Poesia Completa e Prosa
Chuva
Chuva que cai
Encantadora melodia
Água la fora
mente tranquila
Chuva que cai
Bênção divina
pingos ao chão
Lembranças longínquas
Chuva que cai
Inesperado milagre
Correntezas escorrem
Caminhos se abrem
Chuva que cai
Promessa de vida
Ventos molhados
Quatro da matina
Chuva que cai
Amores passados
Trazem de volta
Eternas águas de março !
Março 8
Como lhe definir mulher? Sim és tu!
Capaz de levar a ruína o mais bravos guerreiros
Como não ouvir o timbre de tua voz que hipnotiza
Como não se render aos encantos sem me por de joelhos
És tu Mulher!
A mais misteriosa das criações de Deus
Criatura que nenhum sábio ousou a desvendar
A mulher; como não se perder em ti
Apaixonante é cada qual no seu jeito peculiar
És tu Mulher
Sincera em tuas manifestações emocionais
Amo não amo; alegre,triste,chorona e sorridente...
Socorro! Senhor que injustiça!
Sem manual não da pra entender claramente!
És tu mulher
Sempre meiga
Seu olhar,seu abraço e sua voz,percebe a simplicidade ?
Nos perdoe por não compreender.
E muito obrigado por nos cuidar nos guardar
Obrigado pelo simples fato de nos transformar
És tu Mulher
Sonhadora,guerreira e que vai a luta ao levantar se da cama !
Firme em sua intensa batalha cotidiana
Feroz como uma leoa que defende seus filhotes
Pois seus amados são os bens mais preciosos
Tu querida Mulher
A ti lhe que dedico a minha ousadia
Que mesmo sem lhe compreender por inteira
Lhe escrevo essa homenagem
Nas linhas de minha poesia
E um muito obrigado a você dia 8 de Março de 1857
Por esfregar em nossa face !
Que sem você Mulher eu nada faço
à você ficam meu carinho,beijos e abraços.
Escrever...
Em gestação a lágrima se peroliza,
remoendo-se em si.
Assim a palavra me angustia,
ansiosa por se formar e sair.
Sabemos que não está pronta,
ainda falta um tanto de vida.
Mas quem a pode dominar ?
Portanto, aos pedaços e escura
ei-la nascida contente consigo.
Eis-me atônito buscando o brilho
que ainda não há ou sequer haverá!
Incompleta...
O SONHO
Posso ouvir o sonho passar
Veloz e ao vento a bater
Deixando lembrança no ar
E saudade no curto viver
Eu pensei que ao acordar
O tempo deixaria de mover
Pois, ele não se põe a parar
Nem depois de se morrer
Um passo pra frente, a girar
Outro pra trás, sem se mover
Muita coisa pra se lembrar
É impossível de tudo saber
Então deixe a quimera levar
Pra que se possa esquecer
Quem sabe outro possa achar
O que você não soube ver...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Pai
Não queria crescer
Queria adormecer
num canto da sala
Onde sempre me carregava
E pro quarto me levava
Nos seus braços
Mais que protegida
sentia amada
Pai
Não queria crescer
Mesmo com as broncas
Que no olhar de criança
Sempre inocente
Guardava na minha mente
Os conselhos e ensinamentos
Para quando crescesse
Pai
Não queria crescer
Queria sair de mãos dadas
Correr e pular
Rir até de madrugada
E ouvir suas histórias
Às vezes engraçadas
Pai
Não queria crescer
Já que cheguei até aqui
Agradeço os momentos
Da minha infância
E tudo que aprendi
Como herança
Carregarei sempre o sobrenome
Será uma eterna lembrança
Da essência
Da nossa existência
Destino
Desatino
Sai do prumo
Não tem sentido
É confuso
Não entendo
Sigo o rumo
Um fio de linha
nos é dado
Lá no início
Ainda pequenino
Não somos
costureiros
Nem bordar
sabemos direito!
