Poemas de Dostoiévski
(...) Eu sou um homem ridículo. No momento dizem que estou louco. Seria um título excelente, se para eles eu não permanecesse nada mais que ridículo. Mas de ora em diante eu não me zango mais, todo mundo é assas e gentil pra comigo, mesmo quando caçoa de mim, e, dir-se-ia, mas gentil ainda naquele momento. Eu riria de bom grado com eles, não tanto de mim mesmo quanto para lhes ser agradável, se não sentisse tal tristeza ao contemplá-los.
Para mim basta que tu existas em algum lugar, e não perderei a vontade de viver.
Fuja da mentira, de toda e qualquer mentira. Particularmente de mentir para si mesma.
As aparições são, por assim dizer, pedaços ou fragmentos de outros mundos, o seu princípio. É claro que o homem são não tem motivo para vê-las, porque o homem são é o homem mais terreno, e deve viver uma vida terrestre, atendendo à harmonia e à ordem. Mas quando adoece, ou quando a ordem terrena se altera no organismo, começa imediatamente a mostrar-se a possibilidade de outro mundo, e, quanto mais doente, tanto mais em contato se encontra com esse outro mundo, de maneira que, quando morre completamente, o homem vai direto para esse mundo.
O que os homens mais temem acima de tudo? O que for capaz de mudar-lhes os hábitos.
Não são os milagres que inclinam o realista para a fé. O verdadeiro realista, caso não creia, sempre encontrará em si força e capacidade para não acreditar no milagre, e se o milagre se apresenta diante dele como um fato irrefutável, é mais fácil ele descrer de seus sentidos que admitir o fato.
Sou mestre na arte de falar em silêncio. Passei a minha vida toda conversando em silêncio, e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo.
Oh, que baixo eu caí! Não, do que eu necessitava era das suas lágrimas; o que eu precisava era de ver o seu medo, ver como o coração lhe doía e se despedaçava! Eu precisava de agarrar-me a qualquer coisa, de pactuar, de contemplar um ser humano! E tinha-me a resumir em mim mesmo tantas ilusões, e sonhar tantas coisas de mim, eu, que sou um mendigo, insignificante e reles, reles!"
Os moradores saíram por onde entraram, um por um, com esse estranho sentimento de satisfação íntima que o homem mais compassivo não pode esconder diante do sofrimento alheio, seja até do amigo mais querido, do maior amigo.
A moderna sociedade burguesa, uma sociedade que desenvolveu gigantescos meios de troca e produção, é como o feiticeiro incapaz de controlar os poderes ocultos que desencadeou com suas fórmulas mágicas.
Os pobres e os desgraçados deviam viver longe uns dos outros, para que as suas misérias se não agravassem mutuamente.
Acontece às vezes encontrarmos pessoas desconhecidas por quem nos interessamos à primeira vista, antes mesmo de termos trocado com elas uma palavra.
A verdade verdadeira é sempre inverossímil, você sabia? Para tornar a verdade mais verossímil precisamos necessariamente adicionar-lhe a mentira.
O sofrimento e a dor são sempre inevitáveis para uma consciência ampla e um coração profundo.
Dor e sofrimento são sempre inevitáveis à grande inteligência e ao coração profundo.
De fato, não existe nada mais deplorável do que, por exemplo, ser rico, de boa família, de boa aparência, de instrução regular, não tolo, até bom, e ao mesmo tempo não ter nenhum talento, nenhuma peculiaridade, inclusive nenhuma esquisitice, nenhuma ideia própria, ser terminantemente “como todo mundo”.
Acima de tudo, não minta para si mesmo. O homem que mente para si mesmo e escuta sua própria mentira chega a um ponto em que não pode distinguir a verdade dentro de si.
Crê até o fim, mesmo que todos os homens tenham se desviado e tenhas ficado fiel sozinho.
Os irmãos Karamázov
Arminianismo Brasil
O objetivo de todo movimento do povo, de qualquer povo e em qualquer período da sua existência,
é apenas e unicamente a procura de Deus (...) e a fé nele como o único verdadeiro. Deus é a personalidade sintética de todo um povo tomado do início ao fim. (...) O povo é o corpo de
Deus.
