Poemas de uma Avó Aniversariante
Constância,
O puro do coração de uma criança,
Todas as alegrias da infância,
Misturada à sabedoria da idade,
Ah!
Mas, que saudade...
Quando a morte bate na porta,
Já não se sente mais a aorta,
Em minhas mãos se foi,
Como a última partida da nossa escopa de quinze,
As brincadeiras de madrugada de caixa,
Nossa lanchonete,
Pesqueiro no teu tanque...
Tanta coisa,
Coisa de Vó,
No teu último suspiro,
Em mim foi quase um tiro,
A saudade aperta,
A lágrima é certa,
Nunca irá existir outra como a Senhora,
Apavora...
Nossas idas à praia,
As caminhadas pegando as conchinhas enquanto o sol ainda preguiçoso raiava,
E você lá comigo,
Meu abrigo,
Só pra me fazer sorrir,
Me ensinou o que é o sentir,
E sinto você na minha estrada,
Seus pezinhos marcados na areia,
Unhas sempre feitas,
Vermelhas,
Me dizia que eu era seu ouro,
Um tesouro,
Porque ela tem coração de criança,
Ela é minha Avó,
Ela é Constância,
Essa foi a minha infância.
ESPIRRO CONTIDO
Jamais um espirro contenha
Se vier, deixe que venha
Seja um, seja com biz
Espirre da forma certa
Conservando a boca aberta
E não comprimindo o nariz
Assim diria minha avó
Nas palavras de minha mãe
Atribuindo os versos dela
Desmentida ainda em vida
Velha atrevida e teimosa
Bem pra lá de espirituosa
Aos remelentos mais antigos
Bom seria estar contigo
Saberoria em cada prosa
Alma Santa, jocosa, que admiro
Daqueles saudáveis tempos
De alegria até no espirro!
Velho, é um idoso chato.
Idoso, é um velho guerreiro, cheio de experiências para compartilhar.
A diferença de um velho, para um idoso são imensas (...).
GRACINHA
Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.
Eles são mestres de sabedoria
fontes de paciência e amor
aproveitem os seus...
Construam preciosas lembranças
em família, sempre regadas
ao cuidado e amor por seus avós
A BÊNÇÃO
Quando eu era bem menina,
Minha vó vinha me visitar,
Trazia na mala dela,
Brinquedos e balas de canela.
Minha vó vinha de longe,
Mais de hora de viagem,
Ela vinha olhando a paisagem,
Esperando logo chegar,
Para a saudade matar.
Assim que Vovó chegava,
Na porta assobiava,
E quando eu a escutava,
Corria e lhe abraçava.
Saudades eu carrego comigo,
Saudades do seu sorriso,
Saudades da sua voz rouca,
E do seu jeito de dizer sem falar,
Que me amava
E sempre iria me amar.
Zete,
Foi de broto à planta, de botão à rosa, de semente à árvore de frutos magníficos;
Zete foi de fraqueza à força, foi de obediência à ousadia, foi de tranquilidade a sagacidade e continuou indo...
Zete nunca teve medo da morte, afinal, ela travava lutas diárias contra coisa muito pior, então... Como teria?
Zete nunca passou despercebida, ela chegava e marcava. Ela mostrava quem era, e todos a amam por isso;
Zete, traduzido do amor de quem a ama: FORÇA INFINITA... É força e luz;
É raiva e paixão;
É ódio... Ódio não, isso nunca coube em seu coração;
Zete é silêncio, delicadeza nos mínimos detalhes entre suas cocadas e suas costuras;
Zete estava presente no cavalinho de pano que deu a seu neto;
Sua doçura estava presente nas suas cocadas;
Sua força estava presente na sua comida;
Sua leveza estava presente no seu abraço;
E no seu olhão azul eu podia ver, era claro, o amor que me era dado;
Zete se foi, mas como sempre, ela não se encheu de “tchaus”, ela nos banhou de “até logos” e que logo eles cheguem;
Zete passou por mim, e o que eu posso dizer é que antes de Zete eu era um, depois dela, eu sou infinito.
Dia frio
Você só é forte e arrogante até ver
o buraco de terra vermelha aberto no chão
e as pás cheias de terra
ressoando no caixão sobre os seus.
