Poesia Completa e Prosa

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O fim do mito

Em vão tentamos construir
com o verbo aflito,
um deus, um mito
a paz sem conflito.


No silêncio do espírito
se esconde uma verdade
aquilo que intelecto apaga
não se escreve mais.

Assim se vai a calma
quando vem na alma
os temporais...

se dissolve o mundo
e fé no homem
tudo vira sombra
que se desmorona
com a luz do entendimento.

Inserida por EvandoCarmo

A estátua de um poeta morto


Sozinho, caminho até a praça...
Dois ou três passos e paro.
Colho flores brancas entremeadas ao mato.
Mato grande, que cresce ali!
Um cercado de fios de arame enferrujado protege o jardim.
Desconsidero o aviso que diz:
-Não colha flores e, ou, plantas desse jardim!
(...)
Num segundo de descuido
um agudo espinho de esquerda
espeta-me o dedo polegar da mão direita.
Desço à terra!
Subo novamente à minha própria altura.
Recosto-me em uma estátua de cobre.
(...)
Um pássaro cinza voa no céu sobre mim.
Voa meio assim...
Meio torto, meio de lado.
Voa um tanto apressado.
Muito estranho!
O voo desse pássaro.
(...)
As pedras no chão...
-Vermelhas como estão-
parecem dançarinas de flamenco
tango, tchá...tchá, tchá!
Parecem dançar,
mexem-se sem parar!
Mexem-se. Sem parar.
(...)
De repente...
Ficam escuras!
Ficam duras!
Param de dançar.
Dói!
Dói-me a cabeça.
(...)
Os olhos ficam inquietos.
Nuveiam...
Nuveiam!
Somem as nuvens dos olhos
e até o sol para de brilhar.
(...)
Dá um sono!
Resolvo deitar ali mesmo.
Deito-me naquele lugar.
Penso-me morto.
Morto não hei de estar!
Não hei de estar.
Morto, eu? Será?
(...)
Num último e derradeiro esforço
tento me levantar.
Tudo parece estar tão distante...
O corpo está tão pesado...
Resolvo me aquietar!
Durmo por horas ao pé da estátua de cobre.
(...)
Estátua de poeta!
Homenagem 'post-mortem'.
O coitado morreu ali mesmo...
Naquele lugar!
Envenenado por um pico de espinho de rosas brancas
no polegar da mão direita.
(...)
Morto e transformado em estátua!
Pra sempre ali...
Parado!
Transformado em poesia dramática.
Eternizado em seu próprio universo,
e preso, em seu mais triste verso.
Morto!
(...)
Enquanto lamentava a sorte do pobre homem
o pássaro cinza que se remexia no céu sobre mim
mira e despeja toda a sua maldade em minha cabeça.
Numa casualidade quase transcendental,
salva-me da morte!
Livra-me da sorte de virar estátua.
Revivo e vou-me embora.

Inserida por JotaW

O amor de sempre...!

As letras que escrevo choram... Pérolas...
Sentidas... Quais lágrimas que morrem no canto da boca...
Aonde caminham as canções perfumadas
Que arrastava além dos sonhos e risos...
Antes de se perderem no tempo...
Na loucura dos dias...
Então escrevo...

E sinto a brisa em meu rosto
E os arrepios da alma...
Escrevo versos e muitos versos...
E assim preencho as páginas vazias
De tua ausência...

Eternizo assim meus sentires...
E vou escrevendo poemas horas a fio
Tentando descobrir-te num aglomerado
De letras... quem sabe poderás estar num
Poema distante ou no crepúsculo que
Invade o esboçar das noites de solidão!

celina vasques

Inserida por celinavasques

Sete tragadas e ele logo acaba
é de trago em trago
que trago
para mais perto de mim
a tão esperada hora
de minha morte
trago-a para mais perto a cada tragada
trago-a lentamente pois não posso partir ainda
pois
é você de voz doce e olhar suave que me prende aqui
doce menina dos olhos castanho-escuro
(...)

Inserida por LuizManagarm

TUDO CERTO

Questionar por que os efeitos do tempo, se não é possível ser quem somos sem ele? Se é das horas que se compõem os dias, dos momentos bons que se faz a festa, das recordações que se faz a memória. Por que julgar o tempo se jogar com ele é melhor? Olha o futebol, que fez dele um aliado; o relógio que o tem como sócio; o calendário, que se abastece dos seus dias e datas e meses; as estações que se organizam conforme seus critérios.

