Poesia ou Texto Amigo Professor
ENEM 2015, CHEGANDO A HORA!
- Quero parabenizar a todos que não mudaram seus sonhos e não caíram nesse papo de quem não sabe nada, que perdemos 1,2 ou 3 anos buscando algo dentro de nós.
- Pense comigo bem rapidinho...
Imagina um médico que desiste de seus pacientes?
Imagina um advogado que desiste de seus clientes?
Imagina um professor que desiste de seus alunos?
Imagina um salva vida que desiste de salvar vidas?
Quem não é confiável em um sonho não é em nenhum outro.
Esse é seu ano, seja em uma faculdade particular ou uma Universidade pública.
Quem é bom pode tornar-se excelente...
Quem é ruim só pode reclamar, invejar, necessitar e torcer para que você desista de seu sonho.
Somos Saudades...
O bom da saudade é que ela tem um preço, que não é alto e nem baixo, é justo.
Pois as pessoas esquecerão o que você fez e como fez, elas esquecerão as coisas boas e ruins que você fez, mas nunca esquecerão como foi tratado ou tratada por você.
Sentimos saudades de como fomos usados, provados e deixados, sentimos saudades do que fomos para alguém e se esse alguém nos fez bem.
A mentira só é perfeita quando vira a própria realidade.
Então quando você verificar a sua volta alguém, algumas pessoas, uma família, um casal, um par perfeito, saiba.
Eles criaram uma realidade para você cair na armadilha.
Os melhores sabores são infinitamente imperfeitos e contraditórios.
E chegam a ser irritantes às vezes...
Sendo assim, vamos brincar de viver.
Fuga Frustrada
Constantemente pessoas buscam a felicidade, elas mudam de emprego, mudam de lugar, mudam seu visual, seus amigos não são mais os mesmos. Não é de surpreender que continuem infelizes e superfíciais. Não me interpretem mal, a mudança é fundamental em nossa vida, o problema é que tornamos a vida banal, preocupados com o próximo carro, o próximo sapato. E esquecemos que a felicidade não é comprada, ela está onde você menos procura, num sorriso de um bebê, no barulho das ondas do mar e no ouvir de nossa canção preferida. Aquele que não é feliz, não será feliz em lugar nenhum, você anda procurando nos lugares errados. A felicidade vem de dentro.
VOLTEI A ME DROGAR!
Tudo estava certo em minha louca vida.
Contratei uma empresa muito conceituada chamada Gato Preto, para embalar e guardar meus livros de minha humilde biblioteca, para ser hermeticamente condicionada para viajar para onde eu decidir, seja dentro do território nacional ou para fora do País.
Mas não consegui me condicionar, voltei a usar as drogas e fiz novamente, agora depois da cura, voltei a usar drogas pesadas e estou na marginalidade. Livros, uma doença sem controle...
Vou pagar excesso de bagagem por causa de vocês...
Mães não deixem seus filhos comigo, eles podem entender a Teoria do Caos.
Bom dia e me desculpe ‘promessa’.
Desculpe, desculpe e desculpe, estou muito mal, pois paguei com o veneno que criei e propaguei. Essa semana estive em um local excelente e fui fazer compras, sim compras, estudei, tenho condições e compro o que desejo e não o que você quer, parece duro, mas não sou, não quero celular caro, não quero calça de marca, quero cultura, livro, almoçar com quem amo e quem me ama. Faço meus trabalhos sociais, mas são meus e tenho pavor de autopromoção, quem gosta disso faz geografia¹.
Essa semana encontrei uma antiga jovem que se achava, humilhava os negrinhos, gordinhos e feinhos na sala, além de adorar uma sacanagem rock in roll, não conhece? Pode ser em solo, dupla ou grupo, e ainda propagava que era da igreja. Estava ali, funcionária de um salário mínimo nacional, que é menor que o regional, assustada por me ver, pois sabia que eu faria o que sempre falei...Lembra-la que não tornou-se aquilo que cuspiu no rosto de todos os outros (as) sofridos (as) alunos (as). Mas na hora me senti muito mal, não consegui humilha-la e ainda lhe pedi desculpas. Ver uma jovem tão linda inundada pelos seus próprios erros me fez mal e por isso venho pedir desculpas e alertar...
