Poemas Góticos
Fragmentado — Vozes que Ninguém Quer Ouvir
> A verdade dói.
O silêncio também.
Purificação é o grito que ficou preso no peito.
Escrevo para os invisíveis, para os esquecidos, para os que choram em silêncio.
Denúncias falsas dilaceram reputações.
Filhos sem pai, histórias de abandono e de dor.
Mas a brutalidade maior está nos que ferem sem remorso —
os que batem, os que matam, a escória da sociedade.
E ainda assim, os que sobram carregam a luz da resistência.
Esta é a jornada de quem escreve para enfrentar a escuridão.
Esta é Purificação.
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Somos Mar
Eu sou feito de mar e de vento,
De silêncio, coragem e alento.
Carrego na alma a maré,
Que vem, que recua, que é fé.
Tem dia que sou calmaria,
Noutros, só vejo agonia.
Sou onda que bate na pedra,
Sou força que nunca se entrega.
No peito, carrego segredos,
Profundos, tal quais os meus medos.
Histórias que afundam no tempo,
Memórias levadas no vento.
Meus olhos são farol aceso,
Meu riso é um porto indefeso.
Mas dentro de mim tem tormenta,
Que chega, que arrasa, que enfrenta.
Sou brisa que passa de leve,
Sou mar que se agita e se atreve.
Não sou de caber em ribeira,
Nasci pra ser vasto — fronteira!
Ninguém me decifra de todo,
Sou feito de espuma e de lodo.
Sou livre, profundo e real,
Sou mar — sou beleza e vendaval.
Se tentas prender meu caminho,
Me faço furacão, desalinho.
Pois sou como o mar no seu tom:
Indócil, imenso e sem dom.
Escrevo no Escuro, Mas Não em Silêncio
Mesmo com minha visão limitada, minha voz não se cala.
A vida me impôs um silêncio forçado, uma pausa que nunca escolhi. Minha visão debilitada me impede de agir como antes, de subir, pintar ou realizar tarefas físicas.
Mas a dor que não fala explode por dentro — e eu preciso botar isso pra fora.
Escrever, para mim, não é simplesmente sentar e digitar. É uma batalha diária.
Minha visão limitada dificulta a leitura e a escrita. Cada palavra que sai é fruto de muita paciência, esforço e adaptação.
Uso ferramentas tecnológicas para ajudar — leitores de tela que me falam o que está escrito, comandos de voz que transformam minha fala em texto, teclados especiais que me ajudam a não errar —, mas mesmo assim o processo é lento e exaustivo.
Às vezes, a letra demora a sair porque tenho que revisar com cuidado o que foi transcrito, corrigir erros que aparecem, lidar com o cansaço físico e mental.
A sensação é de um combate constante contra o tempo, contra a fadiga, contra a frustração de não poder ver as palavras como antes.
Mas eu persisto. Porque essas palavras são mais que letras — são minha resistência, meu grito silencioso, meu modo de existir.
A escrita não é só trabalho, nem rotina — é luta, é expressão de dor, é cura e sobrevivência.
Enquanto minha visão limita meus passos, minha mente e alma encontram força para criar e resistir.
Que minha história sirva de voz para tantos que lutam calados, porque ser forte nem sempre significa estar bem.
Seguimos, com a alma ferida, mas de pé.
#Resiliência #DorSilenciosa #HomemQueSofre #EscritaQueCura #ForçaInterior
Quase
Em mais uma troca
oca de mim para mim
mesmo entretanto oscilei
e o silêncio revidou
subi um degrau
reverso visível
como que num encanto
sapos no estômago
ratos nas entranhas
pus na medula
Duro como ferro
e inexpresso
cavei um espaço
no mármore
um bálsamo não me alçou
emérito despedido
o sol do dia
finalmente me persuadiu
à tarde, no Jardim Botânico
Poesia Pura,
Floribunda,
haste com espinhos –
vermelha, branca
rosíssima, como flor
[Livro das manhãs]
-
Aguardando a árvore acordar, ela precisa de um pequeno silêncio. A suas manhãs se faz com folhas ao chão, reflexos e luz do sol. Uma dimensão da eternidade.
