Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Crepúsculo eucarístico
(Victor Bhering Drummond)
Sim; eu poderia cometer os pecados da carne,
A fúria da gula
Ali mesmo no pátio da igreja
Na sombra, no sol,
No sino sem tom,
Nos versos de Drummond
Ou sobre os livros apócrifos
Olvidados por santos e hereges.
Mas que pecado cometi
A não ser amar e devorar você
Como o doce vampiro de Rita Lee?
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(Poema inspirado na igreja e restaurante Santa Catalina em Buenos Aires, onde saciei a minha fila e alimentei o meu amor. Ouvindo e lendo Rita Lee)
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Eu gostaria
Para escutar tudo o que você tinha a me dizer e não teve coragem
É tão difícil enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Para escutar todas as canções que você vai cantar
Faz tanta vergonha enquanto estamos vivos
Por que a morte é tão difícil
Mas solta as amarras dos que ficam vivos?
A morte não é poesia.
A vida de quem fica.
Mas quando eu morrer
Como eu gostaria de voltar
Para receber sua visita
Descobrir como você conseguiu
É tão complicado tempo enquanto estamos vivos
Quando eu morrer
Eu gostaria de verdade de voltar
Para escutar as suas recordações
É tão difícil lembrar enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu não vou poder voltar
Então escrevo isso
Para que quando eu morrer
Você saiba que de alguma forma eu sei
Que nossos olhos físicos vejam a beleza, onde quer que esteja e creia, sempre há algo de belo para que vejamos.
Que nossos olhos de alma, se encantem mais ainda e deixem nascer dentro de nosso interior, a imensa paz e a fé, sempre acreditando que nada é em vão.
Ela é exceção
Que no universo em teu olhar
Ela adormece até a alma.
Ela é canção
Que mesmo a cappella
Não perde teus timbres.
Ela é lua
Que mesmo com varias fases
Estaciona sua beleza frente a meus olhos.
Ela é poesia
Que furtará seus pensamentos
Em uma hora qualquer
Como furtou os meus
No final desse domingo chuvoso.
Barco de papel
E então descobri
Que é assim a vida
Um barco de papel
Velejando pela eternidade...
Ela pode ser leve
Se permitir-se sentir o vento
Pode ela ser densa
Se você não compreender o valor do tempo
Pode ela ser dança
Descompassada pela maré da existência
Ela pode ser criança
Se vivida com pureza e inocência
Com elas, posso ser livre
Sem elas posso estar amargo
Só não me tire das águas da vida
Pois então estarei farto
Pois se o mar é minha morte
Eu aceito como quem sabe
Que no meu barco de papel
Está escrita a história que me cabe
parasquedas
para quedas para
quem não sabe a
gravidade de manter os
pés no chão
para aquelas
paralelas
ruas que nos levam
sem direção
por que tantos carros?
por que correr
se é muito mais raro
estar com você?
aqui e agora!
para a queda
daquelas flores
um momento de
contemplação
os mais belos
ramos de cores
alimentam o
meu coração
aqui e agora!
Banho gelado
Manhãs quentes, noites frias
Fome sem apetite
Risos durante o dia
Lágrimas durante a noite
Sozinha nas noites, mas firme e forte constante
A BORBOLETA QUE SE DISFARÇOU DE FLOR
As flores são tão lindas,
Todas de estirpe real,
E se vestem como tal,
Com adornos exuberantes.
Uma borboleta tinha o desejo
De se vestir como elas
E encontrou um vestido azul,
Próprio de uma orquídea,
Fechou os olhos e se sentiu
Como no paraíso!
Um azul mais profundo que o céu,
Despertou curiosidade de todos.
Afinal, uma flor pode voar?
Enciumou a todas elas,
Que por mais que sejam belas,
Não podem sair do lugar,
Muito menos podem voar.
Tem como um ser tão magnifico
Alcançar o horizonte e tocá-lo?
Aquela borboleta conseguiu!
Tocou-lhe com seu coração.
Fim.
Ivan F. Calori
FOLHAS DE OUTONO
Sem seu calor
Minhas folhas murcham e caem,
Sem sua luz
Minhas energias se esvaem.
Tolice seria dizer
Que seria o mesmo sem você.
Minhas folhas perdem a cor,
Deixou-me o próprio vigor.
As folhas formam um tapete no chão.
Até a paisagem sofreu alteração,
Efeitos da mudança de estação!
O tempo passa e o futuro mais perto.
Ver o que é belo a cada momento,
Tudo vai acontecer no tempo certo.
Tento não tirar isso do pensamento.
Apesar de tantas mudanças,
Guardo comigo muitas lembranças.
Algo que alegra meu coração
É te esperar na próxima estação.
Fim.