ESTUDE, POIS NADA NA TERRA TE LIVRARÁ DE TUA LÍNGUA. Você é o coveiro ou a coveira dos seus atos.
Boa noite...
O Rock in Rio não começou...
Só a partir de 18 de setembro até 27 de setembro...
Hoje foi só para quem não vai ter oportunidade de tirar foto e postar como se tivesse ido.
Mas entenda...
Dia 28 você volta a ser pobre, o ENEM será mês que vem e quem te sustenta vai morrer primeiro que você, pelo menos ele espera isso. Então para de show porque BRT é transporte e não destino.
E estude...
Esse ano a Bienal me fez melhor...
- Me tornei melhor conhecendo Roque, fiz peregrinação com a professora Mirian, aprendi que nem tudo é control C control V com Silmara, fotografei, fiz amigos, fiz amigas, fui feliz. Vi pessoas que eu amo pessoas que eu amo me viram. Senti saudades, notei que o que fazemos é pouco, aprendi que as pessoas podem estar invisíveis, vi amigos dentro do PSDB e inimigos dentro do PT. Esse ano estive com Cortella, baguncei sua tarde de autógrafos, terei fotos erradas, ele pediu para voltar, sorrimos, mas foi em um todo que me fiz professor, que me senti aluno. Conheci Amanda e me apaixonei, mas ela fala klingon e se despediu em Vulcano, a troquei por uma batata ou será que foi um engano? Mas o importante é que estamos a poucos meses do final de 2015, tenho A-Ha, tenho uma noite incrível de terror no dia 31 de outubro fora do Rio, tenho parentes operando, tenho um novembro cabalístico, mas que ano de 2015. Esse ano notei que pessoas não gostam de ser elogiadas, umas não conseguem nem ser amadas, nasceram e foram criadas para serem odiadas. Mas em breve começo minhas aulas na escolinha de surf, então posso fazer nada, melhor posso, tem um professor que partiu e que vamos lutar para lhe dar uma honrada comemoração...
E para o resto vou comprar NUTELLA, afinal, se consegue acalmar uma mulher com cólica, consegue melhorar qualquer dia...
Hoje é segunda e amanhã tenho um almoço marcado com uma das pessoas mais importantes da minha vida e amanhã ela ainda me autografará algo mais importante ainda.
Antes tapávamos o sol com a peneira, agora tapamos com a hipocrisia.
Estou com muito medo, não me morrer, pois não tenho, não de ser preso, pois 60 minutos todos os dias de banho de sol com bandido o transformo em pós-graduado no que eu desejar. Mas hoje vi adolescentes sendo agredidos, não pela polícia, órgão oficial de banalizar a violência e afins, não, hoje notei que existia uma raiva, um ódio por parte da população e pior, não eram os de classe média alta, foram motoristas de Ônibus, auxiliares de padaria, porteiros e afins. Irmão batendo em irmão por um fascismo ditado e copiado. Estou com medo dos falsos ricos... E você me dirá tá com pena? Não, pois eles estão acostumados a ‘apanhar’... Meu medo somos nós começarmos a gostar de ‘bater’.
- Já entrevistei um oficial de alta patente de uma força policial e lhe perguntei: é difícil matar?- Ele falou: - na primeira vez, ficamos dias, semanas sem dormir e comer direito, mas depois do segundo, terceiro, fica fácil como o abrir de olhos.
Entenderam? Tenho medo de não termos mais a capacidade de nos indignar com atrocidades.
Agora você entende porque algumas pessoas me odeiam?
