Rasgar
AMAR-TE É FLORIR NO PEITO╰⊱♥
Quero rasgar a pele e ser como tu és
Nesta dor que nos aflige
De abraços que tocam a alma
Florindo versos de rosas
Ecos da boca que beija
No desejo em afagar o corpo em pecado
Lábios de vinho em poesia
Que incendeia o grito de prazer
Numa rajada de vento que se desfaz
Fogo que nos consome em silêncio
Voraz fome perfumada de cores
No fugaz olhar que me vais lançando
Entre todas as carícias que as flores deixam
Rasgar-te a pele que me cobre o corpo
Para florir em ti de belas rosas de encanto
despindo-me em palavras...
'stá na hora
d'excitar a alegria
rasgar os preconceitos
revelando a ousadia
e calçar a coragem
pra tudo mudar...
num só dia!
-- josecerejeirafontes
Amanhã
Amanhã
É outro dia
Vou sair de manhã
Vou rasgar o dia!
Bom dia, ó sol
Bom dia, ó passarinho
Quero voar
E contigo fazer meu ninho!
Heieei, heieei!
Amanhã
É outro dia
Vou sem ninguém
Vou sair por aí
Vou sem rumo!
Se encontro uma flor
Pergunto do meu amor
Se encontro o beija-flor
Pergunto:
Onde está o meu amor?
Vou ficar fora o dia inteiro
Vou fazer do céu
O meu celeiro
Vou repousar sob o sol!
E se a noite vier
Vou perguntar pra lua
Onde está o meu amor?
Se uma estrela piscar
É pra lá que vou...
Vou buscar o meu amor!
Então é hora de rasgar amarras
Entender que as vidas são suas
Que quando os heróis se atrasam
É porque vocês ainda não tomaram
As ruas
Então me diga alguma coisa que me faça
Atravessar a rua ou talvez
Rasgar toda a paulista com os meus dentes
Então me diga alguma coisa relevante
Alguma coisa que talvez não caiba
Em toda essa conversa por dizer
Adeus, amor
Se for para rasgar o verbo, que seja para montar uma linda colcha de retalhos de amor bem colorida, para nos aquecer durante o frio da indiferença humana.
Mudanças e indecisões...
Rasgar tudo? Qual a finalidade de se construir algo para em seguida destruir? Aprendemos ao longo da vida que para construir o que quer que seja, precisamos antes de bases sólidas, muito estudo e dedicação, justamente para que nosso trabalho não tenha sido em vão, que não seja destruído por outras mãos.
Indecisão. Rasgar. Porque motivo rasgaria meu próprio trabalho indo contra tudo o que a sociedade e minha família me ensinaram? Meus questionamentos me levaram às pessoas de conhecimento, que exercem, com consciência, seu papel. Essas pessoas eram meus afins, fazem parte de minha identidade.
E o que é essa tal de identidade?
Identidade é a qualidade do que é idêntico; paridade absoluta; analogia; conjunto de elementos que permitem saber quem uma pessoa é. Na matemática, a identidade é uma espécie de equação ou igualdade cujos membros são identicamente os mesmos, ou igualdade que se verifica para todos os valores da incógnita.
Todos os valores da incógnita. E o que somos? Incógnitas: desconhecido, ignoto, obscuro de nós mesmos, aquilo que estamos sempre procurando saber.
Acontece que essa tal identidade também trás consigo aquilo que temos de pior, às vezes tão óbvio nos outros que mal conseguimos segurar a repulsa, a antipatia, a inveja, nomes dados, adjetivos usados para representar o medo que temos de assumir tudo isso em nós e precisamos mantê-los afastados, em outras pessoas e com nomes assustadores que ousamos usá-los como se fossem agressões: aquele fulano é neurótico, é um recalcado, mas que paranóico!!
Conceitos que passaram a ser, algumas vezes, empregados agressivamente. Utilizando uma máxima comum, que atire a primeira pedra quem não tem tudo isso em si mesmo. Em mim é um comportamento justificável, nos outros é um dedo apontado. A desculpa é sempre a mesma “somos humanos”, como se ser humano representasse um divisor de águas que justifique a teimosia. Na indecisão, talvez fale do ser humano.
