Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
DORES
Dói-me uma perna e um braço,
Dores cruéis de suportar,
Chegam ao cérebro num passo
Sem sequer protocolar.
Dói-me o estômago e um rim
E torço-me como a serpente,
Em dores que gritam em mim
Como um animal demente.
Dói-me o coração no pico
Das emoções escaldantes,
Dói-me a alma quando fico
Sem dores no corpo gritantes.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 26-11-2023)
ESPERANÇA E VIDA
Ando por cá, pela esperança,
Já porque a vida
Prometida,
Foi-se esvaindo
Desde o passado findo,
Rumo a um sonho de mudança.
Um poeta jamais descansa,
Sempre que descreve as dores
Que o espetam como uma lança,
No peito dos seus fervores.
Foi uma vida de dissabores,
De desgostos e alguns amores,
Num nascimento talhado
Debaixo dum pobre telhado,
Numa noite fria e breve
E dizem que caía neve
Gélida, branca e borralheira,
Nas mãos da minha parteira.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 26-11-2023)
SAUDADES DE JÚPITER
Vivi tantos anos algures,
Num telúrico planeta
Chamado Terra...
Fugi para Júpiter um mês;
Esqueci o telúrico
E abracei o gasoso,
Num gozo
Sulfúrico.
Lá voltarei um dia, talvez …
Deixou-me saudades
O que Júpiter encerra,
Maior vapor
E muito mais amor,
Que na própria Terra,
De tantas necessidades.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-11-2023)
CASTANHAS
Aqui, chegaram em tempos
De outros tempos...
Talvez omissos
Nem derriços,
Mas com muitos ouriços,
As castanhas
De raças tamanhas,
Pequenas ou alentadas,
Agora cozidas, fritas ou assadas,
Em manjares de muitos nobres.
Em tempos iludia a fome aos pobres,
À míngua de mais alimento,
De melhor e gostoso sustento,
Numa vida de amargura.
É verdade, juro pela lua:
Eu perdi o meu juízo
E mais os dentes do sizo,
A trincar castanha nua.
Crua.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 27-11-2023)
Eu custo a me desanimar, mas, me desanimo.
Eu custo a desistir, mas, eu desisto.
As vezes você faz isto por você ou pelos outros.
Há um diabo no mundo, mas são os que os humanos criaram, vivendo eles com seus demônios interiores, a fazerem a demonização ou endemonizaçoe uns dos outros nesse lugar.
Mas são somente suas maldades, e sendo feitas por homens e mulheres, mostram se todos estando endiabrados em religião ou fora delas.
LUZ PERDIDA
Tantos anos na escuridão,
Procurei um dia a luz
No túnel da ilusão,
O brilho que me seduz.
Fiquei cego na minha cruz
Da vida,
De tanto olhar sempre em vão,
A luz da minha partida.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 28-11-2023)
O Comunismo tem duas faces.
A primeira face é composta por uma minoria de falsos intelectuais escravistas. A segunda face é composta por uma maioria de vagabundos que vivem de migalhas.
NATAL DA REVOLUÇÃO
Natal. Que revolução
Vai dentro de mim, agora:
Porque não veio o nevão
Da neve cinzenta de outrora?
Falo pelo país de mim,
Gente pobre e tão feliz,
De ser pobre e mesmo assim,
Numa esperança sem raiz.
Mesmo sem o tal nevão,
Do frio da nostalgia,
Eu prefiro ser chorão,
Que profeta da idolatria.
Haverá Natal de conceito
Sem aquela representação
Dum presépio tosco e feito,
Pela minha própria mão?
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-12-2023)
Se você comprar uma bíblia e não lê, então você é um católico. Se lê somente no contexto ou o que te convém, é um evangélico.
Mas se leu por completo, então é um ateu. Eu só li metade, porque eu sou sou RACIONAL.
A fé não dá nenhuma respostas.
Ela faz com que os em credulidade nos rebanhos,deixem de se questionarem e fazerem as perguntas, evitando o que seria para padres e pastores muito embaraçosas.
Somos o que falando mostramos e fazemos várias vezes e não o que falam quem ou que somos.
Não há nada que fique oculto quando o comportamento revela.
VINDIMA DE ESPERANÇAS
Quando se ama ou se volta a amar
A natureza perdida,
É sinal que a própria vida
Mesmo que dolorida
Tem esperança noutra saída
Rumo a um nova vindima.
Afagam-se os cachos com carinho
De baixo para cima
Como numa rima.
Provam-se as uvas coloridas
Prenhes de doçuras convertidas
Em álcoois depois amadurecidos
Em madeiras velhas consentidos
E fatalmente domados,
Aconchegados odores de bom vinho
Em toneis anciãos embriagados.
Era o Douro da Pesqueira em braços
De mulheres e homens de desembaraços
A soltar da cepa mãe, os filhos maduros
Naqueles socalcos pedregosos e duros.
Alguma lágrima vertida ao arrancar
Em doloroso transe de despedida,
A uva néctar fadada a uma nova vida.