A vida ensina
tal profissão
Sem remuneração
Predestinação
Usamos a intuição
E tecemos
com a própria mão
Destino
Desatino
Sai do prumo
Não tem sentido
É confuso
Não entendo
Sigo o rumo
Destino
Vai traçando
Entrelaçando
Cruzando
Marcando
A vida
Até o fim da linha
Queria ter asas
para voar
Desafiar o vento
Sentir a brisa
Que vem do mar
Não se preocupar
com o cabelo despenteado
Pés descalços
Gostaria de assim
poder viajar
Conhecer lugares
praias
Pisar na areia
fofa e branquinha
Sentir o sol
na pele
E quando
cansada de admirar
essa natureza tão bela
Seguir voando
Livre!
E voltar pra casa
com segurança
Guardar minhas asas
Pra quando quiser
voar novamente
Sem precisar
pagar nada
pra conhecer o mundo
e muita gente
FIM DE TARDE
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando os meus desejos
tornaram-se seus.
O sol alaranjado era testemunha
do nosso amor.
Nesse dia construímos um mundo
(o nosso mundo).
Eramos os donos da Ilha
Eramos os donos da praia
Eramos os donos das dunas.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando a brisa fria trazia
consigo o soneto das ondas.
Quando me envolvi no calor do seu corpo
Quando nos aquecemos no calor do beijo.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando partimos felizes!
Quando o sol mergulhava no mar profundo
para por fim ao nosso dia.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Que em minha lembrança ficou...
UMA TRAMA (soneto)
A trama da perda tece o vazio
com fios do sofrer trançados
numa arte com a dor casados
que não abafa o frio arrepio
Ter e perder, já estão tramados
no fado, sem nenhum extravio
mesmo que a sorte cate desvio
as intenções darão seus brados
Pratique perder no ritual e feitio
para assim adoçar os finados
alvejando o olhar no ato sombrio
Perdi, perdeu, são passados
até perder, viva sem fastio
pois elas não deixam recados...
Luciano Spagnol
06, setembro, 2016
Cerrado goiano
CADÊ A CHUVA?
Cerrado, árido, ressecado
sem chuva, cheio de curva
pede , implora, sem demora
pingos, pode ser respingos
agora, embora hora é hora
água, pra molhar a mágoa
veloz, feroz, gotas em nós
venham, e se mantenham...
Oh chuva!
Com sol casamento de viúva
qualquer forma, o que vier
breve, leve , releve
você nos deve!
Então, cadê o trovão
traga pra secura candura
e ao dia pura alegria...
Piúva! Cadê a chuva?
Tão bão, ouvir-te no chão.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
NA SEQUIDÃO DO CAMINHO
No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha
Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)
Ressaca
–
No excesso
Que descabe
Do teu avesso,
Da tua escolha,
Amontoando
Minha cabeça,
As lembranças
Que escapavam
Do meu lembrar
Não sei como,
Não sei porque
Nem como parar,
Só sei que sei
Vou além
Mas não,
Não morro não
Sou todo feito
E efeito
De exageros.
Te amo
Desse jeito.
Vou muito bem,
Obrigado.
Violência
–
Sou um misto
Arriscado
Do fogo
Que vai
Alastrar,
Alucinação
Que vais gostar.
Porque você quer?
Porque você me quer?
Já não sabe bem?
Da dor e combustão,
Do abandono,
Da fuga e saia justa,
Destruição e fissura,
Desse tiro no escuro?
Você ainda quer
Brincar comigo?
Ainda quer?
Fuja!
Fuja logo,
Não olha pra trás,
Não olha pra mim
Assim…
Que eu vou te pegar!
Decepção?
–
Vão,
Encaixe
E elo
Por onde deixas
A sentença
Lhe atingir,
Quem se ilude
No arrebanhar
Dos pares
Dos olhos teus?
Dê um pause
No teu ensaio
Programado,
Somos feitos
Duma combinação,
E encontros
São pontuais
Demais
Pro que sucede
A imaginação,
Volto pra casa
Pensando
Num punhado
D'ocê,
E invento
O que eu quiser.
Perfeição é ponto
De vista.
A vida é feita destes desencontros,
de amores sem essências
e toques insignificantes.
