Poesia sobre Silêncio

Quando as palavras são incapazes de traduzir meus sentimentos, calo-me e deixo que o silêncio fale por mim.

Quando a dor emerge das profundezas da alma, as palavras se curvam em silêncio para dar passagem à lágrima.

Amor sonhado, desejado, idealizado e concretizado nas linhas silenciosas dos meus versos, que nessa busca delirante ainda espera por você.

Certas memórias são sagradas, gosto de revisitá-las. Mas, ando por suas ruas em silêncio, pra não acordar o passado.

Para os que tripudiam sobre minhas palavras simples, eu ofereço meu silêncio na taça do mais fino cristal da minha rebuscada indiferença.

⁠Em um mundo onde se fala muito e pouca coisa se diz, acaba dizendo mais aquele que permanece em silêncio.

⁠No fundo, no fundo, o silêncio de uma mulher nada mais é que um grito de quem se cansou de não ser ouvida.

⁠O silêncio de uma mulher nada mais é que uma forma sofisticada de tortura; a dúvida atormenta até mesmo os que nada devem.

⁠Se até nós, meros mortais sabemos interpretar silêncios, imagine Deus. Se as palavras te abandonaram, Deus não te abandona, jamais, conecte-se em silêncio com ele que ele ouve a tua prece silente.

⁠O silêncio é um idioma, com signos muito fáceis de serem lidos, mas nem todos conseguem entender.

⁠Certa vez, li em algum lugar que "o silêncio é um texto fácil de ser lido errado." Discordo. Palavras sim, podem ser interpretadas de forma errada, mas o silêncio jamais.

⁠Apega-te à tua verdade, não à que o mundo impõe, mas àquela que pulsa no silêncio quando estás só. Essa verdade íntima, que resiste mesmo nas noites mais longas, é a chama que não se apaga. Nela habita tua essência mais pura, e quem se ancora em si mesmo, por mais que o vento sopre ou as marés mudem, nunca se perde.

Pais de autistas sabem que os olhos, definitivamente, falam demais. Soltam palavras mesmo quando não querem que ninguém os leiam. Sabemos também que podemos encontrar milhares de respostas ao seu silêncio. Silêncios tímidos, distraídos,tristes, alegres...Às vezes, silenciar é fazer contato.

Aquilo que não dizemos fica pairando sobre nossos sentidos como uma nuvem negra radioativa. Transforma-se em angústia, noites sem dormir, nó na garganta, insegurança, ciúmes, nostalgia, dúvida, insatisfação, tristeza, ansiedade, medo, depressão, dor crônica... O que não dizemos cresce assustadoramente dentro da gente como um monstro medonho e mais cedo ou mais tarde explode como o cogumelo escarlate de Hiroshima.

Algumas palavras chegam-me à boca como brasa, e eu as engulo rápido. Às vezes é melhor se queimar por dentro que provocar um incêndio.

Eu tentava ficar calada, com medo que ele percebesse, mas o amor era indiscreto e fazia uma festa em meu olhar.

Nem sempre a resposta está na ponta da língua. Às vezes, ela está no silêncio e, não raras vezes no desprezo.

O olhar dele tinha todas as palavras que precisavam serem ditas. Então, ele me olhava e, em silêncio dizia coisas que não ousava falar.

Se as pessoas transferissem para o silêncio a mesma capacidade que têm de falar muitos desconfortos e mal entendidos seriam evitados.

Tanto a palavra quanto o silêncio podem ser interpretados de maneira errada. Na dúvida, eu ainda escolho o silêncio.