Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
AMOR ADORMECIDO
Aos poucos,
o amor que ardia,
já não arde.
Sonolento,
o sonho acorda,
desmemoriado.
Embaçado,
na memória,
seu rosto pálido.
Lembranças,
agora,
são apenas fotografias.
ALMA ERRANTE
Vai-se o tempo,
vão-se as horas,
vai alma bebada embora.
Voa alma,
voa sentimentos,
voa loucuras e tempestades de agora.
São torpedos os passos da alma.
São triste os tempos e as lembranças de outrora.
São incompreensíveis as saudades perdidas.
São dores as lembranças sentidas.
Não faz mal se não exitem palavras.
Se inexistem respostas
para minhas perguntas tortas.
Nem sei mais o que sei,
o que fui,
o que foi
o que sou,
no que se fizeram as nossas almas,
da importância da vida,
da importância da história escrita em nossas vidas.
Só sei da sua importância pra mim.
Da sua falta na minha alma
Do vazio dos meus dias.
Mas não me importa.
Preciso aceitar a derrota.
Preciso mudar a rota
Preciso voltar a viver
CADÊNCIA DE UMA SAUDADE
Na cadência do bem querer,
a saudade marca passos,
delimita espaços,
do meu eu sem você.
O silêncio faz, num corte,
sangrar a ausência até a morte.
Mas meus Deuses caminham comigo,
carregando nas mãos meu coração mendigo
fazendo-me companhia num caminho sem sentido.
Na cadência do bem querer,
a distância é uma harpa ao som do vento,
perdida no vazio das palavras ante ao sentimento,
quando emudeceram todos os pensamentos.
A loucura profana ofega no horizonte
uma pesada solidão, que simbilante
engole a lua como um acalento estonteante
para afastar os lampejos de medo da alma profana,
retorcida de uma saudade pungente, diante do momento
Apenas um Canto
Um canto,
No meu canto,
Encanta o meu silêncio.
Fazendo o meu dia raiar,
Fazendo a minha vida vencer
O medo da morte,
O medo da sorte,
O medo, o medo, o medo, o medo.....o medo................o medo.
ANDEI POR AÍ
Andei perdida caminhando por atalhos,
enfiada, que nem um gato, num balaio,
buscando as melhores partes de mim
Para, enfim, costurar pedaço por pedaço de meus retalhos.
Andei sumida na fumaça dos meus dias,
protegendo-me do calor de meus raios de sol incandescentes,
banhando nas cachoeiras frias de minha energia,
todas as incertezas, as minhas tristezas e uma certa melancolia.
Andei, por aí, hibernando nas tocas de meu inconsciente,
às vezes inteira e às vezes quase morta,
mastigando, entre os dentes, pedaços de saudade.
Buscava força e luz no fim do túnel
para ter coragem e força de seguir em frente.
INSANIDADE
Eu ando por aí contando os passos,
contando as horas,
rezando o terço,
tecendo a vida sem endereço,
pagando o preço dos meus tropeços,
buscando a sorte depois da morte
para um novo recomeço.
Eu ando por aí contando estrelas,
soprando vento das minhas janelas,
cantando músicas que desconheço,
desenhando sombras com a luz de velas,
buscando abraços para os meus braços.
Minha alma está em alvoroço
porque a saudade ocupa todo o espaço
e, ainda por cima, dói doída no osso.
Perdi a senha da felicidade.
Perdi o rumo das minhas vontades.
Perdi a calma da neutralidade.
Perdi de mim, as minhas metades.
Insanidade será meu fim?
Fragilidades não me pertencem,
e delas, juro, não serei refém.
Sou ave branda que voa nas aragens.
Sou ave brava que enfrenta tempestades.
Sou um ser errático, lunático, dramático.
E se não sou fantástico, e não sou poeta,
a poesia é a culpada por eu ser assim
E N T R E G A
Curvo-me
ao solo dos sentimentos sem rimas,
ao arco-íris desfeito na alma vazia.
Sem festa e sem dor, sem tristeza, sem amor,
e sem gritos de guerra
ofereço à vida uma solitária flor
sem perfume...
sem cor
O SONHO
Sonhei que
do mar selvagem
eu sorvia
o sal das lágrimas minhas
e, no amanhecer,
o calor do sol
minha saudade
derretia.