Ivan F. Calori
COMO O ONTEM
Como alguns dias
Anos se passaram,
Como o ontem,
Esses se tornaram.
As pegadas deixadas
Na areia do tempo
Não são apagadas
Com o vento.
Existe uma senhora
Que nos leva embora
De volta ao passado,
Chamada Saudade.
Histórias escritas
Por nossas mãos,
Como um livro
De recordação.
Quando bate em nossa porta,
O que mais importa
São as lembranças boas.
E como o tempo voa!
Como alguns dias,
Como o ontem.
Fim.
Ivan F. Calori
A VIAGEM DA MONARCA
Desbravar regiões desconhecidas
Com o ímpeto de descobertas,
Asas que levam sementes da esperança,
Cavalgam para se sentirem libertas.
Em pleno galope, o seu único guia
É o que está presente no seu coração
Deixando pra trás sua terra natal
Abrindo caminho para a nova geração.
Comtemplar admiráveis paisagens,
Experimentar sua primeira viagem,
Voar sobre densas florestas,
Bem como por áreas desertas.
Voar, simplesmente voar,
O vento por si sentir passar
O azul do céu quase tocar,
Os pés no seu destino, por fim, pisar.
Fim.
Ivan F. Calori
AMOR DE FERA
Te amo do fundo
do raso... Te rasgo.
Te amo da seca
da chuva, do lago.
Te amo como a língua
no lambuzar do doce mel...
Como o sono ao acordar,
no sonho ao sol...
E, ao azul do céu.
Te amo, segundo...
Mês, ano heras!
Te amo...
Como o sangue ama,
o sabor das feras.
Antonio Montes
PIPOCA
Pipoca! pipoca...
pipoca, pipoqueiro!
Pipoca doce salgada
Oferece o dia inteiro...
Para a vida da molecada,
namorada e namoreiro.
O pipoqueiro lá da praça
vende pipoca p'ra viver
e a vida passa na graça
engraçada com você.
Pipoca doce salgada
branca preta e multicor
pipoca, para bravo e manso
na corrente, no remanso
e nas margens colorida.
pipoca para o menino
para o jardim com aquela flor
... Pipoca, tiro pipoca
cuidado com meu amor.
Antonio Montes
MORDA AMOR
Morde, morde e me morde...
se morder é o seu querer,
então morde, pode morder.
Mova, se mova meu amor...
Mova e morda, e se isso for
pode morder além da ordem.
Já que morde, morda ao sacudir...
Sacuda, passa os olhos, e morda
me morde, mas morde com ordem
fora de ordem ou na desordem,
Na conta ou no faz de conta...
se morder consta, morda, me
morde, e me coma como pode.
Antonio Montes
Minh'alma vaga pelo firmamento
em busca de uma estrela maior,
só encontra a saudade de outros tempos
quando encontrava o amor.
ENVAIDECER
É como o poeta dizia,
pirilim, lulin, lulin...
As flores d'aquele dia
soltaram pétalas para mim,
os ponteiros do relógio
pulou suas horas sem fim.
As falas do oratório
oraram rezas de pasquim...
Os grãos da ampulheta
Pirulin, lulin, lulin!
Se os ventos não me levam
Oh vida, me deixe aqui!
Me deixe aqui assistindo vermes
entalar-se com silicone
essa invenção que envaidece
criada pela mãos dos homens.
Antonio Montes
"sonhar é bom
e fazer sonhar também,
lembrança boa todo mundo tem,
é pra ser consumida feito pé de fruta,
no fundo do quintal,
todo dia você anda em cima do pé,
colhe uma e o sabor nunca é igual.
Então você se pergunta,
o que é isso afinal?
Entende, a medida que a fruta amadurece
o sabor fica mais acentuado
Só aí você aprende o amor de verdade
Nesse talvez me atrevo em fevereiro...
Retiro é minha máscara preferida
Me acho lá dentro da caixa do festeiro
E fervo mesmo é nas vagas marés da vida
Barquinho do amor
(Victor Bhering Drummond)
Peguei o barquinho do amor
Não adianta, marinheiro
Vou fugir desse pardieiro
Quero velejar o mundo inteiro
Me derreter de calor...
Fugi no barco do amor,
Longe de “tiros e assaltos”
Por favor não me pare
Só quero ser um amador
Bem longe da farra,
Da esculhambação
Deixo a ilha da gambiarra
Corro da perturbação
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RUMO DO MUNDO
Minha sina que no quadro
tentaram fazê-la na pinta...
Erraram perante o esquadro
e na tonalidade da tinta.
Essa pinta que desafina
... Tingiram com marrom,
esboço marcado,
e rascunho sem prumo.
Depois do prumo sem fundo...
Agora, estão tentando
achar o rumo do mundo.
Antonio Montes
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