Eram os bagos gordos e mimados
Pela natureza sol e solo vividos,
Que logo na prova primeira,
Fazem da minha amada Pesqueira,
A mãe do vinho dos meus sentidos.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 13-05-2023)
CADEIA DE CUSTÓDIA
Na trama da justiça, um elo crucial se faz presente,
A cadeia de custódia, guardiã diligente.
No caminho das provas, seu papel é essencial,
Preservando a verdade, com zelo sem igual.
Ela surge como um fio condutor,
Garantindo a confiabilidade, com todo o seu vigor.
Desde a coleta ao descarte, cada passo monitorado,
Um testemunho imparcial, do início ao resultado.
Na teia do processo, a cadeia se entrelaça,
Rastreando as evidências, sem deixar rastro de fumaça.
Cuida das provas, em sua jornada complexa,
Com a responsabilidade de uma guardiã preza.
Nos métodos ocultos, seu valor é ainda maior,
Para provas obtidas em segredo, com sabedoria e rigor.
A cadeia de custódia revela o caminho percorrido,
Assegurando a validade, em cada elo revestido.
A transparência se faz presente em cada etapa,
No protocolo cuidadoso, não há margem para falha.
Com registro preciso, a prova se fortalece,
Na cadeia de custódia, a verdade enaltece.
Assim, o sistema jurídico se firma em solidez,
Com a cadeia de custódia, garantindo a lisura de vez.
E no palco da justiça, a verdade se revela,
Graças à cadeia de custódia, fiel sentinela.
Em meio aos debates e tribunais em ação,
A cadeia de custódia assume sua missão.
Protege a justiça, com seu laço de confiança,
Preservando a imparcialidade, com brilho e esperança.
Que seja sempre honrada, essa cadeia de valor,
Guardiã das provas, com um compromisso de amor.
Na jornada do Direito, seu legado é eterno,
A cadeia de custódia, elo firme e fraterno.
DIA DAS MÃES
Existem Mães e mães
Me refiro a aquelas que criam seus filhos como fossem propriedades particular
Manipulam suas mentes para que permaneçam ao seu lado e lhe deem suporte.
Oferece liberdade sem educar
O resultado culmina em drogas, pessoas incenssatas, sem pudor, baixa cultura.
Para ser Mãe tem que ter Responsabilidade.
ALMAS GÉMEAS
Ninguém me vê...
Acabrunhado
Ao mortificado,
Nesta cadeira velha
Que faz doer as cruzes
Deste esqueleto
Já absoleto
Que se senta
Rumo aos setenta
À espera de algumas luzes.
Ainda bem que ninguém me vê...
Neste cubículo escritório,
Em sistema de dormitório,
Para dar em cada dia ao mundo
Um poema infecundo
Teorema lógico
Dos axiomas
Postulados
Gravados
No sistema patológico
Rumo doloroso
Até conseguir o dialógico
Gostoso,
De ter alguém em simpatia,
Que todos os dias em sintonia,
Anima e faz viver a minha poesia.
(Carlos De Castro, in Há Hum Livro Por Escrever, em 15-05-2023)
Agora que vislumbrei o brilho dos teus olhos,
Luz que iluminou o meu dia com desvelo,
Que será então do astro chamado Sol,
Que outrora brilhava em tua mocidade tão bela?
Será que o Sol não mais brilhará com tanto esplendor,
Como nos dias em que eras tão jovem e serena?
Ou será que as estrelas reluzentes não mais iluminarão,
As minhas noites tão solitárias e plenas de pena?
Mas mesmo que o Sol perca seu brilho dourado,
E as estrelas se apaguem no céu estrelado,
Tu és a minha luz, meu Sol, minha estrela guia,
E em teus olhos eu encontro a alegria e a harmonia.
Que será desse nobre cavaleiro,
Se sua armadura não lhe protege o peito,
E o alfange transpassa-lhe o coração,
Ferindo-o com dor, desespero e aflição.
Melhor seria tombá-lo com bravura,
Pelo toque da escalibu com doçura,
Do que sentir a paixão que tanto o inflama,
E que o leva a sofrer sem ter quem o ama.
Nesse jogo de amor não há vencedor,
Nem perdedor, só há dor e amor,
Seja qual for o desfecho dessa história,
Promete-me uma coisa, sem qualquer glória:
Não chames o meu amor de meu amor,
Nem a minha dor de minha dor,
Pois o amor é um sentimento que não se prende,
E a dor é um mal que não se compreende.
Se o doutorado em teologia, ele não servir para abrir os olhos de quem vive enganado.
Então ele não serve para NADA.
Fico preso em meus pensamentos,
Mesmo com o passar do tempo, ainda me vejo como um menino inocente.
No turbilhão da vida diária,
Percebo o menino perdido em mim, buscando seu caminho.
Ao longo dos anos, carrego a tristeza,
Mas vejo o menino dos sonhos, ansiando por felicidade.
Quisera voltar a ser aquele menino do interior,
Perdido nas memórias do tempo que se foi.
Busco encontrar-me no âmago daquele menino,
Que um dia sonhou em alcançar a felicidade plena.
E, com a passagem dos anos,
Esforço-me para ser a pessoa feliz que o menino idealizou.
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