Ao acordar,
percebi
minh’alma
inteiramente
vazia
Mudaram-se os ventos
as formas
os dias.
Mudou o tempo,
o sonho,
a palavra,
a poesia.
Esmaeceu-se na alma
a alegria
a beleza,
a euforia.
Perderam-se nas horas
as certezas,
as vontades,
a sintonia.
Ficou o cheiro - no apelo da saudade
e lembranças perpetuadas
num álbum de fotografias.
O que são erros?
Depende do tempo em que eles acontecem.
Ontem eles podem ter sido.
Hoje, talvez não mais.
VAMOS NOS FALANDO
vamos nos falando
enquanto tivermos voz;
quando não tivermos mais,
vamos nos escrevendo
enquanto tivermos ideias;
quando não tivermos mais,
vamos nos mandando sinais
enquanto tivermos movimentos;
quando não tivermos mais,
vamos nos lembrando de nós
enquanto tivermos memória;
quando não tivermos mais,
quem sabe voltemos a nos falar.
CORAGEM! VÁ!
Se deseja caminhar sozinho, vá.
Nada e ninguém poderá lhe impedir.
A vida é sua e a estrada é democrática.
Todos podem andar por ela livremente.
O rumo é o seu desejo.
O vento que varre a estrada irá sempre refrescar o calor da sua busca.
Vá, mas leve um agasalho. Pode esfriar e você precisará dele para enganar o frio.
Leve também um guarda-chuva. Pode chover forte e você corre o risco de pegar uma pneumonia.
Mas, vá.
Não tenha medo. Não desanime.
Quando a noite chegar, deixe-se banhar pelo brilho das estrelas. Elas irão iluminar os seus sonhos e nortear o seu caminho.
Em dias de sol, aproveite para absorver o seu calor, armazenando-o para a realização de fecundas experiências.
As tormentas virão muitas vezes e mudarão a sua direção, mas vá.
A sua inquietação lhe move para a sua própria transformação.
Olhos e ouvidos atentos para as oportunidades no que busca, elas poderão estar do seu lado.
Seja o paladino de sua própria vontade.
Seja o comandante do navio de sua vida.
Se errar o caminho, comece de novo, e de novo, e de novo, quantas vezes forem necessárias;
MAS VÁ.
OVERSAUDADE
Surta-me o peso do overhemisfério de minhas oversaudades. Perco senso. Perco medida. Perco rumo. Descumpro promessas. Me desaprumo. Todos os meus becos ficam sem saída. Caminho perdida. A estrada é só de ida. Distâncias engolem minha voz. Saudade sangra avulsa e sagrada abençoando um overvazio de uma overausência, em mim, tão doída.
Versos foram amordaçados e jogados em um buraco sem fundo.
Tento tornar possível o mais difícil de mim todos os dias.
não tem sido fácil. Mas passei a acreditar no improvável!
Sendo assim me recuso a ficar parada.
Ainda assim é impossível não lembrar de tudo que houve.
De todas as juras não cumpridas, de todos os momentos unicos
de um amor que mesmo sem razão de ser, será pra sempre.
Não posso apagar o passado!
Nem tão pouco concertar o presente...
Menos ainda viver de "ontens" !
Então um café me acompanha durante a noite..
Na espera de um dia novo...
De um respirar melhor.
O tempo nos toma de nós .
E não ah volta, não ah fuga, não ah negociação!
É feito pedra jogada, palavra dita
flecha lançada e leite derramado sabe?!
Vai transformando tudo em passado.
Porque quando ele quer, ele nos dá um alto e sonoro NÃO!
Mas quando NÓS queremos viver..
O SIM, nós o-fabricamos!
Porque somos os fabricantes do nosso futuro.
Estou me livrando daquela vivência
que um dia ditou meus versos ...
sonho com um mundo totalmente mudado
Onde ninguém seja mandado
mas pra isso acontecer temos que ter voz
E só depende de nós !
Desejar o bem é fácil,
eficácia para conceder,
isso é coisa quem nem "todos" adquirem assim tão facilmente!
Falam e falam do orkut,
mas se não fosse o orkut ninguém saberia oque é uma rede social bem
enfatizada!
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