.
O nosso contato teve a intensidade esperada vindo de elementos tão opostos, envolvida por uma inesperada calmaria.
Saíam faíscas e nevascas do nossos encontros de olhares,
Nosso abraço era o encaixe perfeito, eu te esquentava e não sei se foi logo no primeiro ou se aconteceu gradativamente mas, eu te derreti. Você, me refrescava, como um banho de água gelada no deserto, você me dava férias daquele inferno constante.
Eu era fogo, você, gelo.
Eu era gargalhada, você, meio sorriso.
Eu cantava alto, enquanto você sussurrava no meu ouvido.
Eu brilhava e quanto mais brilhava mais queimava, quanto mais queimava mais brilhava e cego pela minha própria chama de vaidade, eu te queimei... muitas e muitas vezes. Você se encolheu, eu me aproximei segundos antes de me afastar correndo, levando meu fogo pra longe de você, ciente que minha aproximação te tornaria cinzas.
Quando você me procurou, sufocada na própria tempestade, não encontrou o calor necessário, o tempo já havia transformado metade de mim em gelo, hoje também confesso que o encontro de nossas partes frias acabava apagando as faíscas que haviam me sobrado.
Hoje, você permanece em uma busca constante de alguém que te aqueça, como um iceberg em torno de ti crescendo sem parar. Eu, sem precisar queimar mais ninguém, as vezes neve, as vezes fogo, permaneço brilhando.
Uma vida esquecida
Eu conheço o vidro franja por franja
meticulosamente
à porta parado um homem oco
franja por franja no espaço
meticulosamente oco uma porta parada.
Um relógio dá dez badaladas ininterruptamente
dez badaladas por brincadeira dança
um homem com pernas de mulher
e um olhar devasso no Marte
passo por passo uma criança chora
uma águia e um vampiro recuados no tempo.
Se estragaste uma amizade, não
fique parado, tenta recupera-la
Se perdeste o amor da tua vida
não fique se lamentando, vai atras
Dela
Se decepcionastes alguém, faça
de tudo para à orgulhar.
Não deixe que os teu erros
definam o teu futuro ou quem vç é
Em vez disso mostre que vç é capaz
de assumir os teus erros, porque
errar é humano, más continuar no erro
é burrice.
o mundo gira e eu estou parado
Essa de ficar parado nunca foi meu forte
Gosto de me mover e agitar as massas
Bom é ir dormir só depois que mundo acorda.
PauloRockCesar
O berro do bueiro
Aquele som estranho dos carros bêbados
descendo a rua acelerados
e eu ali parado
vendo o movimento da madrugada
fria e dura a me espreitar.
E todo aquele ensurdecedor silêncio no ar
e o barulho dos cães latindo sem propósito
e dos galos cantando fora de hora,
enquanto os passos mudos de alguém vira a esquina em sinfônia randômica
e a orquestra da vida noturna aleatória rege o caminhar cuidadoso dos gatos
a espreita dos ratos
e dos ratos a espreita das sobras e restos
nos ralos e bueiros sujos e cinzas da avenida meu Universo.
Na calçada, esperando o caminhão da coleta passar na segunda,
o monte de lixo amontoado na esquina,
sendo revirado por todo mundo -
(cachorro, gato, rato, cavalo, gente...).
Naquela hora, a neblina que baixa sobre a rua
e encobre o plano, aumentando o drama e criando o suspense que nos comove.
Ao fundo, o som dos aviões na pista do aeroporto
aquecendo as turbinas e os motores para a próxima viagem.
De repente o rasgo abrupto
do sopro e do grito afoito
ecoando imaginação afora
e fazendo firulas no ar escuro da madrugada,
o estrondo no céu parecendo trovão
e o deslocamento massivo de ar
que canta melódico sua fúria, enquanto surfa pelo vácuo do éter febril do firmamento.
Isso encanta, mas também assusta.
De repente alguém que grita
e a multidão na praça se alvoroça
e volta a ficar muda e bêbada
e cega e suja e dura e pálida
e surda e débil e bêbada.
E o susto repentino na fala de alguém que reclama alto
e foge rápido, sem destino,
só corre por causa do risco imensurável que impõe-lhe o medo.
Sozinhos, a essa hora, todos estão em alerta por medo do que não se vê:
- O rato corre do gato
- O vento corre no vácuo incerto como o susto do medo
do vazio que traz desassossego
e do incerto que ninguém quer pagar pra ver.
Enquanto dorme o bairro só eu estou acordado...
Olhando para o tempo em silêncio,
para o vazio a minha frente,
auscutando meu coração acelerado,
tomando o último trago,
fumando o penúltimo cigarro
e assistindo de camarote a chegada triunfal do sol, antes do fim.
É ruim querer mais
Eu quero
Sempre quero
Não gosto de ficar parado
Não gosto de ficar no mesmo lugar
Passar na mesma rua é horrível
Não quero mais dinheiro
Nunca quis ser rico
Nunca quis ser pobre
Só quero mais
Mais de mim
Entender os porques
Deixar os porques virem
Viver cheios de porques
Eu só quero mais
É errado querer mais
Eu sempre quis
Mas até agora disfarcei bem
Queria ter parado ali,
Havia aroma a tangerina e jasmim
Insensatez nos sentidos
Provocados pelo abraço do vento.
Tão longe, mas ainda tão perto
As luzes acendem, a música morre
Mas você não me vê parado aqui
Eu só vim me despedir
