Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Convencimento
O poeta
nem sempre diz
o que está a escrever,
mas o que sempre quis
poder dizer.
O poeta
pode não sentir
o que revelam os versos,
mas dizes aquilo
a moldar seu devir.
O poeta
por isso
não deve espantar,
se ao dizer ódio
está a amar.
Porque o poeta
mais que fingir
usa o poema
como um eterno
convencer a si.
A voz blue
a dor e a potência dos negros
rir de uma poeta
na sarjeta?
não
não aqueles vídeos
amy antes e depois
amy a junkie
amy a doida suicida
as piadas com os trapos de amy
as nóias e os micos de amy
os playboys e patricinhas
fãs do estilo decadence da poeta
ame amy
deglutida pelo paladar
das mídias & massas
ávidas por carne decomposta
não
apenas a voz blue
plena de dor
e da potência do negros
O poeta e o alpinista
O poeta: Porque você gosta de subir essas montanhas?
O alpinista: Só pra ver mais de perto o céu azul.
O poeta: Então, eu também sou alpinista, pois eu sei escalar o queixo dela, só pra saber quem pintou o céu de rosa!
A Lua e O Beijo
Hoje admiro o brilhar da Lua ao longe...
Este poeta... Nem se atreve a se aproximar da Lua zangada...
Hoje procuro a minha paz...
A minha liberdade perdida...
A liberdade de poder voltar a ser o que eu era...
Deixa de lado a hipocrisia...
Hoje sinto saudades da minha verdade...
Aquela que deixei guardada dentro do meu coração...
Não estou conseguindo mais viver sem esta verdade...
Meu corpo padece por isso...
Não sei ser... O que não sou...
Tenho inúmeros defeitos... Como todo mortal sensato também os tem...
Construi a minha vida poética e pessoal em cima de minhas verdades...
Mesmo que para muitos... Elas sejam falhas...
Mas... São minhas e não aceito sugestão e palpites sobre elas...
Hoje sinto a falta de poder olhar o mundo sem barreiras e censuras medíocres...
Hoje sinto a falta de tua boca colada na minha...
Em um beijo demorado e saboroso...
Onde minhas mãos se enroscam em seus cabelos negros...
Onde meus olhos encaram os teus olhos negros com doçura...
Hoje sinto esta falta...
Da minha liberdade...
Do meu sorriso no rosto...
Da leveza dos meus versos soltos...
Da verdade da minha alma...
E do teu beijo gostoso...
No final de noite...
Para acalmar o meu coração...
E minha alma poética...
O poeta pensa de mais...
Pensa tanto que chega a pensar que é tristeza
O poeta inventa...
Inventa seu próprio mundo, e faz de conta
O poeta tenta...
Tenta mostrar o que dentro dele existe
O poeta sente...
Sente tanto que nem sabe o que é
O poeta inverte...
Inverte a poesia, se é tristeza no poema ele sorri
O poeta escreve...
Escreve aquilo e isso, escreve do lado de lá e do lado de dentro
O poeta escreve ele mesmo...
O poeta pensa de mais!
Na vida me fiz poeta, nos sonhos poesia.
Meu nome: versos e prosa.
Sobrenome: melodia.
Me visto de canção,
me cubro de fantasia.
Respiro a música
exalo a alegria.
Felicidade já tem nome,
só não posso revelar.
Talvez se chame proibido,
só sei que não dar pra contar.
Música encanta e canta,
fala, por quem não pode falar !
O poeta mente?
O poeta mente quando recita
Que não sofre...
Que não sente dor...
Que não ama...
Mente...
Quando por algum motivo sorri...
Por uma ironia,
Uma simpatia ou quem sabe por um beijo da mulher desejada.
O poeta mente!
Por um verso que não pertence a mais das verdades absolutas...
Deus!...
A quem vive azucrinar por suas confissões...
Tão profundas que um dia Santo Agostinho recitou...
O poeta mente...
Para receber um abraço,
Um sorriso.
Até mesmo sonha!
Que o paraíso foi instalado neste plano material... "O agora!"
E não como recitou Platão o que é perfeito...
O mundo perfeito não esta neste plano...
O poeta mente...
Para não dizer a insensatez dos homens tolos...
Tolos por ouro...
...Dinheiro...
...E poder!
O Poeta mente...
"Pois é através da sua mente que as mais inusitadas palavras, versos, poemas e sua alma tentam de alguma forma dizer, escrever que por algum instante o amor tudo pode salvar...”
Seus poemas...
Seu amor a vida!
Seus amigos, família...
Que no resultado final...
Tudo...
O que era mente!
Transformou-se eterno no coração...
De dEUs !
Ser poeta
Poeta pra ser poeta tem que ter o coração ferido, sonhos utópicos e desejos que não podem ser cumpridos.
Poeta pra ser poeta tem que se apaixonar todo dia, amar com a alma e senti-la vazia. Tem que escrever com o coração, dá azas a emoção com uma pintada de razão.
Tem que amar o impossível, querer o invisível e se apaixonar pelo irreal, para que viva o romance e prevaleça o enlace sentimental. Para dar sentido ao adolescente e a mulher que também senti que o amor é fundamental, e mostrar para o homem que estar carente que tudo dá certo no final.
