Poesia de Cora Coralina aos Mocos
Conte-me.
Se já perdemos a noção do tempo.
Se nada mais importava por um momento.
Conte-me como hei de esquecer.
Não, não hei de esquecer!
Barreiras rompidas.
Sonhos criados, meu universo de desvarios.
Foi real, não imaginado.
Um universo de noites singelas.
Travessuras, misturando pernas com pernas.
Sorrisos encantados, corações lado a lado.
No caminhar de uma paixão.
Entornaste minha sorte, metendo os pés pelas mãos.
Meu coração ao procurar o teu, meu sangue errou de veia e se perdeu.
Na desordem de um caminho.
Uma camiseta vermelha pode enlaçar seu vestido.
Sem nenhuma predicação, inda sentindo seus seios em minhas mãos.
Desfrutando o sabor de amor que os lábios podem oferecer.
Não, não há como fazer de conta.
Quando de um coração se toma conta.
Então conte-me como hei de esquecer.
Um homem no chão da minha sala
alonga sua raiz
galo que estufa o pescoço
cana-de-açúcar e bronze
poças, chuva, telha-vã
rio que escorre na velha taça empoeirada
O homem no chão da minha sala
cidades de ouro
castelos de mel
velhas metáforas
sinos línguas gelatina
O céu no chão da minha sala
Esse homem no chão da minha sala
provoca o veneno da cobra
pulgas atrás das orelhas
mexeu nos meus bibelôs
consertou aquela estante
revirou a roupa suja
desenterrou flores secas
fraldas
chifres
quatro cascas de ferida
um disco todo arranhado
e um punhado de pelos
Aquele homem no chão daquela sala
me fez cruzar o ribeirão dos mudos
estufa de tinhorões gigantes
no piso do meu mármore
ele acordou a doida
as quatro damas do baralho
uma ninfeta de barro
e a cadela do vizinho
Daquele homem no chão da minha sala
há meses não tenho notícia
desde que virei a cara
saltei janela
fugi sem freio ladeira abaixo
perdi o bonde
estraguei tudo
vim devolver o homem
assino onde
o peito desse cavaleiro não é de aço
sua armadura é um galão de tinta inútil
similar paraguaio
fraco abusado
soufflé falhado e palavra fútil
seu peito de cavalheiro
é porta sem campainha
telefone que não responde
só tropeça em velhos recados
positivo
câmbio
não adianta insistir
onde não há ninguém em casa
eu, a amada
eu, a sábia
eu, a traída
agora finalmente estou renunciando ao pacto
rasgo o contrato
devolvo a fita
me vendeu gato por lebre
paródia por filme francês
a atriz coadjuvante é uma canastra
a cena da queda é o mesmo castelo de cartas
o herói chega dizendo ter perdido a chave
a barba de mais de três dias
NUVEM
babado de organdi
floco de algodão
carneirinho regredido p
rimeira comunhão
beleza que é o cúmulo
O que eu mais amava
O que eu mais amava em você
Nem era a cor dos teus olhos
Não eram os clássicos que você tinha lido
Nada do que pensavam sobre você
Era o que eu mais amava
O que eu sentia escondia-se
Além das percepções alheias
E aparecia no terremoto que existia
Durante os nossos encontros
Nenhum lugar viu isso acontecer
Nem as ruas dessa solitária cidade
Tampouco os olhares dos nossos amigos
Ninguém soube de nada
Só as paredes arruinadas do teu quarto
E o movimento frenético do meu coração
Que eu entregava para você
Mesmo sabendo que você fingia não saber
O quanto eu te amava.
Por que o Sol nasceu de novo?
Numa estação
Com destino a felicidade,
Notei o sentido de liberdade
De um lado o fone, na mão o microfone e na mente pensamentos a falar
Mas por que será?
O sol nasceu de novo
Repetitivo, as vezes competitivo
Sinto que estou ativo nisso
Mas a verdade vem
E a vida também
Mostrando que nada mudou
E sentido não tem, então, por que nascer de novo?
- Oliveira RRC
Nossa lua
Lembre-se de nós sorrindo
Que hoje escrevo chorando
A dor de um amor florindo
E nunca desabrochando.
Não se esqueça da taça de vinho
Que ficou pela metade
Igual ao nosso carinho
E hoje vivemos de saudade.
Mas bem sei que nunca me esquecerá
O tempo é nosso inimigo
Mas as lembranças vamos guardar
E se nunca me reencontrar
Não se esqueça que sou poeta
E meus contos tu vais morar.
@CarvalhoEscrito
COROAI-ME DE ROSAS
Coroai-me de rosas
Sejam vermelhas
Amarelas ou brancas
Coroai-me num jardim
No edam num céu de rosas
Coroai-me sem espinhos
Das mais belas rosas
Coroai-me de amor
Perfumado no coração
De perfumadas rosas na alma
não sei ser metade
e tudo dói por isso.
por hoje,
os olhos.
amanhã,
coração.
e assim por diante.
de órgão em órgão.
eu não sei ser metade,
mas nem sei o que é isto,
ser.
A vida é uma viagem
Estamos viajando
Novos passageiros chegando
Com novas ideologias
Com um novo estilo de vida
Viajando na vida
Com o atual estilo da mesma
Enjoando de toda essa besteira
Tentando não fazer besteira
Acreditando numa nova leva de passageiros
Que aos poucos estão a chegar...
Que começaram agora a viajar...
Aprendendo com os erros de viagens passadas
Chegou a nova geração,
Geral se aconchegou
Até as malas guardou
Pena que ao terminal o ônibus logo chegou
E com isso digo,
Pare o ônibus
Quero descer.
- Oliveira RRC
Seja em qualquer estação,
que germinem muitas flores
no canteiro do coração
junto à alegria e amores
Francisco de Assis
Francisco pequenino.
Meu bom Francisco menino.
Que a pureza de seu coração
ilumine meu olhar para o irmão.
Me encante como encantou Clara
para que trabalhe sem cessar na sua santa Seara!
Solito, solicito e dividido
Acabo como náufrago
Inunda as imundas ocas deste corpo
Sofro de novo, mesmo sem adorno.
Cauteloso até demais para sair bem
Astuto e perspicaz, mas não está também
Caindo de repente novamente
Arcabolso de choro: tem.
Agora só resta navegar
Nas lágrimas de desta ilusão
Quem diria que iria mesmo pagar
Pelo que os irmão mente e coração criaram.
Charles Chaplin
Ultimamente ando muito na chuva
Já fui mais feliz
Ultimamente amo a chuva
Perdi a essência, tô infeliz
Todo dia tento ressuscitá-lo
Não falo de Jesus
Não sou Jesus
Sou eu, quem falo
Devo ter perdido o sorriso
Talvez no Metrô
Aquele lindo sorriso
Hoje a máscara só funciona por trás do vitrô
Não entende oque eu falo
Muito menos oque sinto
Deve ser o destino
Aparecer pessoas que não entende o destino
Você foi embora
Só me deixou mais vago
Você era o motivo
Seja o motivo
"Não preciso me drogar para ser um gênio;
Não preciso ser um gênio para ser humano;
Mas preciso do seu sorriso para ser feliz"
- Leia o título.
Liberdade
Novamente interrompido
É que não sou querido
Nunca quis ser Quico
Não tinha nada com isso
A gente nasceu
Mas não viveu
Nunca vivi demais
E se vivo o mínimo, é demais
É preciso viver mais
Essa caça ao tesouro, tá demais
Minha loucura passou do limite?
Ou você é enganado sem limite?
Se me permite
Qual o seu limite?
Quando deixará a corrida pelo ouro
Para perceber o real tesouro?
Você que é cristão
Acredita na divisão do pão
Raciocine comigo, irmão
Na época de Adão, havia notas nas mãos?
Havia egoísmo, maldição
O mundo de Lennon ficará na imaginação
Maldição!
Ainda somos dominados por notas, irmão.
Nesse negócio de ambiente.
A gente a gente anda muito displicente.
E o lixo, continua sendo crescente.
A terra se enchendo a toda instante.
Poluição um perigo constante.
Enquanto jogamos lixo na rua..
A terra chora de tristeza e amargura.
Enquanto entupimos os bueiros...
A terra chora de tristeza e de desespero
Entre nós está uma pergunta:
A terra está feliz com o modo que a tratamos
Vencendo os limites,
- eu me vejo em ti -
Rompendo convenções
- eu me vejo em ti -
Imaginando mais de mil fetiches.
Cantando os sonetos,
- eu escrevo por ti -
Colhendo as flores,
- eu vivencio por ti -
Cultivando mais de mil sabores.
Enamorando os poetas,
- descrevendo-te -
Encantando as sereias,
- embalando-te -
Ao som das conchas singelas.
Alçando o impossível,
- relembrando-te -
Pedindo o teu perdão,
- surpreendendo-te -
Com o meu beijo cheio de paixão.
Afinal, eu sou tudo e nada,
Apenas aquilo que não se espera
De uma dama e poetisa,
Um verso do avesso,
Brisa sem eira,
Aroma que enfeitiça,
Poesia sem livro,
Intimidade desconhecida
Que roubou o teu juízo.
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