Poemas do Século XIX

Cerca de 1377 poemas do Século XIX

⁠Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;

Inserida por droplets

CASO VOCÊ NÃO SAIBA.

Não! Não ouvirei o sussurro da sanha
De temer a luta — e não ser temido
De temer o luto — sem ao menos lutar!
De temer sanhas, façanhas e artimanhas
De uma vez por todas, daqueles que tentam amiúde fazer o auriverde, pendão auriverde, brado auriverde sangrar.

Não sou Aquiles tampouco Heitor
E Não serei o fígado de Prometeu...
Quero Atena atenuando a quase calefação do meu sangue, vermelho sangue, suado sangue — enquanto párias jogam xadrez

Macabras aritméticas
Tenebrosas equações
Quinhentos e treze é morte, é monturo e azar
Malfadado português falado por quem desconhece os verbos, incluindo o SER!
Preferem à revelia de milhões,
E em milhões o verbo Ter...

Poder? O que é poder?
Onde começa? Onde termina
Poder é não querer e poder não sucumbir à besta e suas quinhentas e treze cabeças

Línguas bifurcadas, perdidas, enroladas, perdidas e ensimesmadas.

Poder?

Prefiro não discorrer sobre tal verbo
Tão procurado da mais vil forma subsidiado pelo mais vil metal.

Quero o sonho, o pão e a arte
Quero a vida comungada em qualquer parte
Quero a lucidez da comunhão
Quero a loucura do sim e do não
Quero abrigo para os meninos
Quero abrigo para as meninas
Quero água do sertão
E a brisa beira-mar
Quero o rio doce em minha língua
Quero minha pátria
Tabaréus, cafuzos, mamelucos, mulatos – nação vira-lata!
Sim! Vira-lata!

Prestem atenção! A besta jamais dirá sim
Sem algo em troca.
Quinhentos e treze cabeças
Bilhões de Aves Marias

Amém .

Luciano Calazans. Salvador, Bahia.
-

Inserida por Maestroazul

ANÓDINAS

O que sou?
Sou um cão
Um grão
Um não
Um tudo
Um nada
Nada é talvez
Tudo é talvez

Mal-passado
Passado o mau
Peço anódinas
Quentes, frias, mal-passadas
Mas que cheguem depressa

Pois a depressão inútil e controversa
Está aqui, latente
Dentro de mim ou em forma de gente
Cercando minha casa de palha
Meu jardim de plumas
Meu viver de sonhos.

O que sou?

Um fruto de um ventre
Um soprar de um vento leste
Uma ponta de icebergue
Uma semibreve

Preliminar de uma vida seca
Linha torta desenhada pelo tempo
Que caleja e que ensina
Que somos o que não querem
Que fomos o que queriam
Seremos uma pergunta [sempre]

Quem sou?

A tépida face que gargalha
A funesta sílaba de uma fala
A sábia águia a voar
Na vastidão de mil tormentos
Em segundos, meses, momentos

Que voam em uníssono
Em diferentes cores e firmamentos

O grão germina
É da sua natureza
Quem enxergar tal grandeza
Há de ser sempre a tal águia

A grandeza de um grão está em sua morte
A grandeza do sim é suportar
Um simples não
Com ou sem anódinas

Passado mau
Leite derramado
Mal-passado.

Quem é você?
O que é você?

Outra luz a acender...

Inserida por Maestroazul

Nordeste.

Nordeste sofrido e oprimido
Terra amada
De grandes pensadores
Mestres e doutores

De Suassuna a gonzagão
De castro Alves a Dominguinhos
E porque não falar de Raul
De grandes personalidades

Nordeste da asa branca
Que bate asas com seus filhos
Nordeste do auto da compadecida
De João grilo e chicó, filhos sofridos

Nordeste minha terra
Meu amor por ti es imenso
A felicidade de viver
Na terra de grandes mestres
No nordeste sou feliz.

Inserida por valdirb13

⁠QUEM SÃO?

Há muitos e muitos anos, um poeta revoltado
Escreveu Navio Negreiro, pois estava indignado
Com o povo que emprestava a bandeira para cobrir
A infâmia e a covardia que se viam por aqui!
E no palco da cidade, ao som do toque do tambor
Ouvia-se o poeta clamando ao Nosso Senhor:

“Senhor Deus dos desgraçados!
dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”

Quem são estes miseráveis sem acesso a habitação?
Nas praças, sob as marquises
Buscam no lixo seu pão
Quem são? E de onde vieram?
Quem são? E por que miseram?
Quem são? E o que fizeram
Para tal condenação?