Ser poeta é ser cordeiro, é se sacrificar pra vê o outro inteiro, ser poeta é desistir pra persistir, é amar sem nada cobrar, é dar sem receber. É chorar a noite e sorrir ao amanhecer.
Ser poeta é acreditar no amor não vivido, viver a ausência de quem ama, amar a quem tem, e ter a fé de ser amado por alguém.
Poeta chora palavras, sorrir sentimentos e canta seus versinhos para dar sentido e alegrar desde o pequenino ao maiorzinho, do novo ao velhinho, de zero a cem aninhos.
Isso é ser poeta, isso é ser artista, é amar a vida que ainda não foi vivida, e viver na pintura de sua obra prima acreditando que em breve não mais será uma utopia.
Ser poeta é sonhar e acreditar em sua realização, para concretização de suas verdades.
Ser poeta é amar de verdade e com lealdade.
Pensamentos e sentimentos de poeta
Não ficam pairando no ar
Viram belíssimas obras
Para que seus leitores
Possam para sempre desfrutar
Poeta
O que seria de mim se não
soubesse ler e escrever?
Porque poeta ás vezes parece louco
onde cabe uma linha ele rima um pouco.
Parece que as palavras saem de mim
ou será que poeta é tudo assim?
SENTES, POETA?
Ora, Poeta, o que sente? Afinal, realmente sente? Ou apenas mente? Estás contente? Sente-te coerente?
Ora, poeta, que lamúria! Dói-te a mente? Comumente, ainda que tente, sente-te contente? Quando aquilo que te dói chega, tu consente?
Não quero saber, poeta... Não me interessa, poeta, daquilo que pensas, pois ler-te, somente, poeta, já me traz recompensas
Não pretendo tentar invadir tua mente... Mente de poeta é mente saliente, É mente candente, mente inconveniente, É mente que nunca se faz dormente,
Afinal, te digo, poeta, Poeta bom não é aquele que bem escreve; Poeta bom é aquele que bem sente.
O poeta pensa de mais
E quase nem aguenta
Tanto sentimento
Pensa e até inventa
Mistura felicidade com sofrimento
ENQUANTO POETA, EU GRITO!
Se eu me calar às injustiças, fechar meus olhos às desigualdades e me fizer mouco a um apelo carente... Definitivamente, melhor seria que não tivesse mãos, do que tê-las e não ajudar um necessitado...
“O que é um poeta, se este é incapaz de indignar-se? Por ventura merecerá ser assim chamado? O poeta é alguém capaz de provar de toda sorte emoções, umedecê-las em sentimentos e transformá-las em expressão. E por que não dizer palavras? E por que não dizer poesias? Ah, é isso... O poeta é um agitador, de certa forma um arauto e, sobretudo é um pensador”!
Enquanto poeta, eu grito!
Mais do que palavras.
De nada me valem as palavras
Se delas tu não fizeres parte.
Sou poeta inspirado por ti.
Mais bela que obra de arte.
Que pensa que se move,
Que me ache,
Que me dome,
Que me tome,
Que me ame.
E sobre teu aconchego me desmorone.
De bravo felino a pobre homem.
Sou gatinho manso em tuas mãos.
E não me atrevo de maneira alguma.
Ainda que não ouça coisa alguma.
A dizer uma só palavra.
E mesmo assim ter pronunciado todas.
Uma a uma, ditas pelo olhar.
O silêncio do poeta
Seu olhar está distante
Num ponto nenhum
A mente divaga sem destino
Por onde andará...vai saber
As mãos parecem inquietas
Sem "estrada" para percorrer
Esquálidas, suadas, desajeitadas
Ele apenas observa à sua volta
Não conversa com ninguém
Nem mesmo vê o que se passa
Parece uma estátua
Tão só...tão solitário
Por onde andará seu pensamento...
Seu silêncio parece arrogância
Aos que com ele falam, sem respostas
Mas no fundo é só um transe hipnótico
Que sem aviso, arrasta a sua alma
Deixando o corpo inanimado assim...calado
Quanto tempo levará...ninguém sabe
Mas o tempo necessário
De um poeta operário...
É uma ausência que se impõe
Na sua busca eterna por inspiração
E só sua respiração
Diz que ele está bem, vivo
Deixem o poeta em seu casulo
É só a sua paz que ele busca
Nas palavras que procura
Para expressar a sua arte
Não o julguem arrogante
Ou tão pouco em agonia
O silêncio do poeta
É o prefácio da poesia...
O poeta quando não descoberto
Deixa seu medo o controlar.
A outros olhos
O poeta é calmo é normal,
Mas ainda sim
Não se considera poeta.
Porque é louco é culto fechado
Esquecido.
O seu interior grita
Repudia.
Quer rir...
Chora... Não consegue correr de si.
Não sabe o que é aquilo,
E que confusão inebriante é aquela.
Não se solta
Não se diz! Não se mostra!
Odeia ser chamado de poeta.
Ele simplesmente se apaga!
Sufoca-se, esperneia, grita e geme.
