Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Praticamente todas as idéias monstruosas e assassinas nasceram de conclusões filosóficas extraídas de fatos científicos desprovidos de qualquer alcance filosófico.
Como toda conclusão científica só vale dentro de um campo de experiência previamente delimitado, isso equivale a dizer que, em princípio, praticamente nenhuma conclusão científica tem qualquer alcance filosófico.
Dos anti-olavistas dos anos 90, a única recordação ainda viva são as piadas que fiz sobre eles. O mesmo destino aguarda os de agora. Que cada um dê logo sua gozadinha diante do espelho, pois o fim da festa está próximo.
Será que são mesmo tão estúpidos ao ponto de achar que suas fofoquinhas do dia suprimirão o lugar permanente que os meus livros já conquistaram na história da cultura nacional?
A coisa mais óbvia em tudo quanto essa gente escreve a meu respeito é a sua total incapacidade de apreender minha obra numa visão de conjunto, que então os bobocas substituem por invencionices pueris camufladas em dialeto uspiano kitsch.
A única esperança desses bostas é o fim do Brasil, pois não há outra maneira de me fazer desaparecer junto com eles.
Foi Maquiavel quem ensinou ao Ocidente que olhar a humanidade pelas lentes deformantes da malícia corrosiva, atribuindo a tudo os motivos mais baixos e sórdidos, é realismo. Mas isso não é realismo nenhum. É uma redução metonímica da substância a algumas de suas propriedades e acidentes. É fantasia de um tímido ressentido que, incapaz de se opor eficazmente à adversidade, se vinga da própria fraqueza xingando e rebaixando a espécie humana.
A deformação maquiavélica do rosto humano se tornou, no último século, quase uma obrigação para muitos escritores, mas, da minha parte, desde jovem notei que nada poderia compreender da realidade se não me vacinasse primeiro contra o vírus desse Ersatz de realismo.
***
O negativista maquiavélico posa de valentão que não precisa de ilusões e tem a coragem de chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes. Bem, ele pode até dizer os nomes verdadeiros de algumas coisas, mas nunca é valente o bastante para chamar o seu próprio fingimento de fingimento.
Duas coisas matam uma vocação de escritor: o jornalismo e a política — as duas coisas para as quais me convocam vinte e quatro horas por dia.
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No começo, ajudam. Depois comem o tempo todo do infeliz.
Diante de qualquer conhecimento, a filosofia busca esclarecer:
· Sua inteligibilidade
· Sua significação
· Sua realidade
· Sua posição na ordem geral conhecida
· Seu valor para a autoconsciência individual, para a cultura e para a civilização
Os componentes essenciais da técnica filosófica são:
1. A anamnese pela qual o filósofo rastreia a origem das suas idéias e assume a responsabilidade por elas.
2. A meditação pela qual ele busca transcender o círculo das suas idéias e permitir que a própria realidade lhe fale numa experiência cognitiva originária.
3. O exame dialético pelo qual ele integra a sua experiência cognitiva na tradição filosófica, e esta naquela.
4. A pesquisa erudita pela qual ele se apossa da tradição.
5. A hermenêutica pela qual ele torna transparentes para o exame dialético as sentenças dos filósofos do passado e todos os demais elementos da herança cultural que sejam necessários para a sua atividade filosófica.
6. O exame de consciência pelo qual ele integra na sua personalidade total as aquisições da sua investigação filosófica.
7. A técnica expressiva pela qual ele torna a sua experiência cognitiva reprodutível por outras pessoas.
Todos os grandes filósofos do passado praticaram esse conjunto de técnicas e muitos se referiram a elas em suas obras, mas nenhum se ocupou em fazer delas uma exposição abrangente e sistemática. [...]
“Experimentai de tudo, e ficai com o que é bom”,
Experiência, tentativa e erro, constante reflexão e revisão do itinerário , são
os únicos meios pelos quais um homem pode, com a graça de Deus, adquirir
conhecimento
O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é
porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões
com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas
marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a
vencer.
No Brasil, cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria,
quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos
tiver se consumado. Aí, o cidadão pensará em adquirir conhecimento, que a essa altura, só servirá para lhe informar o que deveria ter feito e não fez.
Paul Johnson demonstrou, num livro memorável (Intellectuals , 1988), que o tipo moderno do intelectual, cuja primeira encarnação ele localiza em Rousseau (poderia também ter dito Voltaire, ou Diderot), é substancialmente um mentiroso contumaz, um perverso egocêntrico e imoral, incapaz de guiar-se a si mesmo e metido, não obstante, a guiar a humanidade.
[...] Faz parte do processo geral de laicização da vida intelectual, que, se por um lado teve o mérito de aliviar a inteligência dos abusos da autoridade eclesiástica, o fez à custa de liberar os intelectuais de toda obrigação moral, de lhes conferir, junto com uma saudável liberdade, uma autoridade excessiva e sem limites. Pois o olho é a luz do corpo, mas tem um limite natural: a realidade que o circunda. O abuso começa quando o olho, desistindo de enxergar, começa a inventar. E esta revolução não começa com Voltaire ou Rousseau, mas com um homem que ninguém diria desonesto ou perverso. Começa com Immanuel Kant. Foi ele o primeiro que, negando a nossa capacidade de conhecer a realidade como tal, atribuiu ao mesmo tempo à inteligência humana o poder de inventar um mundo válido. Com isto ele substituiu involuntariamente, à legítima pretensão de conhecer, uma ambição ilimitada de poder. Diante da porcaria intelectual moderna, está na hora de alguém bater à porta do ilibado Immanuel Kant e dizer aquelas palavras fatídicas: – Toma que o filho é teu."