Por que lutar com ele, se é inútil, desgastante e certo que o derrotado seremos nós? Faça dele seu amigo, viva-o com profusão, aproveite seus humores, a sorte de seus sabores, a infinitude de seus caprichos e morra de velhice, farto de aniversários, deixando para suas futuras gerações um legado, uma história, uma jornada, uma aventura épica e misteriosa adornada de vento e eternidade.

Só o tempo explica o que é para sempre. Até Deus depende dele para ser Deus. Sem o Tempo ambos não existiriam.

Inserida por demervalmoreno

Fabricando a CRISE!

"Uma grande tripa humana dividindo o intestino do Brasil; do lado mal, fezes, do lado bom, os nutrientes. Mas qual lado será o melhor? Nenhum lado é lado; o Brasil é o centro. Centro de harmonia, centro de beleza e união. Precisamos sim de bons administradores. Não divida o nosso país entres os “VERMELHOS e AMARELOS”, o Brasil é multicor...".

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Chave

Este amor tresloucado
Nem é mais sentimento
Nem pecado!
É apenas Sofrimento...
Tem Delírio de poesia,
Tem faro de ansiedade,
Tem meditação em silêncio
E desejo amargo.
Este amor
É apenas essência,
Fragrância
Que me embebeda
E me deleita.
Mas é também consciência
Que junto se levanta
E comigo se deita.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

A vida precisa do sol!
E eu do coração bondoso do vento.
É sempre bom estar perto de ti,
para que nada se perca no espaço e no tempo.
Aflora meus versos
que de tão belos...
são expressos
pelos meus andejos;
da mágica poesia que é amar...
Que só faz sentido
para quem dela compartilhar
a sagacidade do querer.
Façamos do hoje o melhor dia, vivendo com se não soubéssemos do amanhã, vamos cirandar e brindar esse lindo amanhecer.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Solidário...

De cor a vida pintou;
aqueceu a alma...
foi o que restou.
Poucos pães sobraram.
Muitos puderam saciar-se.
Massa amassada no suor.
Aflições; calaram-se.
Acaloraste o próximo.
Beijaste o desafeto.
O vento sussurrou,
mas não tirou o teto.
Ser humano não é objeto!
Hei de voltar a ser!
Ser moço.
Ser massa.
Ter força
para estender na grama da praça;
trigo para secar e pães para comer.
Não quero ver tantos com muito
e nem tantos com muito pouco.
Ter coragem de sorrir;
alheia desgraça.
Tem graça ser feliz
dentro de um litro de cachaça.
Tenha dó! Vida palhaça.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Minha mão tá estendida, meu coração tá aberto e na minha vida tem mais espaço que o necessário pra ti. No entanto se quiser sair, como já disse: meu coração tá aberto. Não vou te prender aqui dentro, não vou te forçar a ficar por perto.

Mas só uma coisa te peço: Não demore muito. Tenho um mundo inteiro pela frente. Tenho tanta coisa pra conhecer. E, com ou sem você, tô indo viver.

Inserida por chx07

És o que me faz sorrir em meio a tristeza,
És meu raio de sol em meio a tempestade,
És meu ponto de paz na loucura do dia a dia,
És o motivo do meu sorriso mais sincero.
És minha inspiração, minha flor dileta.
És o que existe de mais sagrado em mim…
Entenda que eu sou seu,
Inteiramente seu.

Inserida por HeidiSanttos

Pura comunhão...

Visto-me com teu olhar...
Desta paixão que em mim inflamou...
Este olhar capaz de amar-me
Cativar-me... E que me acalora...
Que me amargura... Quando passas da hora...
Um olhar carregado de amor...

Visto-me com teu corpo
Quente... Encantador... Fascinante...
Que passeia no meu corpo nu...
E bebe da água das minhas nascentes
E dança ao sabor da brisa... Que trás o perfume das flores...

Visto-me de ilusão...e recordo sonhos
De manhãs inesquecíveis em que estive em teus braços...
Meu porto... Meu ancoradouro... Minha paz...

Visto-me com tuas lágrimas e aposso-me de tua face...
E a alegria será então a vastidão do luar
Em noites simples... De verão onde estrelas brilhem
Pra nós...

Visto-me de amor e confisco o teu coração...para sempre!

Inserida por celinavasques

Estou adormecido
Mas meu sonho n é eterno
Qq hr eu acordo
E saio desse inferno
Prq estou aqui?
Quem criou isso p mim?
N vejo a luz do dia
Aqui é sempre inverno.
Na vrdd eu já sei
Foi aquele homem de terno
Q come o bolo inteiro
Pra mim só o farelo.

Oh gigante adormecido
Até quando ficarás deitado
No berço esplêndido inanimado?
É td o q ele almeja
Tua inércia é a sua fortaleza!
Mas um dia irás perceber
Que de ti emana o poder
E mudaras tua conduta
Homem de terno agr escuta:
Verás q um filho teu n foge à luta!