Um dia, não sei se por falta de banho, tenho certeza que não, pois se banho tirasse a cor eu estaria branco, pois tomo tanto que até uma bela argentina namorei, exatamente por viver dentro d’água mas é uma outra história e estória e depois conto). Mas uma linda jovem que tinha uma mãe tão linda quanto, me deu de presente, caros e deliciosos sabonetes da Natura, com o nome #todoodia, fiquei assustado: será que não tomo banho todo dia? Mas não é essa a questão, mexendo em meu guarda roupa, já que estou separando o que será doado para as pessoas, brechós e afins, notei que um dos sabonetes estava enrolado com uma meia que só uso para fazer tatuagem, qual é? Posso não? Sim uma meia, como tenho que manter minha moral, coloco meia porque no ambiente surreal que me tatuo faz um frio incrível e sou negro, negro sente frio nos pés. Palhaçada posso ter manias não? Mas vamos ao meu sabonete, que sabonete, mesmo se passando 8 anos ele ainda tem cheiro, ainda lembra aquela menina linda e com um fogo incrível, mente brilhante e que com muita perspicácia notou que eu não estava mais casado e queria como se estivesse no Alto da Compadecida, fazer o casamento entre sua mãe e eu o João Grilo de Ariano Suassuna, cabe isso? Acho que daí vem nosso amor, um amor mais que platônico amor do verbo Arianar, Niemeyear, e que a faz ser primeira colocada em tudo, mas mesmo assim ainda distribuir agradecimentos aos outros, como se os outros fossem ela. Mas via entender quem menstrua, caraca e o sabonete? É mesmo esqueci, o sabonete faz parte de uma história que terminou ou na melhor das hipóteses trocou, mudou de capítulo. O sabonete continua comigo, a tenho prova, mas o que me fascina foi que ela me deu uma aula de vida quando me deu a caixa de sabonetes, como sabonetes nós seres humanos, terminamos, começamos, nos lavamos, nos sujamos, amamos, perdemos ganhamos. Como sabonete, vida pode nos ser dada, pode nos ser tirada, mas primordialmente pode e deve ser recomeçada. E mesmo que eu venha a usar esse sabonete, seu cheiro, sua moral, seu bico, seu abraço de filha sempre estará comigo. Mas sobre o amar e/ ou odiar? – Simples, as pessoas me odeiam pelo que no começo já havia informado, 9 em cada dez que nutrem esse ódio o faz porque perderam... E sobre quem me ama, não existe sou o isqueiro, minha vida só tem um propósito: ser isqueiro e acender a luz das estrelas, das verdadeiras estrelas e a sinceridade custa alguns ódios e você é a minha maior estrela.
Suco de maracujá
A década era de 1980, o ano não lembro ao certo, eu era acordado por minha mãe todas as manhãs com o intuito de ir à escola, época de prova acordava mais cedo pra estudar. Meio que no automático eu levantava e ia para a mesa tomar meu café, me servia de café com leite e pão caseiro com margarina, na época chamava de manteiga, não tinha noção que a verdadeira manteiga era mais cara. Dificilmente aguentava tomar um banho que preste, quando somos crianças sentimos tanto frio, meio que só molhava o cabelo e vestia a farda azul da escola Instituto José de Anchieta de Bragança, pegava a merendeira e nunca sabia ao certo qual seria o lanche daquela manhã.
Junto com meus irmãos, já prontos, também seguíamos em caminhada com destino à escola, eu nunca fui só para a escola, já que fui o segundo filho a nascer, sempre tive a companhia do meu irmão mais velho nessa caminhada. Os demais irmãos se juntavam assim que alcançavam a idade de estudar.
