Poemas de Janela

Cerca de 3474 poemas de Janela

'MURO'

Tenho uma casa com algumas janelas. Mas tenho em especial uma janela. É através dessa que observo profundo e genuíno as pequenas e grandes coisas da vida. Sentado ou reclinado, a vista parece imensa. Vejo mares, rios, lagos, grutas. Porém, na maioria das vezes, avisto uma parede de concreto. A parede é mesmo concreta! Já as tantas águas, eu as aprecio, coloco sobreposições para deixar os dias mais insinuantes e deleitáveis. Mas a 'parede', essa é diária. Tenho vontade de derrubá-la, pô-la ao chão. Comer alguns pedaços de tijolos. Esmiuçar o cimento inerente à minha visão limitada. Mas não tenho impulso, tampouco robustez para colocar uma parede tão bem acertada ao chão...

Mas hoje, meu olhar quotidiano divisou uma aprazente neblina e por trás dela, uma nuvem carregando pingos d'águas. As paredes do muro ficaram encharcadas. Pensei: - já que não tenho marretas, talvez um martelo resolva! E assim o fiz. O muro fragilizado, em poucos minutos transformara-se numa grande ruptura e destroços. A partir de então, pude ver através do mesmo que, havia um outro muro a ser quebrado. E levantando mais a visão, compreendi que havia dezenas de muros para serem derrubados. Foi então que cuspi alguns pedaços de tijolos e voltei novamente para minha visão, já embaçada por tantos muros, mas que agora, precisaria de um tsunami para que êxito eu tivesse nas minhas tantas derrubadas...

Inserida por risomarsilva

'SOMOS ARTISTAS...'

A vida pendurada na janela.
Avenidas em molduras,
martelos.
Antes a paisagem fosse risonha,
cantada à beira-mar,
neblinas suaves,
amplificadas.
A vida sempre ecoa,
mistérios,
limoeiros,
marteladas...

Pequenos e grandes passos se vão,
agora nevoeiros,
escadarias.
Matéria diluída,
sem paradeiro,
saguão.
Deixar-nos-emos saudades.
Eis o retrato da vida:
passageiro como trem!
Bela arte,
invenção...

Inserida por risomarsilva

'JANELA II' - [Fragmentos...]

Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de se sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê.
A janela só tem sentido fechada...

Inserida por risomarsilva

'JANELA II'

A vida sempre leva,
o olhar p'ra vida aquarela,
janelas embaçadas.
Palco - pessoas cruas-,
não veem o clarão da lua.
Andam a despedaçar-se.
É o olhar circular,
"a vida pendurada na janela."
Corações crus,
fixados nas ruas desertas...

Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê...

Mudanças no tempo,
cancelando querelas.
Invisíveis nos olhos,
- a tal janela -.
E como se perdem!
Sem quê e sem porquês.
Ela tem atiradores,
sabor perspectiva p'ro mundo,
forma nas tempestades.
A janela só tem sentido fechada...

Inserida por risomarsilva

⁠Era nove horas da noite minha mãe me chamava da janela do terceiro andar .
Nininha !
Sobe.
Eu subia as escadas querendo morrer .
Teve seu lado bom.
Sempre tem .
Eu assistir todas as novelas das 9 dos anos 90 rs.

Inserida por Janinekelle

⁠LOBISOMEM E O AMOR

Da minha janela eu vi o lobisomem
Com os olhos vermelhos
Ele olhou em minha direção
Eu com muito medo
Não tinha muito o que fazer
Então li o mais belo poema sobre o amor
Que tudo supera, que tudo superou
Então o lobisomem com seus olhos vermelhos sorriu
E dançando e cantando ele partiu

Inserida por samamba410_1097037

⁠O sabiá

Um sabiá canta no meu quintal.
Toda manhã ao pé da minha janela,
Um canto melancólico, ele parece contar
Uma história triste, porém singela.

Às vezes penso, que o sabiá que canta o dia inteiro
No meu pé de laranjeira é um lobo solitário,
Que vive entre as estações
E canta pra sobreviver, não porque é necessário.

Eu o vejo pela vidraça da Janela,
Por vezes embaçada de neve ou de poeira.
O sabiá, assim como eu,
Escolheu a solidão como companheira.

O sabiá sabe, assim como eu sei
Que o que era sublime e tão bonito
Ao mudar de estação se perde tudo
Seu canto fica mudo...Tudo cai no infinito.

