Poesia Completa e Prosa
"" Algumas maneiras de livrar-se da pobreza (mesmo que momentanêamente)
comece trocando velhos pratos por novos e escolha alguns bacanas
prato de vidro e coisa de pobre na certa
jogue fora os copos velhos e coloque no lugar algumas taças
existem algumas até baratas e de um certo charme
não me leve a mal, mas potes de margarina é o fim
guardar comida na geladeira é outra coisa que não se deve fazer
existe coisa mais horrível que garrafa térmica?
tome seu café em louças para café
a elegância não custa tão caro, mas requer finesse.
você pode e deve viver momentos especiais.
agora se você for pobre como eu
esqueça tudo que escrevi
segue o baile...
DÓI
Como dói este silêncio fantasiado de não.
A incerteza que regula o compasso do coração.
Um esperar descontrolado que inibe o respirar.
Um sentimento desacreditado que não cansa de esperar.
Uma ilusão infantil de alguém que se apaixonou.
Na espera do sim, de daquela a que amou.
Como dói a vida ferida.
A ferida vivida.
O sentimento continuo, neste mar de dor.
Como dói o silêncio escondido, neste caos chamado amor.
Como dói te ver e não lhe ter
Como dói viver num mundo, que desconhece meu amor por você!!!
O que há nessa cidade
De tão especial?
Não consigo ficar triste,
Não consigo ficar mal.
As manhãs inspiram esperança
E as noites, alegria
A serenidade inspira felicidade
E a liberdade dos campos, harmonia
Nenhum motivo parece merecer lágrimas
Derramadas em uma noite sombria
E as angústias, antes, tão pesadas
Diluem-se aos raios de sol do meio-dia
Não há prantos, não há choro
Não há ranger de dentes
Não há sentido no sofrer
Não há que se remoer dissabores
Há céus límpidos e estrelados
Natureza viva e esplêndida
Que nos sons de grilos e pássaros
Nos convidam a viver sem dilemas
A provar do amor manso com sabor de amora
E a viver a vida sem esperas e demoras
Apenas há o aqui e o agora...
Eu e A Tristeza:
Duas irmãs inseparáveis
Companheiras de mesa
E de insônias incomensuráveis
Com ela nunca estou sozinha
Sempre pronta para uma crise
Embarcando em profunda depressão
que as dores trazem em reprises
Dói mais ter sido bem quista
feliz e amada, em leito acalentado
depois largada ao relento
A nunca no paraíso ter pisado
Ah! Se tu soubesse como sofro,
como choro por tua causa...
Se sentisse metade da minha dor...
Ah, experimenta encarnar minh'alma!
Saberia o martírio de por ti esperar
numa vã esperança sem fim.
Tal como cordas acorrentam os meus pulsos,
aos espinhos de um belo jasmim.
Presa aos jasmins e seus encantos,
meus pulsos sangram, sangram e sangram...
Naquela distinta casa
de amareladas caducifólias
mora uma jovem menina
e um punhado de histórias.
Não sabe ser sozinha
No entanto, ela o é.
Naquela distante casa,
uma jovem, enamorada,
não sabe fazer rima
pro seu rapaz. No entanto,
sem saber como se faz,
ela o faz.
Mas naquela casa, a menina
distante do seu rapaz
em quimeras outonais enamorada
permanece escondida
em suas rimas, amarelada.
Envergonha-te de tuas vergonhas
Esconda todas suas entranhas
Façanhas mundanas imundas
De tua lascívia profunda
Fruto proibido da carne
Carne proibida do fruto -
o pão e o vinho na ceia,
prazeres postos à mesa.
Envergonha-te de lamber
Os beiços lambuzados de mel
Mas se tu estiveres ao fel
Vergonha nenhuma far-nos-á.
Se te fartas com o proibido
Mereces o mais terrível castigo:
a execrável perda da dignidade.
Saibas tu: és um nada,
além de prisioneiro
de julgamentos alheios.
SONETO EM BRANCO E PRETO
Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta
Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos
Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta
Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
ESTÁGIO
O amor, quando jovem... Criou asas
Ainda criança, saltou de alegrias
Plainou pela imensidão dos ventos
voou pelos espaços do tempo e transbordou...
Nos afincos dos seus sentimentos.
Cheio de garras...
O amor se encheu de esperanças,
aconchegou-se em seus chamegos
e jogou a toalhas dos seus medos.
O amor amplo, desabrochou seus segredos
e debruçado no degredo dos seus consolos
se encheu de anciã, se vestiu de duvidas
e desvirtuou-se na incerteza do amanhã.
O amor já ancião... Agora apita,
apita como se fosse um trem
pelos trilhos da sua saudade
pelos buracos de sua recordação
pelos tempos das vaidades
pelos abraços e apertos de mão.
Antonio montes
VIRADA
Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda
E o universo inteiro sozinho...
O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho
E sozinho o universo inteiro...
Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro
E inteiro sozinho o universo...
No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso
Sozinho, solitário não, romeiro...
Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
CABELOS
Cabelos telos...
Com zelos, desmazelos
com apegos desapegos
lisos caracolados
tingidos pintados.
Cabelos... Cabelos...
Cabelos soltos aos ventos,
amarrados emaranhados
envoltos pensamentos.
Penteados, cabelos
no caracol dos seus segredos
apegados em seus apegos
cabelos tesos, leves
cabelos breves, sem pesos
... Cabelos, cabelos.
