Poemas que falam do Silêncio
Buracos no Silêncio
(Homenagem a Tanaru — o Índio do Buraco
Verso 1
No ventre da selva, onde o vento é rei
Um homem caminha sem ninguém na lei
Tem buracos na terra e um sol na mão
E um povo perdido na escuridão
Verso 2
Ele fala com as folhas, conversa com o chão
O rio responde na mesma canção
Cada passo que dá é um livro fechado
Cada noite que vem é um sonho enterrado
Refrão
Oh, Tanaru, ninguém te viu partir
Mas a floresta ainda sabe ouvir
O som do arco, a sombra no mato
O tempo passando num passo exato
Verso 3
As estrelas vigiam, mas não dizem por quê
A lua lhe mostra o que o mundo não vê
E a terra é o templo, e o templo é você
Guardando segredos que não vão morrer
Ponte
Um dia os homens virão, sem saber do lugar
Vão pisar no silêncio sem se perguntar
Quem era o último a dançar com o vento
E a deixar seu nome no esquecimento
Refrão final
Oh, Tanaru, teu rastro ficou
Na veia da selva que nunca secou
E enquanto houver folha caindo no chão
Teu canto ressoa na mesma canção
O silêncio é algo que me deixa surda.
Dentro dele sempre mora algo que me pertuba, aquele grito explosivo de emoções.
Não posso esquecer, não consigo... Você não me permite esquecer.
No silêncio mora o sentimento que eu tive, nele mora antigos amores.
Meu inferno no céu, a calma sempre traz memórias, memórias que me ensinam, mas ainda sim... Machucam.
Meu amor nunca cantaria comigo, meu amor nunca poderia ser meu.
O silêncio sempre será ensurdecedor.
09/07/2025 11:48pm
- Bameyu
Na solitude do olhar,
aos prantos do silêncio,
no sentimento de amar,
a cair no esquecimento.
Na alegria de expressar,
com a doçura do momento,
retorno a enxergar
a maravilha do tempo.
Arquitetura de um Amor que Nunca Existiu
A dor nasce onde o silêncio é mais profundo
não como um grito, mas como um eco que nunca encontra paredes
e se espalha pelo corpo como uma febre que não arde
mas consome
um amor que nunca existiu
e ainda assim
me afoga.
No espaço vazio entre dois olhares que nunca se cruzaram
existe um universo colapsado em si mesmo
um peso invisível que prende os pulmões
e torna cada respiração um ato de resistência
eu bebo a ausência como quem bebe veneno
sabendo que é a única água que resta
e o gosto é de eternidade amarga.
A solidão é um animal faminto que dorme ao meu lado
sonha com pedaços do que sou
e acorda todos os dias para me devorar um pouco mais
há noites em que o teto é um céu sem estrelas
e mesmo assim olho para cima
como se pudesse ver teu rosto nas sombras
como se o impossível fosse apenas uma questão de fé
como se amar fosse um crime que escolhi cometer.
E quando penso que a dor não pode mais crescer
ela encontra um novo nome para si
e o chama de saudade do que nunca foi
saudade que constrói ruínas no meu peito
ruínas que cortam os pés de quem tenta atravessá-las
ruínas que ainda ardem como se o incêndio fosse ontem
e que me obrigam a morar no meio dos escombros.
O tempo passa e não traz alívio
apenas organiza a dor em camadas
cada lembrança inventada repousa sobre outra
como tijolos de uma casa que nunca existiu
e mesmo assim é minha morada
um abrigo de vento e sombra
onde minha pele é mapa
e cada veia um caminho que leva de volta à falta.
Há dias em que não sei se amo a ausência ou o que ela representa
se é você ou a ideia de você que me mantém vivo
porque até o vazio tem forma quando se insiste nele
até o nada pode ser abraçado se a noite for longa o bastante
e na arquitetura desse amor inexistente
sou ao mesmo tempo construtor e ruína
prisioneiro e guardião
morto e sobrevivente.
Lá, onde o silêncio ecoa,
a voz do tempo que voa.
Não há pressa, nem saudade,
nem há prisões da vaidade.
de um eco em terra de ninguém,
a sombra do hoje que se tem.
Mero Pensador...
MADRUGADA DE NATAL
Ouve -se ao longe gemidos
O silêncio no corredor impera
A vida, a morte em atritos
Mas é o bem que se espera.
Noto pessoas, famílias, fatos
Cada um com seu problema
Somos complexos mas fracos
A soberba: nosso maior dilema.
Do maior ao dito desprezível
Desejamos a mesma sorte
Aqui não existe status nem nível
Toda máscara cai diante da morte.
Levy Cosmo Silva
MEMENTO MORI 2
No silêncio da noite, a lua observa, Cada suspiro, cada sonho que se reserva. O tempo, um rio que nunca cessa, Leva consigo memórias, em sua pressa.
Pensamos que a vida é um caminho linear, Mas é um labirinto, cheio de mistérios a desvendar. Cada passo, uma escolha, um destino a traçar, E a sombra da morte, sempre a nos lembrar.
“Memento mori”, ecoa no vento, Um sussurro antigo, um sábio lamento. Não é só um aviso da finitude, Mas um convite à plenitude.
Esqueça o medo, abrace o agora, Pois é no presente que a vida aflora. O passado é um eco, uma sombra distante, E o futuro, um sonho, uma promessa vibrante.
Roberval Pedro Culpi
O Silêncio de Hiroshima e Nagasaki
6 de Agosto de 1945
A bomba que silencia um povo,
Silencia o mundo,
Uma luta que levou ao luto.
O tempo passou,
O luto virou uma luta,
Pelo fim das bombas
Que silenciam o mundo.