Inserida por Phsarcanjo

Chega!

Preciso voltar ao mundo,
que pertenço, que existo, que respiro.
Preciso andar descalço nas sendas
sem perigos do sitio da avó.

Preciso dos sons, poemas, lágrimas
que a solidão moldou.
Transforma o coração de um homem em barca grande.

Preciso sumir de tais sombras,
levar minha face a um canto oriundo.
Tirar o choro profundo que afoga meus sorrisos.

Inserida por nelmarques

Acabou...

Acabou.
A luz, a vela, o arroz.
Ainda existe fome.
A roupa suja está.
A doença abraça o corpo do cachorro pobre e magro.
O meu também.
A vontade de vencer até a pia.
O copo d’água já não sai do cano.
Na dor de não ter planos, metas, sonhos...
Quando aparece o choro,
mato a sede com agua de mar.
A ausência do pai é o inferno.
O excesso de Deus é loucura.
De tão sábio, pirar não demora,
pela hora, pela hora.
Acabou o gás, a água o lençol.
Só a fé persiste.
Ela queima em minha fonte.
As palavras que possuo são presentes,
de almas que precisam ser ouvidas.
Sou apenas a caneta que vai e vem no papel.
Mataram o poeta, ficou a tinta,
com marcas de um choro incompreendido.

03/04/07

Inserida por nelmarques

Com você ao meu lado.


Talvez devêssemos rever,
Nossos sonhos que adormecem sós.
Procurar nos sinais do dia,
chances onde só exista lembranças.

Precisamos olhar nos olhos
e não cair nada de dentro.
Lutar com a luta branca da paz,
de ganhar o troféu ao seu lado.

As montanhas nos deram seu ar puro,
o mar, braças de caminhos e ondas.
Nos ventos, armamos nossas asas
e nas cavernas, fogueiras e calor.

Venha fazer parte de mim.
Novamente sorrir ao sol.
De dia e de noite tudo igual,
amor, mais que natural.

Sozinho, sempre acompanhado,
de sua lembrança boa,
violão com vinho e amigos,
destino traçado com carinho.

Pessoas vem e vão
Procurando ávidas o que encontrei.
Na manhã lhe preparo o café
e tudo novamente recomeça bem,

com você ao meu lado.

Inserida por nelmarques

Não há tempo.

Não há tempo pra vaidade,
não há tempo pra oração.
Só há tempo pra tristeza
que transborda do coração.

Não há tempo pra alegria,
nem de noite e nem de dia.
Não há tempo pra mais nada,
só em chorar de madrugada.

Não há tempo para os que nascem,
muito menos para os que morrem.
Só há tempo dos olhos cansados,
procurarem mais tempo pra chorar.

Não há tempo pra pianos,
foguetes, violão, aurora.
Só há tempo de acender uma vela
pra minha alma que foi embora.

Inserida por nelmarques

DESATINO (soneto)

Ó melancolia do cerrado, a paz me tragas
Solidão em convulsão, aflição em rebeldia
Dum silêncio em desespero, e irosa agonia
Ressecando o coração de incautas pragas

Incrédula convicção, escareadas chagas
De ocasos destinos, e emoção tão fria
Do horizonte de colossal tristura sombria
Que rasga o choro em lacrimosas sagas

Ó amargor do peito engasgado na tirania
Duma má sorte, e fatiadas pelas adagas
D'alma ao léu, tal seca folha na ventania

Pra onde vou, nestas brutas azinhagas
Onde caminha a saudade na periferia
Do fatal desatino em pícaras pressagas?

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O RANCHO

Uma casa bem pequena
com janelas p'ro terreiro
orações sem ter novena
notas simples de um poema
banho de sol ventos inteiro.

A fumaça do seu café
cheiro do fogão de lenha
radio de mesa antena
interior da casa pequena
simplicidade ali é plena.

Uma casa, sim, pequena
calma chuva no oitão
reina a calma serena
poça d'água, vento pena
molhando o coração.

É lá no vale da serra
bem no centro do sertão
o natural por lá impera
o cheiro é como fera
espantando a solidão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VELHOS SAPATOS

Meus sapatos velhos
de couro secado
aperta meus pés
por todos os lados.

Já não tenho careta
nem rugas na testa
até tento andar certo
mas o couro infesta.

Meus sapatos velhos
contem certo cheiro
me dá uns apertos
me doendo inteiro.

Causa dores no cravo
e frieiras nos dedos
arranca-me sorriso
pra manter o segredo.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes