Poemas de Dostoiévski

Cerca de 150 poemas de Dostoiévski

(...) Eles exigem que o indivíduo não possua personalidade, e acham que nisto é que está o mais importante da vida! Uma pessoa não ser ela própria, parecer-se o menos possível consigo mesmo! É isso que eles consideram o cúmulo do progresso. E nem sequer procuram mentir com graça...

(Crime e Castigo)

"Mas naquele momento minha alma estava à mercê de um desespero tenebroso: eu me afundava, eu mesmo me afundava, então quem é que eu poderia salvar?"

— Duas Narrativas Fantásticas

⁠Não consigo calar-me, quando quem fala cá dentro de mim é o coração.

(Noites Brancas)

Eu não posso calar-me quando meu coração grita(...) sonho todos os dias que, em alguma ocasião, em algum lugar, hei de encontrar e hei de conhecer alguém...Aí, se soubesse quantas vezes me apaixonei, só em imaginação!
(...)concretamente, apenas por um ideal que aparece nos meus sonhos. Eu, em sonhos, imagino novelas completas.
(in Noites Brancas)

Esses sonhos, sonhos doentios, ficam sempre gravados na memória por muito tempo e produzem uma forte impressão no organismo enfraquecido e alterado do homem.

(Crime e Castigo)

Para se conhecer qualquer pessoa, é preciso ir-se chegando a ela devagar e com cautela, para evitar equívoco e preconceito, coisas bem difíceis de corrigir e reparar depois.

A medida que o nosso amor progride, mais nos convencemos de que Deus existe e a alma é imortal...

O amor é mestre, mas é preciso saber adquirí-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar, de fato, não por um instante, mas até o fim.

Também na minha casa, hoje, nenhuma cadeira continua como estava ontem, pois eu já não sou o mesmo.

O homem está sempre pronto para distorcer aquilo que dizem seus sentidos, simplesmente para justificar a sua lógica.

Não é o cérebro que mais importa, mas sim o que o orienta: o caráter, o coração, a generosidade, as ideias progressivas

Não há no mundo coisa mais difícil do que a sinceridade e mais fácil do que a lisonja.
(Crime e Castigo)

Não há nada mais desesperador para o homem do que, vendo-se livre, encontrar a quem sujeitar-se.

Há homens que nunca mataram e que, no entanto, são piores que os que mataram seis pessoas.

Sou mestre na arte de falar em silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra.

Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara.

Mentir com graça, de uma maneira pessoal, é quase melhor que dizer a verdade à maneira de todos.
(Crime e Castigo)

Eu sou um homem ridículo. Agora eles me chamam de louco. Isso seria uma promoção, se eu não continuasse sendo para eles tão ridículo quanto antes. Mas agora já nem me zango, agora todos eles são queridos para mim, e até quando riem de mim - aí é que são ainda mais queridos. Eu também riria junto - não de mim mesmo, mas por amá-los, se ao olhar para eles não ficasse tão triste. Triste porque eles não conhecem a verdade, e eu conheço a verdade. Ah, como é duro conhecer sozinho a verdade! Mas isso eles não vão entender. Não, não vão entender.

Fiódor Dostoiévski
Duas narrativas fantásticas

Nota: Trecho de "O Sonho de um Homem Ridículo"

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Não procures um prêmio, pois tens uma grande recompensa sobre a terra: a alegria espiritual que só o justo possui.

Mas diga-me: não está arrependida de não me ter repelido quando eu me aproximei? Foram apenas dois minutos mas tornou-me feliz para sempre.