Poesia de Boca

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⁠Aprendendo com a vida.

"Quem tem boca vai a Roma"

No meu primeiro dia de trabalho, com 15 anos, menino da periferia, fui acompanhado por meu pai para agência do Banco Nacional, localizada no bairro da Pituba. Logo na recepção, foram nítidas as expressões de surpresa e desconfiança dos funcionários presentes.

Confesso que na época não dei muita importância para esse fato, talvez pela vida dura que levávamos e pela necessidade, sempre fui pragmático e focado no que era mais importante, naquele momento: o emprego.

Logo na primeira semana de trabalho, uma das minhas funções como boy era fazer pagamentos nos cartórios, bancos, correios, repartições públicas. Era muito verde, tímido, introspectivo, inexperiente e não conhecia a maioria dos bairros de Salvador.

De fato, não achava essa situação um grande empecilho para executar minhas tarefas. Porém, percebi que não poderia demonstrar ao meu chefe essa limitação quando comparado ao outro colega de função.

Dessa forma, sempre que ele perguntava sabe aonde fica? Eu respondia sem titubear: Sei, sim!

Já no ponto de ônibus, lembrei de um ditado antigo: quem tem boca vai a Roma. E assim, de grão em grão fui conhecendo todos cantos da cidade.

Mas uma coisa chamou bastante atenção nesses primeiros dias de trabalho.

Antes de sair para tarefas externas meu chefe entregava um valor em espécie para despesas com transportes.

Num desses dias, ao retonar no final da tarde, devolvi ao meu chefe o troco, já que não gastei tudo. Para minha surpresa, em vez de devolver o troco para tesouraria, ele simplesmente colocou o dinheiro no bolso e deu uma sorriso sarcástico.

A percepção da vida como ela é no mundo corporativo dava os seus primeiros sinais.

Inserida por I004145959

⁠Chamamos-nos de irmãos,
Mas às vezes só de boca,
Pois o olhar que lança espinhos
Fere mais que a mão que toca.

Inserida por Miriamleal

⁠Que voz está ecoando na sua língua?

“Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.”
— Tiago 3:10.

Inserida por Miriamleal

⁠TAL UMA BOCA QUE DESEJA

Vês? Não sentiste meu soneto amável
Poetizado com a sensação em espera
Somente o desinteresse, em ti impera
Deixando à emoção: tristura inevitável
E, neste poetar de uma paixão sincera
Um amor, aberto, ao coração palpável
Vindo d’Alma, do sentimento inevitável
Uma necessidade, de doce atmosfera

Agora, resta o pranto, o silêncio bizarro
A dor cortante, afastamento, o escarro
Quem um dia amou, todavia, apedreja
Se o meu verso causa inda poética saga
Tu o vês insignificante, ele, que te afaga
Beija, ameiga, tal uma boca que deseja!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 maio de 2023, 18’24” – Araguari, MG
*soneto que dialoga com "Versos Íntimos" de Augusto dos Anjos

Inserida por LucianoSpagnol

Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca

Luciano Spagnol
Poeta mineiro do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

PREDESTINADO

Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca

Fiquei em silêncio e confuso:
era o amor que sussurrava,
a saudade no afeto ocluso,
ou minha alma que sonhava?

Enxuguei então está carência
De ti querer em tudo adivinhar
Dediquei versos em reverência
E desta saudade pude poetar

Pois o amor vive um no outro
E não em algum diverso lugar
Pode-se querer ter naqueloutro
Predestinado está a quem amar

Luciano Spagnol
27/05/2016, 05'05"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BOCA DA NOITE

na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

OLHO-TE: (soneto)

Olho-te - o espanto de meus olhos salta
- Da tua boca o beijo num delicado cheiro
De tuas mãos aquele cuidado prazenteiro
Tudo de tua poesia sinto uma grande falta

Toda a nossa estória: - aqui nesta pauta
Do meu primeiro: - olá, o nosso primeiro
Encontro; - me completando por inteiro
Tudo neste poema é som de doce flauta

Sinto o palpitar no peito não mais calado
Quanto mais escrevo, mais de te anseio
Mas olho-te, em ti o meu destino amado

Ouço nas lembranças cada tal passeio
Cada sorriso, sempre aqui ao meu lado
Incitando comigo cada desejo que freio

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2019
cerrado goiano, 05'20"
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

MOMENTOS VIVIDOS

As histórias sempre serão contadas. Pode ser que não seja pela boca, mas pela memória. Os momentos que foram vividos, não tem mais como apagá-los. Eles existiram e permanecerão vivos no livro de história da vida. Já faz parte de nós, da nossa trajetória e do nosso passado. Podemos até tentar tirá-los da nossa mente, mas sempre estará lá, vivos. Não devemos lamentar pelo que aconteceu.

Por mais que não aceitamos, nada mais poderá ser feito. Apenas esquecer e deixar guardado na memória do tempo. É bom ter história para contar, momentos para lembrar e inícios para recomeçar. Quem tem história, tem vida. Quem tem momentos para relembrar, já viveu algo inesquecível, seja ele bom ou não. Os momentos foram feitos para que vivamos sem preconceitos e sem arrependimentos. Portanto, vamos viver o hoje e ser feliz...