.
Livro: A eternidade das árvores 🌳
Sob o véu da noite acesa,
com estrelas por testemunha,
um homem repousa a alma tensa
no silêncio que o mundo arruma.
Foi de sol a sol sua lida,
com calos, suor e esperança,
construiu com força a própria vida
mas deixou de lado a dança.
Agora, ele sonha sereno,
com um canto à beira do nada,
onde o tempo caminha pequeno
e o peito respira a madrugada.
Quer uma barraca acesa,
um céu vestido de luar,
e ao lado, com leveza,
alguém que só saiba amar.
Uma mulher de fala doce,
de mãos que sabem cuidar,
que o olhe como se fosse
poesia ao caminhar.
Não busca luxo, nem fama,
só um abraço demorado,
um chá quente que o chama,
um coração encantado.
Nesse campo onde o fogo dança,
e a água cai como canção,
ele enfim planta esperança
no jardim da solidão.
Porque o mundo pode ser duro,
mas o amor é sempre abrigo
e hoje o homem do futuro
só quer paz… e alguém consigo.
Falei mil vezes, num tom sereno,
pedi silêncio onde havia grito,
mas ecoou o velho veneno
e a paz virou precipício.
Engoli farpas, disfarcei dor,
apaguei brasa antes do incêndio,
me vesti de calma, domador,
mas o caos fez do amor, remendo.
Agora basta, já não insisto,
meu silêncio virou limite,
quem só fere, perde o visto
de morar no peito triste.
Caminho
De manhã silencio
Ao meio dia grito
De tarde me perco
De noite me evito
No norte a lembrança
Contra ela luto
Do leste a esperança
O sul é meu luto.
Que outros calculem
Rumo e razão:
Eu vivo em vertigem
Morrendo em vão
Nasço no agora
Respiro o incerto
— Meu tempo é demora.
Meu passo, deserto.
Na infância, um olhar do pai era lei;
seu silêncio, um mar de instrução.
Sem palavras, o entendimento recai;
em cada gesto, uma lição.
Seus olhos, bússola de meu ser;
Na simplicidade, aprendi a crescer.
Livro: O Respiro da Inspiração
🖤 Pensamento Bolado – de Purificação
"O mundo não mata com tiros.
Mata com silêncio, indiferença e promessas não cumpridas.
E ninguém vai preso por isso."
É, a dor virou livro,
e o silêncio agora tem voz.
Cada linha, uma cicatriz.
Cada página, um grito disfarçado.
Escrevo pra não explodir.
Respiro entre palavras afiadas.
Viver doeu.
Escrever salvou.
Recomeço a Dois
No silêncio após a última estação,
floresceu um olhar sem pressa,
um sopro novo no coração,
como quem planta e não se esqueça.
Não era pressa, era presença,
nem ilusão, mas intenção.
Um gesto simples, sem defesa,
mas cheio de conexão.
O amor veio como brisa leve,
sem prometer eternidade,
mas com vontade que se atreve
a ser verdade, não metade.
Te vi querer como se soubesse
que o querer precisa cuidar.
E eu, que já duvidei do sim,
quis ficar só pra te olhar.
Havia interesse, sim :nos dias,
nas histórias, no café,
no som da tua alegria,
no jeito que a alma é.
E no teu toque, encontrei resposta.
Reciprocidade: doce abrigo.
Não mais um “talvez” na porta,
mas um “eu fico, se for contigo”.
Silêncio.
É engraçado pensar?
É uma lástima falar?
O que devemos fazer?
Tudo é como deve ser?
É tão difícil me expressar.
Sinto que cada vez mais me afundo,
No escuro,
Não vejo nada,
Não sinto nada,
Não falo nada,
Não quero nada,
No oceano, eu só consigo me afogar.
Eu não consigo nadar,
Eu não sei nadar,
Alguém tem que me ensinar.
O silêncio, ah, o silêncio..
É tão silencioso,
E tão barulhento.