O caminho pra escola era seguido de algumas brigas e brincadeiras. Cada parte do caminho tinha para a gente uma conotação especial. Chegado à escola nos dirigíamos as nossas respectivas salas. Ainda lembro das primeiras letras que consegui fazer e sempre ficava muito feliz com cada coisa nova que aprendia. Na hora do intervalo, todos as crianças tiravam de sua lancheira os lanches e faziam sua refeição, ali mesmo sentados na mesma mesa a qual estavam estudando. Naquele dia minha mãe colocara alguns biscoitos e suco de maracujá, após o termino do intervalo recomeçava a aula, o pensamento as vezes voava longe, dando asas à imaginação e dando continuidade àquilo que a professora acabara de falar. O término das aulas era anunciado, me juntava aos meus irmãos e fazíamos o caminho de volta, com as mesma estórias, as mesmas brigas, com o pensamento longe e a imaginação fértil, imaginação que apenas as crianças podem ter...
Saudades
A cada novo dia que surge, a memória que você não está mais nesse mundo é apagada. A dor continua a mesma, acordo e preciso aceitar que o que aconteceu não mais pode ser desfeito, não conto isso para ninguém. Quem nunca perdeu alguém não entenderia, me visto de coragem e enfrento a vida. Sigo em frente mas meu coração sangra, quando quase me acostumo com a dor o dia chega ao fim. O sono faz com que meus escudos psíquicos sejam derrubados. Onde está você? A paranóia recomeça, por qual motivo é tão difícil aceitar que tudo possui começo e consequentemente um fim?
Encontros
A primeira vez que ele a viu foi na farmácia, ele estava com uma forte dor de cabeça e como é de costume de todos foi atrás de algum remédio pra gripe ou resfriado, para que os sintomas fossem amenizados. Enquanto procurava os comprimidos, em sua visão periférica apareceu um vulto moreno de cabelos longos, lisos e negros. Ao virar para olhar, se deparou com uma linda menina (mulher) no auge dos seus 22 a 25 anos e com toda a beleza que lhe é característica da idade, ela sorriu, escolheu algum produto para a pele, mesmo que não precisasse e foi embora. O dia passou rápido, a imagem da jovem mulher não saía da cabeça dele, mas como na vida apenas o primeiro encontro é demorado, após alguns dias viu seu amor platônico novamente, dessa vez bem rápido, enquanto passava de ônibus indo para casa após um árduo dia de trabalho. Quando começamos a gostar de alguém é normal termos medo de fazer uma abordagem e acabar com nossas chances com a referida pessoa. O tempo passou, dias, semanas, até meses. Ele descobriu que ela se exercitava numa academia próxima ao seu trabalho, até se matriculou, começou a se exercitar apenas com o intuito de vê-la, quanto mais tempo passava, mas ele a amava, mais tinha medo de chegar junto e ficava feliz com os bons dias dela, até imaginava que aquilo era um sinal de que ela sentira algo por ele também. As vezes a encontrava na mesma farmácia, na academia, na rua, mas nunca teve coragem de falar nada, se contentava apenas em apreciar sua existência. Em um dia nem tão belo, ele a viu de mãos dadas com um rapaz, ficou irritado, esbravejou, jurou vingança, ela tinha acabado com seu amor. E lá foi ele, triste e deprimido, por perder aquilo que nem ao menos um dia foi dele...
Não existe idade para se ter sabor.
- Não sei se é sabor que queremos, nem se é o que podemos, mas sem sombra de duvida, é o sabor que temos obrigação de viver.
Não é por ser sexta que você tem a obrigação de aproveitar, é por esta vivo que você tem o direito de ser feliz.
Não coloque a culpa em quem ousou te dar sabor, não. Coloque a culpa na sua covardia, que faz com que seu sonho não tenha futuro.
Aos alunos da disciplina de Auditoria Tributária e Trabalhista, da Universidade Anhembi Morumbi:
Desejo muito sucesso na caminhada, pois estudar em momento pandêmico é para os fortes e aguerridos, imaginando-se as renúncias realizadas para buscar o aprimoramento profissional e pessoal, de modo que admiro a coragem e dedicação apresentadas.
Avante na busca dos sonhos mais épicos!
Contem comigo!