O unico silêncio
que deve permanecer
É o silêncio das guerras
E da destruição do mundo.
Guerra Nunca Mais!
Viva a paz !
Eu sou dois países,
um deles feito de areia e silêncio.
O vento me atravessa como lembrança,
e cada grão que toca minha pele
me conta uma história que eu já vivi
sem saber.
Não sonho com as Arábias —
eu sou o sonho delas.
Sou o deserto que caminha,
a miragem que sente,
a memória que dança entre dunas.
E quando fecho os olhos,
não viajo —
eu retorno.
Há em ti um poder que incendeia,
um fogo que arde só de me olhar.
Teu silêncio é chama que incendeia,
teu perfume é desejo a me dominar.
Tua boca é tentação proibida,
teu toque, vertigem, um grito a calar.
És o veneno que dá vida à vida,
és o delírio que não quero escapar.
No abismo dos teus olhos me lanço,
sem medo do mundo, só quero provar
que no teu abraço, selvagem e manso,
o amor é chama que veio pra eternizar.
No Silêncio da Lua e da Flecha
Na mata onde o tempo dorme,
Oxóssi vigia com olhos de caça,
Arco tenso, flecha firme,
Respira o segredo que a floresta abraça.
A lua derrama prata no rio,
Que serpenteia entre raízes e sombras,
E ali, na beira, com cuia e calma,
Uma filha da terra recolhe as ondas.
Seu gesto é antigo como o vento,
Seu silêncio, um canto sem som,
Ela sabe que a água tem memória,
E que a noite é mais do que escuridão.
No espelho do rio, uma lótus se abre,
Como se o mundo respirasse em flor,
Oxóssi observa, sem romper o instante,
Guardião da vida, do saber e do amor.
Entre flechas e folhas, entre lua e mulher,
A floresta sussurra o que não se vê:
Que o sagrado vive onde há respeito,
E que o espírito dança onde há fé.
Boa noite, Ouro Branco, cidade serena,
teu silêncio é canto, tua paz é plena.
Nas ruas tranquilas, o vento passeia,
a lua acarinha cada centelha.
As luzes brilham feito estrelas no chão,
refletindo sonhos, carinho e união.
Que o descanso venha suave e profundo,
renovando as forças pra encarar o mundo.
Que cada morador encontre sossego,
na noite macia que traz aconchego.
Boa noite, Ouro Branco, jóia reluzente,
teu nome já guarda um brilho presente.
O silêncio que une
Há amizades que não precisam de palavras. Elas se comunicam por gestos, por ausências respeitadas, por fé emprestada nos dias em que a nossa falha.
Teu silêncio me sangra
(Eliza yaman)
O que me fere não são tuas palavras,
mas o silêncio que deixas no lugar.
É como se arrancasses minhas lavras,
e me deixasses só com o verbo amar.
Fico a colher o eco do que foste,
como quem junta espinhos sem saber.
Teu silêncio é punhal que ainda me encoste,
e me sangra sem nunca me vencer.
Quando voltaste
(Eliza Yaman)
Voltaste como quem jamais partira,
com o silêncio de quem sempre ficou.
Teu olhar não pediu, não fez mentira,
mas me tocou no ponto onde doeu.
E eu, que era pedra, fui terra fértil,
e tu, que eras sombra, viraste luz.
Nosso amor renasceu sem ser inútil,
como o milagre que ninguém traduz.
A saudade me visita quando você me deixa para depois...
E eu me perco em meio ao silêncio da espera,
como quem caminha sem norte,
buscando no vento um sinal de você.
É nesse vazio suspenso que descubro
o quanto sua presença me é respiro,
e o quanto me falta quando não está.
Pensador do UOL
No silêncio que a tela guarda,
uma palavra ousa nascer,
pequena chama que arde,
na mente pronta a escrever.
Pensar é abrir clareiras,
num mundo turvo, sem chão,
é fazer das ideias bandeiras,
na luta serena da razão.
Entre versos, dúvidas, ecos,
o pensamento se faz farol,
guiando os olhos perplexos,
do leitor que busca o sol.
Não há pressa, nem vaidade,
apenas o sopro essencial:
refletir é semear verdades
no campo vasto e digital.
Te deixei partir, mesmo amando em silêncio,
pois teu futuro pedia outros braços.
Engoli o orgulho, rompi meus laços,
pra que encontrasses no mundo o que mereces.
Fiquei com a dor, com o vazio no peito,
mas te libertei mesmo sendo a pior coisa a ser feito. -Pax Animae
Ecos do deserto
No silêncio que engole a madrugada,
Sento-me ante o vazio das palavras,
Cada letra, um eco de minha nada,
Cada verso, uma sombra que não se lavra.
O vento atravessa minha mente seca,
Rasga lembranças, assombra memórias,
E cada rima que em vão se mece,
É um espectro a percorrer meus labirintos sombrios.
A pena treme, temendo a reprovação,
Do poeta que habita meu próprio peito;
Seus olhos de carvão queimam a criação,
Transformam sonho em pó, e esperança em leito.
Oh, tormento de moldar o intangível,
De buscar a luz no deserto da mente!
A inspiração foge, cruel e incrível,
E a dor do não-criado é eternamente presente.
Assim navego, entre dor e vazio,
Escravo do eco de minhas próprias exigências;
Cada linha que nasce é um desafio frio,
Cada verso, um lamento de minhas inconsistências.
E se um dia a poesia me libertar,
Que seja na aridez que aprendi a sofrer;
Pois só quem se perde no próprio olhar
Sabe a dor de escrever e jamais se ver.
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