Inserida por Rita1602

Faltas e querência

Me falta uma boca.
Me falta um corpo.
Me falta uma louca.
Me falta uma mulher!

Me falta a candura.
Me falta a doçura.
Me falta o anjo.
Me falta a mulher!

Eu quero a boca cândida.
Eu quero o corpo doce.
Eu quero a alma menina.
Eu quero o gênio, a ira, a loucura...
Eu quero Aquela Mulher!
☆Haredita Angel

Inserida por HareditaAngel

Despedida

Há momentos na vida, que não dá prá calar!
A boca fala o que a alma sente,
e grita todo o horror da dor...
As correntes se rompem...
Os sentimentos transbordam diluídos em lágrimas...
Magoa-se, quem nos endureceu o coração...
Perde-se quem na verdade nunca se teve...
Luz, que não reluz...
Vida, que não se refaz...
Parto, partida, ida, sem volta...
Adeus, até nunca mais!
☆Haredita Angel

Inserida por HareditaAngel

⁠"Para quem nunca me viu
eu sou bonita tá ?
Quem já me viu cala a boca ninguém chamou você na conversa!"
Haredita Angel
05.10.19

Inserida por HareditaAngel

⁠Você pode ser honesto
Em toda a sua jornada
Pode fazer caridade
Ter vida obstinada.
Na boca de quem não presta,
Quem é bom não vale nada.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Sem palavras

Silêncio, às vezes, é
O complemento da fala
E pra não ferir alguém
A nossa boca se cala.
Às vezes, ela falando,
Acaba cuspindo bala.

Santo Antônio do Salto da Onça/RN
17/11/2023

Inserida por gelsonpessoa

⁠Inclinei meus ouvidos ao Senhor e a minha boca falará com sabedoria, pois o meu coração foi revestido com a Majestade de Deus.
Não temerei os dias de escuridão, porque do nascente ao poente a Divina Luz Ilumina a minha vida!

Inserida por kutscher

⁠ANTES DO TEMPO

Sinto na boca o sabor amargo
de um fruto colhido antes do tempo
No coração, espinhos de rosas bravas por desabrochar
Os medos tombam-me os braços e impedem-me de voar
O meu corpo alberga o cansaço
e as marcas do tempo impiedoso
Martelam na minha memória, lembranças do passado,
que desencadeiam em tormento
Porque partiste antes do tempo
ainda não era o momento
O destino fez-se presente
e levou-te para junto das estrelas cintilantes do céu
Sem aceitar, sem compreender, continuei a viver
Dos meus olhos, correm cascatas que desaguam no meu peito
Dos meus lábios dormentes, saem murmúrios de saudade
Para tornar mais tênue a minha dor
Voo no pensamento e encho o olhar de esperança
Com as cores do arco-íris, pinto os sonhos e, como que por magia
palavras voam ao acaso
Caindo nas minhas mãos, em forma de poesia...
Poemas inacabados...
Versos que ainda não escrevi
E na minh’alma solitária
tenho gestos… retratos gravados...
e infindas saudades de ti!

Inserida por paulorobertooliveira

⁠Cuidado com a pessoa que te oferece mel na boca, ela pode ser a mesma que te apunhala pelas costas.

(ver Provérbios 16:28, 27:6 e Salmos 55:12-14)

Inserida por incognitasigma

Infelizmente

A tua voz está cansada e rouca
Pois não falamos pela mesma boca
E o teu corpo então é gordo e calvo
O teu lençol já não é limpo e alvo
Não advinhas de quem és escravo
Nem o que pode causar tal estrago
Eu sei porque vives feliz e calmo
É porque achas que estás são e salvo
Tua mulher não quer criar teus filhos
E tu não queres dividir teus grãos de milho
E mesmo assim eis que aí vem de novo
Tua parceira vai por mais um ovo
Mas tu não sabes do que tenho fome
Pois não nos chamam pelo mesmo nome
E quando comes te redeiam moscas
É porque usas sempre as mesmas roupas
Mas se perderes tudo até as calças
Só vão te dar algum caixão sem alças
E quando enfim chegar a tua hora
Não vão pôr flor ao pé da tua cova

Isso, dá esse sorriso de meia boca
Coloca minha cabeça no seu peito
Diz baixinho que está tudo bem

Isso, senta de lado no meu colo
Coloca vida no meu corpo
Abraça-me em silêncio sem contar o tempo

Isso, faz cara de mal e sensual
Sinta minhas mãos deslizarem por seu corpo
Dê-me um beijo que me tire a respiração

Isso, me conceda seu calor com ternura
Não contenha a emoção
Sinta-a palpitando meu coração

Inserida por demetrioMDS

ele me deu
um beijo na boca
e me disse
a vida é oca
como a toca
de um bebê
sem cabeça
e eu ri a beça.

Inserida por usuario315334

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