Procure sempre ver o lado positivo das pessoas, os amigos nós vemos assim. Ninguém é perfeito, a começar por nós mesmos.
O que oferecemos, recebemos de volta...
Pense em como é satisfatório ter do nosso lado, pessoas que se importam com a gente e que nos importamos com elas também, que queremos o seu bem, sempre.
Portanto, cultive, valorize e construa amizades e laços de convivências sinceras, elas são degraus para a nosso bem estar e uma direção para alcançarmos a paz.
Só acredito nestas três leis do processo histórico:
1. A difusão dos fatos produz novos fatos.
2. À medida que a difusão aumenta, os fatos se precipitam em velocidade alucinante, até o ponto em que ninguém mais consegue acompanhá-los.
3. A ignorância, a loucura e a confusão crescem na razão direta da quantidade de conhecimento disponível.
A maior virtude literária não é "escrever bem", mas dar voz aos fatos mudos da experiência.
O grande escritor é aquele que incorpora ao patrimônio da língua fatos e experiências que antes estavam fora dela, indizíveis, impensáveis, prisioneiros do silêncio. "Escrever bem" e deixar a realidade falar, tal é a diferença entre um jornalista e um escritor.
Deixar que os fatos da experiência falem é muito mais difícil do que "escrever bem". Para isto basta dominar os instrumentos usuais da linguagem pública. Para aquilo, é preciso inventar uma linguagem capaz de dizer o que nunca foi dito antes.
Dicas de ciência política:
1. Conquistar mais poder é da essência mesma do poder. O poder que para de crescer está em extinção.
2. Como não existe poder absoluto, mas todo poder contém elementos de debilidade, a luta pela sua conquista, manutenção ou expansão não é jamais direta e linear, mas sinuosa e dialética.
3. Hoje em dia, os meios para a conquista, manutenção e ampliação do poder, usados em dosagens, variações e combinações diversas, são três e não mais de três: a mentira, a corrupção e o homicídio.
Em qualquer análise política essas premissas são indispensáveis.
Só o homem de cultura pode julgar as coisas na escala da humanidade, da História, da civilização. Os outros seguem apenas a moda do momento, criada ela própria por jornalistas incultos e professores analfabetos, e destinada a desfazer-se em pó à primeira mudança da direção do vento.
A cultura pessoal é a condição primeira e indispensável do julgamento objetivo. A incultura aprisiona as almas na subjetividade do grupo, a forma mais extrema do provincianismo mental.
“Mas aí nós temos de fazer uma distinção, que os escolásticos faziam, entre o que é a nesciência e o que é a ignorância. A nesciência é você não saber alguma coisa; a ignorância é você não saber alguma coisa que você deveria saber. Então, nós temos de sair em busca dos pontos de ignorância do filósofo, ou seja, aquilo que ele não viu, embora estivesse na frente dele, e embora, pela lógica do seu pensamento, ele devesse ver.”
(COF, Aula 120)
Mas com freqüência os advogados erram até na sua própria área.
Por exemplo, no caso de uma ofensa à religião, se o crime não teve um destinatário pessoal, se não houve a interrupção de uma cerimônia religiosa nem o vilipêndio a um objeto FÍSICO de culto, NÃO ADIANTA PROCESSAR NINGUÉM.
Só serve para acumular jurisprudência favorável ao criminoso.
O hábito mais abjeto na conduta da 'classe científica' é o desprezo 'a priori' que tantos dos seus membros têm pelas experiências comuns da humanidade que eles não consigam ou não desejem repetir pelos seus métodos usuais.
Se é para a ciência conservar algo do seu prestígio, essa merda tem de acabar.
Ninguém pode ficar esperando o beneplácito acadêmico para perceber o que percebe e sentir o que sente.
O próprio Aristóteles já ensinava que um certo respeito pelo conhecimento pré-científico é uma condição indispensável da ciência.
A igualdade social e econômica de homens e mulheres só se tornou possível num estado avançadíssimo de desenvolvimento do capitalismo industrial, uma sociedade inabarcavelmente complexa, fruto de milênios de esforços acumulados.
Ela não tem nada de natural. É uma invenção tardia, dificílima de realizar e repleta de conseqüências impremeditadas.
A mais tola ingenuidade é imaginar que tudo o que desejamos é um direito natural.
Eu, por exemplo, desejo e exerço a liberdade de opinião, mas não sou idiota ao ponto de pensar que é um direito natural. É uma sorte incrível, que a maior parte da humanidade jamais desfrutou, e que caiu no nosso colo por efeito de uma evolução histórica que mal chegamos a compreender.
A renda básica moralmente está certa. Mas não adianta se não se especificar quem tem que dar esse dinheiro e de onde tem que sair. Se não é assim: você tem direito a esse dinheiro, mas ninguém tem a obrigação de te dar esse dinheiro.
Se você tem o direito, mas não tem a garantia, na prática, você não tem direito nenhum.
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