Em ti me agrada
Cada fio branco
Tua melanina
Os óculos de uma mulher sábia
As marcas que estão em ti
De um caminho de muitas batalhas vencidas
Marcas de dor
Sofrimento
Mas principalmente marcas de um lindíssimo caminho de muito amor
Tuas primaveras
Se completam
E todos os corações se alegram
Tua delicadeza é permanente em cada toque seu.
Tua lesura é bonita de se ver
Não existe pressa no seu roteiro de vida
O cuidado que existe dentro de você
Com cada palavra
É simples
É mulher
É Sebastiana.
1 de novembro de 2015
Cai no álbum de retratos. Quem diria, vó!
Foram tantas as vezes que você ficara que a gente principiou a te acreditar sublime, a te pensar eterna, a te desejar inefável. Fico com as minhas palavras cosméticas, sem ter como te fixar no escuro. Mas não seria justo, avó, não seria certo. Porque você sabia de cor o nome de tantas ruas por onde já não pisava, a receita de tantos bolos que já não fazia. E aquela fraqueza de sempre. Não faz mal, avó.
O universo continuará sem ti. Com você, extingue-se um mundo de coisinhas. Terá importância? Aquela casa, sua, será alvo de imobiliárias predadoras. O número 48, tão simples, da rua Colonização. Ao redor da casa, despontam prédios. Arranha céus imensos ganham terreno. É tanta modernidade, vó! A nossa rua vai ficando encolhida e, com ela, a casa, o jardim, a soleira da porta.
A vizinhança parece dormir, as visitas rareiam. As vizinhas do seu tempo já não aparecem com frequência. Um ou outro nome desaparece. Você continua. Faz setenta, oitenta, quase-noventa anos. Sente saudade, mas não deixa transparecer que nossa pouca idade não alcança suas lembranças, suas memórias. Conta histórias de menina que a gente escuta com cuidado. Diz lembrar fatos que lhe aconteceram com três anos – e eu acredito. Tem memória boa. Sabe de cabeça o aniversário de muita gente. Guarda tanta, tanta vida.
Como você, eu não encontrei ninguém. Sentada na cama, seus olhos marejam, sua expressão vagueia – quase chora.
“Eu só tenho pena de deixar minhas coisinhas” – não faz mal, vó.
Suas coisinhas vão com você. Boa noite.
Dorme com os anjos.
Gi.
Ilda Baio
rua é para os encontros,
quem disse que era para os carros?
Vou pela rua de cima,
pois desejo ver a vozinha.
Vou na esperança e atento.
Na rua vejo muitos dos conhecidos.
Risos e apertos de mãos,
Virando a esquina, vejo-a no portão.
Vejo minha avó por adoção,
Sei que sou adotado,
mas sempre recebo seu abraço.
Cheiro de vó ela tem,
cabelo e pele também.
E não é só isso!
As histórias sempre vem.
Vem e leva-me, e eu vou.
Viajo sem dar um passo.
Sinto tudo daquele tempo,
Sonho quando estou ao seu lado.
Agradeço ao Bom Deus
por ser um neto abençoado.
Sou grato por ter Ilda Baio,
em meu coração estampado.
Feliz com a vida,
Que sempre planta flores
como a Dona Ilda perfumada e sagrada.
Quero um dia ser rua de encontro.
Ser o motivo de esperança e alegria.
Fazer das minhas memórias,
contos e reencontros,
de novos e anciões,
compartilhar sempre
para permanecer vivo.
Pelas ruas de Pombal há esperas
Que encontro na imensidão
O amor de Dona Vera
Que preenche meu coração
Em meio a tantas coisas que ocorreu nesse ano, poder ver você que sempre cuidou de mim quando eu era pequena, me ensinou varias coisas. Me lembro de uma vez que perguntei se você poderia ser minha avó porque eu não tinha e todos diziam que vó era muito bom.
Lembro que você disse: que você poderia ser o que eu quizesse.
Nos todos temos defeitos e também erramos, mas não cabe a ninguém julgar. Talvez possamos ter errado em algumas escolhas machucando outras pessoas, em alguma parte de nossas vidas, as vezes na tentativa do acerto não percebemos as consequências.
Viagem dos Filhos
Viajando em companhia do silêncio
A saudade turva meus olhos
É o passado pedido: “Volta só um pouco”
Algo que não tenho em minhas mãos
Mas tenho boas lembranças e isso me conforta muito
Sei que essa ansiedade estará tudo resolvido nesta viagem.
No final desta longa estrada, os seus braços estarão abertos.
E sei que seu sorriso estará aberto em sua linda face.
Recebendo-me melhor do que imaginei
Mas porque será que me atrasei?
“Ah, claro! Para fazer paradas “
São paradas para fazer historias e deixar saudades
Fiz amigos e em algum ponto acho que você me guiou. Sensacional!!!!
Vejo verdes campos e também lugares de difícil acesso. Perigosos sim.
Recordo-me que minha vida toda foi assim mesmo
Não consigo mais prosseguir. Hora de parar para descansar.
O pessoal da parada trata a gente muito bem. São anjos com certeza. São amigos.
Nesta viagem são muitos os obstáculos. Da onde eu parti tive boa orientação
Não será problema. Orientação daqueles que me esperam no final desta vigem.
Meu pai sempre pediu que eu fosse firme, porém falando com olhos adocicados. Meu pai era algo Fantástico.
Seguindo a rota
Não tenho mais a palavra nem o roteiro dos meus avós queridos para me guiar.
Eles conheciam bem o caminho.
Que Saudade.
Então vamos ser fortes.
A estrada é escura e eu não tenho idéia de onde estou indo. Mas sabia que era este o caminho certo.
Chegando à CIDADE LUZ, um senhor barbudo me entrou na frente e com a mão estendida sorrindo diz: “Estávamos a te esperar. Você só não derrapou porque sua carga estava cheio de SAUDADES.”
Senti alguém pegar minha mão e quando olhei ao meu lado vi que era meu PAI.
“Fique firme filho.
Nada de ruim irá te acontecer.
Não acorde. Não agora.
Fica mais um pouco com seu Velho Pai!”
Acontecido
Sergio R.Zamproni
Vovó, alegria da minha vida!!!!
Venho por meio dessa mensagem para deixar registrado o tamanho do meu amor e gratidão, pela vida da senhora e por ter sido presente em todos os momentos da minha vida, mesmo aqueles que eu estava longe.
Em 1939 nasceu um ser de luz que seria o exemplo de força, de amor e lealdade, para todos que cruzassem seu caminho e o nome desse ser de Luz foi chamado de Sebastiana. Que depois de 51 anos eu seria contemplada com a graça de ser sua neta.
Vovó essa cerimônia toda, é só pra deixar claro, e não deixar nenhuma dúvida do meu amor, gratidão e orgulho. Hoje em 2024 tenho a oportunidade de lhe parabenizar por mais um ano, e hoje se comemora seus 85 aninhos. Vó eu desejo para senhora mais 20 anos de saúde para viver do meu lado e continuar trazendo essa alegria e energia singular, que só pertence a ti. Deus obrigada por mais esse ano de vida da minha avó.
Tudo que há de melhor nessa vida eu desejo o triplo para a senhora minha avó amada.
Eu Te Amo eternamente. Da sua neta babona e a favorita 🤩❤️
Feliz aniversário, que Deus abençoe sua vida hoje e sempre! E que nunca te falte saúde, amor e alegria! Essa é sua essência ❤️
Que nunca te falte amor, pois nunca te faltará esse colo
Que nunca te falte segurança, pois nunca te faltará esse abraço
Que nunca te falte força, pois nunca te faltará esse porto
Que nunca duvide da sua capacidade de ser incrível, pois ser incrível é algo que você é desde sempre
Que nunca duvide do seu dom com a maternidade, pois inúmeras vezes te vi ser uma irmãe maravilhosa
Que nunca se sinta sozinha, pois nunca, nunca, te faltará família!
Nós somos um elo.
A sua história é linda,
Obrigada pela oportunidade de ser sua irmã e pelo presente de ser tia-avó.
Te amo muito
desde sempre, para sempre.
DEPOIS QUE MARIA PARTIU...
