Poemas de Morte Poetas Conhecidos
"Ela e os nós (duas)."
Minha mãe nos deixou já faz um tempinho, como dizem os espanhóis, "já tem um par de anos" E hoje resolvi visitar lugares evitados ao longo desses quase 730 dias, como coisas ensacadas, e encaixotadas por ela. E o que mais me chamou a atenção não foram os itens guardados mas sim os "nós" e laços dados em fios, fitas, e sacolas que sempre foram marcas registradas da minha mãe. Ela gostava de tudo amarrado, ensacado, agasalhado. Na sacola dos tapetes,eles estavam lá, bem medidos, bem amarrados. Nas cordas das redes, eles estavam lá, bem firmes, bem seguros para que ninguém viesse a cair. Depois fui ver algumas coisas atrás da casa, e eles também estavam lá, amarrando, segurando e alinhando discretamente três canos de água em desusança, preparados para uma eventual necessidade. As digitais da minha mãe estão naqueles nós, naqueles laços, porque sei que ali ela foi a última pessoa que pegou, que tocou, que amarrou. Posso desobrigar os laços das sacolas,e das fitas, a permanecerem na condição em que Zizina Vidal os deixou, mas confesso que tive dificuldade em mexer em algo que parece ser tão simples mas que foi especialmente e atenciosamente feito por ela. Minha mãe foi embora, deixou aqui alguns laços nas sacolas para eu desatar, mas também deixou laços entre mãe e filha que por vez, são indesatáveis.
"Vida miserável, maldito o Homem que se apaixona pelo sol, mal sabe ele que esta em sua própria morte"
Existem oportunidades de salvar uma vida, mostrando a verdade, pois a vida é perdida por mentiras. A dor não acaba com a morte ao contrário ela se intensifica espalhando-se, por toda família.
A inteligência está para a beleza, assim como o luxo para a pobreza. A inteligência é uma deformidade, e a beleza uma pobreza. A maioria continuará vencendo até a morte chegar para todos!
Minha poesia nasceu para o silêncio, para o sepulcro, para o cadáver que apodrece, para os vermes que beijam os lábios frios da amada sepultada, para o inferno e seus anjos caídos,para os cemitérios, para as covas com suas bocas abertas ao céu cinza e chuvoso, para tudo que fenece e para aquele que nunca, jamais esquece.
E continuo a me perguntar se viver não é apenas um castigo semelhante ao suplício de Tântalo. Uma espécie de copo vazio que nos deixa sempre com sede.
O que me aterra nos meus regressos de agora é não ter mais quem espere por mim, ninguém. A casa e os móveis, o ambiente que me faz recordar que algum dia tive alguém que me esperasse com ansiedade, mas "nesse algum dia" não sabia o que era ter alguém. O vazio da minha liberdade total.
Carta melancólica de C., queixando-se de R. A melancolia é bela. Os amigos falham, nunca estão no mesmo momento que a gente. E a amizade - diz ele - não será apenas uma ilusão, o terror da solidão, o desejo de ser amado, o pensamento da morte, da partida inevitável? Cá por mim perdoo sempre, pois também falho como amiga.
Minhas viagens são sempre voltas à infância, aos lugares onde vivi um dia. Uma procura, pai, mãe, avós, tios, amigos mortos. Volto atrás e procuro no verde, na luz, no céu. Em vão. O que perdi não terei mais, porém, mesmo assim volto sempre. A esperança de que algum dia encontrarei aquilo que procuro incansavelmente. Quem sabe na morte, única paisagem que por enquanto me é vedada.
Cada dia que passa mais sinto o pouco que tenho pela frente. As semanas correm, correm, correm me aproximando do fim. É estranho pensar que tenho de morrer um dia. Por quê? Qual a razão de tamanha injustiça? Por que nascer para morrer? Se desde o entendimento nos preparassem para a Morte como para uma grande festa, em lugar de transformá-la no castigo, no medo ao desconhecido, talvez não a temêssemos. Quisera poder enfrentá-la com dignidade, como uma rainha numa festa de coroação. Mas não estou certa das minhas forças. Nasci mais para viver do que para morrer. Quem sabe, uns nascem mais para a vida e outros mais para a morte?
Nunca paramos em pessoa alguma e "cada amor novo é apenas o elo de uma longa cadeia cujo fim é o Amor único", em busca do qual estamos todos. Em cada pessoa fazemos uma parada de um, dois anos, de mais, de menos tempo, mas em ninguém nos detemos verdadeiramente, já que o nosso fim é o Amor Eterno, que se realiza somente em Deus. Nossa vida é breve e o corpo demasiado pequeno e frágil para, sem romper-se, abrigar tamanha imensidade. Só a morte nos libertará, nos dará proporções suficientes para suportar sem riscos a realização daquilo que é a única razão de ser, o Amor, de Deus.
Paramos horas a fio com o pensamento naqueles que se foram, em tudo que foi antes e acabou, no balanço do que nos resta de vida. Rápido, bem mais rápido do que supúnhamos, Melhor fora se o tempo que vivemos fosse gasto em amor. Mas, ai de nós, quando essa ideia nos chega já não resta em nós calor que alimente um amor. Deixamo-nos viver, muitas vezes com entusiasmo, para começar algo de novo. Mornos, não soubemos aproveitar a chama da juventude, ou então a desperdiçamos.
Pegue um cadáver, creme-o e o coloque em uma ampulheta, porque não há nada melhor que um morto pra dizer que um dia nosso tempo acaba
Flores... O quão importantes são! Presentes em todas as fases da vida. Ao nascer, a mãe feliz as recebe, comemorando o nascer de uma vida. Ao aniversariar, que gesto lindo! Tanta beleza e perfume, demonstra a alegria de um novo completar. No casamento apresenta suma importância com sua beleza em uma data tão especial e única. E enfim... ao morrermos ela também enfeita a memória do que foi a vida o fim de um ciclo, e mesmo assim não perde sua essência, perfume e beleza.
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