Inserida por EvandoCarmo

⁠VEJO A VIDA PASSAR PELA JANELA

Todo dia, sobretudo à noite, tenho a impressão de que a vida escorre pela janela. Não como um acontecimento brusco, mas como um escoamento sutil — uma espécie de adeus cotidiano que ninguém percebe, exceto quem aprendeu a olhar.
É pela janela do meu quarto que observo a lua — testemunha antiga dos meus poemas, cúmplice dos versos que escrevi para minha amada, esposa, musa. Foi ali que derramei palavras como quem tenta deter o tempo. Foi ali também que vi meu gato desafiar o espaço, se equilibrando entre o vidro e a rede de proteção, como se pressentisse que a vida, afinal, é esse jogo instável entre o risco e o repouso.
Às vezes me pego contando os dias. Não com a ansiedade de quem espera, mas com a lucidez de quem sabe que tudo se esvai. Como quem vira páginas em um calendário invisível, um calendário metafísico onde cada dia é uma página escrita com o que não vivi plenamente.
E então me pergunto: será que me resignei diante da finitude? Ou apenas me acostumei a contemplar, a escrever, a esperar? Me tornei íntimo da lua, confidente das madrugadas, contador de silêncios. Talvez tenha aceitado que a vida não se segura — apenas se observa. Como quem sabe que o tempo não espera por ninguém, mas pode ser tocado, por um instante, no gesto de olhar com atenção.
A cada noite, sinto que estou escrevendo — com meu corpo, com minha espera, com meus olhos voltados à lua — uma lenta despedida.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Da minha janela, olho a lua. Está inteira, clara, e sempre me encanta, mas o que mais me espanta é o fato de que ela não tem luz própria. Como pode algo tão brilhante ser apenas um reflexo, uma ilusão de luz? Ela se mostra em sua plenitude, mas não é sua a chama que a torna visível. A luz que vemos, tão intensa e bela, vem do sol, distante e silencioso. E, mesmo assim, a lua reflete, com tamanha força, essa luz emprestada, como se fosse sua. Como pode uma ilusão ser tão real? Como algo que não emite, mas apenas reflete, pode ter tanto poder sobre os nossos olhos e pensamentos?
Isso me leva a pensar em outras coisas que, assim como a lua, existem apenas na ilusão que construímos sobre elas. A gravidade, por exemplo. Nós sentimos, nos afetamos, mas não podemos tocá-la, como se fosse uma presença invisível que nos mantém ancorados à Terra, mas, no fundo, não a vemos. E o tempo? Ele passa, nos arrasta com sua corrente invisível, e vivemos sobre a ideia de que ele é linear e certeiro, mas, na verdade, não passa de uma construção mental, uma convenção que decidimos acreditar para dar sentido à nossa existência.
A verdade, muitas vezes, é uma construção. A própria realidade, o que chamamos de “real”, não é senão um jogo de percepções e interpretações que aceitamos, até mesmo nos convencendo de que o irreal é, de fato, real. Como uma miragem no deserto, ou um sonho que, ao acordarmos, parece mais real do que o próprio mundo em que vivemos. E, ainda assim, acreditamos. Abraçamos a ilusão porque ela nos oferece sentido, segurança, uma sensação de pertencimento ao que não compreendemos completamente. E, talvez, seja isso o mais misterioso de tudo: nossa capacidade de acreditar no intangível, de fazer da ilusão uma verdade irrefutável.

Inserida por EvandoCarmo

DA JANELA

Tive olhando hoje
pela manhã,
pela janela
do mundo
as pessoas,
as ruas
os postes
as calçadas...

Tudo me pareceu
concreto..
não havia flores
nem jardim
nem animais
nem crianças
coisa abstrata indefinida
tudo muito frágil.

Dia chuvoso
no hemisfério sul
sem névoa ou neve
também sem sol
tudo na rua
parecia morte e medo
de tanta calma
vida concreta
gente sem alma.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Gotas de lágrimas

Olhando através da janela vi a chuva cair,
sobrancelhas levantadas ao te ver passar,
olhastes para cima e me vistes, não sei afirmar se eram gotas de chuva ou gotas de lágrimas no teu olhar,
as minhas lágrimas tinham razão, inato aos sentimentos e atemporal.

Inserida por ricardo_souza_5

Que vista!

⁠Da janela vejo o Sol nascer e ao mesmo tempo o mar brilhar,
você deitada com o semblante de felicidade olhando o reflexo do Sol através do meu olhar,
nada é melhor do que acordar do teu lado abraçado com teus sorrisos e a tua corrente de energia carregada de amor.