... partiram a alegria, os sorrisos, os louvores, os cochilos no sofá.
Aquele terço de pedras azuis e brancas esteve com ela até o fim. Certamente escutaram cada dor, ouviram em silêncio cada prece, sentiram o arder dos joelhos de uma fé inviolável.
O cheiro do café não é o mesmo, já não se acorda cedinho na rede, ouvindo a TV alta sintonizada na reza do terço ou na celebração da missa.
E as 18h não se vê mais o mesmo encanto nem a mesma dedicação para ligar o rádio ou mudar a frequência para ouvir o programa Jesus te ama.
O cuidado com os de fora e com os da família era invejável. Uma preocupação, um querer perto e querer bem. Coisas de Maria...
O quintal já não ouve as mesmas gargalhadas das reuniões em família.
Olhar os quadros na parede de sua casa ou observar as fotografias dos álbuns que ela guardava com maior primor causa no peito uma emoção tamanha de memórias impagáveis.
O pé de cajueiro chora, pois, a espera todo ano para, ali em sua sombra, Maria quebrar castanha.
O fogão a lenha já não queima com a mesma simpatia.
A comida não tem o mesmo cheiro e nem o mesmo sabor.
A égua velha caducou em solidão, chorando noite e dia com saudades de Maria. As demais criações, como seu cachorro Surubim, ficaram desoladas, impotentes com tamanha perda.
Quem dera pudessem assinar um contrato de esperança, ficando, além da lembrança, a certeza de que Maria iria voltar.
E, como no ato ligeiro de balançar a rede ou fechar uma janela, tudo se modifica... tudo se modificou.
As frechas da janela verde relembram um ambiente onde, apesar das dores e desarmonias de um lar, o amor de Maria sobrepôs tudo.
E se a saudade tivesse outro nome, sem dúvidas seria Maria.
Sublimidade das mãos...
(Nilo Ribeiro)
Claro que é uma analogia,
diferente não poderia ser,
assim é minha poesia,
assim é o meu escrever
mãos do agricultor
que trabalham a natureza,
colocam comida e sabor
sobre a nossa mesa
mãos do operário,
progresso da nação,
trabalham pelo salário,
buscam o bendito pão
mãos do policial,
nos dão segurança,
no seu habitual
nos dão confiança
mãos de um maestro
que regem uma orquestra,
seja canhoto ou destro,
é sempre uma festa
mãos do padeiro
que nos alimenta com energia,
na verdade é um obreiro
nos dando o pão de cada dia
mãos de uma criança,
que nos dão muito carinho,
nos enchem de esperança,
abrandam o caminho
mãos de uma avó,
que acalentam e adulam,
elas nunca nos deixam só,
são bálsamos que curam
mãos do educador
que nos dão o ensino,
é arte com tanto amor
que beira o divino
mãos da costureira
que cosem com disciplina,
transforma como brincadeira
a menina em bailarina
mãos do instrumentista
que bailam as notas musicais,
nos alegram e enfeitiçam,
nos fazem anjos celestiais
mãos do poeta
que nos levam ao sublime,
o supremo se manifesta
nas palavras que exprimem
mãos da medicina,
que cuidam do nosso corpo,
nos dão visão e disciplina
para nosso bem e conforto
mãos da artesã
que trabalham com alegria,
nos despe do nosso afã
fazendo arte com poesia
mãos do jardineiro
que acariciam a flor
é de Deus um mensageiro
que mostra o caminho do amor
mãos de mamãe e papai,
protegem e dão guarida,
de amores se sobressaem
reverberam nossas vidas
Mãos do Nosso Senhor
que sejam sempre louvadas,
nos guiam com amor
fazem nossas vidas abençoadas
minhas mãos postas
rendem-lhe homenagem,
esta é a minha proposta
oferecer-lhe esta mensagem...
Saudade da vovó
Lembro-me dela costurando,
E um ou outro neto chamando-lhe.
Na mesa lotada, primeira era servir toda a garotada.
O jardim com seus brincos de princesa, ninguém podia tocar.
Caso contrário, iria uma brigar arranjar.
Com suas economias, fazia de tudo para todos os netos agradar.
Hoje choro ao recordar da vovó que tanto me fez ninar.
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