SEJA RARO
Quando a vida for cruel
e quiser te machucar,
Quando esse mundo for pesado
e quiser te esmagar
Seja raro, e mostre ao mundo
como tudo isso superar.
Quando Superar parecer impossível
e nada lhe ajudar
quando tudo for incerto
e você só duvidar
Seja raro e acredite
tudo isso vai passar.
Quando o caminho for difícil
E suas pernas fraquejar
Quando não se tem rumo
e nem lugar pra chegar
Seja raro, reinvente sua estrada
e comece a caminhar.
Quando te faltar o ar
e força pra continuar
Quando os obstáculos
te fizer desanimar
Seja Raro, siga em frente
e nunca pare de tentar.
Quando a maldade te assombrar
e tudo que é bom se ocultar
Quando não tiver carinho
e o abraço lhe faltar
Seja raro, sorria e
reaprenda a amar.
Quando fracassar
e não tiver ninguém pra te ajudar
quando tudo que é ruim
conseguir te derrubar
Seja Raro, tenha fé
e comece a levantar.
Quando não tiver saída
e a solução não encontrar
Quando não houver mais esperança
e for difícil suportar
Seja raro, e entenda que é depois
dos fracassos que se começa a prosperar.
Enfim,
Para ser raro, é preciso ser
resiliente e eficaz
dar o passo à frente
Enquanto todos dão um passo atrás
fazer o que ninguém faz
Ser persistente e desistir jamais.
E VAMOS DESCENDO A LADEIRA...
Eu cresci no carnaval.
Essa festa me proporcionou alegrias imensas.
Com o tempo, compreendi o mega-hiato social que existe nesse festejo popular.
Negros como cordeiros a puxar as cordas dos blocos com expressiva maioria branca. Era a transmutação de escravizados nos navios negreiros nos mares do tempo.
Os do bloco - que podem pagar - acessam livremente as ruas e as calçadas. O povo-pipoca só pipocava nas calçadas espremido pela repressão econômica.
Nos camarotes, réplicas de patrícios e patrícias do império romano desfilavam sua beleza segregadora.
Os catadores de recicláveis garantiam, numa agilidade grotesca e fantástica, a limpeza do excesso de fantasias etílicas.
Sim, foliões, o carnaval termometra nossa visão condicionada que atesta as desigualdades sociais e outros tipos excludentes.
Os blocos afros desfilando às madrugadas, já longe dos holofotes preguiçosos da conveniência monetário-midiática.
E é difícil entender Gerônimo cantando "Eu sou negão!", Daniela cantando "A cor dessa cidade sou eu!!", Saulo cantando "Salvador, Bahia, território africano...".
E a "Negalora" da Claudinha Leitte?
Aqui não tem preto para ativar seu lugar de canto, não?
As letras marcantes do carnaval baiano devem muito à cultura afro-baiana.
Com o tempo, conforme dissera, fui notando essas contradições as quais são exibidas a partir de uma naturalidade quase pétrea.
Pegaram uma negra do cabelo crespo e alegaram que ela não gosta de se pentear (será que ela não curte escova e luzes, para se parecer com a sua desidentidade?) , por isso, na Baixa do Tubo, considerado bairro de pequeno poder aquisitivo, ela será humilhada. Vão passar batom na boca da vítima, porque é comum ridicularizar o preto (muitos memes fazem isso e são compartilhados "de boamente").
Mesmo com tudo isso, o povo, que "não sabe que não sabe", quer viver o carnaval. É um momento de escape, de fuga da realidade, de fantasiar-se.
Dopamina, ocitocina, serotonina e endorfina explodem nos circuitos.
Muitos recarregam o seu emocional nesse momento de subversão autorizado pelo Estado.
Seja na tradição do frevo pernambucano, na explosão temático-tecnológica do carnaval fluminense ou nas multidões axé-musicalizadas em sudorese contínua na Bahia, uma parte significativa do país ama o reinado fugaz de Momo.