Antonio Montes
ADEUS ANO VELHO
Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
O CHEFE E O SÚDITO
O tempo passa, a raiva não,
Pergunto Deus, Qual solução?
Pra fugir desse inferno, onde um homem de terno,
Aprisiona minhas forças e coração.
Aproveita do meu suor pra construir seu império,
Que é repleto de ouro, mas com a pobreza de um cemitério,
Onde sua família não vive, mas sobrevive,
As custas da ira, de um demônio interno...
Trabalhar é uma coisa, ser escravo é diferente,
Se queres construir algo, faça agora no presente,
Para que no futuro, seu filho possa viver,
E não sobreviver do que tu não pode comprar...
O amor, esse sim se conquista,
Não ha dinheiro que pague essa sensação benquista,
Que alegra a todos, e irradia felicidade,
Por onde passar, e em qualquer outra cidade...
Desse mundo não se leva títulos, dinheiro e ambições,
Por isso sempre viva, pensando nos corações,
Dos que vivem a sua volta, pra que a revolta nunca exista,
E tu insista sempre em busca de soluções...
Soluções essas que não mudam todo o mundo,
Mas pode mudar o mundo dos que vivem ao seu redor,
Filhos, primos, pais, tios, irmãos e avós,
Que se orgulharão em ter você como parente,
Que sempre presente, transborda paz e calor,
Que o dinheiro nunca compra, aliás, compra uma paz ilusória,
Que mesmo contraditória, causa perda de valor...
O súdito finalmente se libertou,
As amarras de si arrancou,
E as jogou para o alto de uma montanha,
Que o levará ao topo, fazendo o que se ama...
O chefe? Esse sim pirou, tentou incriminar o súdito
Com uma armadilha que criou,
Sua tentativa foi falha, ele não passa de um canalha,
Que desprezou seu valor...
VANGUEJAR
Quantos pratos
quantos copos,
Quantas louças pra lavar!
colheres, panelas e facas
espumas sabão e água
... Água para enxaguar.
Todos os dias, como o sol
e ventos aos arrebóis
estrelas além do céu
os fazeres na cozinha
de manha à tardinha
vida ida, vindo vinda
vida, vida...
Vida, vida.
Antonio Montes
O RIO
Todos os dias...
Um rio passa por aqui
a todo momento e hora
flui correndo, correndo...
Fazendo... Redemoinhos e quedas
e em suas curvas devagarzinho
a noite e no frescor da aurora
ele vai para o mar, ele vai embora.
Todos os dias, esse rio esta ali
e ao mesmo tempo, se vai...
Mas volta com suas voltas
e de suas voltas, não sai.
Em suas margens, quanto verde!
tanto peixes em sua rede
um dia desse o rio se vai
e para de matar a sede.
Antonio Montes
SONETO SONHADO
Sonhei que saudade de ti sonhava
Aqui pelas bandas do meu cerrado
Foi tão bom, uma pena ter acabado
Pois nele, sonho, contigo eu estava
Que pena... era um sonho sonhado
De lembranças em que a alma lava
Onde a tua falta na minha ali ficava
Em um silêncio d'um afeto amado
Sonhei hoje contigo, nem imaginava
Ter-ti tão manifesto ali ao meu lado
Num sonho, que nostalgia passava
Queria de ti, não estar desamparado
E sonhar-ti, onde só amor anunciava
Eterno sonho, eternamente no fado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Ter o dom,ou a estranheza de pensar
E se aprofundar em cada detalhe dos arredores
Ouvir e sentir os Sons da poluição
E me arder os ouvidos
com a rotina incerta de meus pensamentos
Cada detalhe me prende de alguma forma
As luzes da cidade não são muito observadas
Mas eu as conto e observo
Como se fossem estrelas no céu
Todos os ares que por lá passam
São lembrados por mim
E de alguma forma eu os recordo
Como se fossem experiências de vida
Para alguns pareceria nojento
Lembrar do gosto de ferrugem
Que ficou em meus dedos
Quando toquei os corrimões do parque
Mas para mim,isso é poesia
Os gostos dos ares
E o rangido dos pés na calçada
Como as pessoas são distraídas
Não, eu que sou observadora
Ou somente louca poetiza
CHUVA NO CERRADO ( soneto)
Canta chuva, no cerrado, uma cantata
E há, feérico coro no planalto fustigado
De gotas do céu num tilintar animado
Como que um suave retinir de prata
Bendita chuva que ao chão imaculado
Batiza a secura com água que desata
Verdes relvas e fulgor novedio da mata
Num renovo de um frescor empanado
Alvor ideal que desponta na fragata
Do sertão, num úmido beijo desejado
Arejando, generosa, em trínula volata
Ah! Num regozijo do viver denodado
Num delíquio louco, ri-se escarlata
A encantada chuva que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 04, 2017
Cerrado goiano
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
"" Não me deixe morrer em você
antes me curta,
me faça sua festa, seu sorriso
seu momento especial
não me deixe antes da hora
minha alma não ignora
quer a sua, mergulhada na minha
brilhando como louca em noites de amor
fiz de você a dona da casa,
a amante desejada e a rainha.
por isso não deixe que eu parta sem levar aquela saudade
ela me fará voltar quinze minutos depois
apaixonado e ardente
como sempre...
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