Chamaram-me de pretensiosa. Sou mesmo! Até porque pretensão quer dizer ato ou efeito de pretender; direito suposto e reivindicado. Quando mal empregada: desejo ambicioso; vaidade exagerada. E porque não pensá-la como pré-tensão? Um tipo de ansiedade sagrada, nos dando sinais de que algo ou alguém aqui dentro está tentando se comunicar, mostrar alguma coisa, dizendo “tem alguém aqui...”. Esse alguém é a sua identidade.
Neste momento, escolhemos a forma de enfrentar o mundo: algumas vezes utilizamos o adolescente rebelde, audacioso, inconseqüente, relativamente medroso para nos comunicar. Outras vezes nos deixamos fluir do jeito e maneira com que sentimos e pensamos, desarmando escudos e eliminando amarras, rompendo, rasgando com o palco armado pelo cotidiano da sociedade. E há quem escolha representar um papel escolhido por aqueles que julgam saber mais que os outros, e vivem atuando no teatro da vida um personagem que não se encaixa em sua mente.
E há quem passe a vida em completa indecisão. Mais uma vez recaio sobre essa palavra, esse estado de consciência. Indecisão: estado ou qualidade de indeciso; falta de espírito de decisão.
Segundo a psicologia, a indecisão surge nos momentos de insegurança, de baixa auto-estima, falta de embasamento ou medo. Medo do obscuro que somos, do desconhecimento da incógnita, do não saber o que se quer.
Uma pessoa pode ser intrinsecamente indecisa, não conseguir tomar decisões ou fazer escolhas simples e corriqueiras, como que roupa vestir, que sapato calçar ou ainda, se indagar a todo instante “qual o meu estilo?”. Estas pessoas podem se tornar dependentes de outras que possam ajudá-las a ter mais clareza e segurança no momento da decisão. Uma pessoa indecisa tende a recuar diante de situações importantes, com medo de falar. Ou por ignorância, por falta de conhecimento, pois se ajustou ao que lhe foi ditado como certo e errado.
Aquele que ignora segue bulas, mapas, roteiros, scripts, precisa de definições e modelos para se ajustar ao que se chama de normal. O conhecimento está aí para todos, assim como o duvidar.
De modo geral, não se pode dizer de onde vem a indecisão, pois isto depende de uma série de fatores, como estar inserida em um dado momento psicológico de pressão emocional, ou até vivendo um momento emocional que difere de seu cotidiano. Revelamos aí uma significativa imaturidade, pois a sabedoria, a maturidade e a tal da coerência só são atingidas com o tempo, que nada tem a ver com a idade, e sim com a proposta, com o objetivo, com a pretensão que o indivíduo tem para consigo mesmo.
Irrelevante é o fato de que a indecisão pode gerar estagnação, problemas de ansiedade, dependência, introversão e até extroversão como forma de expressar dúvidas e procurar respostas. Ou até mesmo como fuga da realidade.
Não existe um livro para dizer o que é certo ou errado. Enquanto estiver com medo de errar ou de ser diferente, nunca se fará o que deve de fato ser feito. Diante do medo, trabalha-se como louco. Desperdiçamos energia procurando não pensar na decisão a ser tomada, legando a outrem o seu próprio destino, a sua própria identidade. Visto-me de preto porque é a moda, mas não gosto de preto. Uso bordados dourados, é moda, mas sei que não fico bem neles. Perco minha identidade mergulhada no efêmero que não sou eu, pois minha identidade real é permanente.
Pedir conselhos, conversar, trocar conhecimento é uma boa saída. Mas ser coerente e usar a parte dos conselhos que falem com sua essência, fazendo apenas o que saia de dentro de seu eu é a melhor resposta. Quando não sabemos o que é melhor para nós mesmos, tomar uma paulada na cabeça nos ensina o que é ruim para nós, não esconder-se do mundo atrás de rótulos é o melhor caminho para aprender. Sujeitar-se à paulada vai nos colocar no caminho certo. Naquele que não temos coragem de decidir por nós mesmos, sem um leve empurrão da vida.
A indecisão não deixa de ser uma decisão, de se deixar levar, ao sabor do vento, no ritmo da maré, porém, a pior coisa que uma pessoa pode fazer a si mesma, é se afastar do controle de sua vida, terceirizar o seu destino.
Em diversos setores da vida encontramos a indecisão como fator determinante ou justificativo. No zodíaco, por exemplo, o signo de libra é indeciso por natureza, ou, o mais prudente. Signo cuja representação é a balança, libra busca o equilíbrio, harmonia e beleza, porém, a balança sempre pende para um dos lados, e assim, surge a indecisão e a insegurança, por medo de tomar decisões que o tirem da retidão, do equilíbrio.
Como conseqüência da dúvida, surge a decisão. Os homens indecisos são muitíssimo perseverantes nas suas decisões, sejam quais forem as dificuldades, e isto devido à sua própria indecisão, pois se abandonarem a resolução já tomada será preciso que tomem outra decisão. Por vezes são rápidos e eficientes em pôr em prática aquilo que decidiram: porque, receando a todo momento a ser induzidos a abandonar a resolução tomada e voltar àquela angustiosa hesitação e expectativa em que se encontraram antes de se decidirem, apressam a execução e nela aplicam toda a sua energia, mais estimulados pela ansiedade e pela incerteza de triunfarem sobre si próprios, do que pelo objetivo e pelos outros obstáculos que tenham de vencer para alcançá-lo. (Giacomo Leopardi, in “Pequenas Obras Morais”)
A indecisão pode mostrar nossa capacidade de realizar as tarefas que nos são impostas, passo a passo. A dividir energia. A realização depende de bases. Saber estabelecer prioridades é uma arte. Há quem se desespere e procure uma luz em artes divinatórias, em busca de respostas que lhe digam que caminho tomar. No tarô a indecisão surge através da carta Os Enamorados, que nos mostra que para plantar é preciso antes adubar a terra, porque a decisão só surge após o conhecimento. Ou seja, só a conquista de estruturas básicas abre a possibilidade de investir no desenvolvimento de nossas decisões.
A carta Os Enamorados mostra que é necessário olhar mais ao seu redor. Explorar o maior número de oportunidades. E é normal diante de tantos caminhos, sentir-se perdido. Na carta, vemos a figura com os pés no passado e os braços cruzados, numa atitude de meditação, de repouso, de “não agir”. A cabeça voltada para o lado esquerdo, olhando o futuro. Mostrando o momento de buscar bases em atitudes e fatos anteriores ao momento atualmente vivido.
Normalmente a indecisão pode estar intimamente ligada à sociedade em que estamos inseridos. Com regras e moralidades que muitas vezes não cabem a nós. Há pessoas que esquecem de si mesmas em nome de viver uma fantasia de perfeita sociedade. Distanciam-se de seus caminhos. Deixam de seguir seus sonhos, por medo de desfazerem os sonhos que outros construíram para eles. Pela indecisão de viver seu próprio caminho ou o caminho que traçaram para eles.
A verdade, é que somente a você, cabe a decisão sobre o seu destino, sobre ser o que você é. Como disse Caetano: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é”.
A indecisão pode gerar três tipos de pessoas:
Os medíocres do mundo, que não acreditam em si mesmos, que estão satisfeitos com a vida que levam e com o segundo lugar que ocupam.
Os que inventam controles, regras, tarifas, culpas, medos e pedágios para a felicidade alheia. Mas estes estão em extinção.
E há os que são governados pelas próprias escolhas, que escolhem a autenticidade de um guarda-chuva escarlate entre tantos pretos sóbrios. Governados não pelos atos do dia-a-dia ou pelos relatórios do passado, mas pela maneira com que olham o mundo, com os próprios olhos e as próprias crenças, principalmente a crença de que podem realizar grandes mudanças ao se enfrentar os desafios do mundo real.
Às vezes o lugar para onde se escapa é muito pior do que o lugar de onde se escapa. Os indecisos precisam de materiais. Os agentes de mudanças precisam de intuição. As mudanças machucam, mas a indecisão mata.
Hoje penso que se eu conseguir fazer o meu trabalho, me transformar e mudar em mim essa certeza surreal de fazer parte de uma sociedade inserida no caos organizado, já terei feito minha parte.
Efeito dominó.
Eu simplesmente escrevo aquilo que sinto, e levei tempo para retirar a imensa muralha construída em torno desse sentir para que eu pudesse ter coragem de sentir os meus sentimentos, largar a indecisão e rasgar velhos paradigmas. O meu sentir e não o que foi desejado e cuidado para que eu sentisse ou aquilo que está escrito nos dicionários, quer seja etimológico, psicológico, psicanalítico ou o que queira.
Medos. Não existe pessoa que não os tenha, faz parte do instinto de sobrevivência e quando tentamos eliminá-los, destruí-los, aí sim, chega a hora de cortar as amarras, rasgar com padrões, romper os limites. Isso dói e a maestria está em transformar a dor em liberdade. Existe tempo, minutos e segundos preciosos nesse ato de estar amarrado, atado e conseguir se livrar das cordas, das teias.
Nessa passagem tudo se mostra e escolhas precisam ser feitas. E quando estamos livres, depois de comemorar essa liberdade, a primeira sensação que bate é novamente a do medo, da indecisão: e agora? Esse é o processo eterno do conhecer-se. Desamarrar-se da própria corda escolhida, os rótulos daquilo que pensamos saber e ser.
Como você prefere viver? Na eterna indecisão entre o ser você mesmo ou ser o que planejaram para você? Cresça, seja você. Viva e lute por seus sonhos e seus planos. Rasgue a linha invisível que te une ao caos. Decida. Eu decidi.
Penso por mim, logo, existo. Nada menos que isso me interessa.
Rasgo tudo!!! Foi para isso que vim. E você?
Quando voltares
Quando tu voltares
Dos céus ha-de se rasgar o sol doirado
E este amor que em mim tão puro nasce
Há-de dar vida ao meu olhar magoado
As estrelas no céu hão-de se sorrir
N-ao haverá penumbras nem tristezas
As petálas das flores hão-de se abrir
Para matarem as minhas incertezas
Quando tu voltares
O sonho indefinido envolverá a dor
Ás folhas mortas voltará calor
Será belo tudo quanto existe
E eu deixarei de ser triste
Mas se não voltares
Tu que és vida do meu sangue
Só as pedras cobrirão meu corpo enxague
As árvores hão-de chorar de saudade
E as flores morrerão de ansiedade
Fecha os olhos e Faz de conta
"Faz de conta que se possa rasgar o plástico, relaxa, só faz de conta,
faz de conta que estas químicas estranhas possam ser substituídas por algo doce, como mel ou chocolate,
faz de conta que a poesia possa retirar a opacidade de teus olhos e torna-los cintilantes,
faz de conta que teu alívio e o conforto momentâneos, possam ser substituídos por tormento e desconforto,
faz de conta que as ondas voltem ao teu mar balançando tudo que já julgava firme, estável e seguro,
tenha calma agora,
se solta,
navega comigo,
porque tens medo, se são inseguros teus anseios?
estamos no faz de conta, lembra?
aqui tudo é seguro,
aqui tudo: faz-de-conta,
até o que não temos em conta,
até o que não fazemos conta,
e se quer dúvidas a vida pode lhe oferecer mais,
talvez eu possa com algum esforço, reforçar algumas, criar novas,
para que tentando desvendá-las não lembre-se das horas,
nem das passadas e nem das futuras,
para isso apenas mantenha o foco,
não preste atenção em mim, nem no que tenho escrito,
faz de conta que você encontra motivos na vida, motivos para qualquer coisa,
então...
faz de conta que seu personagem se abraça ao meu,
faz de conta que o tempo parou neste instante,
faz de conta que é amada,
faz de conta que estou escrevendo isso para você...
sério agora: se um dia resolver fazer de conta, faz de conta que faz-de-conta comigo?"
by Mel
Eu só queria gritar, pedir liberdade, paz, amor, queria rasgar a garganta e atingir o mundo inteiro.
Cada dia é uma caixa de presente, e o mais importante é saber abrir , mais sem amassar e nem rasgar o embrulho.
O tempo passa, e vc descobre que a vida é um rasgar-se, e remendar-se! Que nem todo mundo é recíproco, que as decepções vem, elas sempre vem! Que ninguém dura para sempre, de maneira alguma! Que os planos que construímos, nem sempre são nossa realidade! Por mais que lutemos por ela!
Que nem todo dia é bonito, feliz, e cheio de realizações!
Que não temos tudo o que queremos, nem todos que queremos à nossa volta! Que um abraço as vezes faz falta, que nossa força não é eterna, e que há dias que estamos tão frágeis, que qualquer coisa boba, é motivo para nos quebrar!
Que somos seres efêmeros, limitados, e sensíveis sim! Que por mais que a gente se esconda em uma armadura, uma hora a gente desmonta!
A vida não vem com um manual de instrução, guia didático, ou dublê! Então mesmo que tudo pareça desabar em cima de vc! A vida exige que sejamos fortes! E aprendemos isso com o tempo! Cada dificuldade, nos molda, nos trata, e nos ensina!
Afinal, somos programados para cair!
Karolina Palloni
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