Dinheiro envolvido? muito. Demais. São bilhões de reais em lucratividade. Mas esse dindin o povo nunca viu a cor.
Apesar de tanto, o povo aceita a alegria da loucura autorizada, decretada pelo sistema regulador das nossas vidas.
É uma pena que não haja similar empenho de sociedade e governo para evolucionar a educação do nosso povo, em prol de um carnaval mais equânime, mais justo, mais acessível socialmente falando.
Infelizmente isso é uma utopia, uma quimera...
Em função de uma pandemia altamente contagiosa e letal, não haverá carnaval.
A festa não acabou, porque sequer começou.
Vamos aproveitar, dessarte, para pensar no folião mais importante (você), no trio elétrico mais possante (o amor, o trabalho digno e o conhecimento) no bloco mais "estourado" do carnaval:
O bloco da VIDA!!!
Ao ritmo da percussão em nosso peito!
E VAMOS SUBINDO A LADEIRA!
EU DEVIA APRENDER A ME CALAR!
Hoje foi um começo. Sofri, mas creio em algum reflexivo resultado inicial. Por mais de cinco vezes, eu percebi que não deixava a minha sócia de existência encerrar um pensamento. Eu acobertava o pensamento dela com o meu. Ela falava. Eu interrompia. Ela falava; eu interrompia. Ela falava, eu interrompia. Ela falava eu interrompia. Ela falarrompia...
O machismo estrutural afeta o nosso psicológico. E isso é forte em mim. Venho enfrentando esse meu comportamento em prol do respeito humano. Eu achava que respeitava bastante, até porque fui “menino criado com vó”, e ela me ensinou a respeitar as mulheres no sentido de assédio e abuso, sexualmente falando. Porém, com o tempo, aprendi que há outros tipos de assédio e abuso.
Ao interromper uma linha de raciocínio, estou praticando abuso. Ao me achar mais inteligente em detrimento de outrem, estou praticando assédio. Esses comportamentos são tenebrosos, infelizes e não nos fazem evoluir, pois realizam a manutenção de uma pseudoautoridade e um real autoritarismo de um “status quo” machista.
A cultura e as relações com o meio, enquanto linguagem, acabam definindo pontos de vista nocivos, sem que paremos para refletir sobre a coerência dos aprendizados embutidos em nossos campos do conhecimento. Pedrinhas confundem-se com sementes, dado nada vicejar nesses terrenos do discernimento ativo. Apenas aceitamos como verdade e pronto.
“E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” Isso consta na Bíblia, em 1Tímoteo 2:14. A mulher, pelo que parece, transgrediu, porque foi enganada. Então, se um estelionatário me enganar, eu não sou vítima dele, mas comparsa ou cúmplice na transgressão, na infração, na violação da lei?
Em 1Timóteo 2:11-15, “A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio”. Talvez, em razão de ensinamentos como esse, não tenhamos uma papisa, uma rabina ou uma aiatolá. Ou seja, os líderes máximos das religiões abraâmicas (judaísmo, cristianismo e islamismo) são homens.
Vocês podem rebater imediatamente dizendo que tais sentenças são coisas do passado. Mas o que dizer do que ocorreu em fevereiro deste ano (2021), quando Yoshiro Mori, presidente do comitê olímpico de Tóquio, disse que mulheres “têm dificuldades em ser concisas. (...) Se uma levanta a mão (para falar), as outras acham que também devem se expressar. É por isso que todas acabam falando”. Ele ainda deixou claro que o comportamento das mulheres, nesse sentido, era “irritante”. Com essas declarações, Mori recebeu duras críticas veiculadas na mídia. Ele, então, retratou-se e renunciou ao cargo. Agora é ex.
Nós, homens, em uma parte expressiva, não nos damos conta do que fazemos com as mulheres quando sem perceber lhe cerceamos a fala e nos colocamos num degrau acima.
Aliás, o ato de um homem, de forma desnecessária, interromper a fala de uma mulher tem nome: MANTERRUPTING, neologismo criado pela jornalista Jessica Bennett. Outra situação que passa despercebida ocorre quando uma mulher já explicou algo, e o homem explica de novo, como se ela não tivesse condições de ser clara ou concisa, o que pode criar um embaraço, um mal-estar ou um constrangimento. O nome disso é MANSPLAINING, termo inspirado pela americana Rebecca Solnit.
E é isso, gente!
Eu preciso terminar aqui, porque – que bom! – a minha amada está me chamando e estou ansioso para ouvir tudo o que ela tem a me dizer.
Sem interromper, aprendendo a me calar. Abrir a boca então? Só para amar!
SERÁ QUE SÓ VC NÃO VÊ?
No livro Ensaio sobre a cegueira, escrito pelo português José Saramago, uma pandemia aflige o mundo. De repente, todos perdem a visão. Sofrem uma cegueira branca. No começo, parecia que as pessoas iriam se ajudar, ser solidárias, melhores. No entanto, os problemas da sociedade logo ressurgem e são potencializados, já que ninguém “enxerga” a mudança necessária para o bem coletivo. Com essa cegueira moral, o instinto de sobrevivência prevalece, sobrepuja a razão, o ódio subjuga sentimentos altruístas. Impera o egoísmo, enfim.
A palavra instinto nunca foi tão presente na contemporaneidade.
Analogamente à obra literária, vivemos também uma pandemia, só que da Covid-19 em franca mutação. Quando ela começou muitos gestos maravilhosos aconteceram. Alguns foram divulgados nas mídias sociais. As pessoas pareciam que aprenderiam alguma lição sobre fraternidade e comunhão. Todo dia, às 18h, um vizinho ancião tocava a Ave Maria em sua flauta doce, da sacada da janela. Ao término, todos os vizinhos aplaudiam de suas janelas.
Até então não havia vacina, nós éramos a cura.
Com o tempo, a cegueira moral se abateu sobre muitos. Indivíduos sem máscara. Outros em aglomerações. Uns tantos negando a pandemia. Outrem oferecendo pseudofármacos. Dois médicos, renomados, minimizavam a gravidade do patógeno e vieram a óbito por causa dele. E tudo isso envolto em informações, contrainformações, falsas informações. Enfim, uma cegueira moral despencou sobre nós. A nossa cegueira branca.
Mas aí chegou a vacina. De vários grupos científicos. A britânica Oxford-AstraZeneca, a estadunidense Moderna, a germano-estadunidense Pfizer BioNTech, a russa Gamaleya Sputnik V, a sino-brasileira CoronaVac. Infelizmente, o imunizador – não importa qual – poderá a longo prazo reduzir os efeitos dessa silenciosa e sufocante enfermidade viral, contudo a corrupção humana ainda levará tempo longínquo para ser publicizada como a mais letal e senecta doença entre os humanos.
Autoridades que deveriam dar o exemplo nesse momento tão triste da história do homo sapiens furam a fila do imunizante para se beneficiarem, como se fossem capitães de um navio a fugir no primeiro bote salva-vidas. No nordeste brasileiro, os prefeitos de Antas(BA), Candiba(BA), Itabi(SE), Guaribas(PI) adotaram a máxima: “Farinha pouca, meu CoronaVac primeiro”. Além deles, há vários... filhos e filhas de sicrano, queridinhos de beltrano, os amores de fulano.
Eis que o norte do Brasil se asfixia e tenta clamar por socorro. Na Bíblia, há o livro de Salmos cujo capítulo 42, no versículo 7, traz a mensagem “Abyssus abyssum invocat”, ou seja, um abismo chama o outro. No norte do país, os estados do Amazonas (Falta de oxigênio em Manaus), Amapá (apagão e colapso dos hospitais) e Rondônia (falta de leitos e médicos) mostram o extremo a que podem chegar as más gestões e desvios de verba em solo pátrio.