Inserida por ricardo_souza_5

⁠A solidão


Garoa fina,
uma vela acesa,
janela suada,
rua vazia,
a solidão.

Inserida por ricardo_souza_5

Paixão pesada


⁠Seis horas da tarde, garoa fina lá fora,

da janela, os galhos molhados, as folhas ao chão,

sem sol, sem sombras, sem paixão correspondida, sem respostas ao coração,

no fim, a esperança do último suspiro é o que aquece a casa.

Inserida por ricardo_souza_5

PINTE O MURO DA MINHA JANELA COM CORES DE AQUARELA.

Pinte a vida, pinte o amor, pinte o sorriso, a liberdade, pinte os muros das cidades, pinte o céu, pinte com cores de arco-íris, pinte tudo o que está deformado.

Dê uma nova vida às rachaduras visíveis nas paredes desta cidade.

Pinte o caipira balançando na rede, vá pintando pelas ruas e passarelas, becos e vielas, vai pintando as gravuras dos muros que cercam o seu caminho.

Pinte o menino que vende carvão, pinte o velho que vende latão de dentro do latão lixão sobreviver.

Pinte as nuvens com cores de algodão, a gente sabe que não é fácil viver da arte, faz parte, só não podemos desistir, somos como um jardim que vai florescer.

Pinte tentar se expandir, vamos mostrar seu talento, sua profissão em forma de imaginação, pinte tudo como quiser, só que o muro da minha janela eu quero que pinte cor de aquarela.

Inserida por Eraldosilva123

⁠⁠⁠Pela Janela


Da minha janela vejo o céu.

Vejo a lua e o amanhacer.

Vejos os carros passando.

Vejo crianças indo para escola e voltando. Prontos para mais um pouco brincar.

Vejo a vizinha lavando a calçada, o senhorzinho esperando a amada que nunca mais voltará.

Vejo a chuva caindo, as aves dela fugindo, buscando abrigo, repousando e depois prontas para novamente voar.

Pela minha janela vejo também a vida com sua sutileza, levando de nós o tempo, os sorrisos, o fôlego, o caminhar.

Vejo o percurso da trilha.

Vejo os pontos de paradas.

Vejo as feridas se fechando.

Vejo-me soltando as amarras.

Meu coração se libertando.

E eu mesmo me olhando.

Vejo os sonhos que me habitam, dizendo à todo momento para eu confiar.

Que me fazem querer acordar amanhã mesmo quando ainda nem me recuperei do dia anterior. Mesmo que mais um seja um a menos.

Me recordo então do amor que move meu ser, que me dá fôlego e ao mesmo tempo me impulsiona, sem deixar de avisar de novo que não existe corrida alguma, que não precisamos ter pressa.


E para um novo dia me levanto.

O que você dá sua janela?

Inserida por wesleydiniz

Eu sem você

Olho da janela para além do horizonte,
Olho na direção que eu possa encontrar você.
Hoje eu buscarei mais uma vez o teu coração,
Ainda hei de encontrar aberta a porta dos teus sentimentos.

Quem sabe algum dia você me deixe entrar,
E por que não? Quem sabe você me deixe ficar.
E se me deixar ficar, vou me entregar de alma e coração a esse amor,
Vou me render ao calor dos teus abraços.

Serei o teu sonho,
Serei desejado,
Serei teu amado,
Eu serei quem você quiser.
Só não serei mais eu sem você.

Inserida por edney_valentim_araujo

⁠Alegrias.
.
Abri minha janela e um sorriso
De quem vê nela o meu destino.
Como d’antes eu a vi...
Eu sempre ali
No brilho farto de um sorriso.
.
Teus olhos não me buscam
E nem mais tenho o que lhe dei
Nos caminhos largos do teu riso,
Mas não destoa em mim
As cores vivas de quem vive
Um instante desse brilho.
.
O sonho é sempre um sonho
De uma alma adormecida
Que não perde a companhia...
Um viva a vida de alegrias já vivida
Que traga nela mais um dia.
.
Edney Valentim Araújo
1994...

Inserida por edney_valentim_araujo

Tem algo a fazer para o bem?

Faça imediatamente, pois a janela de oportunidades pode se fechar a qualquer momento.

Inserida por JaneSilvva

MANHÃ DA MASSA
(26/08/2018).

Vejo na janela o amanhecer,
Que traz na sua essência
As boas-vindas ao som
Da harpa dentro de mim.

É a Manhã da Massa,
Invadindo todo o meu ser,
Com esplendor e versos
A nascer como o próprio sol.

Inserida por ricardo_oliveira_1