Toques exuberantes,
sem paixão,
só de um instante.
O peito é marcado,
por lembranças do passado
que atormentam sem razão.
Quando de repente,
a emoção toma conta da gente
e eu encontro teu retrato
guardado bem ao lado
de um coração amargurado
que te chama com paixão.
Destes desencontros só restam a certeza,
não existem desavenças
que impeçam nosso amor.
Este amor que surge assim,
do vazio
que preenche o coração
e que faz do teu sorriso
a construção da minha nação.
A Questão
A arma que me deram mais poderosa, é nada menos, que o questionar.
Questionar desorienta, faz pensar.
Questionar mata arrogância, mata ideais, afugenta ignorantes.
Questionar te da destaque, desmente com classe.
Questionar machuca, porém é o melhor modo de crescimento.
Questionar faz com que seja mal visto.
Questionar é o puxão no fio que não pode arrebentar.
Questionar destrói o paraíso, e explode o inferno.
O mundo vai caindo,
Dá pra parar ou amenizar a queda
Porém todos têm olhos vendados,
e a questão é única que tira venda.
Soneto do Amor.
Embriaga-me esta sensação estranha
em pequenas doses de amor e euforia...
Brinda-se ao desassossego e agonia
derramados sobre a soberba da qual
me fez desnudo em covardia.
E amando assim não sou mais eu, mas
desolado como estou, sem nada dizer
tendenciosamente fico mais desconsolado.
O que o tempo fez, faz perecer, e o que fez
de mim, faz parecer que logo estou perdida-
mente apaixonado...
Lembro de um tempo atrás.
Um tempo na qual éramos nós, um tempo que era nosso.
Um tempo mágico em meio ao caos do dia a dia.
Como uma melodia suas promessas e desejos construíram uma alta torre de esperança no meu coração.
E lá no alto eu me vi preso com você, preso em um amor ao qual me mostrou que era real.
Eu fechei os olhos e não me importei de ficar ali, era confortável.
Eu lembro daquele tempo.
Assim, mais uma vez mudou a estação, nuvens carregadas apareceram encobrindo o sol, ventos fortes começaram a soprar uma nova estação movida por suas mãos.
Estação de medo, insegurança ou imaturidade, até hoje eu não sei...
E os seus ventos me levaram para longe, e eu fui...
Lembrando daquelas velhas melodias interrompidas por seus risos e gemidos fortes, intensidade marcada na pele.
Lembranças as quais não sei se não passaram de lembranças.
Por mais que eu queira dar um passo, você se mostra sempre atrás.
Sua insegurança fere a minha esperança.
Você até se aproxima sem movimentos bruscos, mas sempre acaba perdido nos seus próprios anseios antes mesmo de qualquer coisa.
Eu não sei se posso esperar.
Eu não sei se posso continuar.
Eu não sei como vai ser.
Eu só faço uma prece e peço, se existe alguém lá em cima, o qual senti nossas emoções e desejos, que faça você perceber, o quanto você mesmo se fere e não consegue ver o quanto eu ainda amo você!
AVE DOLOROSA
Ave no peito num letargo
Que arde sem um fulgor
Postulo por rever o amor
Perdido no olhar amargo
O fado, ave negra de dor
Ajoelhada num embargo
Orada na fé sem ter argo
Duma crença sem clamor
Ave cheia da graça, Maria
Aos teus pés em romaria
Meu lúrido olhar, mendiga
Quero fé, mas não irradia
Ave dolorosa sem poesia
Deixe-me desta má figa!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO BREVE
Curto é o caminho que termina a vida
E nele: por do sol, luares, risos e dores
Pra no final mancheia de terra e flores
E se deixar saudade lágrima na partida
E nesta despedida, que seja sentida
Se não, que seja pelos reles valores
Afinal: - amei e tive os meus amores
Todos na forma pela alma absorvida
Senti sabores por onde pude passar
Tive traidores, mas aprendi a perdoar
Não se vive inteiro se não tiver amor
E na morte, brando quero ter o olhar
Minha fé é minha sorte, meu rezar
Neste sonho vou sonhar com o Criador!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
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