Enquanto isso, na fantástica terra do leite condensado, o mandatário da nação vai a uma churrascaria na companhia da matilha política, além de artistas, como Naiara Azevedo, Amado Batista e Sorocaba. De mórbida praxe, ao final, o mascarado presidente sem máscara deleita-se em selfies e aglomerações contagiantes...
No livro Ensaio sobre cegueira, aos poucos, a cegueira branca se foi. Abriu-se uma perspectiva de o mundo ser um lugar melhor, no qual as pessoas agora percebam que quando enxergavam eram cegas de amor. E, como se o universo ou Deus, permitisse uma segunda chance, o homem então mais racional poderia compreender finalmente a relevância das emoções, principalmente aquelas que nos fazem querer abraçar o outro em qualquer sentido benevolente da palavra.
O Brasil anseia por um final tal qual o da ficção. Todavia, na catarata dos sonhos, está tudo branco ainda, ainda está tudo escuro, então.
O QUE CEROL DE NÓS?
Eu, menino, mirinzinho ainda, voinha me levou para conhecer o Rio de Janeiro.
A gente ficou no bairro de Duque de Caxias, na casa de uma amiga dela, D. Arcanja, que aliás fazia jus ao nome (e sobre quem no futuro contarei algo).
Ocorre que fiquei na frente da casa vendo os meninos empinarem arraias naquela rua de barro.
De repente, um monte de carioquinha veio correndo em minha direção, e - súbito - uma pipa caiu no meu colo.
Tentaram tomar de mim. Aí segurei a arraia com cara de medo e gritei:
- Oxe, oxe, oxe, oxe! Nada! É minha!!!
Aí um deles falou:
- Vc é baiano?
- Sou!
- Oi! Eu sou Arimam!
- Luís.
- A gente vai te liberar, baiano, mas vc vai ter que empinar essa arraia!
Nos dias seguintes, fiquei vendo os meninos temperando a linha - o cerol - para a batalha aérea que aconteceria no dia outro.
Era fascinante ver a algazarra mitológica que a gurizada empolgada fazia. E, quando uma linha era cortada, pequenos troianos fluminenses corriam para ver quem pegava o prêmio. Uma espécie de alegre agressividade coloria o evento... Rsrsrs
Eu não tinha linha nem aprendi a receita do tal cerol. Mal sabia empinar, a não ser o meu nariz, como blefe de valentia (rsrsrs). Então, numa atitude criativa e desesperada (às vezes o desespero é um start para a criatividade...), fui catando um monte de resto de linha velha que via pelo caminho, fui remendando uma na outra e fiz o meu carretel "frankenstein".
Na véspera do retorno à minha Bahia, fiz a arraia ganhar o espaço com as linhas de bagaço.
Arimam já era o meu melhor amigo e me orientava no combate espacial.
- Vai, baiano! Vai, baiano! Puxa! Solta! Vai!!!
Os outros davam risada, pois entendiam que linha remendada, velha, usada, desgastada não garante nada.
Eles entenderam errado...
Consegui cortar a arraia dos meninos da outra rua!
Fui carregado como herói da meninada!
No dia seguinte, a despedida... Ia chover, mas Arimam desenhou um sol no meio da rua de barro... As nuvens respeitaram a majestade solar...
Todos fizeram uma vaquinha e compraram geladinho com broa de milho. Foi uma das melhores festas da minha vida.
Voltei à minha Bahia com a minha voinha.
Isso aconteceu há 39 anos...
Hj não mais menino, lembro essa história e percebo que minha vida é um carretel de linhas remendadas cuja arraia ainda está no céu...
Ainda está no céu...
Sobre o que virá depois?
Não sei mais nada.
A única certeza é que, embora forte e imprevisível, chegará a hora em que a linha será cortada...
E eu correrei em alguma rua do infinito da memória com a meninada.
Obrigado, Arimam!
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