Quem são estes que, transportados, piores do que gados, vão?
Subempregados, suburbanos, exaustos na condução
Sem ter moradia digna, nem acesso à educação
Sem saneamento básico, com parca alimentação
Quem são estes cidadãos?
Quem são? Quem são? Quem são?

Tantos anos se passaram, mas tão pouca evolução
Ainda se usa a bandeira para encobrir a inação!
E no centro da cidade, ao som do toque do tambor
Ressoa a voz do poeta, clamando ao Nosso Senhor:

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”

Inserida por maria_beserra

⁠É mais fácil acreditar em alienígenas do que em si mesmo. Parafraseando Robert Frost, todo visionário não acreditava nos sonhos, eles acreditaram neles, porque a fé, assim como o café, nunca foi um calmante passivo. Agarre seus sonhos com toda a sua força.

Inserida por evermondo

Que vale um ramo de alecrim cheiroso, que lhe atira nos braços ao passar, vai espantar o bando bulicoso das borboletas que lá vão pousar.

Castro Alves
ALVES, C., Os Escravos. São Paulo: Martins, 1972

Nota: Trecho do poema "Cruz na Estrada"

...Mais

⁠Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!

Inserida por joana_adrina

Existe um povo que a BANDEIRA empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa FESTA
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que BANDEIRA é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! .. (
. AURIVERDE PENDÃO de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança..
. Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha
, Que servires a um povo de mortalha!...

trecho de Navio Negreiro

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Castro Alves
ALVES, C., Tragédia no Mar

Nota: Trecho do poema "Navio Negreiro"

...Mais
Inserida por Marialins

Os Três Amores

I

Minh’alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
— Tu és Eleonora...

II

Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
— E tu és Julieta...

III

Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és — Júlia, a Espanhola!...

Castro Alves
ALVES, C. Espumas Flutuantes. São Paulo: Atelie Editorial, 1998.
Inserida por pensador

⁠O tédio da circunstância
Inconstante vida vã
Morta a esperança do amanhã

Inserida por AdrianValente

"Tua história se eterniza
A cada 20 de abril
Que a poesia se abriu
Para nos agraciar
Com o filho mais amado
O poeta secular
Em cada canto de Sapé
Augusto tua alma à de ficar."

Inserida por NicedesSilva

Confeitaria Colombo no centro do Rio de Janeiro...E Olavo Bilac ficava sentado ali, conversando e tentando resolver parte dos problemas do mundo ....ensaiando os primeiros movimentos pátrios pós império, na primeira republica do Brasil....seus pensamentos iam longe....da ursa maior pra lá do cruzeiro do sul....e foi no sul em Porto Alegre que ele idealizou uma justa e perfeita cidadania patriótica, seja militar e civil....para o trabalhador e nossa boa promessa infantil.. em 1916 nascia a Liga da Defesa Nacional...com sede central no Rio de Janeiro, hoje em Brasilia.....entre os três barcos e as três barquetes de camarão, Colombo descobriu as Américas e Olavo Martins Bilac , enfim fortificou a liberdade pelas mãos do povo e a soberania do Brasil....

⁠Se saudade é a presença dos ausentes, como escreveu - Olavo Bilac, quero manter a saudade daqueles que não podem se fazer presentes.

Inserida por meirinhopensa1949

⁠Olavo Bilac, um dos poetas mais famosos do Brasil é considerado “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, suas poesias abordavam temas da realidade do país, fato que o levou a prisão por duas vezes. Além de belas poesias, escreveu a letra do Hino da Bandeira Nacional.

Inserida por ALEXANDRE2055

Eu não posso mergulhar nesse seu mundo meu querido Álvares de Azevedo, é sonhar demais, é amar unilateralmente.

⁠O fracassado não é aquele que desistiu de lutar, mas sim aquele que poderia ter ajudado e preferiu fechar os olhos.

Olhe tudo a sua volta
Sinta toda essa energia
Faça o que lhe der vontade
Antes que esse dia chegue ao fim
Não espere, nem deixe para depois.

Uma leve brisa bate em meu rosto
trazendo um grande frescor
Saio la fora, vejo o fim do dia
Percebo em um momento
a magia da natureza
de transformar o simples
em monumento.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp