Poemas de Sossego
MANHÃ
Demétrio Sena, Magé RJ.
De repente alcanço este sossego de saber quem sou. De saber o que faço e me sentir caber em mim. Chega o tempo em que alcanço meus sonhos e durmo para o medo que sempre tive de saber os mistérios do meu próximo passo. Do pouco além de onde piso.
Faço das verdades que agora me assaltam, meus ases num jogo. Minha pilha, minha fogueira, recarga vital. Razão pela qual sei ganhar mais um dia na roleta ou na mesa das noites. É assim que driblo essa enorme fila de assédios da hora sexta ou tardia. Consegui me alcançar na vertigem das horas, e tão somente pouso em meu colo, para me deixar seguir. Navegar na leveza de não ter mais pressa.
O meu fogo é de lenha, mas de lareira em chalé. Minha paz é de quem é, mas ao mesmo tempo se deixa estar. Hoje fecho meus olhos, abro a minh´alma e sinto este cheiro de manhã que rompe as tardes, vence as noites e continua sendo manhã.
ENCONTRO
Que as pessoas queridas me perturbem,
quebrem todo sossego em minha casa,
minha Nasa me traga pro planeta
e me ponha nos braços desse afeto...
Quero gente querida e faladeira,
um moinho de afetos e canções,
uma feira de sons, lembranças, gestos,
emoções e polêmicas risonhas...
Solidão tem ciúmes, mas entende,
sabe o quanto preciso de quem amo,
não me prende, se peço esses momentos...
Venham ser a folhagem do arvoredo,
tenho tanto segredo pra contar
e amor pra cantar com tantas vozes...
ENCANTO
Ei, você aí!
Leve-me para perto de você!
Seu sossego me acalma e seu beijo me distrai.
Ei, menina, quando é que você vai me amar?
Seus olhos me dizem que breve...
Mas seus braços se contraem.
Ei, menina, você sabe que me encanta?
Talvez não: você parece tão distante!
Mas seu sorriso me apaixona
E, como feitiço, ele me chama.
Ei, talvez em algum momento, do dia ou da noite, eu lhe chame.
Você viria?
Talvez sim, talvez não.
Mas se vier, será seu meu encanto.
E se não vier, também ainda assim o será.
Não me tire do sossego pra fingir atuar.
Não roube meu desejo de quieto estar.
Permanente estatua viva e morta, esperando o sino tocar.
Não provoque meus instintos, ou meu não pode te matar.
Na inquietude da minha loucura
Na incompletude de sossego
Você invadiu-me a casa num abraço
Eu acreditei tão certo
Que você me teria ao seu lado
Para depois enxergar
Que me tem é dentro
Sou os nós da amarra
Desato um nó
Não há sossego
Desato outro
Não há sossego também
Sou o desassossego...
Tenho
Retenho
Eu e as outras
Sou única em muitas
Ou
Muitas em uma?
Cada qual pensa por si
Ou
Pensa por todas?
Talvez todas pensem
Por uma!
Sou templo entalhado
Transmutado
Por todas
Num corpo que dá forma
Que se perde
Que se encontra
Um retiro de mim
Sou o eco do espelho
Entretanto,
Há várias no reflexo
Espelhada
Coletânea de mim.
Essa você
Você é um mar por onde navego e me perco
Onde me encontro e sossego.
Você é mata que me dá sombra.
Onde entre seus caminhos vou, ei de te encontrar.
Você minha fonte de água limpa.
Que jorra seu prazer pra mim..
Que me molha e me sacia.
Você este campo fértil de ternura e sedução.
Onde colho cada alimento.. cada frase e pensamento.
Você este sonho de vida.
Onde por você faço de ti a minha.
Você dura como rocha e suave como espuma.
Onde me recosto e me aconchego.
Você sorrisos e lágrimas.
Onde a felicidade se demonstra.
Você pensamento..
Onde me pego a todo momento.
Você meu eu
Onde quero ser
Você tudo.
Todo prazer
Você minha
E eu você.
XODÓ
Morena, meu chamego,
Tua ausência me tira o sossego.
Faz-me falta teu afago.
Se não voltares logo,
De saudades me afogo.
Como viver sem teu aconchego?
Quero a vida de qualquer forma
jeito de bem vivida
contradições das ruas e sossego da casas.
Das velas agitadas
lutando por um fio de vida, correndo da morte certa.
Desesperar-me, viver em completo abandono...
completamente no dia a dia das lágrimas jorrradas
a cada dia, inutilmente.
Viver dos sorrisos que brotam aleatoriamente
ocasionalmente, viver e me dou por satisfeito.
Uma manhã frustrante
uma tarde agitada
espero da noite de lua cheia belíssima um pouco de sossego e
sempre com a esperança que o vinho me desperte.
Notas de um moralista
Gina não sabia o que mais fazer com aquele meu sossego inabalável. Ela era um ser irritante com todos os seus sonhos e seus planos, tinha a vida tão organizada naquela lista cheia de palavras e deveres e programas a cumprir, a cada hora ela deveria estar exatamente onde sua lista mandava. E em meio a um sutil desespero ela desaba:
- Como é que consegue? Me diz, como pode não se importar tanto assim e não querer nada?
- Me importo sim, sempre me importei. Respondi.
- Então por favor, me diz o que quer?
-O que todos querem, eu acho, ou pelo menos todos deveriam querer. Um cigarro aceso, uma cerveja gelada, alguns amigos e meu amor do meu lado.
- Você é um homem muito complicado . Disse incrédula da resposta que a dei.
-Não, não sou não, esse é um erro demasiado comum. Eu sou um homem simples, o resto do mundo é que é complicado. Gina volta a fazer a lista e eu tomo mais um trago, a noite já volta ao normal, era como tudo deveria ser.
Como um lago límpido que rouba minha imagem,
Ela vem para levar minha paz, meu sossego, minha alma.
Como o hálito fresco de uma ninfa,
A brisa sorrateira desta tarde arrepiou-me o corpo, ao mesmo tempo em que abria a caixa de Pandora de minhas recordações.
É um vento que chega bagunçando tudo, roubando minha calmaria, meu sossego
É uma onda que chega me arrastando, me levando, me afogando
E eu? Mergulho sem pensar...
Pensar, relembrar você é meu sossego,
Ainda guardo aquele surrado pelego,
Em que nós dois com frio se deitava,
E da maneira em a gente se amava,
Naquele imenso e escuro galpão,
Onde as brasas do fogão,
Se misturava ao calor da paixão,
Num amplo reduto de prazer,
Onde fazíamos amor em noites frias,
Onde podíamos, gritar, chorar e gemer,
Realizando todas as nossas fantasias.
Confessa-me padre
A quantas anda o seu tal sossego!
Não está a sua alma cheia de dores?
Diz-me padre, o que está contigo
Está certo que sempre sua co-pecadora
Vem e diz que ama um homem padre, tu?
Que apalpa o seu perfil, num olhar e cala
Diz, padre se a quem disseste esta falta
És tu? Ou ela que deve abandonar a carreira
Se falando ela se vai da culpa da fogueira
Chorar iria como o tal filho grande padre
Se o médico procura doentes, estás na saúde?
Me falta esse favor de te ouvir confessar paiO
O jornal te segue em cada esconderijo Rude...
Se filho fosse, já choraria e já passaria
Se fugisse o nome ficaria apelido, pecador
Pai de palavras e filho de actos, bastaria
Homem de raiz rude, não ouvi até onde sua dor
Desde que lhe vi,
Sossego não tive mais.
As lembranças e os beijos,
De minha memória não sai.
Você se foi,
É em lagrimas eu fiquei.
Naquele martírio de dor,
Quase morrendo de amor,
Por alguém nem um beijo se quer troquei.
Há quisesse Deus,
Que de voz eu me esquecesse,
Que de ema vez,
Você de minha mente saísse.
E de amor jamais padecesse.
Há quisesse Deus,
Que para meus braços,
Você voltasse.
Que para sempre,
Em meus braços você ficasse.
E de mim jamais se distanciasse.
Dorme meu pequeno
Dorme que o dia já vem
Dorme em meus braços
Dorme no sossego da noite
Dorme em meu aconchego
Dorme no calor do meu peito
Dorme na calmaria do se cansaço
Dorme no infinito do nosso sonho
Dorme sem medo.
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