Poesia te Perdi

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Amanhecer



O despertar de cada dia

Traz em sim a semente da vida

Refazendo nossas energias

Transformando a dor sentida.



Em cada amanhecer...

Em cada novo despertar...
Há um embrião que nos impulsiona a avançar

Convidando-nos a crescer.

Inserida por LucianeTonete

AMBIGUIDADE

Uns carregam prata outros trazem ouro
Eu? Nem ouro nem prata, tenho rosas
Umas com espinhos, outras formosas
No meu farnel são um acaso e tesouro

Na oferta é para serem harmoniosas:
Nas dores, as brancas são vertedouro
Na sorte, as negras portam mal agouro
Assim, ornam a vida, tornam prosas

É enredo no amor passado e o vindouro
Aos corações belas poesias primorosas
E nas lágrimas, doce arrimo batedouro

Dotam a emoção, alegres e nervosas
São cores na morte e no nascedouro
Vão em todas as venturas, preciosas

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O AMOR

Fui um dia, mais que um diverso instante
Devaneei e nem se quer por ele eu tinha
Inspiração ou na estrofe qualquer linha
Para mergulhar na poesia emocionante

Por ele sem sequer saber, sofrer eu vinha
Nas estórias de imensa angústia cruciante
E seria envolvido em trama vil e delirante
Na inquieta nuance da desventura minha

Andei correto e fiel sem ser redundante
Me inspirou versos de dia e de noitinha
E mesmo assim, a solidão foi triunfante

No poetar espalhou como erva daninha
Contaminou as rimas, se fez importante
Ah! O amor, tê-lo é tal cigana adivinha

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE SEM DESCULPA

Tão igual quanto saudosar alguém
é sentir-se solitário acompanhado
estar rodeado e na alma isolado
ter do lado lembranças sem ir além

A saudade só importa se ela provém
dum amor contente do ser amado
retribuído no mesmo quilate doado
aquele que fala a influência do bem

Mas se o morno é a têmpera e peso
a dor da ausência um simples acaso
e os lamentos ruídos sem real culpa

Com certeza o coração não está aceso
o olhar vai se encontrar no tal descaso
e a saudade no sentir falta, é desculpa

Luciano Spagnol
24/06/2016, 14'14"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DOLOROSA VIA

O tempo me fez velho e derreado
Já não respondo aos vários limites
A vida agastada perdeu os convites
Os sonhos de mourejar hão curvado

O corpo na ação perdeu o apetite
E assim vou num choroso estado
De lamúria triste e olhar cansado
Enfraquecido na força sem rebite

E o insistente querer, ainda espera
Da vitalidade, poesia e viva quimera
Para velejar nas nuvens da ventura

Nestes trilhos deixo o carril da sorte
Até que eu baste no portão da morte
E vá estar na paz lúgubre da sepultura

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Parodiando Pe. Antônio Tomás

Inserida por LucianoSpagnol

Escuto vozes

Dizem que os poetas
-... ouvem vozes,
vozes das musas
voz de anjos, vozes...

Não é verdade,
a única voz que escuto,
quando escrevo
é minha própria voz.

A voz do medo,
de voz do absurdo
a voz do desespero
a voz da humanidade.

A voz da guerra
a voz do preconceito
a voz da ilusão
a voz da esperança.

Quero continuar a ouvir,
vozes, vozes do futuro
vozes que sonham
vozes que acreditam.

Que ouvir vozes é um sinal
um sinal de humanidade
um sinal de que Deus se importa
mesmo que os homens
não acreditem, eu ouço
vozes...

Evan do Carmo 24/06/2016

Inserida por EvandoCarmo

SONETO DO AMOR POETA

O amor que poeta unicamente
para ti, luzente verso incisor
tão exclusivo em trova maior
e de inspiração total e ingente

É compendio tão integralmente
do coração, pulsando estertor
no peito forte e lugubremente
deste humilde, ao seu dispor

Poeta, outrora independente
agora prisioneiro e pecador
deste querer-te impaciente

Ao receber-te este poema flor
leia com o olhar complacente
é uma confissão do meu amor

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

sim,
o mar, o céu, o infinito
confundindo a terra que jaz num paraíso que já não habita
o vento, a brisa, a chuva
confundindo a pele que arpeja
a força, a vontade, o desejo
confundindo a vida
o caminho, a trilha, o curso
de um rio inerte que se esvazia...
contemplo o inalcançável do teu corpo
a centelhas de milhas de mim
e me recolho a tocar-te em pensamento
num tempo altruístico
e de deleite de um sonho
tão intensamente sonhado
e nunca vivido

Inserida por MargaridaDI

Corpo

Minha mente vaga no vazio
Quase me perco, por um fio...
Meu corpo sente frio,
enquanto me nego a acender o pavio.

Minha cabeça está confusa,
e você me usa e abusa
Minha alma está perdida,
ou talvez, partida.

Ando tão cansado
Mas de quê?
Me sinto um derrotado
Talvez eu não deva me apegar a você.

Inserida por Yanh0pe

Por muitos anos vivi
sem esplêndida alegria
mas agora percebi
com tremenda euforia
por que estamos aqui

Finalmente sou feliz
Agradeço meu senhor
Depois de tantos anos
Ter recebido tanto amor

Colocou na minha vida
uma pessoa especial
que trouxe no seu ventre
uma linda semente
hoje virou minha filha
nosso maior presente

Uma nova vida a cultivar
difícil de cuidar
e aos poucos educar
mas quando da risada
leva-nos a entusiasmar

Ela encanta com seu jeitinho
deixando magia no ar
e dando amor e carinho

mas me entusiasma mesmo
se sorrindo pro paizinho

Ela deixa alvoroçado
e com ternura ela seduz
qualquer um que chegue perto
dos seus olhos azuis

Eu só vou agradecendo
de poder participar
dessa v idinha tao linda
que nasceu pra alegrar

Inserida por marcosdemacedo

SONETO DA SEGUNDA FEIRA

Por seres o primeiro dia útil da semana
O dia da tal preguiça a tu entitulada
Por seres tão lenta a manhã raiada
És indesejada, ao despertar tirana

Por seres ao mau agrado condenada
Num trato pequeno, de simples fulana
Por seres mais que um início traquitana
És evitada, e tão pouco mais celebrada

Como a coirmã, sexta, tão aplaudida
Querida, e esperada. És desanimada
Como um fim de festa, ali, chicana

Por não ter outra ou qualquer saída
És encarada como anódina estrada
E nesta pendenga és outra semana...

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO EM RETIRO

Quem dera, a saudade, que agora sinto
Da ausência de um alguém, fosse ilusão
E a mim e de mim apenas uma invenção
Eu seria no fado felizardo, e não absinto

Quem dera, este poema falasse de paixão
E fosse correspondido neste amor faminto
Pra cochichar doces versos que pressinto
E só pensa em você, e só pra ti faz menção

Mas a realidade é que estás na distância
E a solidão comigo veio num oferecido
Me sufocando nesta saudade em questão

Mesmo para ti eu não ter mais importância
Serei sempre um devoto e comprometido
Por ti... Pois este amor vai além da razão.

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Quem sou? Quem tu és?

E passaste em frente aos meus olhos
Tramando a crueldade no amanhã sombrio
Estou cansada de ti e de teus espinhos
Que cravas no meu peito...
Abri-te meus braços novamente a um abraço
quem sou?
quem tu és?
Sou...Talvez uma canoa sem alcunha
Um pássaro ferido... Por tua crueldade!
E eu qual ave que voa na alma do vento
Quero lembrar-te que te amei e
Que te dei aquele para quem cantei para faze-lo adormecer...
E que me encantei por ele durante toda a minha vida...e por
Seus sorrisos cândidos...e que dele fiz uma cintilante estrela
Para que seguisse estradas de flores perfumadas da vida
Com o farol do amor..

Quem tu és? aquela que me devolveu.a dor
Eu não merecia tanto desamor!!!

Inserida por celinavasques

Amor eterno

No saber, eu quero, és quem eu quero
Não é algum engano, nem do coração
Se é preciso terei calma nesta paixão
E com paciência, assim, eu te espero

Até quando te aguardar? Sem noção!
Pois o meu amor por ti é muito sincero
E quando se sonha, tudo é próspero
E no afeto de verdade, nada é em vão

Se o tempo deixar, se não for austero
Aqui vou estar, irei além de ser razão
Neste ou noutro plano serei só seu

Nesta vida, eu, neste amar te venero
Se houver eternidade, com permissão
Pra poder dizer: amo você! Tudo valeu!

Luciano Spagnol
29/06/2016, 10'22"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Único...

És único... Nossos fragmentos se juntaram
Encaixaram-se...
E qual duas estrelas chocamos... Tu e eu!
Tu és único no mundo!
Serei única pra ti!
Assim como nossos corpos segredam juras de amor
Em meio ao silêncio
Meu coração há muito tempo perdido bate junto ao teu
Cadenciado... Ritmando musicas
Espalhando notas musicais... Belas... Românticas... Primaveris...
... Dentro do teu alcance...

Inserida por celinavasques

DESEQUILÍBRIO

Se entre nós existe
palavras cerradas
o não que insiste
o frio das madrugadas
um olhar triste
debruçar-se na janela
um horizonte enriste
paisagem com cancela
distância vindo a pé
o que me resta, dela
é eu passar um café!

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Guardo na gaveta
Minhas joias raras
Que não estão à venda
Não empresto
Não alugo
A lembrança
Os amores
As boas recordações
E quando a saudade aperta
Abro a gaveta
E lá volto ao passado
Que foi ontem
Outro dia
Muito tempo
Minha história de vida
Errando...
Foi que aprendi
Chorando...
Foi que valorizei
E amando...
Tive a certeza que fui feliz!

Inserida por Crysgrer

SONETO DA SOLIDÃO

Eu estou completamente solitário
Passa o dia, vem a noite, agonia
A tarde entristece, cinzenta e fria
E eu aqui no cerrado, destinatário

O por do sol, de belo, virou nostalgia
Numa clausura da saudade... Unário
Eu, vejo o tempo não mais temporário
Tal folha de outono sem a autonomia

Nesta sequidão aumenta o itinerário
Do místico e algoz retiro em infantaria
Avançando firme, sendo um breviário

A solidão na vida, tornou-se relicário
Onde o tempo ora neste árido sacrário
Em cadência nas contas da melancolia

Luciano Spagnol
30/06/2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Mais um dia onde sonhos, esperanças e surpresas já não me acompanham o imortal sono e frustrado despertar. Nada mais excita, surpreende os humanos são, apesar dos séculos os mesmos que desfilavam outrora: vaidades, torpezas, frivolidades e crueldade! Sempre foi divertido caçá-los e extinguir vidas tão desnecessárias; absorver o doce licor de suas pulsantes veias, saborear o apagar do brilho de seus olhos... Porém, assim como seco suas veias e descarto o corruptível corpo, os séculos drenaram minha ansiedade e a sede já não se satisfaz! A insatisfação e monotonia de todo esse tempo passado e, àqueles que sucederão, me enchem de tédio e anorexia. Nada, ninguém que valha o esforço, a atenção, o cuidado... a chamar atenção real, para saborear aquele rubro e quente derramar de vida! Então, um riso meigo e olhar gentil aguça meu desejo e arde minha sede... alvíssima pele em roliço e macio pescoço de jovem vendedora de flores, Em seus longos e ruivos cabelos resquícios de minúsculas flores brancas qual grinalda de prometida noiva... nas veias o sangue em rápida e enlouquecedora marcha! Enfim sinto a ânsia retornar e crescer a tal ponto de não suportar perdê-la. Preciso de sua essência dentro de mim revigorando-me, alimentando-me! Alguém compra-lhe as flores enquanto eu aguardo nas sombras aquele instante perfeito onde a caça cai nas garras do caçador, um momento único de união perpétua. Ao findar seu estoque retira-se satisfeita à caminho de casa. Acompanho seus movimentos sinuosos ardendo em chamas de loucura! Num instante arrebato-a para afastado jardim e entre os arbustos sugo o sangue tão avidamente desejado e necessário ao refazimento de minha personalidade carcomida. Seu macio e perfumado cabelo ruivo tinge-se do rubro de seu sangue enquanto viajo no sabor único de sua vitalidade enchendo-me à luz de indefinível luar.

Ariadne

Inserida por AriadneLaTerza

Mainha disse que falta leite
Piada se tornou
Mainha disse que falta o pão
Piada se tornou
Mainha disse que faltou o que comer
Piada se tornou

Pega a pasta dental
Passa na língua
Bebe água gelada, dorme menina
Com cinco anos aprendi esse macete

Tem merenda?
Hoje é farinha com açúcar
E antes? Na hora de almoçar?
Tem arroz e cinco pedaços miúdos de
carne de sertão
Que é pra combinar com sua idade e
também com o seu tamanho

Cadê o papai?
Saiu cedo para trabalhar!
Mal sabia eu
Não havia emprego algum
Papai ia na fé
Andando procurando um bico
Da cidade que morávamos
Até a cidade vizinha

Mamãe me arrumava
Colocava eu e meus dois irmãos
para ir à escola
Sempre na despedida nos dizia
"Estudem e se comportem."
Na lancheira as vezes um milagre
Cream Cracker com doce de goiaba

A noite chegava
Era a reunião familiar
Papai suado, cansado e assado
Mamãe na cozinha
Catava as migalhas para pôr no jantar
Todos unidos ao redor da mesa
Agradecemos a Deus em oração

A gente não reclamava
Simplesmente agradecia
O bom humor e a fé
Era o que nos renovava
E assim a vida a gente seguia

Foi nesse período da vida
Que aprendi com os meus sábios pais
Que rir é o melhor remédio, sim
Para cada problema que surgia
O bom humor era a solução

Agora que me fiz crescida
É assim que levo a vida
Com bom humor
Sempre com um riso pronto

Posso ser vista como imatura
Por dos problemas da vida eu sempre rir
Mas pra quem teve uma infância dura
Esse é o melhor caminho a seguir

*Gabriela Oliveira
27 de fevereiro de 2016
01:40 AM
@sejaamodaantiga

Inserida por sejaamodaantiga