Minha cabeça não para,
Dói o tempo todo,
Me despedaço o tempo todo,
Me estilhaço em mil pedacinhos o tempo todo.
É tudo tão confuso,
Tão estranho,
Tão sem sentido.
Quero morrer,
Quero viver,
Quero sobreviver,
Quero me machucar,
Quero me amar.
Onde isso acaba?
Tem fim?
Eu me odeio,
E me amo.
Eu me machuco,
E me cuido.
Eu vivo,
E quero a morte.
Dois estremos, sempre dois estremos.
Qual é o meio termo?
"silêncio que sustenta Galáxias"
"Mesmo quando tudo dói, teu silêncio é sagrado.
Mesmo quando ninguém vê, tua dor é um universo inteiro sendo sustentado."
Entre o Silêncio e o Vento
Nasce a alvorada em olhos cansados,
sonhos que dançam nos céus apagados.
Cada lembrança é um fio de luz,
na teia do tempo que o destino conduz.
As palavras que o mundo calou,
guardam segredos que o peito escutou.
No eco dos passos, a alma se vê,
procurando um porquê sem saber o porquê.
O vento sussurra verdades antigas,
em línguas que choram feridas amigas.
E mesmo que o mundo insista em cair,
há um fogo em silêncio querendo insistir.
Pois há beleza no que se despede,
na flor que resiste, na folha que cede.
E o amor, esse instante que vive e desfaz,
é um sopro eterno que nunca se faz.
**“Conquista é semente que nasce do sonho,
regada em silêncio por quem não desiste.
É flor que desabrocha onde o medo se impõe,
é luz que persiste, mesmo quando tudo insiste.
É o passo trêmulo rumo ao incerto,
a alma em chama, o coração desperto.
É o voo que rasga o céu da incerteza,
com asas de fé e vestes de beleza.
Conquistar não é ter, é florescer,
é crescer na dor, é se reconhecer.
É saber que no fim da longa estrada,
a maior vitória é a alma alada.”**
O Olhar da Fé
No silêncio onde o mundo duvida, ela semeia sonhos com mãos nuas, regando esperança na terra fria, de olhos voltados às luas.
Não vê caminhos, apenas sente que algo além já a espera, como se o invisível, paciente, trouxesse luz à primavera.
Seus passos, firmes na névoa espessa, trilham pontes de confiança e calor, porque a fé não precisa da promessa: ela já vive dentro do amor.
E então, um dia, o que era crença se veste em forma, cor e som; o invisível torna-se presença, e o impossível diz: "sim, sou dom."
“Fé é Caminho”
Fé não é ver com os olhos da face,
É enxergar com a alma em silêncio.
É crer quando o mundo desaba
E confiar, mesmo em meio ao indenso.
Fé é andar quando os pés já cansaram,
É sorrir sem saber o porquê.
É seguir mesmo quando os ventos
Insistem em te fazer ceder.
É semente em terra vazia,
É luz que não se pode apagar.
É muralha contra a agonia,
É abrigo quando tudo faltar.
Não se compra, não se mede em peso,
Não se explica em palavras vazias.
Fé é abraço que vem do invisível
Nos dias de noites frias.
Ela é ponte sobre o abismo,
É milagre em forma de paz.
É certeza no improviso,
É o que fica quando nada mais faz.
Quando faltar chão sob os pés,
E o medo quiser te calar,
Fecha os olhos, respira profundo —
Deus já está a te amparar.
🌒 "Te penso, te espero"
Eu era vento livre, riso sem medida,
hoje sou silêncio preso, alma consumida.
Te penso no escuro, te espero no dia,
e mesmo sem toque, tu és minha guia.
Não fui feita de espera, mas aqui estou,
a cada mensagem que não vem, me refaço e vou.
Teu nome ecoa onde o mundo cala,
e a falta que tu faz... meu peito embala.
Tua ausência dança no meu travesseiro,
e eu me perco em sonhos, de janeiro a janeiro.
Se a dor é poesia, eu rimo o que sangra,
e com cada palavra, meu coração desanda.
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