Poeta
Graça
Ah, que suave graça seria, ter a leveza de uma alma poeta.
Mirar o mundo por uma janela secreta, e ver tudo em prosa e poesia.
A vida, enfim, se revelaria, em liberdade completa.
Verso e trova
O poeta trova o seu verso
No reverso de sua sofreguidão
Sofrendo para não ser perverso
Com a alma de sua inspiração
Cada trova na carne é cortada
Em cada corte sangra a rima
Rimando palavra encantada
Pra encantar a sua estima
Nesta de ser um simulador
Simula tão perfeitamente
Lagrimas de alegria e de dor
Que perfeito é o que sente
E assim por ser um sonhador
Sonha e no sonho se renova
Desenhando poemas de amor
Em amorosos versos e trovas
Luciano Spagnol
Verseto sertanejo
E vai o poeta, insiste
Ao sertanejo louvar
Versos que ouviste
Da boiada passar
Berrante, chapéu na mão
Comitiva a chegar
Saudade no coração
O boiadeiro é deste lugar
É de sol, luta, chão
E de guia o luar
A vida segue, bravo peão...
3 de maio
Dia do Sertanejo
Alma do Poeta
Não habita todo o entendimento
Na dor da paixão fragmentada
Apenas parte do sofrimento
Escorre pela carne alvejada
Num complexo ato insano
A esperança vem em porção
Maquiando o olhar profano
Da ilusão cheia de traição
Enquanto aguarda o novo tempo
Reparte o momento em fração
Tentando reciclar o intento
Em alívio, suspiros e emoção
Na poesia não é muito diferente
É a arte manifestando sua meta
Em versos em elos de corrente
Das partículas da alma do poeta
Poeta do cerrado
Sou da terra, do triângulo mineiro
Sou poeta do cerrado, estradeiro
De poeira e chão batido, cavaleiro
No espírito embebido, alma de peão
Caipira do amor poetando paixão
Trago nos olhos o sal do sertão
Do curral, do fogão de lenha, lamparina
Da moda de viola, catira e da ave de rapina
Sou araguarino, origem e apreço na sina
Sou interiorano com cheiro do mar
Onde nas tuas ruas eu pude me achar
Estrangeiro no Rio de janeiro, fui morar
Sou brasileiro de sobrenome e nação
Mineiroca de cognome de pura emoção
Aventurado no cerrado goiano sem direção
Contrição do poeta do cerrado
De que vale ter saudade
Aqui no meio do cerrado
Se caminhasse hoje chegaria tarde
No ponto de partida,
bom é ficar calado
A vida não é covarde
Apanha-se o semeado
Não adianta ter alarde
No descuido que tenhas plantado
Nem remorso que na razão arde
Viva sua arte, encarnado...
Lágrima de poeta
O poeta chora...
Seu espírito olha de dentro para fora
Rimando as tramas ilusórias da poesia
Em versos de dor ou de alegria
Expelidas das lavas da inspiração
Do profundo sentimento
Da sua solitária emoção
E povoado argumento
De sonhos, de imaginação
O poeta chora...
Diz querer mas não vai embora
Insiste nos soluços da memória
No amarelado da saudade
E o colorido da felicidade
Pintando as páginas da vida
Em pinceladas de chegada e partida
Com palavras livres de alma aberta
Caídas da verdade fingida da lágrima de poeta
Maleta de viagem
O poeta veio pro cerrado
foi visto na meseta
em minas foi saudado
nas mãos poemas e uma maleta
Silêncio do Poeta
O poeta fala e a alma escuta
Teus versos de palavra bruta
Lapidados pelo sentido absoluto
Com as tuas rimas em tributo
Grifam a inspiração em poema
Nodoados de satisfação, dilema
Que teu silêncio inteiro trova
Teus amores, alegra, tua alcova
E quando emudece, se acoita
Nas sobras das estrelas afoita
Versejando os teus lamentos
Lamentando teus sentimentos
Com quimeras de um profeta
Nas falas do silêncio do poeta
E no alarido e silêncio em disputa
O poeta cala e fala e a alma escuta
21/10/2015, 21’22”
(Horário de verão)
Cerrado goiano
Poeta
O poeta fala e a alma escuta
Teus versos de palavra bruta
Facetados na rima absoluta
Que no poema a vida tributa
A inspiração quimera e labuta
No alarido e silêncio em disputa
O poeta cala e a alma executa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
"Amo e tenho de tudo para ser feliz
Sei. Eu é que preciso de melhorias
Sou este poeta, um triste aprendiz"
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
maio, 2016
Poesia e o poeta
Lento o tempo passa no cerrado
Passa numa aflição acelerada
Arremessando a alma numa cilada
Onde evoca o estro do passado
No alvo papel não tem nada
O lampejo enrugado maltrata
E o tempo na poesia, pirata
Ensaiando asas para revoada
E na lira inocente e árida rima
Vacila a desmedida emoção
Querendo virgem inspiração
Onde o verso treta e aproxima...
A poesia do poeta
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR POETA
O amor que poeta unicamente
para ti, luzente verso incisor
tão exclusivo em trova maior
e de inspiração total e ingente
É compendio tão integralmente
do coração, pulsando estertor
no peito forte e lugubremente
deste humilde, ao seu dispor
Poeta, outrora independente
agora prisioneiro e pecador
deste querer-te impaciente
Ao receber-te este poema flor
leia com o olhar complacente
é uma confissão do meu amor
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
POESIA, POETA, LEDOR
Eu poeto!
Ele poema!
Poesia em soneto
Soneto em dilema
Prosa do alfabeto
Rima no teorema
Teorema secreto
Trova suprema...
Poesia sem ledor
É verso sem gema
Poeta sem amor!
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
O poeta fala e a alma escuta
Teus versos de palavra bruta
Facetados numa rima absoluta
Que a quimera na poesia tributa
Em alaridos e silêncio em disputa...
Pois, o poeta cala e a alma executa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
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